Pátara Banks nos Jogos Vorazes escrita por Jae Renald


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

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Colorido. É a melhor palavra que posso usar pra descrever esse carnaval que é a Capital.Tudo aqui é obviamente artificial e muito grosseiro,com rosa muito vibrante e amarelo que dói nos meus olhos.Mas meu papel era fingir que amava tudo aquilo e que tudo era perfeitamente lindo,então...

Aiko disse que eu não deveria resistir a meus estilistas, e que eu iria sentir uma dor insuportável, mesmo assim devia sorrir e ser gentil. Acho que estava começando a me arrepender dessa garota que concordei em ser.

—Uiuiuiui— eu suspirava baixinho a cada puxão de pelos. Eu queria ser forte e não ser uma tributo difícil de se trabalhar,mas a situação não ajudava nadinha.

—Desculpe querida, estamos quase acabando—disse uma mulher que tinha o cabelo mais cheio de cores que o arco-íris. Eu estava achando incrível como eu era "querida " por toda minha equipe!

—Tudo bem querida— respondi sorrindo de volta a Arco-Íris, que foi como a apelidei.

Minha equipe e preparação consistia em três pessoas super-coloridas da Capital: Arco-Íris,um homem de pele amarela cor de ouro que chamei de Cobre e outro homem com cabelos mais compridos e cheios que os meus, que apelidei de Abbastanza que em algum momento da minha vida ouvi dizer que significava “bastante” em uma língua antiga da era Pré-Panem.

Eles esticaram meu cabelo, mas não cortaram muito, a meu pedido. Passaram uns dez produtos diferentes no meu rosto , sem falar que durante o processo eu estava sem roupa e meu rosto corava a cada cinco minutos,com cada pequeno toque que eu recebia.Não era algo muito agradável ,eu me sentia vulnerável demais.E com todos aqueles banhos que levavam minhas camadas de pele,me sentia mais desprotegida ainda.

Passaram uns negócios que sei que é maquiagem, só não sei especificar aonde vai o quê. Me disseram que minha estilista iria me deixar fabulosa e eu iria fazer um grande sucesso.Duvido muito! Todos os anos somos fantasiados de vaqueiros, ou de vacas, o que é muito feio. Todos os anos somos esquecidos pela falta de criatividade dos estilistas.

Me deixaram sozinha e disseram que era melhor que eu ficasse sem roupa por enquanto.Comecei a pensar besteiras.E se minha roupa for simplesmente uma pintura, como em um ano que só pintaram manchas pretas nos corpos dos tributos e colocaram uma tiara com chifrinhos ridículos?!Minha mãe não me deixou ver muita coisa porque ainda era muito pequena, mas me lembro de me imaginar no lugar deles e morrer de vergonha por apenas imaginar. E agora corria sério risco de parar na mesma situação.Para acalmar meus nervos,me imaginei em casa novamente,e claro,de roupa.Mas com o barulho da porta voltei à realidade.

A mulher que entrou no quarto era muito jovem. Não parecia ser muito mais velha que eu,no máximo 20 anos.Tinha o cabelo castanho natural até a metade do comprimento e nas pontas,duas variações de rosa : um bem claro quase branco e um rosa choque .Usava um vestido bem apertado na cintura e usava saltos de em media 15 cm,o que a deixava na mesma altura que eu.Comecei a imaginar essa moça sem salto,e ela devia ficar muito baixinha.E parecia ter um carinho especial por rosa.Seus sapatos eram rosa,seu cinto era de um rosa muito vibrante por cima de um vestido até normal preto , e seus lábios tinham um tom rosa cor da comida chamada chiclete que provei no trem.

—Olá, meu nome é Camille e serei sua estilista — disse ela sorrindo e olhando nos meus olhos .

—Oi. Eu sou..

—Pátara Banks — dissemos ao mesmo tempo.

—É meu dever saber com o que vou trabalhar—disse ela ainda sorrindo—Levante-se e dê uma volta, por favor, meu bem — fez um movimento circular com o dedo indicador e eu obedeci. Não posso negar que encolhi os ombros quando ela me olhou dos pés à cabeça.

