Pátara Banks nos Jogos Vorazes escrita por Jae Renald


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Eu usei um sonho meu na fic... é bem sinisto,mas eu mudei algumas coisas pra se adequer a história.Eu amo descrever sonhos...



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Flores. Flores lindas por toda parte,exalando um perfume delicioso.

Sinto um líquido morno descendo pelo meu nariz em direção à boca, e quando passo os dedos suavemente pelo lugar descubro que é sangue. As flores provavelmente são tóxicas. Me abaixo pra pegar uma e meu dedos começam a arder e minha pele se deteriora deixando no lugar uma carne putrefata. Ouço uma voz quase cantante chamar meu nome,mas não consigo responder.Minha mente grita pra que eu corra e saia daquele lindo lugar mortal mas meu corpo não se mexe.Vejo alguns montinhos de terra com lápides,então me aproximo e leio o que está escrito:

"Aqui jazem as famílias Banks, Teláqua, Bertolini e Scroll”.

Meus olhos se abrem e meu coração está a mil. Cada vez fico mais grata ao meu sono silencioso. Na arena ele pode ser uma boa qualidade,pois certamente vou ter sonhos horríveis e não quero que os carreiristas venham me "acalentar".

Quando me levanto devagar da cama tomo um susto. Tinha me esquecido completamente que Caius estava no meu quarto.Mas ele dorme tão relaxado que ninguém o julgaria mal-humorado.Fico olhando pra ele e começo a pensar o que irão dizer se estivermos no mesmo quarto de manhã.Não vai pegar nada bem.Carregá-lo não é uma opção,eu não aguentaria,e acordá-lo seria difícil,ele está dormindo profundamente.Acho que a saída que me resta é ir pro quarto dele e dormir por lá.Ainda estou com muito medo de sonhar de novo mas se ficar aqui trarei problemas pra nós dois.

Vou na ponta dos pés até o outro quarto que esta completamente diferente da bagunça que vi agora a pouco.Deito na cama sem tirar os cobertores e fico lembrando do dia que conheci Benjamim.Não sei por que me veio a mente logo agora.

Ainda me lembro de que estava indo até o galinheiro com Zoran pegar ovos e vi o garoto sujo de cabelos e olhos escuros deitado na palha do chão enquanto sugava um ovo com uma fome que nunca tinha visto antes. Lembro que fiquei com pena do desespero com que ele comia uma coisa de gosto tão ruim como ovos crus. Zoran, que também sentiu pena levou o menino para casa. Nesse dia a família toda se reuniu,votamos a favor que o garoto ficasse.Lembro que me senti muito importante,por que o Sr. Bertolini deixou que eu e Norma Jean votássemos também.

— Pelo menos tenho boas lembranças — suspirei me levantando pra olhar o guarda-roupa de um monte de roupas escandalosas da Capital assim como no meu armário, e por um momento imaginei o garoto tirado a durão vestido num desses macacões colados.

Peguei uma camisa polo branca que achei e fui tomar um banho, na tentativa de que talvez ficasse mais relaxada e conseguiria dormir. Lavei o cabelo com xampu que o deixou cheirando a limão.

Voltei pra cama e abracei um travesseiro. Hoje seria o primeiro dia de treinamento,eu devia estar bem descansada,e com a mente bem disposta,mas me sentia um caco por fora e por dentro.Acho que sempre fui meio do contra.

Ouvi batidas na porta e reconheci a voz de Núria.

— Pátara, eu sei que você está aí, venha já aqui mocinha!

—Já vou, calminha aí— respondi tentando usar meu "novo jeito de falar".

Abri a porta e vi uma Núria não irritada, mais confusa, segurando Caius pelo braço, que tinha a expressão mais confusa ainda.

—Eu pensei que vocês sabiam quais eram seus respectivos quartos!—ela disse.

—Sabemos—comecei num tom de voz baixo, pra tentar contornar a situação— Mas estávamos conversando no meu quarto e ele dormiu—apontei pra Caius que começou a entender o que eu estava dizendo— e então eu fui pro quarto dele pra não parecer nada errado.

—Ainda é bem estranho, eu te garanto— ela falou soltando o braço de Caius e cruzando os braços.—Vá para o seu quarto e ponha a farda do treinamento,já estamos atrasados,Aiko quer dar algumas instruções pra você.

—Ele está melhor?—uma mistura de preocupação e esperança me percorreu naquele instante.

—Já vai descobrir — respondeu nos dando as costas e seguindo pelo corredor.

— Dormiu bem?—perguntou Caius com um bocejo

—Isso não importa—disse querendo desconversar — temos que nos arrumar JÁ —disse imitando a voz da criatura de cabelos coloridos que cuidava de nós.

Nem esperei uma resposta, fui direto para o meu quarto e achei em cima da cama o fardamento: uma camisa com gola V preta, uma calça de um tecido estranho mais confortável e coturnos marrons, que serviram perfeitamente em mim.

Chegando à sala de refeições pude ver um Aiko relaxado, com um aspecto bem saudável, considerando seu estado ainda ontem. Ele estava sozinho, talvez a pedido próprio,Hadassa não o deixaria só em outra situação.

— Olá mentor — disse sorrindo e me sentando ao lado dele.

— Olá minha tributo — respondeu ele no mesmo tom, porém suas palavras tiveram um impacto inesperado pra mim. Lembrei que por mais que tudo estivesse indo bem,eu não estava ali em uma viagem turística,eu ia matar e, muito provavelmente,ia morrer em breve.

— É o que você é, se acostume—disse ele com seu tom irônico. Eu apenas confirmei com a cabeça.—Hoje no treinamento,eu quero que você treine sua escalada,sua mira e seu conhecimento com plantas,está bem?

—Certo — respondi secamente.

—Você não tem um talento específico, tem?—perguntou revirando os olhos

—Eu laço bem, mesmo em movimento — falei sem exageros, eu era boa em laçar bezerros.

—Sei... Não ache que isso vai te salvar, precisa de muito mais do que corda pra voltar pra casa—me disse com um olhar duro. E olha que eu nem estava me gabando.

— Já terminou?—perguntei me fazendo de durona, embora tivesse um nó enorme na garganta.

—Não. Eu quero que você seja a garota inocente e gentil,com todos os instrutores, e não exite em conversar com outros tributos,talvez faça alianças.E mais uma coisa: fique longe de Caius.

—Por quê?— perguntei confusa

—Porque ele está fazendo o papel de um cara durão, bruto, e quando você está com ele, o garoto se torna gentil e sorridente, por isso fique longe dele. É para o bem de vocês.

—Então tá... —Respondi pegando um bolinho sabe-se lá de que e fui em direção ao elevador.

Quando entrei, senti que talvez eu estivesse me adiantando um pouco, mas não queria voltar pro clima ruim que tomou conta do meu anda.Por um tempo, fiquei em dúvida de qual seria o andar do treinamento,porque tudo aqui na Capital,é cheio de botões,mas então o elevador abriu no oitavo andar e a garota entrou

— Bom dia!—comecei a por o plano em ação

Ela me deu uma olhada seca e meio sofrida, como se não quisesse me cumprimentar pelo fato de que em breve vamos ter de nos matar. Eu entendia ela,eu sabia muito bem o que ela sentia,e não ia insistir.Pelo menos não por enquanto.

O elevador foi abrindo nos outros andares,e alguns outros tributos entraram,até que chegamos ao primeiro andar.


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Notas finais do capítulo

e aí povo? cade as reviews?Talvez eu fique um tempo sem escrever, ainda mais se ninguem comentar....



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