Os Sete Seres. escrita por Lord JH


Capítulo 14
O pássaro vermelho.


Notas iniciais do capítulo

A selva esconde muitos mistérios.



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Snow seguiu o pequeno pássaro até os dois encontrarem um pântano. Um lugar de solo alagado e água de cor escura, e com um cheiro nada agradável, devido aos gases que saiam de bolhas no meio da água.

Era um lugar assustador e perigoso. O pequeno pássaro alertou ao cão, que eles poderiam encontrar alguns predadores no caminho, mas Snow não desistiu, e decidiu continuar a jornada.

Algumas raízes das arvores do pântano eram enormes! Grandes o suficiente para que um leopardo ou um cão como o Snow pudesse andar por cima, assim ele poderia evitar nadar e ser devorado por um crocodilo ou uma serpente gigante.

Porém Ziro alertou o cão de que existiam criaturas muito mais perigosas vivendo no pântano, mas que se Snow fosse silencioso, eles conseguiriam passar sem serem percebidos.

Snow teve um pouco de dificuldade em ficar pulando e se equilibrando nos galhos, como fazem os gatos, mas ele não queria desistir! O cão estava obcecado por aquela flor.

Enquanto isso na selva, Clara, Pabu e eu. Estávamos a procura do cão, que deixou algumas pegadas e pelos brancos pelo caminho.

As pistas eram fácil de seguir para Pabu, ele era um bom rastreador, assim como o feiticeiro que o ensinou, mas quando chegamos perto do pântano, encontramos um animal grande e furioso! Um Sorafis!

A ave era gigante com penas vermelhas e asas negras! O seu bico era enorme, como Shiva tinha dito, mas o seu corpo era muito grande para que ela pudesse voar, e as sua patas possuíam garras enormes que poderiam matar uma pessoa com apenas um golpe.

A ave olhou para nós, abriu o seu bico enorme e falou — Pequenas crias humanas andando sozinhas! Eu pensei que teria que comer outro gorila ou serpentes hoje, mas vejo que comerei uma presa mais fácil! Agora qual deles eu devo atacar?

Pabu falou antes que Clara ou eu pudéssemos falar! O garoto gordinho deu alguns passos para trás e com medo em sua voz falou — Se vocês pudessem entender o que essa criatura falou, vocês já deveriam ter fugido!

Eu puxei a faca da bainha e gritei — Nós entendemos o que ela falou! Mas eu não estou pronto para virar comida de pássaro! Eu tenho que encontrar o Snow, e tenho que proteger Clara!

Pensei um pouco enquanto a ave se movia na direção de Pabu, então eu gritei — Ela não pode atacar todos ao mesmo tempo! Fiquem separados!

Clara foi a primeira a correr, mas a ave não estava interessada nela, e sim no jovem garoto gordinho na sua frente. O Pabu!

A criatura começou a andar enquanto falava — Eu vou escolher o gordinho! Ele parece delicioso... Morra!

A ave atacou Pabu, e eu falei para ele fugir, mas o Sorafis mordeu a lança que Pabu usou para se defender, e com a força do seu bico, levantou o garoto que segurava a lança no ar, e depois quebrou a sua lança ao meio.

Pabu caiu sentado no chão, mas recuperou a ponta da lança e enfiou na pata da fera, fazendo a ave gritar de dor!

Eu falei para Pabu fugir, e atirei uma pedra no bico da ave para atrair a sua atenção para mim, mas ela apenas olhou por um tempo, e quando a fera percebeu que Pabu estava fugindo, ela perseguiu o garoto, até que os dois desaparecerem na vegetação.

Eu por um breve momento fiquei em duvida, se devia ir atrás de Clara ou de Pabu. Mas percebi que o garoto podia morrer e segui o rastro de sangue deixado pela pata ferida do Sorafis.

Pabu correu muito, mas acabou tropeçando em um galho, e foi alcançado pela ave, que apesar de estar mais lenta devido ao ferimento, estava muito mais furiosa!

O Sorafis encarou Pabu por um tempo, e depois falou — Você não pode correr mais rápido do que eu! Eu sou a criatura mais veloz da selva! Nada pode fugir do meu bico. O meu povo é o mais forte e temido de todos os seres! E agora, você vai descobrir o motivo!

Enquanto a fera mancava na direção de Pabu, eu subi em uma rocha e pulei em cima do animal, fazendo com que ela perdesse o equilíbrio e caísse no chão, depois eu cravei a faca no peito da fera, fazendo ela gritar e se contorcer novamente!

