Os Sete Seres. escrita por Lord JH


Capítulo 13
A selva.


Notas iniciais do capítulo

Um lugar belo e perigoso.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/366121/chapter/13

Depois de longos dois dias de viagem conseguimos chegar ao continente selvagem.

Enfrentamos uma pequena tempestade no caminho, mas Lizzie conseguiu sair com o Loveship inteiro.

Então finalmente chegamos na ilha “Pinsel” na cidade de “Cardgton”, minutos depois, Lizzie desceu o navio até a água, e navegou na direção do porto da cidade.

A cidade de “Cardigton” foi a primeira cidade construída pelo povo livre antes deles pisarem no continente, eles construíram uma cidade para poder desembarcar e ficar seguro, já que na ilha não existem tribos nativas!

Depois de alguns anos, a princesa “Eleanor Red Ice” Criou uma outra cidade dentro da ilha e deu o nome de “Red Ice” para a cidade, em homenagem ao seu sobrenome.

Lizzie contou que na cidade de Red Ice tem uma fonte construída de um cristal frio como o gelo, e que nessa fonte jorra um liquido vermelho parecido com sangue! O povo da cidade a chama de fonte sangrenta, mas Lizzie falou que o liquido, não é sangue e sim um mineral liquido que só existe nessa ilha!

Lizzie ficou na cidade de cardigton, por apenas duas horas, ela queria comprar alguns suprimentos para a viagem de volta.

Depois de comprar os alimentos, nós partimos para o continente selvagem em direção a cidade de “Verde Esperança” a capital do continente selvagem, que fica no litoral.

Quando chegamos em “Verde Esperança” eu pude ver muitos pescadores e vendedores de peixe perto do mar, mas quando chegamos no centro da cidade, vi muitas lojas de especiarias e jóias, todas com muitos produtos a venda.

Clara estava fascinada com todas aquelas jóias e decorações, ela olhava para todo os lados e os seus olhos brilhavam!

Lizzie colocou a mão no ombro de Clara e falou — Eu sei! É o paraíso de uma mulher! Mas não podemos perder tempo fazendo compras! Temos que achar aquele pássaro.

Clara olhou para a feiticeira e perguntou — Mas depois nós vamos voltar aqui para ver... Certo?

Lizzie suspirou e respondeu — Só se vocês tiverem dinheiro suficiente para comprar alguma coisa para mim!

Clara e Lizzie começaram a rir, enquanto um rapaz elegante vestido como um príncipe em roupas com correntes douradas se aproximou de Lizzie e falou — Vejo que a linda dama está se divertindo! Como será que está essa minha velha amiga? Lizzie!

Lizzie olhou para o rapaz, mas não conseguia descobrir quem era ele, ou de onde o conhecia.

Curiosa, Lizzie perguntou — Desculpe-me, mas eu lhe conheço? Como você sabe o meu nome?

Eu já esperava que você não se lembrasse de mim! Afinal você me conheceu muito jovem, mas a minha irmã você deve conhecer! O nome dela é Letz. — Respondeu o rapaz!

Príncipe Kira? Kira é você!? Nossa, como você cresceu! — falou Lizzie surpresa.

É um prazer enorme ver você novamente Lizzie! Vejo que continua bonita como sempre! Mas vejo que também veio acompanhada de dois jovens! Eles são os seus filhos? — Perguntou o príncipe.

Lizzie:— Não! Eles são meus amigos, mas fico feliz que você tenha me encontrado aqui, como está o seu pai?

Meu pai está bem! Ele decidiu ficar em nossa casa na cidade Oliva, e passou o controle dos negócios para mim, já que a minha irmã decidiu se casar com um Lorde de nossa cidade, mas me diga! Quem são esses belos garotos? — Falou o príncipe com muita gentileza.

Porém Clara não ficou nada feliz com o que o príncipe falou e perguntou — Garotos? Mas eu sou uma garota! Nunca viu uma mulher de cabelo curto?

O príncipe ficou um pouco sem jeito e respondeu — Peço que me perdoe jovem dama! Mas faz tempo que eu não saio dessas selvas, e acho que acabei perdendo a noção de estilo dos jovens hoje em dia! Por favor aceite esse humilde presente como um pedido de desculpas.

