P.O.V Annabeth

– Acorda, Percy!!! Cabeça de Algas se você não acordar por bem, vai acordar por mal!! - eu falo tentando acordar Percy, já que o ônibus já estava chegando na nossa parada!

– Chesseburguer azul. - ele sussurrou ainda dormindo. Eu sempre achei que falar enquanto estava dormindo era coisa de filmes, pois não havia nenhuma explicação lógica para aquilo acontecer. Pelo menos, nao explicava nos livros em que eu pesquisava.

Uma ideia doida passou pela minha cabeça, uma ideia louca mas que podia ser totalmente desmentida e algo pela qual eu ansiava a muito, muito tempo, tipo desde que eu vi ele no ônibus.

– Talvez meus lábios não estejam com gosto de chesseburguer azul, mas com certeza você irá aprovar. Eu espero.- falei mais pra mim do que para Percy.Me aproximei dele e olhei para seus lábios rosados e perfeitamente desenhados para se encaixar com os meus, pensei em um milhão de coisas para me impedir no momento, mas nenhuma me convencia de desistir e pressionei meus lábios contra os dele. Fora apenas um rápido selinho, mas o suficiente para que acordasse, graças aos deuses deu tempo de fazer minha cara de raiva número 2.

– O quê? - ele perguntou enquanto se espreguiçava.

– Isso mesmo. O quê? O quê o senhor está fazendo dormindo aí? Nós já estamos quase na hora de descer e você tá sonhando com chesseburgueres?

– Como...?

– Você fala enquanto dorme. E também baba.

– Eu tive um sonho estranho em que você me beijava e...

– E...? - eu perguntei arqueando as sobrancelhas e rezando para não corar.

Ele corou.

– Esquece.

– Depois dessa? Vai ser difícil mas vou me esforçar.

– Cadê o resto da turma?

– Esperando a Branca de Neve acordar.

– Branca de Neve? Mas não era pra ser Bela Adormecida?

– Esse é o Jason. - ele ia falar alguma coisa, mas eu o cortei - Longa história, depois pergunta pro Leo, ele inventou tudo isso.

Levou exatamente 15 minutos pra Branca de Neve se espreguiçar, pegar a mochila, ir no banheiro e saltar do ônibus.

– A Branca de Neve ainda está sob o efeito da maçã? - começou Leo.

– Como assim? - ele perguntou. Percy poderia ser um deus grego, mas o que tinha em beleza tinha em lerdeza.

– Esquece. Vamos começar logo com isso. - interrompi. Porque se dependesse de Percy isso ia demorar demais e tempo é algo que não temos.

– Estamos em Miami Beach. Pra onde agora? - perguntou Reyna.

– Alugar um navio e ir pro Mar de Monstro. - falou Leo como se estivesse falando "assisti teletubes quando criança. Eu gostava do de vermelho.".

– Valdez, me responda, você está ficando lerdo como o Percy?- perguntou Reyna. Como definir minha amiga pela manha? Ah é! Mal-humorada se tiver amor á vida fique longe.

– Ei! - reclamou Percy, se bem que não era mentira.

– Não. -respondeu Leo.

– Então qual parte do que eu te disse ontem sobre estamos quase sem grana você não entendeu?

– A parte da grana.

– Estamos sem grana. - Reyna explicou curta e grossa.

– Tramontina corte rápido. - sussurrou Leo.

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– Vamos nos dividir em duplas e procurar por um barco ou algo assim pra pegar carona. - eu prôpus.

– Eu e a Piper. - falou Jason. Hum, esses dois aí, não falo nada.

– Reyna dulzura, você vem comigo querendo ou não.- pela primeira vez vi Leo falando sério.

– Sobramos eu e o Percy.

Meu coração dava pulinhos infantis de alegria e eu queria fazer uma ridícula dança da vitória.

– Vamos por ali, Annie.- apontou Percy para perto do cais.

– E nós vamos para aquela loja.- apontou Piper.

– Valdez, me siga. - disse Reyna seguindo para falar com um cara perto de um iate.

** 15 minutos **

Percy e eu havíamos ficado sentados perto do cais e ele agora falava com um peixe. Isso mesmo com um peixe de verdade e ele disse que era porque era filho de Poseidon, então tá.

– Ele disse que tem um bote salva-vidas aqui perto que vai caber e aguentar todo mundo até a ilha de Circe. - falou ele se virando pra mim.

– E por que exatamente estamos indo pra lá?

– Porque foi ela que provavelmente lançou essa maldição em vocês.

– E por que bote salva-vidas?

– Quanto mais contato eu tiver com a água melhor pra nós. Como nas competições.

– Então era assim que vocês venciam?

– Bem...Sim.

– Sabia que vocês trapaceavam.

– Esqueça isso. É passado. Agora vamos eu tenho que ser capitão de um bote salva-vidas.

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– É o seguinte cambada, nada de mãos e/ou pernas pra fora, cuidado com as mochilas e se puderem tentem não se movimentar demais isso me dá agonia.

– Sim senhor, capitão. - falamos todos. Deuses, isso é tão Bob Esponja.

Percy navegou no bote com todos dentro, não sei como mas Leo conseguiu não se mexer demais e mal encarava Reyna e o mesmo acontecia com ela. Tinha alguma coisa errada acontecendo mas antes que eu tivesse a oportunidade de perguntar o meu colar com o anel do meu pai caiu do meu pescoço e caiu no mar.

– Não!- eu gritei chamando a atenção de todos enquanto olhava meu colar desaparecer no mar.

– O que foi? - perguntou Piper.

– Meu colar, ele caiu, e AQUILO estava lá.

– O quê? - perguntou Percy.

– Um presente do meu pai, algo para que eu não esquecesse dele.

– Eu vou buscar pra você. - falou Percy determinado.

– Não. Deixa, o colar é meu. Eu vou.

– Tem certeza? Eu aguento mais tempo embaixo da água.

– Tenho. - e antes que ele pudesse argumentar contra mim de novo eu caí na água procurando o colar com o anel de formatura do meu pai.

Quanto tempo teria se passado? Talvez um minuto, já que eu estava quase subindo por causa da pressão, minha respiração estava entrecortada e minha visão escurecendo.

" Continue a procurar Annabeth. Não desista, depois você sobe, provavelmente já está quase encontrando." falou minha consciência.

Sim. Eu tinha que conseguir. Foi quando minha visão escureceu e eu desmaiei. Não demorou muito até que eu notasse a presença de alguém me puxando para superfície com algo roçando o meu braço. Eu conseguia apenas ouvir vozes e pelo que eu entendia havia quase morrido afogada quando Percy me salvou.

Finalmente consegui abrir os olhos e a primeira coisa que vi foram olhos verdes me encarando preocupados. Como impulso levei minha mão ao colar e vi que ele voltara ao seu local de origem em meu pescoço. Abri um sorriso e automaticamente Percy fez o mesmo me abraçando.

– Nunca mais faça isso comigo Sabidinha. - ele sussurrou no meu ouvido me fazendo sorrir mais ainda.