Ah, com os Marotos escrita por Ciba


Capítulo 43
O início do fim


Notas iniciais do capítulo

ISSO QUE EU ESCUTEI FOI UM ALELUIA? ahahaha podem glorificar de pé, meus irmãos, pq -finalmente - eu estou de volta.
Well, vocês já devem saber não é? Não postei por falta de tempo. Tenho estudado feito uma louca e quando tinha tempo nada me vinha em mente. Mas eu estou aqui com mais um capítulo. TUTS TUTS.
Ai ai gente, esse é o último capítulo deles em Hogwarts, porém ainda tem mais capítulos, não se preocupem.
Boa leitura. Espero que gostem



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Apesar de ser verão, o dia estava frio, como se soubesse que aquele dia era de emoções. A ventania soprava pelas janelas abertas em um barulho de despedida. As capas de suas casas em Hogwarts, os livros usados naquele ano, as coisas daquele lugar tão querido empacotados e guardados em seus malões. Todos prontos para irem embora.

–É triste saber que não entraremos mais nesse quarto como alunos. Ou, sei lá, nem entraremos mais nesse dormitório. –disse Sirius, tirando o último malão do quarto e fechando a porta lentamente, dando uma espiada, a não ser pelas camas com cortinas vermelhas, o quarto estava vazio. A plaquinha escrita o nome dos cinco que ocupantes do dormitório, do sétimo ano.

–Realmente triste. –James comentou atrás dele com a voz falhando. Sirius se virou para ele no mesmo momento em que Remus voltava três degraus da escada e os dois encararam James.

–Cara, você está chorando?! –exclamou Remus, segurando a risada.

–Vou te bater, Pontas. –Sirius, pelo contrário, deu sua risada-latido.

–Calem a boca. –pediu James, mas, quando os dois se viraram para terminar de descer com os malões, ele limpou o rosto na manga da blusa.

Os três voltaram para a sala comunal e largaram seus pertences em um canto para levarem depois para o expresso. Peter se juntou a eles, trazendo umas sacolas da Dedos de Mel.

–Consegui passar pela estatua da bruxa de um olho só e dei um pulinho na De... –ia falando Peter, balançando um pacote de sapinhos de chocolates, quando viu James. –Por que é que você ‘tá chorando? –ele jogou suas sacolas em cima do seu malão e franziu as sobrancelhas para o amigo.

–Porque ele é um ve... –Sirius sorriu malicioso, mas não chegou a completar a frase, pois James chutou o malão.

–PORQUE EU ESTOU INDO EMBORA DE HOGWARTS E ISSO MACHUCA MUITO. –gritou James, jogando os braços para cima, fazendo todos que estavam na sala comunal arregalarem os olhos para ele. Sirius, Peter e Remus riam dele. –Vocês são muito idiotas. –resmungou, revirando os olhos, quando os outros estudantes tiraram os olhos deles.

–Nós sabemos. –falaram os outros três em uníssono.

–Ei! –exclamou Sirius, de repente, erguendo um dedo, então abaixou o tom de voz: -Que tal darmos um pulo na Casa dos Gritos?

Peter soltou um muxoxo.

–Pra quê?

–Porque a gente viveu muita coisa lá, uai, Rabicho.

James e Remus se entreolharam e deram de ombros, sorrindo.

–Vamos, então. –concordaram, já andando em direção ao portal da Mulher Gorda.

Caminharam em silêncio pelos corredores, apenas com suas recordações. Dos tempos em que andavam pelos corredores causando brincadeiras, muitas vezes de mau gosto. Mas eles mudaram.

Os jardins estavam vazios e melancólicos. Ao descerem as escadas do castelo, se entreolharam, brincalhões e, maduros como se tornaram, saíram correndo pela grama, apostando corrida até chegarem ao Salgueiro Lutador.

–Rabicho. –disse Sirius, dando um passo para trás, não querendo ser atacado por um galho feroz. –Faça-nos a honra. –gesticulou com a mão o salgueiro.