Kira entregou a Clara um pequeno espelho em formato arredondado e com as bordas de ouro puro e pequenos diamantes encravados na moldura de ouro.

Os olhos de Clara brilharam e ela ficou muito agradecida e sem jeito para falar com o príncipe, mas agradeceu á Kira falando — Muito obrigada! É lindo! Eu nunca vi um espelho tão bonito em toda a minha vida.

O príncipe sorriu e falou — Eu fico feliz que tenha gostado! Esse é apenas um dos vários espelhos que vendo nessa loja. Por que vocês não entram e dão uma olhada?

Lizzie abraçou o príncipe e respondeu — Nós adoraríamos! Mas nós temos que ir até a tribo “Kula” tem um outro amigo que eu gostaria de ver, mas avise ao seu pai que quando terminarmos o nosso trabalho aqui, eu prometo que vou visitar o seu pai e a sua irmã.

O príncipe abraçou Lizzie, mas suplicou novamente — Mas vocês deveriam ao menos dar uma olhada! Vocês querem chegar na tribo Kula? Eu posso pedir para um dos meus homens levar vocês de caminhão! O que acham?

Lizzie pensou um pouco e falou — Já que você insiste... Nós vamos dar uma olhada!

Clara e Lizzie entraram na loja, enquanto eu e Snow ficamos com o príncipe.

O príncipe olhou para mim e perguntou — E você? É um garoto ou uma garota? Eu acredito que eu já tenha perdido toda a noção de diferenciar os gêneros. Kkkkkkkkkk

Hahahahaha.... Não se preocupe! Eu também achei a Clara muito parecida com um garoto quando eu a conheci, mas depois você se acostuma. E eu sou um garoto! O meu nome é Nero. — Respondi ao príncipe.

E o que você e o seu lindo cão vieram fazer aqui no continente selvagem? Jovem Nero. — Perguntou Kira.

O cão se chama Snow, e nós viemos procurar por um amigo da Lizzie. — Respondi ao príncipe.

Então devo alertar-los para perigos ocasionais! Existem muitos animais perigosos na selva, assim como algumas tribos não muito amistosas! Eles não vão te matar, mas podem não ser bem recebidos! Algumas tribos ainda tem rancor dos forasteiros. — Alertou Kira.

NERO:— Não se preocupe! Eu cresci em uma cidade onde as pessoas não eram muito amigáveis! Eu aprendi a ser ignorado desde pequeno!

E onde você nasceu? — Perguntou Kira curioso.

Eu nasci em White Sand! Uma cidade no meio do deserto, é um lugar muito chato e tedioso, as pessoas são muito mal humoradas devido ao calor e falta de diversão. — Respondi.

Kira colocou a mão no queixo pensou um pouco e falou — Essa não é a cidade que fica onde era o antigo grande lago do sul?

Sim! Mas ele secou, agora só resta algumas lagunas perdidas no meio do deserto! — Expliquei ao príncipe.

KIRA:— Vejo que cresceu em um lugar difícil, meu amigo! Eu também sei como é ser ignorado! Quando eu era jovem vivia com a minha mãe em uma casa perto da selva, o meu pai era um lorde da cidade, ele engravidou a minha mãe e depois a deixou sozinha. Quando eu tinha quatro anos de idade, bandidos saquearam a minha casa e mataram a minha mãe, eu consegui fugir na direção da cidade de Oliva, mas ao chegar lá ninguém quis ajudar o pobre garoto órfão.

Nossa! Eu não sabia disso! Eu pensei que você fosse um príncipe! Você não é filho do Lorde Gart? — Eu perguntei confuso.

Não! O lorde Gart me criou como o seu filho, mas o meu pai verdadeiro foi um Lorde chamado “Lucio”, as pessoas falam que ele fugiu para o continente livre, para não ter que me criar como o seu filho, então quando eu estava nas ruas com fome e frio, Lorde GART me acolheu e me criou como seu filho Ele sabia que eu tinha sangue de bastardo, mas decidiu que me criaria lado a lado com a sua filha. — Respondeu o príncipe.

Eu percebi que o príncipe na verdade era uma pessoa muito parecida comigo, então resolvi falar — Você e eu somos muito parecidos! Sabia? O meu pai também deixou a minha mãe, mas eu não sei quem ele é ou ao menos o seu nome, minha mãe não me fala sobre ele, acho que ele deve ter traído ela ou algo do tipo.