A ave tentou me bicar, mas eu desviei me abaixando para que o seu bico não me agarrasse, Pabu ao ver que a ave estava caída, pulou sobre o bico do animal, fazendo com que ela não pudesse mais me atacar.

Não hesitei novamente e retirei a faca para depois enfiar mais profundamente no mesmo local! Foi difícil matar o animal, ele era muito forte e Pabu precisou de muita força para segurar o bico da ave, e eu tive que dar mais quatro facadas para matar a fera!

Quando a fera não tinha mais forças para lutar, ela parou de debater as pernas e a cabeça, o Sorafis começou a respirar de maneira ofegante e falou — Eu desisto! O meu corpo está doendo muito, e o meu pescoço não aguenta mais o peso dessa criatura gorda! Eu falhei! Me desculpem...

Pabu olhou nos olhos da ave, e alisando as suas penas falou — Tudo bem! Você não vai mais sentir dor!

A ave deu os seus últimos suspiros, enquanto olhava para mim e minha faca suja com o sangue da fera, depois olhou para Pabu e morreu!

Eu estava muito quente e o gosto de sangue dominava a minha boca, mas eu não estava ferido. Pabu também não aparentava estar ferido, apesar das duas quedas que ele sofreu, ele só tinha alguns pequenos arranhões.

Eu recuperei o fôlego e perguntei — Pabu! Você entendeu o que aquela ave falou?

Sim! Eu consigo falar com os animais! Assim como o Shiva, e os feiticeiros. Mas o motivo eu não sei! Shiva me falou que por eu ter sido criado por ele, aprendi a falar com as criaturas, mas eu não sei se é verdade. — Respondeu Pabu.

Então você é muito mais parecido comigo do que eu pensei! Clara e eu também podemos falar com os animais, mas não te contamos porque achamos que poderia ser estranho.

Pabu começou a rir e falou — Agora você já sabe que não é! Mas agora temos que encontrar a sua amiga!

NERO:— Nossa! Eu até me esqueci dela! Temos que voltar! Mas tenho que admitir que os adultos não vão acreditar que nós dois conseguimos matar um Sorafis.

Pabu riu novamente e falou — Com certeza eles não vão! Mas temos que encontrar a nossa amiga rápido, vamos!

Depois que recuperamos as nossas forças, eu percebi que estávamos ao lado de uma velha construção! Uma torre de metal cercada por algumas ruínas, aquele lugar parecia abandonado há muito tempo, e parecia perdido no meio da selva.

O que é isso? — Perguntei para Pabu.

PABU:— É uma antiga torre de rádio! Ela foi construída há mais de 100 anos atrás, mas os gastos e a dificuldade para mante-la funcionando era alto, então os forasteiros a desativaram e deixaram esse lugar, mas ela ainda resiste ao passar do tempo, e pode servir como abrigo para viajantes! Foi por isso que eu fugi nessa direção.

Ela é grande! Mas não acredito que ela ainda funcione depois de tanto tempo. — Falei um pouco desmotivado.

Foi no continente selvagem que se criou o rádio! Os exploradores precisavam achar uma maneira de enviar mensagens para os outros grupos, e para outros lugares. Então alguns deles criaram um aparelho capaz de transmitir as ondas de som pelo ar, assim como a nossa voz, mas em uma distancia bem maior!

Depois que o rádio foi inventado no continente selvagem, anos depois a TV foi criada no velho continente, assim como os carros e computadores.

Enquanto eu olhava distraído para a enorme torre, um predador local sentiu o cheiro de sangue que exalava da ave morta.

Pabu viu a fera se aproximar saltando pelas rochas e paredes das ruínas ao redor da torre. O_O Era um leopardo! O_O

O animal vinha em nossa direção, mas ao se aproximar de mim e de Pabu, ele parou e sentiu os nossos cheiros, o felino parecia temer nós dois, mas eu não sabia o motivo. Afinal eramos apenas duas crianças indefesas!

O animal parecia assustado com a nossa presença, e antes que eu pudesse falar algo, ele fugiu pulando entre os rochedos.

O leopardo tem medo de humanos? — Perguntei confuso.

Não! Ao contrario! Eles são muito ariscos e ferozes, mas aquele não aparentava ter medo, ele parecia está em duvida se deveria ou não nos enfrentar! — Falou Pabu.

