Eu comecei a andar pela sala observando os papeis que estavam em todos os lugares da sala, desenhos de L feitos á mão, notícias sobre casos resolvidos pelo grande detetive, rabiscos feitos com sangue...

Foi tudo repito, até que eu vi certa foto que me deu um misto de sentimentos, medo, preocupação e curiosidade.

Engolindo o seco em minha garganta, eu consegui perguntar com minha voz trêmula:

-Be-beyond... Por que você tem uma foto minha?

A foto em questão foi tirada horas antes de eu pegar o avião para o Japão, eu estava no aeroporto, na fila para fazer o check-in para ser mais exata.

-Mesmo que eu pudesse, eu não te falaria, é muito divertido ver você confusa e preocupada – Eu ouvi a voz sarcástica de Beyond atrás de mim.

Eu me virei lentamente para encontrar o rosto cheio de divertimento de Beyond.

-Beyond isso não tem graça, caramba, por que diabos você tem uma foto minha? – Eu praticamente gritei com ele.

 Beyond instantaneamente mudou sua expressão de divertimento para uma expressão seria e visivelmente furiosa.

-Com quem você pensa que está falando? Já se esqueceu de quem sou eu? Eu poderia te matar em um picar de olhos, e seu preciso L não ia ter nem rastro de seu sangue, então eu sugiro que você pense muito bem no que você vai falar para mim – Beyond disse sombriamente e com um olhar insano em seu rosto.

Eu preciso aprender á controlar meus nervos, ou se não eu vou acabar sendo encontrada esfaqueada em algum beco por aí...

-De-desculpe... É só que... Aqueles caras... E depois essa foto... Eu... Eu não estou conseguindo assimilar tudo... Eu... Estou tão confusa... – Eu sussurrei olhando para o chão emundado de papeis.

Beyond riu se divertindo com minha confusão.

-Eu sei você deve estar cheia de dúvidas, mas não se preocupe logo você saberá de tudo – Beyond disse ainda rindo.

Assim que eu o ouvi, eu olhei para ele com uma expressão confusa.

-Sabe, eu não posso te contar sobre essas coisas ainda... Eu acabaria com meu plano – Ele continuou com um sorriso malicioso no rosto.

“Meu plano?”, obrigado por esclarecer tudo Beyond...

-Acho que você não vai me contar sobre esse seu plano pra mim, não é? – Eu perguntei esperançosa.

-Eu não vou te dizer nada – Ele respondeu sem rodeios.

Eu suspirei e comecei olhar sala mal organizada, até que me lembrei de algo.

-E seu braço, ele está doendo? – Eu perguntei olhando para o braço de Beyond.

Beyond olhou para mim surpreso, mas logo depois começou á sorrir.

-Eu não acredito depois de eu ter de ameaçado de morte você ainda se preocupa comigo – Beyond disse sorrindo.

-O-o quê? N-não seja idiota, eu só estava me perguntando se doía, apenas isso – Eu disse rapidamente.

Beyond riu levemente.

-Não se preocupe, eu já estou acostumado á levar tiros, ou cortes de vez enquanto – Beyond disse mais calmo.

Claro, porque levar tiros, ser obcecado por um homem e morar em um galpão abandonado é a coisa mais normal do mundo...

-Tire a blusa – Eu disse calmamente.

Beyond olhou para mim com um olhar confuso e malicioso.

-Como é? – Ele perguntou sorrindo maliciosamente.

Eu senti meu rosto esquentar quando percebi o que eu havia dito.

-Nã-não foi isso que eu quis dizer, eu só quero ver se o tiro foi profundo ou se da pra tirar a bala, e como você tá com essa blusa de manga comprida não da pra ver – Eu disse tentando me recompor.

Beyond riu histericamente e começou a tirar a blusa.

Eu me aproximei de Beyond e peguei seu braço.

-Bem... Não está tão feio como eu esperava, acho que eu consigo tirar a bala... Eu só preciso de alguma coisa para fechar a ferida... – Eu disse observando a ferida que a bala fez no braço de Beyond.

-Eu vou ver se acho alguma coisa para fechar isso lá em baixo, fique aqui enquanto isso - Beyond disse jogando sua blusa para mim.

Beyond desceu as escadas de metal deixando-me sozinha no quarto desorganizado.