Kira colocou a mão sobre o meu ombro e falou — As vezes é melhor crescer sozinho do que crescer cercado de pessoas falsas e mentirosas! O meu pai sempre fala isso.

Depois que Kira falou isso, Lizzie e Clara saiam da loja, elas vieram na direção do príncipe e agradeceram pelo o presente que ele deu a Clara.

O príncipe falou — Eu que devo agradecer pela sua honrosa presença em minha humilde loja, o meu amigo vai levar vocês até a entrada do território Kula, de lá vocês chegarão na tribo em quatro horas de caminhada!

Tudo isso!? — Perguntou Clara.

Sim! A tribo fica dentro da selva, mas eu conheço o caminho, nós vamos ficar bem! — Falou Lizzie.

Antes de eu subir no caminhão Kira se aproximou de mim e me entregou um presente!

É uma faca com lamina de prata e uma bainha com um desenho de uma serpente de cor dourada. — Falou Kira.

Puxa, muito obrigado! Eu não sei se posso pagar por algo assim! É muito elegante. — Agradeci sem jeito.

O príncipe sorriu e falou — Isso não é uma peça de decoração! É uma arma! A lamina é afiada e resistente! Você pode perfurar uma couraça de crocodilo com isso! Então eu peço para que tome cuidado! É o meu presente para lhe ajudar em seu caminho.

Depois de guardar a faca na minha cintura, eu fui até as garotas que já estavam subindo no caminhão.

Subimos no caminhão, enquanto Kira falava para Lizzie — Quando vocês voltarem, me encontrem aqui! Eu os levarei até o meu pai! Boa sorte! Tchau.

Nos despedimos e o motorista do caminhão nos levou por uma estrada de barro até um lugar no final da estrada com uma placa escrita: “Território Kula! Não entre sem permissão.”

Descemos do caminhão e o motorista falou — Eu não sei se vocês sabem, mas eu tomaria cuidado ao entrar nessa selva! As pessoas falam que um monstro vivia nela, e que ele devorava os Kulas e os invasores que se atreviam a entrar em seus domínios.

Lizzie pulou do caminhão e enquanto limpava a poeira do seu vestido azul, ela falou — Não se preocupe meu amigo! O monstro esta selado! Eu mesma o selei! Hihihihihi...

O rapaz sorriu e voltou para a cidade, enquanto eu observava o Snow olhando para as enormes arvores com folhas verdes e cipós entre os galhos.

Lizzie começou a bater palmas e a falar — Atenção por favor! Agora vamos entrar na selva, mas eu gostaria de pedir para que nenhum de vocês se afastem de mim! Aqui é muito fácil de se perder! E tem muitos predadores famintos esperando uma presa fácil como vocês! Então fiquem perto de mim e não toquem em nada que for estranho! Fui clara?

Sim mamãe! — Gritou Clara.

Eu não estou brincando Clara! Aqui tem animais que vocês nunca viram na vida! Alguns deles poderiam cortar ou engolir vocês com apenas uma mordida ou bicada. — Falou Lizzie.

Tudo bem Lizzie! Confiamos em você! Sei que você vai nos proteger! — Falei calmamente.

Depois de terminada a conversa, nós finalmente entramos na selva! *-*

A trilha no meio da mata era pequena e apertada, mas tínhamos que nos manter juntos de qualquer maneira.

Enquanto caminhávamos, eu podia escutar o canto dos pássaros por todos os cantos da enorme selva!

Muitos insetos voavam entre as arvores, e algumas plantas eram muito bonitas comparadas com as de outros continentes.

Ao andar um pouco mais, encontramos um pasto alagado onde alguns búfalos pardos e negros se alimentavam ao lado de enormes elefantes.

Os animais eram fortes e muito grandes, alguns filhotes de búfalos brincavam sobre o olhar atento dos pais, enquanto os filhotes de elefantes não saiam do lado de suas mães.

Seguimos a trilha enquanto Snow ia na frente, curioso com as novas descobertas.

Snow acabou encontrando um pequeno lago no meio da selva. Dentro da água muitos flamingos procuravam por alimento com os seus bicos.