E por que ele faria isso? Fugir! Ele não luta contra dois inimigos ao mesmo tempo? — Perguntei ironicamente.

Pabu pensou um pouco e respondeu — Vai ver ele viu que matamos um Sorafis, e ficou com medo de nossas habilidades. Kkkkkkkkkkkkk

Começamos a rir, mas depois partimos a procura de Clara. Pabu encontrou pegadas humanas próximas da torre, mas não eram nossas!

A pegada era de uma bota grande, e não parecia ser do tamanho do pé de Clara. Eu até pensei que conhecia aquele tamanho, mas não me lembrava de quem era.

Enquanto Clara fugia pela selva, e nós dois procurávamos por ela, Snow atravessava o pântano seguindo o pequeno pássaro. Porém ao perder o equilíbrio em cima de uma raiz, ele caiu dentro da água e chamou a atenção de dois crocodilos que estavam na margem do outro lado.

Snow nadou rapidamente até a outra margem, enquanto as criaturas entraram na água para tentar matar o cão.

Snow conseguiu sair a tempo da água, e os crocodilos, apesar de enormes e perigosos, decidiram desistir da caçada.

Ziro pousou ao lado do cão e falou — Você tem que tomar mais cuidado! A selva é um lugar perigoso! Qualquer erro aqui pode ser fatal! Eu vou levar você por um caminho mais seguro.

E que caminho é esse? — Perguntou o cão.

É um túnel que foi criado por uma serpente gigante! É grande o suficiente, para que você possa atravessar, e podemos chegar ao vale em segurança. — Falou Ziro.

E a cobra? Não é um predador? — Perguntou Snow confuso.

Sim! Mas a serpente que fez esse túnel já morreu há muito tempo! Os seus ossos estão no vale onde vivo. Você vai ver! Assim que nós chegarmos lá! — Falou Ziro contente.

Snow se levantou e seguiu o pássaro novamente, até o túnel. Depois eles entraram na escuridão e Ziro ficou pousado sobre a cabeça do cão, pois não enxergava muito bem no escuro. Ao contrario do Snow.

Enquanto isso, Clara andava pela selva sentindo a estranha sensação de ser vigiada.

Clara sentia e podia escutar alguém se mover pela vegetação, mas não falou nada, pois poderia ser algum inimigo ou alguém que não tivesse boas intenções. Então ela apenas seguiu o seu caminho, fingindo que não sabia que estava sendo observada.

Droga! Eu não posso me arriscar a ser capturada por alguém! Eu escutei histórias sobre algumas tribos locais, e não são nada agradáveis! Não pode ser alguém da raça “Livari”, já que estou muito longe do interior do continente. Os Livaris são um povo que construíram uma grande cidade no interior da selva, eles são nativos muito perigosos, dizem que matam as suas vitimas de forma lenta e dolorosa, mas que a sua cidade “Crota” é linda! E que possuem paredes feitas de ouro puro! Mas isso não importa! Já que eles não gostam de forasteiros ou de pessoas de outras tribos. — Pensou Clara.

Clara seguiu em frente até encontrar uma cachoeira, que formava uma linda cascata, a queda até a parte de baixo era um pouco alta e perigosa, então Clara apenas bebeu um pouco de água e se sentou a beira do rio, enquanto pensava — Eu vou esperar por aqui! Os garotos vão ter dificuldades de me encontrar se eu continuar me movendo. Mas eu nem sei se eles estão vivos! Talvez o Snow acabe me encontrando pelo cheiro, mas o Nero não pode morrer! Ele me prometeu...

Pabu conseguiu achar o rastro de Clara, mas estava um pouco difícil de seguir as pistas dela. Clara sabia como andar cuidadosamente pelo lugar, mas deixou algumas pegadas e outros vestígios para podemos usar como pistas.

Depois de um tempo procurando, eu decidi gritar o nome de Clara, talvez ela escutasse e nos ajudasse a encontrar a sua localização, mas era uma ideia arriscada! Algum predador poderia escutar também, mas eu não tinha medo. Eu tinha que encontrar Clara!

Enquanto isso no túnel, Snow e Ziro já podiam ver a luz no final do caminho.

Ao sair do túnel, Snow viu algo maravilhoso do outro lado. *-*

Um vale muito lindo! Cheio de flores violetas espalhadas pelo chão. O ar era fresco e a luz do dia parecia brilhar no ar, os pássaros e insetos voavam através das flores e arvores, a água que corria no pequeno rio era límpida e transparente.

