O Castelo Dos Meninos escrita por Lady Padackles


Capítulo 3
Capítulo 3




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/365628/chapter/3

Os dias foram passando e Sam acabou se adaptando melhor às atividades "pouco educadas" de seus novos amigos. Ficava feliz e aliviado pelo fato da "gangue da merenda", nome pelo qual eram conhecidos, não serem de fato violentos. Outras gangues de valentões eram muito piores, distribuindo socos e pontapés por onde passavam.

O garoto estava se sentindo mais a vontade com a atividade de roubar lanches, e em raros momentos até chegava a se divertir com isso. As vezes se esquecia de que o que estava fazendo era errado, até Dean cruzar seu olhar. Sam enxergava o louro como uma espécie de anjo: cândido, bom, e defensor dos fracos e oprimidos. Dean não abria mão de sua amizade com os meninos "esquisitos", e preferia sofrer bullying a ter que se agir contra sua natureza bondosa. Sam sentia um desejo enorme de se aproximar dele e ser seu amigo. As vezes se pegava pensando sobre o fato de Dean ser gay. Será que ele já tinha namorado algum outro garoto? Sam achava estranho e curioso pensar em dois meninos trocando beijos e carícias.

Certo dia, Sam precisou ir à biblioteca após a aula. Acabou demorando um pouco finalizando um trabalho de geografia, e quando viu já estava escuro lá fora. Resolveu então voltar para o seu quarto. A escola era grande, e estava bastante deserta àquela hora. Foi caminhando em passos largos, e logo notou dois meninos a sua frente, que andavam um pouco mais devagar que ele. Sam os estava alcançando, quando percebeu que um dos dois era Dean. O outro era um garoto baixinho e magrela. O moreno diminuiu o passo, pois não queria ultrapassá-los.

Quando estavam já no meio do caminho entre o prédio da biblioteca e o alojamento onde dormiam, Sam viu um garoto grande pular por detrás de uma árvore e atacar o pequeno amigo de Dean. Sam observou com horror o garotinho tentando se desvencilhar do brutamontes, enquanto o louro não levantava nem um dedo para ajudá-lo. O moreno então correu até eles.

- Hei, você não vai defender o seu amigo? – Sam sentia-se ofendido por aquela atitude covarde do seu "ídolo".

- Eu não, ajude você se quiser... – Disse Dean dando de ombros.

Sam estava tão terrivelmente decepcionado que até se esqueceu do garoto que estava apanhando.

- Mas ele não é seu amigo? – protestou ele.

- Não, eu não tenho amigos – respondeu Dean secamente – E não me meto na briga de ninguém.

Dean tinha uma expressão fria no olhar. Sam ficou confuso.

- Então porque aceita passivamente que os outros te tratem mal? Podia muito bem revidar as agressões e não entregar sua merenda de bom grado. Pensei que fizesse isso como uma forma de proteger seus amigos! – O moreno falou irritado.

Dean soltou um sorrisinho sarcástico.

- Eu não sou infantil como vocês, Sam... Pouco me importa se gostam de agir como idiotas. O que vem de baixo não me atinge... Nada que vocês fazem me afeta, achei que isso já estava claro.

Sam estava vermelho e bufava.

- Meu Deus, você se acha o máximo mesmo, não é? Se acha melhor que todo mundo!

Dean não respondeu, mas tinha no olhar uma expressão de superioridade que irritou Sam profundamente.

- Você é um veadinho idiota! – o moreno gritou.

- Me acha um veadinho? Por que? – Dean agora parecia se divertir com a reação do colega.

- Todo mundo da escola sabe que você é um veadinho metido a besta, que anda com caderninho de poesias debaixo do braço e toca piano!

- Ahh, é isso? – Dean riu novamente, debochado – Só uns babacas como vocês para associar sensibilidade artística à opção sexual... Bem, até mais, Sam. Foi divertido conversar com você.

A essas alturas o garotinho magro já havia se levantado com alguns novos hematomas para a sua coleção. Dean se uniu a ele como se nada tivesse ocorrido, e ignorou os olhares fulminantes lançados por Sam em sua direção.

Sam estava sem ação. Sentia-se furioso e com o coração apertado. Como pudera se enganar tanto com alguém? Dean não era o garoto doce que se sacrificava pelos outros. Ele era simplesmente muito pior que os bulllyings, pois se colocava em um patamar superior a todos. Seu olhar era frio, e ele era tão arrogante que nem sequer tinha amigos. Agora ele conseguia entender o porque de Clark, Castiel e Oliver o detestarem tanto. Sam agora o detestava mais que ninguém.

No dia seguinte, após mais uma noite mal dormida , Sam acordou sobressaltado e ansioso. Não conseguiu prestar atenção às primeiras aulas do dia. Tudo o que passava por sua cabeça era o ódio que agora nutria por Dean. Aquele sentimento ruim o incomodava, e ele sentia um impulso violento que precisava ser aliviado. Assim que veio o intervalo, Sam localizou o louro e partiu determinado atrás dele para roubar sua merenda.

Dean estava com um pedaço de bolo nas mãos. Assim que Sam se aproximou dele, e antes que o moreno pudesse fazer qualquer coisa, o menino lhe entregou seu lanche, sem nenhuma expressão no olhar. Sam pegou o bolo bruscamente e enfiou tudo na boca. Aquela atitude do louro apenas servira para deixá-lo ainda mais enfurecido. Quando voltou para perto de seus amigos, estes pareciam espantados.

- Sam, aconteceu alguma coisa? – Perguntou Castiel – Nunca te vi partir tão furiosamente para roubar o lanche de alguém...

- Isso tudo é fome? – Brincou Oliver.

- É o Dean... Ele é simplesmente insuportável – O garoto respondeu raivoso – Ele jogou a merenda dele em cima de mim sem o menor respeito...

Castiel riu. – É... Esse garoto não respeita ninguém... Onde já se viu entregar o lanche assim, sem nem demonstrar um pouco de descontentamento? Isso não se faz com pobres valentões como nós... Ficamos todos frustrados – disse então de forma sarcástica.

Sam não gostou do comentário do amigo, mas antes que pudesse reclamar, Clark respondeu por ele.

- Ahh, Castiel, sem essa, não vem defender o Dean não... Esse garoto tira todo mundo do sério por causa desse nariz empinado dele... Dá raiva mesmo, eu entendo o Sam.

Oliver concordou com a cabeça e acrescentou: - Eu também fico com raiva. O desgraçado não demonstra um pingo de descontentamento, medo ou raiva... Ele se acha superior a todos nós aqui.

-É, eu sei... Talvez seja melhor ignorá-lo, Sam. Essa raiva só vai te consumir por dentro. Acho melhor você descontar em algum outro desgraçado e deixar esse Dean pra lá – disse Castiel então, se redimindo do comentário sarcástico.

- Não – retrucou Sam – Eu vou fazer esse infeliz sofrer de alguma forma, vocês vão ver... E dizendo isso, Sam se retirou pensativo. Haveria de conseguir pensar em alguma coisa que afetasse aquele louro desgraçado. Prometeu a si mesmo que faria da vida daquele garoto um inferno.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, comentem! Estou me sentindo muito solitária... :)