Na outra margem do lago um predador local bebia água, era um leopardo! Um felino muito veloz e perigoso.

Lizzie pediu para que Snow não se aproximasse do animal, e que ele deveria beber água rápido, para continuarmos a caminhada.

Snow bebeu água e seguiu com a gente na direção da tribo, depois de um certo tempo, nós avistamos algumas arvores com palavras escritas em seu tronco por uma tinta vermelha, como Clara tinha nos contado.

Lizzie se aproximou do tronco e colocando a mão sobre ele falou — Essas arvores são sagradas para o povo Kula! Eles escrevem nelas feitiço de proteção contra os maus espíritos. O feiticeiro da tribo escreve esses feitiços em uma noite de lua cheia, quando um feitiço é escrito ele nunca mais pode ser removido da arvore.

O que os espíritos podem fazer? — Perguntou Clara confusa.

Eles podem causar muitos problemas, como criar ilusões, possuir corpos, produzir doenças e trazer má sorte para as pessoas da selva. Mas essa arvore do meio não possui um feitiço contra espíritos.

Então o que está escrito ai? — Perguntei curioso.

É um feitiço contra monstros! — Respondeu Lizzie.

Eu fiquei um pouco espantado, mas antes que eu pudesse perguntar algo, Snow começou a latir na direção de algumas plantas que se moviam, apesar de não estar ventando.

Lizzie apontou o cajado na direção das plantas e falou — Vocês dois! fiquem atrás de mim! e Snow! Não ataque ainda! nós ainda não sabemos o que é!

Snow rosnava cada vez mais forte, Clara estava com um pouco de medo e me abraçou, eu me armei com a faca com lamina de prata que Kira me deu de presente quando eu o conheci.

Todos estavam em alerta, quando o ser que se aproximava finalmente apareceu!

Era um velho de cabelos trançados e rosto pintado, ele segurava um cajado muito parecido com o de Lizzie, e sorriu ao ver que estávamos assustados.

Vejo que trouxe bons amigos, dama do mar, por que o medo e o pavor dominam os corações deles? — Perguntou o velho.

É porque você os assustou, Shiva! Não poderia ter falado algo? Meu velho amigo. — Respondeu Lizzie.

Você conhece ele? — Perguntou Clara.

Sim! Ele é o feiticeiro da tribo Kula! Foi ele quem escreveu os feitiços nas arvores e pediu a minha ajuda no passado. — Respondeu Lizzie.

Shiva deu uma risadinha e falou — Eu estava procurando por vocês! Os pássaros me contaram que alguns estranhos rondavam pela nossas terras, mas vejo que é apenas uma velha amiga, acompanhada de uma fera de pelos brancos e dois "garotos".

Clara colocou a mão no rosto, deu um suspiro profundo e falou — Outro! Desculpe, mas eu não sou um garoto! Eu sou uma garota!

Shiva se aproximou de Clara e com uma voz assustadora falou — Eu sei o que você é! Eu apenas falei que eram "crianças"! Você acha que eu não sei diferenciar um garoto de uma garota quando eu vejo uma?

M... me desculpe... se... Senhor! Eu não quis ofendê-lo. — Falou Clara assustada.

De fato o velho era assustador! Os seus olhos eram frios, os seu cabelo branco eram longos, e o seu corpo era mais veloz do que aparentava, pois apesar da idade avançada, ele era bem rápido.

Shiva não tinha barba, e usava roupas feitas de peles de animais, a sua voz era um pouco rouca, mas ele falava bem a nossa língua.

Vocês devem estar cansados, Me sigam! Eu vou levar vocês até a tribo. — Falou Shiva.

Seguimos Shiva até chegarmos na tribo. Ao chegarmos, eu pude ver muitos indígenas fazendo as suas atividades! Alguns estavam costurando peles, enquanto outros moldavam potes e vasos feitos de barro.

Entramos na tenda de Shiva, que era um lugar um pouco assustador.

O chão era repleto de folhas e alguns crânios de animais organizados no chão, eu pude ver crânios de leopardos, búfalos, tigres e ocapis.

Ao sentarmos em um tapete feito de peles, Shiva gritou — Pabu! Apareça e traga algo para os nossos visitantes comer!

