Pátara Banks nos Jogos Vorazes escrita por Jae Renald


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Quase que eu nao posto nada hj... mas aí está,outro cap pra vcs... tirem suas conclusoes e deixem comentário pra me fazer feliz :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/365883/chapter/6

Eu estava correndo, em direção ao perigo. Ouço gritos desesperados.Quando chego na origem dos gritos encontro Jeany sendo carregada pelos pés e mãos pelos garotos dos Distritos 1 e 2.Eles estão se preparando para jogá-la amarrada num rio e quando eu grito e eles direcionam sua atenção a mim. Eu pego o garoto do Distrito 2 e o jogo contra uma parede que aparece do nada (a grande lógica dos sonhos) e o derrubo.Como no sonho nada é normal,Norma Jean desaparece agora eles estão vindo enfurecidamente contra mim.Grito desesperada:

—Mããããããe! Mããããããe!

E consigo ver ao longe sua figura se aproximando, mas não o suficiente para chegar tempo e me salvar. Sinto o medo em mim crescendo de forma absurda. Eu não tinha absolutamente nada que pudesse usar para me defender. Eles estavam quase me alcançando e eu não conseguia correr, tudo que conseguia fazer era gritar minha mãe.

Acordo com o coração disparado. Ainda bem que eu não fico gritando nem me esperneando enquanto durmo,caso contrário o trem todo estaria acordado agora.

Me levanto num salto,o que faz que a cabine toda girasse a meu redor.Nem quis saber que horas eram,pois quanto mais tarde ficava ,mais perto era a hora da minha morte.

Corro direto pro banheiro ao lembrar que hoje seria o dia em que chegaríamos à Capital.Senti o mesmo medo do sonho,dessa vez acompanhado de um enjoo terrível,me fazendo por pra fora tudo que tinha comido ontem à noite,inclusive o chá que tomei com Caius.

Caius. Ele me disse ontem que Meridan gosta "tanto" de mim.Uma coisa ainda não fazia sentido algum na minha mente.Não éramos próximos nem nada,e eu não acredito nessa história de amor à primeira.Aliás, eu nem me lembro como foi que nos conhecemos.Eu só sei que voltar pra casa e dar os pêsames por ter matado seu irmão não ia ser nadinha fácil.

—FOCO Pátara! Lembre-se do que a mamãe disse "Não deixe que nada te impeça de voltar "—falo pra mim mesma olhando para o espelho.

Fui procurar uma roupa do jeito que eu gosto. Achei uma calça preta que tinha um tecido muito bom,e uma blusa azul-marinho que ia até a altura dos cotovelos.Me sentia mais eu pela primeira vez desde a Colheita.Parei pra procurar um calçado e terminei achando uma bota muito bonita,de couro puro,que ia até metade da panturrilha.

Voltei pro banheiro e tomei um banho morno,parecido com o de ontem,repetindo todo o processo de lavar o cabelo e o trambolho vir me secar.Vesti as roupas,que eram muito confortáveis e penteei o cabelo fazendo meu habitual rabo-de-cavalo.

Olhei pela pequena janela da minha cabine,ainda parecia muito cedo, então deitei de novo na cama a pensar no que me aguarda: o desfile, depois os treinos e a o momento da morte.

É incrível como a vida passa mesmo diante de nossos olhos quando estamos perto da morte, só que é um pouquinho mais devagar do que todos dizem. Agora lembro de muitas perguntas que queria ter feito e não fiz,desculpas que deveria ter pedido,ou momentos alegres que eu queria ter compartilhado com as pessoas que eu mais amava,e no entanto essas coisas jamais seriam feitas,nem mesmo se eu voltasse pra casa viva.

Cabelo-Colorido bateu na minha porta e eu percebi que não era tão cedo assim como eu esperava.

—Pátara querida, temos um dia cheio de aventuras hoje, venha se juntar a nós!—falou batendo insistentemente na porta.

—Já vou —respondi secamente.

Saio do quarto e ela já estava batendo com seu jeito irritante contra a porta de Caius, que quando saiu estava lindo, pra ser sincera. Ele usava uma camisa azul-turquesa que combinava perfeitamente com o tom de seus olhos.Seu cabelo, como de costume, estava bagunçado.Não pude conter um pequeno sorriso que brotou nos meus lábios.

—Que foi?—perguntou ainda de mau-humor

—Qual foi a última vez que se penteou?—perguntei agora com um sorriso completo no meu rosto.

—Eu gosto assim — sem graça enquanto passava os dedos na frente do cabelo

— Eu tô só brincando —disse enquanto caminhava à sua frente.

O café da manhã estava maravilhoso, com um monte de comidas esquisitas e deliciosas. Tomei mais cuidado dessa vez pra não passar mal . Quando estávamos no final da refeição, percebi que todos não trocaram uma só palavra. Foi quando Hadassa tentou puxar assunto:

—Então Núria (acho que ela estava falando com Cabelo-Colorido), quando chegamos à Capital?

