E De Repente, Adultos! escrita por Mina Phantonhive


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!! Mil desculpas pela demora! Inspiração mandou beijos e não disse como voltava. Bom, esse capítulo é completamente IchiHime e devo dizer que eu não vou demorar pra juntá-los, de modo algum. Acho que vocês vão concordar que eu já os juntei de alguma forma. Agora é só ela concordar com o fato. Então, trabalharei com eles como um casal, ao invés do processo deles em se tornar um. O que pra mim, particularmente é mais complicado. Tem uma sugestão de um outro casal mais no final do capítulo e a partir do próximo, as coisas começam a ficar mais dançantes e perigosas. Não esqueçam dos comentários, hein? Stay with the show.



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Orihime acordou com uma dor de estômago estrondosa e com a cabeça rodando, isso era um péssimo sinal. A mistura não tinha dado certo. “Ah meu Deus!”. A pobre garota não sabia o que fazer. Foi cambaleando rumo ao banheiro para sua higiene matinal e quando olhou para o espelho, reparou em um tom de verde que realmente não pertencia à sua pele. Não era um bom sinal, sem falar que a ruiva precisou abraçar a privada mais de uma vez.

“Mas o que foi que aconteceu Orihime Inoue? O que você fez pra ficar nesse estado? Não esqueça que você tem que trabalhar! Por favor, se recomponha.” disse pra si mesma encarando o espelho.

Fez milagres com a pouca maquiagem que possuía e se colocou para fazer o café da manhã. Como estava com o estômago estranho, achou que somente um chá-verde seria o suficiente, porém, como verde não era a sua cor predileta no momento, rendeu-se ao café preto mesmo. Um costume que tinha adquirido em Tóquio.

Colocou a água no fogo, foi se arrumar e ponderou sobre o que tinha acontecido ontem ficando mais nervosa do que já estava. Como encararia o chefe hoje? Como será que ela faria pra conversar com ele sem vomitar aos seus pés ou sem cair em sua frente? Aquilo era um desafio imenso. Tudo bem que ela podia ligar e dizer que estava doente, mas isso seria péssimo pra imagem dela, já que estava começando agora na Soul Society. Seria demitida. Não tinha dúvidas.

Estava tomando seu café, sentindo uma dor lancinante no estômago, então tentou comer uma comida mais sem graça, mais leve pra ver se acalmava a dor, mas isso não funcionou. Terminou a refeição, escovou os dentes, tentou ajeitar os cabelos e estava saindo para esperar Ishida quando ouviu alguém bater em sua porta.

A moça estava em Karakura há mais de 2 anos e nunca recebeu ninguém dentro de sua casa, a não ser Tatsuki que geralmente não bate na porta. Mais uma coisa estranha para um dia estranho. Suspirou resignada e foi em direção a porta, mas nada poderia prever quem ela encontraria ali. Abriu de supetão, sem nem olhar no olho mágico e se deparou com Ichigo Kurosaki, em carne, osso cabelos ruivos e pura beleza.

A reação mais óbvia seria cumprimentá-lo e perguntar o que ele fazia ali, não é? Sim! Mas algo a ser pontuado é que nada com Orihime Inoue é obvio. Portanto, ela sorri e vomita aos pés dele, que dá um salto pra trás. E olha pra ela preocupado.

A moça que ainda não parou de regurgitar ainda tem a presença de espírito para pensar que está destruindo todas as chances que tem com ele, sim, ela estava pensando em fazer com que ele se interessasse por ela. Aquele mal-estar tinha acabado com absolutamente tudo, mas ela sente uma mão segurando os seus cabelos e colocando a mão em sua testa.

Quando ela termina, olha pra ele com o rosto lânguido e ainda sorri dizendo: “Bom dia Kurosaki-kun.” E recomeça o ciclo de vômitos.

Ichigo não sabia o que fazer. Primeiro, ele tinha aceito aquele plano maluco da irmã em ir buscar a mulher pra trabalhar. Pelo menos ele podia ter avisado, achava que aquilo era uma invasão imensa da privacidade dela, mas bem que ele tinha ligado pra Ishida de manhã pra dizer que ele passaria na casa de Orihime pra buscá-la, coisa que Ishida respondeu com um risinho e com um “boa sorte”. Ichigo tinha a impressão que Ishida estava mais calmo até, feliz. Deu um sorriso e agradeceu ao telefone.

Essa crise de vômitos não estava de acordo com o plano que ele demorou duas horas pra criar, com a ajuda de suas irmãs que viram as anotações, rasgaram tudo e começaram a reescrever. Não tinha nada falando o que fazer quando o alvo de suas investidas amorosas está quase se desfazendo de vomitar no canteiro de rosas. Pobres rosas. Só pensou no que já fez pelas suas irmãs e colocou a mão na testa dela e segurou os cabelos ruivos para que eles não sujassem. Por mais que fosse interessante ter um contato desses com a moça, aquela testa gélida não era um bom sinal. Esperou que ela terminasse, a pegou nos braços e a levou pra dentro da casa.

