E De Repente, Adultos! escrita por Mina Phantonhive


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, muito obrigada pelos comentários! Chegamos ao nº50!! Eu não consigo me conter de tanta felicidade!!! Aster, esse capítulo é especialmente para você, ok, é especial para todos os meus leitores, mas uma parcela maior é pra você, que me falou da dança e tudo o mais. Bom, também recebi mais uma recomendação!!! Meu Deus, muito obrigada! !EFR1992, esse capítulo também é especialmente para você!
Bom, agora estamos somente na escola de dança! Veremos como nosso trio vai se sair, né? Stay tuned.



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Orihime dançava com aquele homem, mas era algo mecânico, parecia mais um procedimento, dançava com um colega dançarino, como se atendesse o telefone, de tão entediada que parecia.

Algo dizia que aquela dança não estava certa, ela tinha um mau pressentimento em relação àquele homem, àquela dança, mas continuou. As mãos dele eram frias demais, o olhar estoico demais, como se ele não gostasse do que estava fazendo, nenhum calor era transmitido ali. Começou a divagar como seria dançar com Ichigo e ruborizou com o pensamento, sem falar que as lembranças da hora do almoço foram avassaladoras. E claro que isso não passou despercebido pelo seu par.

“O que foi moça, tudo bem?”

“Desculpe Ulquiorra-san. Me lembrei de uma coisa que aconteceu hoje, nada além disso.” respondeu docemente.

A demonstração acabou e Orihime foi se trocar para a aula do dia. Ela estava tão empolgada com a apresentação que até usou o vestido escolhido para o evento.

A única coisa que a estava incomodando é que ela mesma não tinha um par ainda. Todos os alunos já tinham e ela podia ensaiá-los, mas se ela não tivesse um, não poderia fazer parte do espetáculo. Na verdade, ela até podia, mas seria uma pena deixar uma de suas alunas de fora, já que elas estavam se esforçando tanto. Até foi por isso que se vestiu como o evento exigia, pra se empenhar como se fosse a dança decisiva. Pena que não foi como ela esperava.

Roupa trocada e cabelos soltos e enfeitados com as presilhas, nada poderia adverti-la do que encontraria atrás da porta.

Além dos alunos, haviam mais 3 pessoas: Rukia, Renji e Ichigo. Não se sabe quantas batidas o coração da ruiva falhou. O olhar dela era de puro descrédito. Ela estava alucinando, só podia. A imaginação fértil havia ultrapassado os limites do aceitável. Já tinha se conformado que estava apaixonada e sonhava acordada, mas aquilo era ridículo. Só faltava aparecer 6 fadinhas ao redor dela que construíssem todo o tipo de escudo. Incrível! Inacreditável!

“Gente, boa noite! Eu não estou me sentindo bem, acho que foi cancelar a aula de hoje. Estou com alucinações.” falou rubra.

“Oe Inoue! O que você está sentindo? Está com a mesma coisa do almoço?” Ichigo foi até ele e segurou a sua mão.

Orihime não podia acreditar. As alucinações falavam. Eram tácteis. Tinham mãos quentes como a do Kurosaki-kun. Decidiu responder, se fosse mesmo uma alucinação, que fizesse os tratamentos.

“Kurosaki-kun, o que está fazendo aqui?”

“Ah, sou seu novo aluno de dança.” Ichigo respondeu com um ar maroto, uma das mãos atrás da cabeça.

“Como? Não vai achar estranho? Sua secretária te dando aula?”

“Inoue, cada situação é uma situação e cada lugar é um lugar, não é? Aqui é você quem me conduz, na empresa sou eu e em outros lugares a gente vê...” falou com a voz sumindo.

Não se sabia quem estava mais vermelho, mas assentiram. Ichigo fez questão de certificar que ela estava bem e foi para onde estava. Curiosíssimo pra ver como ela seria como professora. Será que ela ia cair? Será que ela ia dançar com ele? Deu uma olhada rápida e viu que eles eram os únicos sem par. Ficou devaneando.

“Bom, temos alguns rostos novos – ela começou pra alertar os outros alunos – vou me apresentar então. Meu nome é Orihime Inoue, sou a professora de dança de salão aqui da escola. Não sei que horas vocês chegaram, se viram a demonstração, mas temos uma apresentação marcada e a dança escolhida foi o tango e esse é o foco até o fim do semestre. Vocês que chegaram agora, tem alguma experiência com dança?”

“Não muita.” Rukia disse

“Nenhuma.” Renji e Ichigo em uníssono.