Snow nunca viu um lugar tão lindo em toda a sua vida. O cão se aproximou do rio e bebeu um pouco da água, ela era deliciosa! A água mais pura que alguém poderia beber em toda a sua vida.

Porem um pouco depois de Snow beber a água, um animal apareceu furioso, tentando atacar o pobre cão! O.O

Era um rinoceronte! Um grande e forte! O animal veio na direção do cão e falou — Saia do vale! Este lugar é sagrado, e não é permitido a entrada de predadores! Se você não for embora, eu terei que matar você.

Snow não sabia o que fazer, ele não podia lutar contra um animal tão forte, mas antes que pudesse falar alguma coisa, o pequeno pássaro falou — Calma Balu! O Snow é meu amigo! Ele não é um predador, na verdade eu nem sei que animal ele é, mas eu sei que ele é uma criatura boa.

O rinoceronte se aproximou do cão e o cheirou, depois falou para a pequena ave — Ziro? É você? Eu não sabia que o intruso era seu amigo, me perdoe! Você sabe que eu não enxergo muito bem, mas o meu nariz nunca se engana! Porem eu também nunca vi um animal parecido com o seu amigo, talvez ele seja... Não! Não é possível...

Snow estava curioso e perguntou — Quem é ele?

É o Balu! Ele é o protetor do vale. Muitos animais vivem aqui, e a maioria não tem como se defender dos predadores, então o protetor tem a tarefa de cuidar e proteger o vale. — Respondeu Ziro.

Snow olhou para o enorme animal e falou — Então é você que protege esse lugar? Deve ser difícil Não é?

Balu respondeu — Um pouco difícil, mas eu nasci aqui, foi nesse lugar que a minha mãe me deu a luz, foi aqui que eu cresci até me tornar um adulto forte e destemido, então quando a minha mãe morreu, eu assumi o lugar do antigo protetor. Um gorila chamado Makari! Hoje ele vive do outro lado do vale com a sua família e o seu bando.

E como alguém se torna protetor do vale? — Perguntou Snow.

BALU:— É preciso receber a visita do deus e da deusa da terra! Eles vieram até a mim em meus sonhos e me contaram que eu seria o próximo guardião, eles também falaram ao antigo protetor que o tempo dele como protetor tinha terminado.

Então esse lugar é sagrado? — Perguntou Snow curioso.

BALU:— Sim! A flor imortal reside neste lugar, dizem que apenas o escolhido pode fazer ela brilhar como os deuses, os pássaros e insetos falam que um dia os deuses contaram que um ser viria de uma terra fria e cruel, e que o seu pelo seria branco como os dentes dos animais, e que ele levaria a flor para um lugar digno de sua beleza.

Ziro começou a pular de alegria e falou — Eu encontrei o Snow em meus sonhos, há muito tempo atrás, ele deve ser o animal da lenda! Afinal ele é todo branco.

Balu cheirou novamente o cão e perguntou — Você vem de uma terra fria e cruel?

Snow ficou meio sem jeito e falou — Bem, pode se dizer que sim! Eu venho do norte! Uma terra além do mar, onde neva quase o ano inteiro, e faz frio dia e noite.

Balu ficou admirado com o que escutou, e logo todos os outros pássaros se juntaram para ver o animal.

Snow não entendia sobre deuses ou lendas, mas ele queria encontrar a flor de seus sonhos.

Então ele pediu — Será que eu posso ver a flor?

Balu respondeu — Claro! Me siga! Eu vou levar vocês através do vale! A flor fica no meio daquelas montanhas, do outro lado do vale.

Enquanto isso na selva, Pabu e eu continuávamos a procurar por Clara. Até que finalmente ela escutou os meus gritos e gritou — Nero! Eu estou aqui perto do rio! Siga o barulho de água caindo! Eu estou ao lado de uma cascata!

Pabu foi o primeiro a escutar e correu na direção do rio, e eu fui logo atrás dele, mas quando chegamos lá, algo muito ruim aconteceu.

Veros apareceu e segurou Clara, usando ela como uma refém, apontava a sua adaga no pescoço da minha amiga, enquanto falava ironicamente — Bom dia! Jovens garotos! O que fazem no meio de uma selva tão perigosa? Eu sabia que seria apenas questão de tempo até vocês saírem da segurança da tribo e da proteção de Lizzie! Vocês realmente são muito burros sabiam?