Eu me perguntou por que eu ainda o ajudo, tudo bem, o cara é um serial killer e eu uma policial, mas ele ainda é um ser humano... Quer dizer... Um dia com certeza ele vai morrer, então que ele morra sabendo que pelo menos uma vez na vida dele uma pessoa tentou ser gentil com ele...

Quinze minutos se passaram, até que finalmente Beyond voltou com um pedaço de linha e uma agulha, além de um pano visivelmente úmido.

-Você demorou, estava matando alguém? – Eu perguntei rindo sarcasticamente.

-Você ouviu? Eu sabia, aquela garota era muito escandalosa... – Ele murmurou com um toque de irritação em sua voz.

Eu olhei para ela assustada, e ele começou a rir.

-Eu estou brincando, querida, eu estava apenas tentando encontrar alguma coisa interessante naquele carro – Beyond disse entre risos.

Eu revirei os olhos e caminhei em sua direção.

-Então... Acho alguma coisa interessante lá? – Eu perguntei pegando o pano de suas mãos e lhe entregando sua blusa.

-Nada... Só dinheiro, bebidas, cigarros e um celular... – Beyond respondeu calmamente.

Eu peguei seu braço, e comecei á limpar o sangue já seco do braço de Beyond, em seguida puxei cuidadosamente a bala para fora de seu braço.

-Agulha e linha, por favor – Eu disse á Beyond lhe entregando o pano ligeiramente sujo de sangue.

Beyond entregou-me a agulha e a linha, depois de algumas tentativas eu consegui colocar a linha na agulha.

-Ok... Isso pode doer um pouco, mas vai impedir que você pegue uma infecção ou algo do tipo – Eu disse preparando – me fechar a ferida.

Beyond apenas murmurou um “vá logo com isso”, e em seguida eu comecei á costurar a ferida.

-Porque você está fazendo isso? – Beyond perguntou de repente.

-Sabe se eu a deixar aberta ela pode pegar algum tipo de infecção... Mas não se preocupe, minha mãe é enfermeira e me ensinou algumas coisas, então eu meio que sei o que estou fazendo...   – Eu disse calmamente.

-Não, eu não me reviro á isso... Por que você está ajudando um assassino? Você é uma policial, você deveria ter atirado em mim na primeira oportunidade que teve – Ele disse aumentando o tom de sua voz.

Eu suspirei e continuei á fechar a ferida.

-Beyond...Nós dois sabemos que mais cedo ou mais tarde você vai acabar morto, então porque não tentar ser gentil com você uma vez? E como você “poupou-me” acho que devo de agradecer – Eu suavemente.

-E como você mesmo disse... Eu sou louca, não é mesmo? - Eu perguntei sorrindo.

Ele ficou em silêncio e esperou eu terminar.

-Prontinho – Eu disse alegremente vendo a ferida já fechada.

Beyond colocou sua blusa de voltou e olhou fixamente para mim.

-O-o que foi? – Eu perguntei com um pouco de nervosismo.

-Não é nada – Ele disse calmamente.

-Acho que você deve dormir – Beyond disse apontando para um canto da sala onde havia uma cama em enferrujada com um colchão por cima dela.

-Até parece que eu vou dormir com você aqui, eu posso até ter de ajudado, mas isso não significa que eu confio em você – Eu disse rindo levemente.

-Não se preocupe, eu não pretendo de matar... Por enquanto... Então pode dormir tranquila – Ele respondeu firmemente.

Eu concordei hesitantemente e fui em direção á velha cama, tirei meus tênis e me deitei.

-Boa noite, Yukki-chan – Eu ouvi Beyond dizer antes da única lâmpada ser apaga e Beyond descer as escadas.

Não muito tempo depois eu lentamente peguei no sono.

Acordei ouvindo a voz irritada de Beyond vinda do andar de baixo.

Eu rapidamente me levantei e desci metade das escadas para tentar escutar oque Beyond estava falando, ele parecia estar falando com alguém pelo telefone...

-Não seja idiota, porque eu estaria mentindo? É claro que eu estou com a garota, L.

Eu congelei quando ouvi Beyond falando o nome de L, mas por que ele estaria ligando para L?

Será... Será que Beyond vai me soltar?

Fim do capitulo 13!!!