Peter limpou a garganta e olhou por cima do ombro, verificando se não havia ninguém além deles olhando e sacou a varinha, junto ao corpo. Foi diminuindo e, aos poucos, um rato estava em seu lugar. O rato disparou entre os galhos e apertou um nó entre eles, que se paralisaram. Os outros três meninos recolheram as roupas de Rabicho e seguiram para o túnel, escorregando como se fosse a primeira vez. Trombaram um com o outro no final, mas continuaram a caminhar até verem as escadas que subiam para o quarto da transformação. A porta rangeu ao ser aberta por Remus, que, seguido pelos outros, entrou lá como se lugar daquele cômodo fosse radioativo.

–Queria poder ficar mais. –falou Peter. –Sei lá, nunca ir embora de Hogwarts.

–Hogwarts nunca irá embora. –James se virou para Peter enquanto se sentava na cama praticamente destroçada. –Pelo menos, não de dentro de nós.

–Uau! –exclamou Remus, sorrindo e cruzando os braços.

–Isso foi profundo, Pontas. –riu Sirius, repetindo o gesto de Remus.

James fez uma careta misturada com um sorriso e deu de ombros, começando um assunto banal. Eles ficaram esparramados pelo quarto mais ou menos uma hora. Não teriam percebido o tempo passar se não fosse Sirius bocejar e consultar o relógio, soltando uma exclamação seguida de palavrão.

–Que foi? –perguntou James, distraído com um pedaço de madeira solto no chão, no qual tocava repetidas vezes com pé, causando um rangido baixinho.

–O trem parte daqui uma hora. –informou Sirius, agitado, enquanto corria do quarto aos tropeços.

Os outros três também se aceleraram ao acompanhar o garoto até o buraco do salgueiro. Voltaram a correr pelos jardins do castelo e não pararam ao passarem entre os últimos estudantes pelos grandes portões do castelo. As carruagens já estavam ali e quase todos já haviam subido nas suas. Porém Peter parou de correr subitamente, olhando assustado para a carruagem.

–Desde quando essas... coisas puxam as carruagens? –indagou com a voz falha e uma careta no rosto. Ele encarava um animal que recordava já ter estudado, mas não se lembrava do nome. Era uma mistura de cavalo com dragão, os ossos a mostra nas costas do animal causavam calafrios em Peter. Mas James voltou seus passos e olhou para o amigo, confuso.

–Vamos logo, Peter. –pediu, empurrando Peter para a carruagem onde Sirius e Remus aguardavam.

–E as meninas? –disse Remus, colocando a cabeça para fora da janela no momento em que começavam a andar.

–Espero que não fiquem bravas. –a voz de James era esganiçada, quase de quem estivesse com medo. Mas James Potter não tem medo de mulheres.

Remus olhou para com um sorriso sarcástico, mas não falou nada. Eles voltaram a falar sobre o assunto que haviam parado na Casa dos Gritos: o cancelamento da Copa Mundial de Quadribol. Sirius e James permaneciam com sua opinião de aquilo era a coisa mais insensata que o Ministério pôde fazer.

–Ridículo! Totalmente sem noção, esses...! –Sirius não terminou a frase, apenas bateu com o punho na própria perna.

–Sirius, o Ministério, por parte, está certo. Imagina se Voldemort... –Peter estremeceu ao lado de Remus ao ouvir aquele nome, mas passou despercebido. –resolver aparecer por lá e destroçar tudo.

–Eu protesto! –James quase berrou e fez cara feia. –Se o ministro acha que está fazendo a coisa certa, está totalmente errado. –Remus voltou a abrir a boca, mas James falou mais rápido. –Está deixando Vol... –Peter estremeceu novamente e dessa vez James viu, então mudou, piedoso pelo amigo: -Você-Sabe-Quem, eles estão deixando-o cada vez com mais moral! Se o Ministro acha que é o Ministério quem manda, ele que colocasse mais proteção. Assim as pessoas ficam ainda mais apavoradas por saberem que nem numa Copa o governo é capaz de lhes dar tamanha proteção.

Remus soltou um muxoxo, desconcertado por faltar-lhe argumentos.

–É. Acho que tenho que concordar com você, James. –concordou, de má vontade.

Sirius ergueu a mão e James fez o mesmo. Os dois trocaram um toque de mão por deixarem Remus sem o que retrucar. Peter olhou pela janela e sorriu.

–Já chegamos a Hogsmeade. –anunciou na hora em que a carruagem parou.