Solte ela! Seu covarde! Como você nos encontrou? Como você sempre sabe onde estamos? — Eu perguntei furioso.

Eu estou sempre observando vocês! Eu sempre sei onde você está Nero! Mas não é você que me importa! E sim as suas vidas. — Falou Veros.

Clara então segurou a mão de Veros e falou — Fuja Nero! Ele não vai me matar! Ele não é tão mal quanto ele aparenta! Ele apenas quer atrair você aqui! Se você vier aqui ele vai te matar! E ai será o fim de tudo.

Veros começou a rir e falou — Hahahahaha.... Você acha que o seu amigo tem como escapar? Acha que eu não o pegaria antes que ele conseguisse fugir? Você é mesmo uma garota tola!

Eu não tinha opção, eu teria que lutar! Então retirei a minha adaga da bainha e falei — Solte a Clara! É o seu ultimo aviso.

Veros riu novamente e perguntou — E o que você vai fazer? Me matar? Hahahaha... Você é muito engraçado garoto! Mas cansei de brincar, vamos ver o que você vai fazer depois que eu cortar a garganta dela na sua frente!

Veros tentou enfiar a ponta da adaga, mas Clara segurava com muita força, então algo inesperado aconteceu!

Um tigre pulou do meio da vegetação, e atacou Veros, o mordendo pelas costas.

Veros jogou Clara dentro do rio e rolou com o tigre pelo chão, mas eu pulei rapidamente e segurei Clara em meus braços, e caímos juntos pela cachoeira.

Veros conseguiu afugentar o tigre, ferindo o animal, mas não viu que eu e Clara tínhamos caído no rio.

Veros então direcionou a sua atenção para Pabu! E enquanto olhava o garoto falou — Vejo que tem um amigo bem interessante por aqui! Nero! Talvez eu faça bom uso dele...

Pabu correu, mas foi perseguido pelo demônio que era muito veloz.

Clara e eu caímos na água lá embaixo, e ela acabou desmaiando por causa do impacto, mas eu consegui levar ela até a margem. Porém, devido a queda, eu também estava fraco e cansado, então eu a abracei e desmaiei junto a ela na beira do rio.

Enquanto isso Snow e seus novos amigos andavam pelo lindo vale.

Snow avistou muitas flores e alguns ocapis bebendo água no rio. Segundo Balu muitos animais vem até o vale para ter os seus filhotes em segurança.

Snow também avistou um enorme e longo esqueleto! E ao seu lado uma ossada de um elefante com uma das presas quebradas.

O cão ficou curioso e perguntou — O que é aquilo?

Ziro posou ao lado do cão e falou — Aquilo é o que sobrou da serpente que fez aquele túnel por qual entramos! Ela foi morta há muito tempo pelo protetor Manbo!

Balu afiou o seu cifre no chão e falou — Manbo foi um bom protetor! Ele lutou contra a cobra e morreu junto com ela, ele perdeu uma de suas presas ao perfurar o corpo da serpente, mas foi mordido pela enorme boca da fera! E morreu ao seu lado depois de salvar o vale.

Até hoje o seu ato de coragem é uma inspiração para os outros guardiões! Depois que Manbo morreu, Makari foi escolhido para ficar em seu lugar. — Ressaltou Balu.

Depois de uma pequena caminhada eles chegaram na montanha onde a flor se encontrava.

A flor era linda! *-* Vermelha como sangue e de aparência delicada, mas muito resistente. O cheiro dela era muito doce e gostoso, Snow nunca tinha sentido um cheiro tão bom na vida! *-* Um verdadeiro tesouro.

Ao chegar perto da flor, Snow percebeu que ela começava a brilhar como se fosse mágica, e o cão foi atraído pelo o seu cheiro até a flor.

Ziro posou ao lado da flor e falou — Vejam! A flor! Ela está brilhando! É o Snow! O Snow é o animal da lenda!

Todos os pássaros começaram a cantar de alegria, e muito deles queriam ficar perto do cão, Balu começou a falar emocionado! — Eu nunca achei que viveria o suficiente para ver o dia em que o escolhido encontrasse a flor! É o dia mais feliz de toda a minha vida!

Todo o vale estava em alegria! Até que um pequeno pássaro com a ponta da cabecinha de cor roxa falou — Todos escutem! Eu venho avisar que uma criatura estranha foi vista sobrevoando a selva esta manha!

Como era essa criatura? — Perguntou Balu.