—Chegaremos em menos de uma hora —respondeu Cabelo-Colorido,ér , quer dizer ,Núria.

—É mais do que tempo para termos uma conversinha moça —falou meu "mentor" Aiko apontando com o garfo pra mim .

Eu parei de levá-lo a serio no momento que ele disse que o público me amaria se eu fosse dissimulada. Então apenas o olhei e voltei minha atenção a um prato delicioso que eu estava comendo e nem sequer sabia o nome.

Quando terminamos, eu e Aiko fomos pra uma sala bem espaçosa e muito parecida com a sala do Edifício de Justiça na qual eu vi minha família pela última vez.

Aiko se sentou num sofá e apontou pra que eu me sentasse em frente a ele. Ele ficou me encarando por uns 10 segundos o que me fez enrijecer todos os meus músculos pra não mostrar fraqueza.

—Temos que resolver qual será sua vai ser abordagem. Que tal sensual?—deu uma pausa esperando minha reação e eu fiz que não com a cabeça —Ou bruta que não gosta de conversa,ou irônica,ou revoltada ... Acho que o que se encaixa melhor pra você é a garota feliz e deslumbrada.

—Por que acha que serve pra mim?—perguntei curiosa

—Porque você consegue passar uma inocência natural. Ontem você foi perfeita na hora do jantar ,sendo doce e irônica,o publico ama essas idiotices.

—Eu só fiz aquilo pra irritar Caius —me justifiquei.

—Não fique por aí se desculpando. Se você tem um dom,use-o a seu favor.É o conselho mais importante que posso te dar.

—Obrigada, eu acho—falei meio sem graça enquanto ele sorria pra mim —Tem mais alguma coisa que e deva saber ou fazer?

—Você tem que seguir essa linha de personalidade o tempo todo pra se lembrarem de você. Assim que nosso trem estiver chegando ,Núria vai nos avisar.Quando chegarmos quero que você corra pra janela,sorria e acene do mesmo jeito que fez ontem,entendeu?

—Entendido —disse sorrindo o mais boba e deslumbrada que conseguia.

—Ótimo. Aproveite, ponha um vestido bem delicado e solte o cabelo.Você parece muito durona com essa roupa.

Fiz uma careta, e quando já estava quase do lado de fora da sala ele gritou:

—Quando conhecer sua equipe de preparação NÃO RESISTA! VAI DOER, MAS NÂO RESITA!

—OK— gritei de volta.

Fui rápido pra minha cabine e comecei a vasculhar uma roupa mais "delicada”. Achei um vestido rosa claro muito delicado e me troquei às pressas. Coloquei uma sapatilha branca baixa e achei uma fita também branca que usei como faixa de cabelo olhei no espelho e parecia que tinha 13 anos ,em vez de 17.Aliás,nem quando tinha treze eu usava essas roupas.

Como combinado, fui pra maior janela do trem e fiquei lá esperando nossa chegada. Caius também apareceu, estava o mesmo de mais cedo.Ele sentou ao meu lado e passou o braço esquerdo sobre meu pescoço,me fazendo chegar mais perto e disse:

—Juro que se não me disser onde está a Pátara eu te jogo desse trem —e começou a apertar de um jeito meio assustador

—Haha, muito engraçado colega tributo —falei já tentando treinar meu novo jeito de falar,fazendo com que ele me soltasse.

—Mas agora é sério Pátara. O que fizeram com você?—ele parecia realmente preocupado

— É minha nova abordagem pra o público —falei sendo eu mesma —Estou tão horrível assim?—falei fingindo tristeza com meu novo jeito de falar.

—Não— respondeu bem sério — Apenas... não parece você —falou.

Ficamos nos olhando por alguns segundos e não parecíamos desconfortáveis. Comecei a perceber que não éramos tão opostos assim.Voltei minha atenção para a janela que apenas fornecia borrões de tão rápido que o trem ia.

—Já estou me perdendo —não evitei dizer.

Ele chegou mais perto e eu encostei minha cabeça em seu ombro.

—E quem é você a partir de agora?—perguntei sem me mexer.

—O mesmo cara. Mau-humorado e quieto.—eu pude sentir seu sorriso.

Ouvimos um eco pelo corredor, e nos separamos. O eco foi se aproximando e eu soube que era Núria,porque o eco tinha voz fina e ficava repetindo com uma animação tremenda:

—Chegamos!Chegamos!Chegamos!

Entrei no personagem outra vez.Núria com seus sapatos de saltos assustadoramente altos ainda conseguia dar pulinhos,o que denunciava que ela era jovem apesar de toda a maquiagem.

—Crianças, chegamoooossss!—ela disse sem conseguir conter sua emoção.

—Oh que bom!—disse eu— Lindas roupas aí vou eu!—comecei a dançar pela sala enquanto Núria ria e batia palmas pra mim.

Voltei ao meu lugar na janela que agora transmitia imagens bem nítidas do que seria meu lar pelos próximos dias: a Capital


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

romance talvez?...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pátara Banks nos Jogos Vorazes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.