Orihime ficou em uma saia justa. Por um lado não queria que eles se sentissem excluídos e também não sabia se eles iam querer, mas caso quisessem, ela já teria uma ideia de como fazer.

“Estamos nos preparando para o especial da América Latina e as minhas turmas vão apresentar o tango que eu estava dançando há pouco. Eu sei que parece repentino, mas vocês teriam interesse em participar?

Os três se entreolharam receosos. “ Não temos experiência Inoue” se adiantou Rukia. “Só vamos atrapalhar.”

“Em relação a isso, se realmente fosse do interesse de vocês, podíamos fazer um intensivo aos sábados.”

“Interessante Inoue. Eu e o Renji topamos.” Renji nem pensou em tentar discordar da mulher, já que ela estava furiosa. “ E você Ichigo?”

“Eu não tenho par, sua pulga.” Ichigo falou contrariado, claro que ele também queria, mas não queria dançar com qualquer pessoa. Queria dançar com ela e aquela vontade o estava deixando transtornado, mas era diferente, um transtorno bom, uma sensação de borboletas, fazia cócegas. Uma coisa agradável.

“Kurosaki-kun, se não for incômodo para você, pode se meu par. Eu também não tenho.”Orihime disse, rubra.

“Mas e o moço que estava com você?” Ichigo perguntou notoriamente alterado.

“Ah, Ulquiorra-san? Ele é o professor de outra escola. Eles vão apresentar também e ele veio pra me ajudar na demonstração. Provavelmente ele tem um par da escola dele. Acho que tem sim. Foi só um favor.”

Ichigo não podia se conter de felicidade. Ela não tinha par! Aquilo devia ser o destino. Olhou diretamente para o mindinho para ver se tinha uma linha vermelha e a emoção era tão grande que chegou a ver o tal e o mesmo o levava até ela. Estava divagando furiosamente quando foi despertado por Renji que falou que a professora estava esperando.

“Sim, eu aceito. Não seria incômodo algum, muito pelo contrário. Seria uma honra. Espero que eu não pise muito no seu pé.”

“Isso vai acontecer, mas não se preocupe.”

A sala estava se preparando para iniciar a coreografia, quando Inoue sugeriu que eles começassem do básico, pra ajudar os recém-chegados.

“Nemu-san, Ishida-kun, vocês podem vir a frente por favor?”

O casal fez como o solicitado e Inoue instruía através deles. Pontuou a importância da intimidade e amizade do par para a composição da coreografia, motivo principal que os pares de tango não mudavam.

“Por isso que você não estava dançando bem, né Orihime?” Sado perguntou.

“É sim Sado-kun. Me desculpe! Não representei bem a escola.” Disse triste.

Rukia ficou em choque. Então aquela demonstração magnífica era ela dançando mal???Ela podia fazer melhor do que aquilo? Como assim? Até onde ela ia?

“Não é isso Inoue! Você só não parecia se divertir. Era só chamar um de nós.”

“Não queria desfazer os pares gente! Não queria incomodar ninguém.”

“Inoue-san, não precisava chamar aquele entojado” Nemu disse. “ A gente cede um par, não precisa daquela pessoa que diminui o seu talento.”

Ishida ficou mais do que surpreso. Nemu mostrando sentimentos, nossa, a dança podia fazer milagres. Mas não gostou dela falar que o cederia. Mesmo que fosse pra Inoue-san, ele não a cederia. Só que Nemu não tinha falado exatamente isso. Falou nisso, contando com a solidariedade alheia, mais precisamente a da companheira de Sado. Só que Ishida não sabia disso.

“Vamos começar? Kurosaki-kun, Kuchiki-san, Abarai-san? Acham que estão prontos?”

Assentiram. Rukia e Renji se viraram de frente um para o outro e ele lhe estendeu a mão.

Não se sabe o sentimento que tomou conta de Rukia naquele exato momento e ela se sentiu derreter. Era apaixonada por aquele homem e mesmo casada com ele, tinham momentos onde ele realmente se considerava muito sortuda e achava que ele não gostava dela tanto assim. Só que ela se via transbordando de amor. Seus olhos marejaram naquele momento e ela agarrou aquela mão como se aquilo fosse sua tábua de salvação de um mundo totalmente sem cor.

“Rukia, meu amor. O que aconteceu? Me desculpe. Não vou mais te decepcionar.” Renji sussurrou.

“A única decepção dessa vida foi o fato daquela viagem pra Argentina ter demorado tanto tempo pra acontecer. Se tivesse sido antes, estaríamos juntos antes”. Sussurrou de volta.