Ela era enorme e toda negra! Voava por cima das arvores mais altas e assustou vários pássaros e animais! Dizem que ela matou um elefante e o devorou, depois ela voou em direção ao litoral! — Falou o pequeno pássaro.

E onde estar esse ser agora? — Perguntou Ziro.

Dizem que ele estar na praia depois do desfiladeiro, mas eu não tenho coragem de ir até lá ver o que é! — Falou o pequeno pássaro assustado.

Eu não vou! — Dizia os outros pássaros com medo.

Tudo bem! Enquanto ele não vier até o vale, podemos ficar calmos. Você conhece algum ser assim Snow? — Perguntou Balu.

Não! Eu nunca ouvi falar de algum animal assim! Eu vim apenas com os meus amigos, mas eles não são desse jeito, e eles ficaram na tribo, o que significa que eu terei que voltar! — Respondeu o cão.

Não vá agora! Você acabou de chegar! Fique aqui ao menos um dia! Tem muita coisa que eu gostaria de te mostrar! — Falou Ziro.

Eu adoraria! Mas eu estou com fome! E não posso me alimentar por aqui. ao menos que... Você poderia me levar até algum rio que tenha peixes? — Falou Snow usando a sua inteligência.

Ziro concordou e falou — Sim! Venha comigo! Eu vou te levar até um rio muito bom!

Antes de Snow deixar o vale, Balu falou — Então você come peixes? Eu não sabia... Eu espero que tenha uma boa pescaria!

Snow agradeceu ao rinoceronte e seguiu o pássaro até um rio, onde ele pegou um peixe e se alimentou.

Enquanto isso na tribo, Lizzie e Shiva voltaram da caminhada, e enquanto Lizzie entrava na tenda, um dos homens da tribo foi até Shiva para lhe contar o que havia acontecido!

Shiva foi até a tenda e falou para Lizzie — Eu tenho duas más noticias! A primeira é que o seu animal de pelo branco fugiu! E a segunda é que os seus garotos foram atrás dele junto com o Pabu!

Lizzie colocou a mão no rosto e falou — Eu juro que quando eu encontrar eles, eu vou amarrar eles pelo resto da viagem!

Shiva começou a rir e falou — Você não pode controlar as pessoas, bela dama! As pessoas são livres para fazer o que elas quiserem, mas acabam aprendendo muito com as outras pessoas. O que nos resta agora é procurarmos por eles pela selva.

Então, os dois foram até a selva novamente, e Shiva perguntou aos pássaros se eles tinham visto alguma coisa.

A noticia de que um animal branco tinha chegado ao vale sagrado já tinha se espalhado por toda a selva, e chegou até Lizzie e Shiva, que decidiram ir até o vale para encontrar o Snow.

Enquanto isso, ao lado do rio, eu estava acordando, mas Clara ainda estava muito fraca devido a queda, então eu decidi não acorda-la.

Eu fiquei abraçado com ela o tempo todo! Pensando no que teria acontecido se eu não fosse rápido, ou se aquele tigre não tivesse atacado o Veros!

Então foi ficando tarde e o sol já estava se pondo, quando Clara finalmente acordou.

Clara parecia confusa e perguntou — Nero? Nós estamos vivos?

Sim! Caímos na cascata, mas eu levei você até a margem do rio e ficamos aqui até você acordar! — Respondi pra ela.

Clara me abraçou e falou — Muito obrigada! NERO! Eu estava com muito medo de que você estivesse morto! Mas... E o Pabu?

Eu não sei! Ele ficou lá encima quando eu pulei para salvar você! Eu acho que ele fugiu, mas depois ele vai voltar para nos ajudar! Ele conhece essa selva como ninguém! Provavelmente ele foi buscar ajuda na tribo.

Clara ficou mais calma e começou a rir — Hahahaha... A Lizzie vai matar a gente quando souber que saímos sem a permissão dela. Kkkk, mas o que vamos fazer agora?

Eu pensei um pouco e falei devemos esperar um pouco, até o amanhecer! Se ninguém vier nos encontrar, nós vamos seguir em frente, já que não dá para escalar até lá em cima. Seria muito arriscado!

Clara concordou, mas falou — Você não está com fome?

Eu estou, mas acredito que não veremos comida até sairmos dessa selva! — Falei com remorso.

Eu não queria ver Clara triste ou com fome, mas não tinha nada que eu pudesse fazer! Somente ficar ali ao lado dela!


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Notas finais do capítulo

Continua....



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