Anna E O Renascer Dos Mortos Vivos escrita por Robert Julliander


Capítulo 22
Garota tapete


Notas iniciais do capítulo

Capítulo meio emocionante deixarei que ele fale por mim...
;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/366377/chapter/22

— Elas fizeram o que? — Grita Gerla furiosa — Você tem certeza do que vira Anna?

— Acho que sim, elas estavam rindo sempre que o sino soava. Sei que tinha algo errado, só não tenho como provar.

— E onde está a Gabí? — Pergunta a maga preocupada.

— Está no banheiro do dormitório, faz algumas horas. — Suaila reclama amuada.

— temos que fazer alguma coisa, — a veterana coça o queixo — mas garotas, por que vocês deixaram ela assinar um contrato com esse tipo de jogo?

— Não sabíamos do que se tratava e a Gabí agiu meio que impulsivamente. — Explica Anna.

— Elas são muito malvadas. — Xinga a elfa irritada.

— Se a Gabí estivesse aqui iria dizer, — Anna gesticula imitando sua companheira de quarto — muito malvadas? É assim que você xinga? Realmente tô precisando te dar umas aulinhas. — Todas riram, ela realmente parecia conhecer a companheira de quarto.

— Mas o que podemos fazer para animá-la? O importante agora é levantar o seu astral! — Questiona Suaila deixando seu simpático ponto de vista.

— A Su tem razão! — Gerla sorriu. Chamar alguém por um diminutivo fofo é um dos mais altos graus de intimidade, e isso era mais um fator de que ela finalmente tem amigas.

— Eu não sei gente, acho que temos que dar um tempo a ela, Gabriella é fechada mesmo. O melhor é esperar, uma hora ela virá conversar conosco. — Anna diz sabiamente.

As garotas que estavam na frente da irmandade Serenite, olharam para uma janela no alto. Onde com certeza era o quarto de Anna e Gabriella. Elas sentiam muito por algo assim acontecer com sua tão importante amiga e sabiam que mais desses jogos iriam acontecer. Contudo, elas que escolheriam o próximo jogo e quem iriam enfrentar.

— Eu sei o desafio perfeito! — Grita Suaila muito feliz.

— Qual? — Anna e Gerla dividem um dueto curiosos e esperançoso.

— Eu sou ótima em arco e flechas! — A loira da um pulo alegre.

— E qual elfo não é? — Gerla ri de um jeito sabichona.

— Pode parar com seu esteriótipos sobre elfos? — As três garotas olharam para trás, tentando descobrir quem era o dono de uma voz tão grossa e bela.

Um belo Elfo aparecera. Seus cabelos castanhos claros e seus olhos de cor âmbar eram o motivo de um alto grau charme, um charme que chamara atenção de todos a sua volta. O alto elfo que tinha aproximadamente um metro de oitenta e cinco de altura, anda em direção das garotas. Gerla parecia ter perdido o fôlego, Anna não mostrava tanta indiferença mas achara o elfo adulto muito atraente, a única que não dava a mínima para ele era Suaila, que parecia apenas com sono, o que era estranho, já que ela estava agora a pouco pulando de alegria.

— Deixem-me que me apresente, meu nome é Vindicem Lux! — Anna tinha dado um estalo em sua cabeça, já ouvira esse nome antes mas não lembrara de onde. Gerla ainda permanecia petrificada e Suaila, bem, Suaila acabara de se sentar entediada no chão.

— Levante-se Su. — Anna puxa os braços da amiga, para que a mesma se recomponha.

— Pode deixar senhorita, ela é bem cabeça dura quando quer! — Ele sorri.

— Vocês-cês se conhecem? — Gerla finalmente conseguiu soltar o ar que prendera a tanto tempo.

— Por que não a conheceria? — O belo elfo sorri de forma descontraída e muito madura. Anna e Gerla não entendiam nada, até que a pequena e loira elfa se levantou espontaneamente do chão e bufou chateada.

— Ele é meu irmão! — Ela cruzou os braços. — O que faz aqui Vin?

— Vim visitar minha pequena e única irmã, não posso? — Ele sorri passando a mãos em suas extremamente lisas madeixas douradas. A elfa se afastou um pouco e fez um biquinho chateada.

— Você sempre pregava peças comigo, quando eu era pequena!

— Isso foi antes de amadurecer minha doce irmã! — Ele sorriu de um jeito tão encantador que Gerla não conseguiu segurar um suspiro. Anna olha sua amiga maga meio de lado e dá uma risadinha.

— Que foi? — A maga veterana pergunta constrangida e com as bochechas tão vermelhas quanto uma pimenta.

— Nada! — A camponesa riu de um jeito fofo.

— Tudo bem garotas, infelizmente tenho que ir, cuidem bem da minha irmã! — O perfeito e encantador elfo subiu numa das carruagens e saiu, pelas ruas da cidade escola Poft.