Então um garoto gordinho, saiu do outro lado da tenda, atravessando uma porta feita de pele de algum animal!

Sim mestre Shiva! Eu trarei algo para os seus convidados. — falou o garoto.

Lizzie olhou para o garoto e antes que ele pudesse deixar o local ela falou — Ei! Você! Espere um pouco! Nossa! Como você cresceu! Você não se lembra de mim?

O garoto olhou para Lizzie, mas respondeu sem jeito — Não senhora! Eu não me lembro! Me desculpe.

Tudo bem! Eu não esperava que você fosse lembrar! Mas saiba que eu conheci você quando era uma criancinha. — Falou Lizzie.

Não tem como o Pabu ter memória alguma de você Lizzie! Ele era apenas um bebê quando você veio aqui! — Falou Shiva.

O garoto se retirou enquanto Shiva contava como estavam as coisas, ele falou de alguns caçadores com rifles, caçando sem permissão nas terras Kulas.

Depois de algum tempo, o garoto voltou com um prato com peixe assado e uma bebida feita com água e frutas vermelhas, que é basicamente um suco sem açúcar.

Comemos e bebemos, depois Lizzie resolveu contar o motivo da nossa visita.

Estamos procurando por um pássaro! Segundo os meus amigos, ele é vermelho e pequeno! Será que isso pode ajudar? — Perguntou Lizzie.

Só existe um único pássaro em toda a selva que é dessa forma. O Nara! — Respondeu Shiva.

E como podemos encontrar ele? — Perguntou Lizzie.

Procure pelas arvores! Mas eu aviso que existem muitos naras na selva, se vocês estão procurando pelo certo, eu não sei como eu posso ajudar. — Falou o feiticeiro.

Não se preocupe! Você conhece muitos pássaros por toda a selva! É só você me levar até alguns deles e eu saberei qual é o certo. — Falou Lizzie.

Clara ficou feliz e falou — Que legal! Nós vamos até a selva novamente! Eu quero ver mais animais. ^-^

Vocês não vão ver nada por enquanto! Vocês se lembram da confusão que vocês causaram no norte? Eu não quero ver nenhum de vocês saindo da tribo! E isso inclui todos vocês! Escutaram? — Falou Lizzie furiosa.

Clara ficou deprimida e resmungando muito falou — Droga! Eu queria sair....

Lizzie ficou em pé e falou — Essa selva é um lugar muito perigoso! Se vocês acham que o maior perigo desse lugar é um leopardo ou um tigre, vocês estão muito enganados! Existem coisas muito mais perigosas por aqui.

Que tipo de coisas? — Perguntou Nero curioso.

Serpentes gigantes, capazes de engolir um búfalo inteiro ou matar um elefante com uma mordida! Ou crocodilos maiores que barcos que podem engolir vocês inteiros, ou o pior predador da selva! O Sorafis! — Falou Shiva.

O que é um Sorafis? — Perguntou Clara.

Uma ave gigante! Ela é maior que um humano, mas não pode voar! O seu bico e enorme e suas pernas são grandes e velozes! — Respondeu Lizzie.

Essa fera vai matar vocês com apenas um golpe! Se encontrar uma presa fácil como vocês no meio da selva! Então se não quiserem virar comida de pássaro, Não saiam da tribo! — Falou Shiva.

Snow você cuida deles! — Falou Lizzie.

Snow não respondeu apenas ficou calado olhando para as folhas no chão como se estivesse pensando!

Lizzie então se alongou um pouco e pediu — Shiva! Você sabe onde tem uma fonte ou lagoa segura por aqui? Eu quero muito tomar um bom banho!

Shiva sorriu e falou — Aquela pequena lagoa atrás dos rochedos, ainda continua segura! Vocês podem tomar banho por lá.

Lizzie agradeceu e perguntou — Você não vem comigo Clara?

Sim! Eu vou! Garotos vocês ficam aqui, e esperem a sua vez! — Falou Clara.

Concordei com a cabeça, enquanto Snow saia da tenda.

Depois que as garotas foram tomar banho, o velho Shiva veio falar comigo.