Ichigo entrou e observou o quão pequena era a casa dela em comparação com a que ele morava com sua família. Ela parecia bem sozinha ali e estava desamparada em seus braços, mas voltou a atenção quando ela pediu para que ele a colocasse no chão.

A colocou no sofá e ficou observando qualquer reação e ele fez o que nunca em um milhão de anos faria: ligou para o trabalho, pedindo pra cancelar todos os compromissos porque ele ficaria em casa.

A ruiva ouviu aquilo e ficou desesperada. “ Kurosaki-kun, por que fez isso? Não precisa se incomodar, eu estou bem. Isso será um prejuízo sem prece...” e a pobre moça vomita em seu tapete.

“Orihime, eu não sou cego, estou percebendo que você não está bem, não se preocupe em relação ao trabalho. O que importa é seu bem estar.” Ichigo respondeu suavemente.

Depois de se recompor parcialmente, e notando que ele a chamou pelo primeiro nome, a ruiva responde: “Eu preciso trabalhar Kurosaki-kun, é sério. Eu estou bem. Não se preocupe. Mas eu acho que o Ishida-kun se esqueceu de mim. Vou ligar pra ele.”

E nesse momento, o plano começa a retornar aos trilhos.

“Inoue, a empresa começou um sistema de caronas. Sabe? Pra ajudar no meio ambiente e todas essas coisas. E como eu moro perto de você, eu vou levá-la pro trabalho. Eu esqueci de avisar ontem.” Ichigo respondeu rapidamente.

“Mas isso não é como um revezamento? Assim, eu também teria que levá-lo, mas eu não dirijo.” Orihime respondeu sentida.

“Então, como você vai me levar se não dirige? Eu te levo e quando você puder me levar, você me leva. Pronto.” Ichigo disse sorrindo.

“Eu não vou durar até poder comprar um carro Kurosaki-kun.” Ela respondeu resignada.

“Inoue, eu sou um dos diretores, eu estou aqui na sua casa vendo que você está se desfazendo em fluidos, você acha mesmo que eu sou tão sem coração a ponto de permitir que lhe mandem embora por algo que você não tem culpa alguma?”

Claro que por mais honesta que Inoue fosse, ela não ia contar da sua refeição noturna para o chefe, isso seria mais do que demissão, seria praticamente suicídio. Então respirou fundo e disse: “Obrigada Kurosaki-kun.”

O ruivo sorriu e disse: “Vamos Inoue, vamos para o hospital.”

“Kurosaki-kun, não precisa! Só eu tomar um chá e eu estarei bem, não se preocupe.”

“Inoue, você é médica? Quero que fique bem claro que nada de mal pode acontecer com você, entendeu bem? Agora vamos!!” E ele a levantou nos braços.

“Kurosaki-kun, eu posso andar, não se preocupe.” Ela assentiu com um divertimento em sua fala.

“Não quero que nada aconteça com você! Nada!!! Agora deixe que eu a carregue, sim?” Ichigo pediu.

“Só não quero atrapalhar e incomodá-lo.”

“Não é um incomodo nenhum.” E foram pra fora.

Ichigo foi até seu carro, abriu a porta com a ruiva em seus braços e a colocou delicadamente no banco do carona e até colocou o cinto de segurança na moça, que recebeu o cuidado com um leve rubor nas bochechas.

O ruivo voltou à casa dela, certificou-se de trancar tudo e foram em rumo ao hospital. Durante o trajeto, ele se certificou do conforto e até parou sem se irritar quando ela quase vomitou em seu carro. Ela saiu do carro morrendo de vergonha e ele gentilmente segurou os cabelos dela. Preocupou-se, já que ela parecia exausta de tanto fazer aquilo.

Depois que ela terminou, voltou-se de súbito e deu com as costas no peito dele, claro que se desculpou, mas parecia cansada demais para articular uma justificativa coerente.

O ruivo ficou preocupadíssimo e a pegou nos braços, colocando-a imediatamente dentro do veículo. Ultrapassou todos os limites de velocidade possíveis e os sinais, mas chegou ao Hospital Municipal.

Chegando à recepção com a mulher desacordada, ele foi logo pedindo com aquele jeito delicado de ser algum atendimento decente e como a recepcionista era acostumada com aquele tipo de comportamento, respirou fundo e foi pegando os formulários.

“Me desculpe senhor, mas ela não pode ser admitida no hospital sem o senhor ao menos começar a preencher os formulários.”

“MAS NÃO TEM COMO ALGUÉM PEGAR UMA MACA , UM SORO AO MENOS??? NÃO TEM?” Ichigo estava furioso.

“Senhor, a maca está ao seu lado há 3 minutos, mas o senhor aparentemente se recusa a soltar essa mulher. Veja, os enfermeiros estão esperando o senhor começar a preencher os formulários e soltá-la para que eles possam fazer o seu trabalho.” A recepcionista falou calmamente.