Renji não entendeu. Achou que a mulher estava furiosa, mais do que isso. Descontrolada. Ela tinha dito 500x que desejava a união de Ichigo e Inoue e ele tinha atrapalhado tudo. Como ela ficou sabendo, isso ela não disse. Mas agora ela estava com aquele olhar que o deixava louco, mesmo com aquelas lágrimas intrometidas. Sentia a luxúria subindo e aquilo era alarmante, precisava se controlar.

“Vamos ver como ela faz aqui e copiamos lá em casa, com menos roupas. O que acha?” Ele falou baixinho

Rukia ruborizou, olhou firmemente nos olhos dele e sorriu.

Quando despertaram desse transe, viram que Ichigo não tinha evoluído muito como aluno de dança. Ele não conseguia tocar em Inoue, ou quando fazia, tinha uma reserva exagerada. Era deprimente. Ele colocava a mão na cintura dela como se ela fosse de papel e não conseguia espalmar suas costas. Tudo aquilo lhe lembrava do sonho e ele não podia demonstrar ali o que ela estava fazendo com ele. Não queria tocar a pele dela e se lembrar da hora do almoço

As coisas para Inoue não estavam fáceis também. As mãos de Kurosaki, mesmo sem habilidades, a arrepiavam, mas ela era profissional. Estava ali para ensinar e não para se deleitar. E não podia permitir que ele fosse um mau aluno porque ela não estava o ensinando direito.

“Kurosaki-kun, eu sou mais forte do que pareço. Não vou quebrar. Precisa me segurar com firmeza ou isso não vai dar certo.”

Ichigo não sabia do que ela estava falando, se era só da dança, se tinha algo por trás, mas recebeu a mensagem. Segurou-a com toda a coragem e começaram a dar uns passos tímidos. A coisa era hilária, mas Sado, Ishida e Nemu perceberam que por mais que Ichigo fosse péssimo, Inoue estava dançando muito melhor do que com o outro. Ela se sentia à vontade, livre, iluminada. Tudo bem que a composição não era das melhores, mas era uma coisa linda de se ver.

A aula transcorreu sem maiores dissabores, a não ser Ichigo pisando no pé de Orihime e Rukia que se pendurou em Renji com preguiça de dançar, mas fora isso, a aula foi bem proveitosa. Ichigo queria oferecer carona pra Inoue, mas ele também estava de carona, Ficou irritado.

Ishida, instruído por Nemu, chamou Orihime e Ichigo para irem com ele, tirando exclamações de Rukia e agradecimentos de Renji.

No carro, o clima era deveras esquisito. Os dois da frente perceberam que haviam tentativas de conversa, mas nada muito profundo. Geralmente terminava com uma frase gaguejada de um ou de outro. Aparentemente, estavam se apaixonando, algo que já tinha acontecido com Ishida, pelo menos. Eles chegaram à casa de Orihime e ela se despediu, tocando o rosto de Kurosaki com as pontas dos dedos. Aquilo o deixou apático, mas ele foi sagaz o suficiente para anotar o endereço mentalmente. Viu que o carro andou mais 5 minutos e estavam na frente da casa de Ichigo.

Antes de descer ele perguntou: “Nemu, como a Inoue vai trabalhar?”

“Na maioria das vezes de ônibus.” respondeu estóica.

“Hum, obrigado. Boa noite para vocês, mas Ishida, como você sabe onde ela mora?”

“Simples, faz tempo que sou aluno dela e ela não dirige.” Ishida respondeu.

Ichigo assentiu e desceu, pensando no que ia fazer no dia seguinte.

Eles saíram e Nemu perguntou. “ Ishida, tem como eu dormir na sua casa hoje?”

Claro que o carro derrapou, mas ele ainda foi vivo o suficiente para perguntar o motivo.

“Minha casa está enfestada de ratos. Mandei detetizar.”

“Você não falou nada na hora do almoço, mas claro que pode. Tá tudo bem?”

“Eu vi depois do trabalho, mas se tiver problema, eu tento ficar em outro lugar.”

“Você pode dormir na minha casa pra sempre se quiser, Nemu. Pode contar comigo para o que precisar.

“Ishida, um dia eu vou querer saber o motivo pelo qual você é tão fantástico comigo, mas não hoje.”

“Tudo bem, um dia desses eu conto, quando você quiser ou estiver pronta.”

Nemu ficou intrigada com aquela resposta, mas assentiu. E eles dormiram juntos naquela noite.


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