Shiva parecia muito sombrio e pegou na minha mão, ele olhou o anel que Veros me deu, e depois olhou nos meus olhos e falou — Esse anel porta muitas memórias! Você deve tomar muito cuidado com ele! Alguém como você deve entender melhor o Pabu. Vá falar com ele, eu sei que você é muito bom para fazer amigos.

Eu não entendi o que ele queria me contar, mas também não perguntei, algo me dizia que aquele velho não era uma boa pessoa.

Eu soltei a mão dele que segurava a minha mão com um pouco de delicadeza e falei — Você não deve achar que sabe de tudo senhor! O meu amigo Snow sabe de coisas que você nunca irá conhecer ou ver, assim como eu também sei. U.u

Voltei para dentro da tenda, e deixei o velho feiticeiro do lado de fora, ainda paralisado pelas minhas palavras.

Dentro da tenda o jovem garoto escrevia algumas palavras em um pedaço de casca de arvores.

Eu observei o garoto por um tempo. Ele parecia sozinho e sem amigos, então eu fui em sua direção e perguntei — O que você está escrevendo?

O garoto apenas respondeu — Uma carta para os meus pais!

NERO:— Eles moram em outra tribo?

PABU:— Não! Eles estão mortos!

Puxa, me desculpa! Eu não sabia.... — Respondi um pouco sem jeito.

Está tudo bem! Eles foram mortos por um monstro terrível que atacou a nossa tribo uma noite. Eles foram mortos porque tentaram me salvar! Então depois da morte deles, Shiva cuidou de mim em sua tenda. — Falou o garoto com um sorriso no rosto.

Eu nunca conheci o meu pai! Eu não sei se ele está morto ou vivo, mas eu sei que ele deve ter algum motivo para não me conhecer! Talvez ele nem saiba que eu exista. — Falei para Pabu.

Pabu sorriu e falou — Nós somos um pouco parecidos não acha?

Sim! Eu acho! — Respondi! Agora eu sabia o porquê de Shiva querer que eu falasse com o garoto.

Pabu era um jovem gordinho, com 12 anos de idade, ele era bem habilidoso com alimentos, e me falou que também era muito bom em natação.

Eu procurei Snow e o apresentei á Pabu. O garoto nunca viu um animal como o Snow em toda a sua vida.

Finalmente as garotas terminaram o seu banho, e Lizzie e o feiticeiro Shiva foram procurar pelo pássaro. Eu procurei por Clara para apresentar o meu mais novo amigo.

Clara estava andando pela tribo, quando eu a encontrei.

Apresentei Pabu para Clara falando — Ei Clara! Esse é o Pabu! Ele conhece tudo por aqui, e é uma pessoa muito legal!

Oi Pabu! Você perece ser bem jovem! Qual é a sua idade? — Perguntou Clara.

Eu tenho 12! E vocês? — Falou Pabu feliz.

Eu tenho 16 e a Clara tem... É... Sabe que eu não sei!? Clara! Qual é a sua idade? — Eu perguntei a ela.

Nossa Nero! Como você é bobo! Você me conhece esse tempo todo e não sabe a minha idade? — Falou Clara com ironia.

Pois é, eu acho que eu nunca perguntei né? — Eu falei envergonhado.

Hahahahaha... — Riu Clara.

Eu tenho 13! Treze anos de idade. Eu sei! eu aparento ser mais nova. Rsrsrsrsrsrs...

Eu fiquei surpreso! Eu pensava que Clara já tinha uns quinze anos, mas ela era muito nova, assim como Pabu. Eu estava me sentindo o mais velho da turma.

Depois de feitas as apresentações brincamos o resto do dia, sempre perto da tribo.

Nós corremos com o Snow e subimos em algumas arvores. O dia foi muito divertido!

Ao anoitecer Lizzie e Shiva estavam de volta, eles não encontraram o pássaro, mas Shiva pediu para que todos os outros pássaros procurassem e avisassem para todos os Naras que pudessem encontrar pelo caminho.

Clara e os outros dormiram primeiro, somente Pabu, Snow e eu ficamos acordados.

Snow olhava pela porta da tenda, para o céu, contemplando as estrelas, enquanto Pabu me fazia uma pergunta.

Ei Nero! Por que a Clara parece tanto com um garoto?

Eu não sei! Talvez ela tenha ficado muito parecido com o pai dela! — Respondi.