—Muito bem, se quiser pode por o roupão agora — disse ela e tive de me controlar pra não sair correndo.

Depois de vestir o roupão eu tive que perguntar sendo minha nova personagem :

—Então, o que seremos esse ano?Vacas ou vaqueiros?—fiz a pergunta do modo mais inocente que conseguia para não parecer rude.

—Sabe, eu sou nova nos Jogos Vorazes e estava tão cansada quanto você desses figurinos do Distrito 10.Eu e meu irmão resolvemos fazer algo bem diferente esse ano.O que exatamente vocês fazem lá no 10?

Não gostei da pergunta. Ela, como estilista devia saber perfeitamente o que fazíamos e desenhar roupas a partir daí.

—Nós temos muitos rebanhos. — comecei — De todos os tipos:cabras,porcos,cavalos e até galinhas.

—Mas aqui na Capital não recebemos bois e vacas — refutou ela — O que chega aqui são litros e litros de leite de todo tipo e carnes variadas, e couro com que forramos os bancos de carro. É exatamente o que vocês vão vestir esse ano.

—Vamos vestir bancos de carro e carne?—perguntei confusa.

—Quase isso. Vamos te trocar e você verá.

Minha equipe voltou pra sala e me vendaram para que a roupa fosse uma surpresa. Ótimo.Eu ia desfilar sem nem saber direito o que estava usando.Senti algo deslizando pelo corpo e era bem fino.Devia ser um colam ou algo do tipo.Eles tiraram a venda mas tive de continuar de olhos fechados enquanto pintavam meu rosto com sabe-se lá o que.Pintavam meu cabelo, e pude sentir tinta também nos meus pés e mãos .

Durante esse tempo só lembrava do ano que os tributos foram nus pro desfile.Bem,eu não estava nua,mas não muito mais confortável com a situação, de qualquer forma.

Me colocaram em pé e batiam palmas e parabenizavam uns aos outros.Quando abri os olhos vi uma pessoa branca.Não pálida,mas inteiramente branca.A única coisa que se salvava eram seus olhos, que estavam muito verdes.O cabelo era cheio e com cachos brancos,igual ao resto de seu corpo. Sua roupa era muito colada ao corpo e parecia que na verdade não usava roupa nenhuma, apenas uma cobertura branca de nata. A mulher no espelho era linda,e parecia um barril de leite fresco que tinha criado vida.Eu sabia que tinha um momento que a roupa colada parava e a pintura começava,mas não consegui distinguir.Eu estava horrível e maravilhosa ao mesmo tempo.

—Espere querida, tem mais — disse Arco-Íris mexendo no meu cabelo que começou a flutuar com suavidade, parecendo ondas de um lago empurradas pelo vento.

—O que é isso?—falei sorrindo tentando tocar meu cabelo, mas Camille me parou.

—São mini ventiladores em forma de presilhas que posicionamos no seu cabelo.—respondeu ela.

—Uau!—foi tudo que saiu da minha boca a partir daí.

—Você tem muita sorte porque meu irmão, o estilista de Caius, queria apenas pintar seus corpos, mas o convenci a fazer essa roupa confortável.

Quando encontro Caius, não demora nem um segundo para ver que estamos completamente diferentes.

Ele estava todo pintado de vermelho. Melhor,ele é um pedaço de carne em forma de homem.Parece até que arrancaram sua pele e podemos ver cada músculo de seu corpo grande. Sei que ele também está com um colam, caso contrário ele não estaria sorrindo pra mim desse jeito.

—Você esqueceu-se de vestir a pele de novo Caius?—disse rindo.

—E você precisa tomar um solzinho minha cara — respondeu me girando como em uma dança.

Vamos para o andar de baixo que é basicamente um estábulo bem grande. A cerimônia de abertura já vai começar e tributos estão sendo colocados em suas devidas carruagens com cavalos treinados.Os nossos são marrons cor de chocolate e tem pelos brilhantes como couro engraxado.

Subimos na carruagem e observo todas as outras crianças. Indo pro abate assim como eu e Caius.Não dá tempo de fazer mais nada,o hino de Panem começa e as carruagens começam a andar.


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Notas finais do capítulo

e aí? roupas criativas?...



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