— Pode deixar cuidarei dela! — Grita Gerla orgulhosa, até olhar para sua amiga camponesa que a observara com muita atenção. — Quer dizer, nós, vamos cuidar dela!

— Então Suaila, por que seu irmão está aqui? Ele é aluno veterano? — Anna pergunta, tentando lembrar de onde conhecera o nome dele.

— Na verdade... — A elfa já iria falar quando a empolgada e exagerada em suspiros Gerla a interrompeu.

— Ele é o professor Vindicem Luz! — Depois que a maga esclarece esse mistério facilmente, Anna finalmente lembrara que ele será um de seus professores.

— Ele ensina o que Gerla? — Pergunta a camponesa.

—Auto defesa nível 1. — Responde a maga feliz.

— Gente, como eu ia dizendo podemos minha habilidade de arco e flechas! — Sugere novamente a loira, ansiosa para mostrar suas habilidades.

— Acho melhor não! — Rebate Gerla. — As princesas são boas em quase tudo. Elas tem aulas particulares do que vocês imaginarem.

— Mas nós não sabemos muitas coisas! — Argumenta Anna. — Então temos que usar do que somos melhores, aproveitaremos a aula de ADN1 de amanhã, para desafiar as princesas no arco e flechas!

Suaila sorrir vitoriosa e Gerla sabia que, mesmo aquela sendo uma ideia bastante fraca e impulsiva, valeria a pena, pois era o que elas tinham.

♥--♥--♥--♥--♥

As garotas conversaram por algumas horas mas já estava ficando tarde, Anna e Suaila entram na Irmandade Serenite e Gerla fora para sua.

— Boa noite Su! — Anna deseja para sua amiga que entrara em seu quato.

— Boa noite Anna! — Antes de fechar a porta, a elfa faz uma carinha muito entristecida e compartilha suas frustrações — Sei que talvez a Gabí não queira falar com você ainda hoje, tipo quer ficar na dela, mas, de todas nós, você é a que mais conhece ela.

— Esta sugerindo que eu tente falar com ela ainda hoje? — Anna pergunta um pouco preocupa, talvez Gabriella precisasse mesmo de um espaço.

— Yeah! Tenta distraí-la, aliás ela não é uma garota tapete. — A elfa deu uma leve risada de canto e entrou para sua noite de sono.

Anna ficara algum tempo parada na frente da porta de sua amiga elfa, alguma coisa nas palavras da mesma, fizera ela ter uma grande ideia para animar sua amiga índia. Mas primeiro ela deverá conseguir fazer sua amada amiga ao menos se comunicar com ela.

A camponesa suspira pensativa e finalmente depois de instantes atrás da porta de seu quarto, ela decide entrar e encarar o humor de Gabriella. A morena não estava furiosa, ou com raiva, ou chorando aos prantos, ela estava apenas deitada em sua cama, olhando para seu guarda-roupas.

Anna joga alguns livros que estava carregando na cama e senta na ponta do aconchegante colchão. Ela tentara de várias formas falar qualquer palavra, mas parecia ser muito difícil não queria dizer nada que fosse errado. No mesmo tempo milhões de palavras passavam rápido por sua mente, então a bela garota simples soltou suas primeiras letras.

— É... — Estava um pouco relutante, tinha medo da reação de sua companheira de quarto. Mas tinha que fazer algo para que sua amiga não sucumbisse em algum tipo de depressão. — Podemos conversar? — Nenhum som foi emitido, era como se ela estivesse sozinha no quarto.

— Ela não quer falar, já tentei ater arranha-la! — Mia Noturno saindo debaixo da cama com uma cocha de galinha na boca.

— Ok você pode estar triste e magoada, mas Gabí eu e as garotas te adoramos! Você é importante para nós! — Anna levantasse de sua cama e senta ao lado de sua amiga deitada. Escutando apenas alguns fungados de choro, os olhos da camponesa se encharcam e ela estava decidida a levar sua amiga índia para um lugar em específico. — Vem, tenho que te mostrar algo! — Anna tenta sorrir puxando o lençol da amiga.

— Não por favor me deixa! — Gabriella puxa o lençol com a voz fraca e estremecida.

— Gabriella eu te obrigo a vir comigo! — Anna coloca as mãos na coluna e ordena num tom mãe autoritária.

— Você não entende né? — A bela morena se pôs a sentar. — Eu sou uma garota tapete Anna! — Anna teve que engolir em seco para não chorar tanto quanto a Gabriella. — Eu sou um lixo de pessoa, o tipo que as garotas humilham! Eu sou aquela que é feia de mais para garotos, sem classe de mais para jantares formais e pobre de mais para me dar ao luxo de ser feliz!