Ichigo grunhiu e soltou-a nos braços dos enfermeiros, não deixando de sentir um pouco de raiva por aqueles enfermeiros estarem tocando a sua...meu Deus, ela era sua funcionária. Esse tipo de sentimento possessivo iria acabar com ele e com qualquer chance dela ser mais que isso no futuro. Ele tinha que se controlar e continuou com o preenchimento. Quando chegou ao campo de vínculo, marcou um x em namorada. Não conseguiu evitar e achou que essa opção facilitaria o pagamento do tratamento. Sem mais questionamentos, pensando do lado da empresa e tudo o mais. Já que provavelmente o convênio dela ainda estava na carência. Foi pra deixar tudo mais simples.

Terminando de preencher aquela folha pecaminosa, foi com passos largos até a recepcionista entregando a ela.

A moça passou os olhos rapidamente, perguntou se as despesas dela seriam incluídas no convênio dele, o que recebeu um grunhido em resposta e o encaminhou para a sala de espera.

Depois de duas horas, o médico procura o “namorado” da moça ruiva que deu entrada de manhã e o referido namorado fica sabendo do quase envenenamento da moça.

“Aparentemente, ela comeu algo muito estragado ou fez uma mistura nociva sem saber. Entretanto, eu não descartaria a possibilidade de suicídio mal sucedida, aconselho a ficar de olho. Também, pode ser que ela não queria preocupar ninguém, já que usou uma mistura tóxica e nada convencional.”

A notícia foi recebida com amargura. “Será que ela quis se matar? Será que estava tão depressiva assim? Também, morando sozinha desse jeito, não é de se admirar. Quem sou eu pra falar assim? Eu também morava sozinho e nem por isso quis me matar! Meu Deus! O que eu vou fazer?” Ichigo não conseguia parar de pensar.

“Posso vê-la doutor?” Ichigo perguntou.

“Mas é claro, só que ela ainda está dormindo. Tivemos que fazer uma lavagem estomacal para retirar as substâncias. Posso dizer que ela nasceu de novo, rapaz. Isso foi mesmo muito perigoso.” o médico disse atencioso.

O ruivo só suspirou resignado e foi em direção ao quarto dela. Quando entrou, viu uma das cenas mais apavorantes que já vira, Inoue estava fraquíssima e Ichigo não se conteve, chegou perto dela, com toda a delicadeza e sentou-se na cadeira ao lado do leito. Ficou observando a ruiva respirar lentamente, os tubos, o monitor cardíaco. Todo aquele cenário hospitalar que ele detestava profundamente.

Sentindo-se agoniado, ele pegou na mão direita dela com as duas mãos e ficou acariciando o dorso com o polegar esquerdo e se inclinou em direção à sua testa. Ela cheirava bem, mesmo naquele ambiente com um cheiro tão proeminente. O rosto dela parecia tão desamparado, desolado, ele achava que deveria fazer mais.

Tocou a testa dela com os lábios, sem medo de ser surpreendido, claro, colocou na ficha que era namorado da moça, não teria problema algum. Nem pensou em como explicaria isso pra ela, mas o importante era ela ficar bem.

Sentiu aquela pele meio gelada e tocou a ponta do nariz dela com os lábios, divertindo-se com o sentimento estranho que tomou seu coração naquele momento. Ele continuava com a mão agarrada na dela, aumentando cada vez mais a pressão e sentiu seu rosto queimar. Ele sabia o que queria, sabia que não devia se aproveitar de uma mulher desacordada, mas ele sabia o que queria e o que deveria fazer.

Ele a beijou. Ficou com os lábios colados no dela por alguns segundos, antes de levantar o rosto completamente corado. Os lábios estavam mornos, mas não estavam com um gosto ruim. Ichigo queria mais, embora quisesse que ela participasse daquilo e quando respirou fundo para um segundo beijo, o doutor entrou para lhe dar os outros resultados.

“Então Kurosaki-san, sua namorada foi diagnosticada com envenenamento por ervas mal ministradas. Ainda estamos examinando, mas conseguimos evitar o pior. Claro, aqui temos uma dieta de reabilitação, porque a flora intestinal dela foi bastante afetada. Vai precisar de supervisão extrema por pelo menos 15 dias. Aqui está um atestado médico para levar ao trabalho dela, supondo que ela tenha um emprego. O senhor pode fazer isso? Pode cuidar dela?” O médico perguntou.

Ichigo ponderou, sabendo que aquele tratamento lhe era oferecido porque preencheu uma informação mentirosa, entretanto, sua resposta não poderia ser mais verdadeira: “Sim, eu vou cuidar dela até o fim da minha vida, doutor.”

O médico somente assentiu com um sorriso e saiu, deixando um ruivo imerso em pensamentos.

Em um apartamento luxuoso na cidade, Matsumoto vestia suas roupas, enquanto seu acompanhante ainda dormia profundamente. A loira lançou um olhar para a cama gigantesca e luxuosa, deu um tapa em sua testa e se perguntou: “Como foi que eu cheguei nessa situação?”


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