Pabu se sentou do meu lado e falou — Hoje foi o melhor dia da minha vida! Eu nunca tinha brincado com nenhum amigo ou amiga antes.

E por que não? — Perguntei confuso.

Eu não sei! Só sei que as outras crianças tem medo de mim! Talvez por que eu sou gordo, ou por morar com o Shiva, mas elas sempre me evitam. — Falou Pabu triste.

Achei tudo aquilo um pouco estranho, mas falei — Não se preocupe! Clara, Snow e eu somos seus amigos agora! E vamos ser para todo o sempre.

Então enquanto Pabu e eu conversávamos, Snow olhava para o lado de fora como se estivesse ansioso por alguma coisa, mas eu não sabia o motivo.

Ao amanhecer, todos comeram algumas frutas e carne de ocapi assada na fogueira, Pabu sabia cozinhar muito bem e temperou a carne com algumas ervas locais.

Depois de todos comerem, Lizzie e o velho feiticeiro foram para a selva novamente, enquanto os outros ficaram na tribo.

Clara falou que deveríamos brincar novamente! Pabu e eu aceitamos e corremos para as arvores, mas Snow apenas se deitou e falou — Eu vou ficar! Estou um pouco cansado.

Fomos brincar e deixamos o cão sozinho ao lado da tenda, depois de um curto período de tempo, um pequeno pássaro vermelho pousa na frente de Snow.

Era um Nara! O mesmo pássaro do sonho do Snow. O pequeno passarinho acordou o cão com os seus piados falando — Ei você! É o animal que aparece nos meus sonhos? Você é todo branco e vive olhando para o mar?

Snow acordou e ao ver o pequeno animal na sua frente falou — Foi você que eu vi em meu sonho! Qual é o seu nome?

O meu nome é Ziro! Eu moro no vale depois do pântano! E você? Como se chama? — Perguntou a pequena ave.

O meu nome é Snow! Eu vim até aqui para lhe perguntar algo. Você conhece uma flor vermelha com um cheiro bom? — Perguntou o cão.

ZIRO:— Sim! Eu sei de qual flor você fala! No vale onde eu moro tem uma flor vermelha que está lá muito antes de eu sair do ovo! Todos os pássaros e insetos do vale a admiram e respeitam! A flor nunca murcha! Dizem que ela nunca morre.

Snow ficou muito curioso e falou — Você pode me levar até lá?

Sim! Eu posso mostrar o caminho! Me siga! — Falou o passarinho voando rapidamente.

Snow se levantou e correu atrás do pássaro que voava na direção da selva.

Um dos moradores da tribo viu o cão fugindo e veio até a mim, me avisar!

O jovem rapaz finalmente me encontrou, ele agarrou o meu braço e apontou para selva falando — Caru! Teu Cavi Vulpizz Ver Zelta! Ver Zelta!

Eu não entendi o que ele falava! A língua dos Kulas é um pouco mais difícil de aprender do que o nórdico.

Então Pabu veio e falou — Ele traz más noticias! O seu cão fugiu para a selva!

Eu fiquei apavorado e falei — Nós temos que encontrar ele! Se a Lizzie descobrir que o Snow entrou na selva sozinho, ela vai matar todos nós!

E se ela ficar sabendo que eu e você fomos atrás dele, é você e eu que ela vai matar! — Falou Clara.

Pabu pensou um pouco e falou — Eu conheço a selva, mas eu não sei se é uma boa ideia seguimos o cão! Tem muitos animais perigosos por ai.

Esse é o problema! O Snow não conhece nada por aqui! Se não encontrarmos ele, talvez ele seja atacado por algum predador! Você tem que nos ajudar Pabu! — Implorei para o garoto.

Pabu pensou um pouco, e com um pouco de receio aceitou nós ajudar!

Eu posso tentar rastrear ele, mas eu não garanto que podemos encontrar o Snow! — Falou Pabu com um pouco de receio.

Não importa! Nós passamos por muitas coisas para encontrar aquele cão! Eu não posso permitir que ele fique perdido nessa selva. — Falei nervoso.

Pabu pegou uma lança, e avisou aos outros que íamos procurar pelo cão, então partimos em uma aventura pela selva a procura do Snow.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continua....



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Sete Seres." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.