— É aí que você se engana, ninguém precisa de dinheiro para ser feliz! — Anna sorrir gentilmente. E por mais que quisesse chorar, prendera as lágrimas e mordera seus lábios. — O dinheiro Gabí, é a fonte de qualquer mal que possa existir, o poder que o dinheiro te dar, se for gasto apenas com propósitos egoístas e conquistado de maneira errada, pode ser sua maior fraqueza. Ele destrói os corações mais puros e as famílias mais felizes, ele não compra amor, não compra amizade verdadeira e apenas maquia sua infelicidade com objetos fúteis. A beleza com o tempo se vai, mas o caráter Gabí, é esse, esse que ficará para sempre em seu coração.

— Minha mãe me diz a mesma coisa, desde que eu era pequena. E quer saber Anna, eu não acho que sou uma garota importante, a que estar sempre por cima, sempre feliz não importa o que façam ou o que digam. — Gabriella vira seu rosto para não olhar nos olhos de sua amiga.

— Vem comigo! — Anna diz chamando atenção da morena. — Você diz que é uma garota tapete certo? — A índia apenas lhe olha desconfiada. — Me dê apenas uma chance amiga, por favor! Se não der certo prometo não tentar essas conversas de novo. — Gabriella estava muito mais do que triste, mas aceitara o pedido de sua amiga camponesa, no intuito que ela a deixasse em paz.

Elas desceram pela janela e saíram da irmandade, na escura noite.

— Sabe que podemos levar uma advertência por estarmos saindo esta hora, não sabe! — Gabriella pergunta preocupada.

— Tudo bem, ninguém vai saber! Agora fique quieta e me siga! — Elas correram por alguns minutos e a índia reconhecera o lugar onde sua amiga estava a levando. Era o castelo da escola Poft. Não entendera as razões de Anna, mas agora estava curiosa, o que poderia ter na escola que poderia lhe deixar muito feliz, ou que resolvesse seus problemas?

Para sorte de ambas, não haviam muitas pessoas e a escola ficara vinte e quatro horas de portas abertas. Elas entraram na recepção e Anna parou no meio da sala.

— Pronto! — Ela sorriu e ficou parada olhando para sua amiga.

— Prono o que? O que foi? O que tem aqui demais? — Pergunta a morena impaciente.

— Não está vendo?

— O que Anna? Não estou entendendo!

— Gabí, qual a definição de garota tapete?

— É uma garota que nasceu para ser pisada e ignorada, uma nada, uma ninguém, a que serve para que guardem poeira embaixo de si, e que finge suportar humilhação de ficar abaixo dos outros o dia inteiro! E quanto estão velhas e gastas de mais, apenas são trocadas por uma versão mais nova de si mesmo, finalmente sendo jogada a sarjeta para que viva sua vida miserável! — A definição de uma garota tapete era de fato algo que machucaria qualquer uma. Mas Anna sorriu mais uma vez. — Por que está sorrindo? Isso não tem graça Anna!

— É não tem. — A camponesa ficou séria de repente. — Você tem razão.

— OK! Então podemos ir? —Gabriella revira os olhos como se estivesse frustrada e cansada deste assunto.

— Claro! — A índia se vira para sair do ambiente. — Mas... — Anna fala e Gabriella volta a virar e encarar sua amiga. — Existem dois tipos de tapetes no mundo.

— Como? — A índia já questionara a sanidade mental da bela e simpática camponesa a sua frente.

— Yeah! E eu acho que assim como os tapetes, podem existir dois tipos de garotas tapete também.

— Anna vai direto ao assunto, o que você quer dizer?

— É simples! Existem os tapetes que estão ao chão, pouco valorizados, as vezes belos mas todos pisam em suas superfícies! — Anna olhou para sua melhor amiga e apontou para a parede do castelo, onde tinham alguns tapetes raros e importantes pendurados nelas. — Lembre-se, os tapetes podem estar tanto no chão, quanto nas paredes de um castelo! E eu não acho que você é o tipo de garota que nasceu para ser pisada, você é o tipo de garota que nasceu para ficar por cima. Você é sim uma garota tapete Gabriella, mas é uma que nasceu para ser admirada e não humilhada. Você é rara, é única, eu e as meninas te amamos com todas as nossas forças! E eu posso afirmar, se você é realmente uma garota tapete, você é a que nasceu para ser a que fica por cima.

Gabriella caíra em prantos de um choro feliz, um sorriso puro de alegria acabara saindo em meio as lágrimas e ela não se conteve em abraçar sua melhor amiga. Agradecendo com um forte abraço Gabriella havia se libertado de sua baixo estima e seu ego crescera, brotando em seu olhar e coração como luz. Uma luz que ela não conhecera, mas sabia que Anna era a razão por trás disso.

— Amanhã as princesas do mal iram ver, como uma vitória limpa pode ser muito mais prazerosa do que uma vitória seguida de trapaça! — Anna falou alto e confiante. A índia que ganhara novamente fogo nos olhos, se alegrou e estava disposta a ganhar esse jogo, mais do que nunca quis algo em toda sua vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero mesmo que tenham gostado e
até o próximo capitulo.