Os quatros pularam no chão da estação, onde a grande locomotiva vermelha já estava pronta para partir. Involuntariamente ou não, eles olharam para trás. O castelo de Hogwarts já estava parcialmente oculto pelas construções do vilarejo. Voltaram-se para a locomotiva e suspiraram. Depois eles foram pegar suas bagagens para entrar no trem.

Já dentro do Expresso, quase cheio, demoraram a atravessá-lo para chegarem às últimas, onde sempre ocupavam uma cabine especial. Mas quando alcançaram a cabine desejada, ficaram surpresos a vê-la ocupada. James abriu a porta lentamente ao perceber das pessoas que estavam lá dentro.

Lily virou a cabeça rapidamente, tentando esconder um sorriso.

–Onde é que vocês se meteram, seus... seus...? –Dorcas pulou em cima dos quatro, em especial Remus, assim que colocaram o pé para dentro.

–Problemas técnicos, Dorquinhas. –disse Sirius se sentando de frente para Lene e esticando as pernas, com as mãos atrás da cabeça. –Ei, por que você não está com sua cobrinha? Aquele que você gosta de chamar de Regulus.

Lene fuzilou Sirius com o olhar e folheou a página da sua revista com violência, mas nada falou. Lily se sentou ao lado de Sirius e lhe deu uma cotovelada nas costelas, com cara feia.

–Enfim, por que demoraram? –perguntou a ruiva, entredentes, ainda olhando para Sirius enquanto James se sentava ao seu lado e envolvia seu braço pela cintura da garota.

–Ah, nada de grande importância. –respondeu James, dando de ombros.

Remus, agora sabendo que teria o apoio de Lily, recomeçou o assunto da Copa e a ruiva o acompanhou nos argumentos. Discutiam até a mulher do carrinho de doces passar ao meio-dia.

–IMAGINA SE VOCÊ-SABE-QUEM APARECE E F... –ia gritando Lily, alterada, quando ouviu o barulho da rodinha do carrinho se aproximar, se acalmando. –Desculpe. –murmurou para outros, voltando a se sentar ao lado do namorado no momento em que a mulher dos doces apareceu em campo de vista.

–Vão querer alguma coisa, meus queridos? –perguntou sorrindo quando Peter abriu a porta da cabine.

Os meninos se levantaram para pegar seus montes de doces. Depois de agradecer à mulher, fecharam a cabine novamente e dividiram com as meninas. Lene continuava a ler a revista e, por meio de olhares significantes, Lily pediu para que não a incomodassem. Após se deliciarem, retornaram a conversar em um assunto mais banal.

–James, conseguiu realizar todos os itens de sua lista? –indagou Peter de repente, abrindo um sapinho de chocolate. –Ah, Dumbledore novamente. –resmungou, deixando a carta de lado e enfiando o chocolate na boca, voltando a olhar para James, esperando sua resposta.

Lily e Dorcas olharam curiosas para James, até Lene levantou o olhar franzido da revista.

–Que lista? –questionou Lily, inclinando a cabeça levemente para o lado quando James pigarreou alto e tirou um pergaminho desgastado do bolso da calça.

–A minha lista de, ahn, metas, se assim posso dizer. –respondeu James, franzindo o rosto, mas depois voltou a sorrir. –Olha só, ruiva, o primeiro item da lista: conseguir conquistar Lily Evans.

–Está nessa lista desde o quarto ano. –informou Remus apoiando a cabeça no colo de Dorcas enquanto pegava a revista de Lene para resolver as palavras-cruzadas.

–Hm, continue, por favor. –disse Lily, corando enquanto admirava o anel que James havia lhe dado na noite anterior.

–Hã, bem, consegui muito mais que apenas “conquistar”, não é? –falou James, ignorando o pedido da ruiva. Lily revirou os olhos, sorrindo, e deu um selinho rápido no garoto.

–Argh, parem vocês dois. –disse Sirius, se sentando à força no meio do casal, que fez cara feia. –Continua logo, Pontas.

A expressão de James se suavizou um pouco e ele voltou a ler, riscando a primeira “meta”:

–Okay. Vamos ver. Conseguir no mínimo um E nos N.I.E.M’S, certo. –ele riscou a próxima linha. –Fazer com que Siri... –Sirius arregalou os olhos para James e tentou tomar o papel das mãos, mas este foi mais rápido e se desviou a tempo. –Relaxa, Almofadinhas. Esse item deu errado- murmurou, mal-humorado, fazendo um X na meta.

James voltou a murmurar para seu pergaminho, sentado no chão, riscando o que conseguira e o que deixara de fazer durante o ano. Lene encostou-se à janelinha e fechou os olhos, fingindo dormir, Lily percebeu e trocou um olhar preocupado com Dorcas. Sirius e Peter travavam uma partida de snap explosivo e Remus continuava com a revista de palavras-cruzadas. Por fim, James se levantou, se espreguiçando. Remus, que acabara cochilando, se sentou de repente, também se contorcendo.

–Eae, Pontas? Conseguiu muitas metas? –indagou em meio a um bocejo.

–Er... Na verdade deu empate. –depois se sentou ao lado do amigo e sussurrou: -Teria um desempate se não fosse pela perda do Mapa do Maroto.

–Relaxa. Logo uma nova geração de marotos irá resgatá-lo.

Ao lado deles, Lily ofegou.

–Oh, estamos chegando.

Todos viraram os olhares para a janela. A paisagem já estava começando a ter suas características londrinas e logo as casas passavam em vultos. Sirius e Peter se apressaram em juntar as cartas do jogo do snap. Quando o trem desacelerou, os sete bruxos já estavam com suas bagagens perto da porta e ao chegar esse momento, hesitaram na porta. Lene suspirou com pesar.

–Vamos, pessoal. –pediu, se espremendo entre os amigos para ser a primeira a sair. –Temos uma missão daqui em diante. Se apressem. –e desapareceu pelo corredor do trem.

–Se você diz, quem somos nós para retrucar? –murmurou Sirius enquanto eles seguiam para fora do trem.

Eles pularam para fora do expresso na plataforma cheia de alunos se reencontrando com os pais. Um bruxo já estava embaixo da placa que indicava “Plataforma 9 3/4” controlando a saída de outros bruxos para o mundo trouxa sem que estes chamem atenção. Lily avistou Lene junto com seus pais e soltou gentilmente a mão de James, indo correndo para dar um abraço na mãe e no pai. Sirius se virou para dar uma palmadinha de despedida no trem antes de seguir James, Peter e Remus até o Sr. Potter, que os cumprimentou com um aceno de cabeça, um abraço no filho e um olhar distante.

–Lily! EI! –gritou James ao ver a cabeça de Lily procurando por eles. Ela se aproximou, puxando as mãos dos pais.

–Ah, então essa é a famosa Evans? –perguntou Charlus, sorrindo para a (futura) nora. Lily corou um pouco e cumprimentou o Sr. Potter enquanto James se apresentava formalmente para os pais da namorada, sorrindo muito, talvez até demais, e elogiando a Sra. Evans.

–Onde está Petúnia? –cochichou James no ouvido de Lily, que deixou o sorriso cair um pouco.

–Ela... ela não quis atravessar. –respondeu a ruiva, abraçando o namorado. –E eu não quero ir para lá, quero ficar aqui. Não quero deixar Hogwarts.

–Epa, calma! –falou James, encostando os lábios na testa da namorada. –Lily, você é uma das pessoas mais corajosas que já conheci. Está realmente com medo de encarar o mundo lá fora? –ele sentiu Lily soluçar e afagou o rosto dela. –Eu estou aqui, Lily. E tenho certeza de que não serei o único. –James pegou a mão de Lily, olhando para o anel. –Irei fazer de você a mulher mais feliz do mundo, não importa o que eu tenha de fazer. –falou baixinho, sem ter certeza se ela ouviu.

–Mas... Você promete? –Lily se afastou um pouco e olhou para James. –Promete que estará aqui comigo?

James riu e, pegando no queixo de Lily, selou seus lábios levemente.

–Sempre, Lily.

Eles ouviram Peter os chamarem e, entrelaçando novamente as mãos, seguiram para a parede que os separavam do mundo trouxa, dando só mais uma espiada por cima do ombro para a plataforma, querendo voltar para lá logo. Quando os trouxas entraram em campo de visão, eles sabiam que as coisas poderiam ser diferentes a partir dali.


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Notas finais do capítulo

gostaram, gente linda? Mereço reviews?
Então, eu JURO que vou TENTAR escrever mais rápido para vocês, blz?
Beijos para vocês