Escolha Sua Garota escrita por jisoo


Capítulo 16
—Psicólogo? Eu certamente não preciso disso.


Notas iniciais do capítulo

Presentinho de natal mega atrasado, desculpem a demora. Estava com bloqueio criativo como sempre, mas hoje minha criatividade decidiu voltar e trouxe junto minha alegria. Pq eu só me alegro depois de postar aqui no ESG. (Que declaração mais linda)



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—Maçã? — Fred perguntou, esticando a fruta na minha frente, me fazendo dar um tapa na mão dele. —

—Eu não gosto! — murmurei, virando pra Kyle que se matava de rir do meu lado —

—Você tem que comer, sua mãe estará aqui daqui a pouco. — Kenny disse revirando os olhos e me jogando um pacote de biscoito —

—Não sei pra que, eu já disse pra ela que foi só um sonho e que eu não preciso de psicólogo. — Eu disse e logo John começou a rir da minha cara —

Abri o pacote de biscoito e logo Kyle roubou o primeiro.

—Vou roubar o Fred de você, lalalalala. — ele “cantou” me fazendo revirar os olhos e bater na cabeça dele —

—Parece uma criança… Uma criança chata! — Disse Fred dando a língua pra ele. —

—E ele que é a criança? — Kenny perguntou, colocando os livros na bolsa dele —

—Bla bla bla Kennedy. — Fred disse voltando a mexer na geladeira. —

Sai da cozinha antes que Kyle me irritasse, mas isso foi impossível pois logo ele gritou “Volta aqui, olha o rebolado dele Danny.” Tenho que escrever na minha mente pra nunca confessar algo pro Kyle, mas eu estava sozinho -sem contar com ele- na casa, todos os outros tinham saído e não tinha mais ninguém para conversar.

Antes de conseguir subir a escada, Jonathan me puxou de volta e me levou pra porta, onde minha mãe me esperava.

—Eu já disse que não é necessário um caralho de um psicólogo. — Resmunguei enquanto ela tirava o boné da minha cabeça e colocava na bolsa. —

—E eu já disse para cortar esse cabelo. — Ela disse enquanto mexia nele, até eu dar um tapa na sua mão — Garoto me respeita que eu sou sua mãe.

—Desculpa, mas não mexe no meu cabelo. — Disse, bagunçando o cabelo com a mão e ela revirou os olhos. —

Fomos andando até o carro dela e acredita que ela me fez abrir a porta pra ela? Por Deus. No caminho ela tentava conversar comigo porém eu estava toda hora aumentando o rádio. E é claro, como sempre ela abaixava, me irritando.

—Deixa alto, eu gosto dessa música. — disse aumentando o volume do rádio quando começou a tocar HCR* —

Depois disso ela não abaixou mais, porém ela continuava puxando assunto e vez ou outra eu respondia.

—E Kenny, como ele está? Não o vi lá. — Ela perguntou e eu olhei para a cara dela —

—Que foi? Tá querendo pegar ele? — Perguntei, vendo ela me olhar assustada —

—Garoto! — Ela gritou rindo e eu ri junto — Claro que não, mas como ele está? Acho que é o único que presta lá dentro.

—Claro que não, tem o Fred, o Kyle… O John, bem, o John não conta. — Ela riu baixinho e me olhou —

—Com certeza não. O Kyle é um garoto gentil. — Ela disse voltando a olhar para a estrada que estava parada por conta do trânsito —

—Gentil e fofoqueiro. — Comentei e ela andou um pouco com o carro e voltou a virar-se pra mim —

—Tem algo que queira me dizer? — Perguntou, colocando carinhosamente a mão na minha perna —

—Com certeza não. — Murmurei, colocando minha mão em cima da dela e apertando levemente —

Ela continuou me olhando com aqueles olhos gigantescos, até que desistiu e voltou a olhar para a frente, quando finalmente os carros decidiram andar. Quando por fim ela decidiu estacionar em um prédio enorme.

—Vou te levar até lá em cima e depois vou pro trabalho, quando terminar você liga para um dos meninos vir te buscar. — Ela me disse, enquanto saiamos do carro. —

—Sim senhora, senhora! — falei enquanto tirava meu boné da bolsa dela sem ela ver —

—Dinheiro para o caso de você querer ir comer alguma coisa depois. — Disse colocando algumas notas de dinheiro no meu bolso de trás —

Entramos no prédio que estava quase vazio e fomos em direção ao elevador, enquanto ela clicava no botão do andar que iriamos, eu ficava remexendo no meu cabelo me encarando no espelho. Ouvi um barulho e me virei para porta, notando que já tínhamos chegado. O lugar estava lotado de crianças melequentas e algumas adolescentes de roupas pretas que me encaravam.

Sentei longe de todo mundo e fiquei esperando minha mãe sair, quando finalmente ela fez isso eu coloquei o meu boné que até então estava guardado em baixo da camisa, sendo segurado pela calça.

Eu vi aos poucos as pessoas entrando e saindo daquela sala, até que só sobrou eu, uma criança que estava toda melecada de pirulito, o pai da criança e mais três garotas, que graças a Deus não estavam de preto. Acho que eu teria um treco se tivesse mais alguém de preto ali.

—Daniel Colins. — Uma velhinha com aparência simpática chamou, me encarando com seus enormes olhos escuros cobertos por um óculos de grau apoiado na ponta do nariz. — Venha querido, não precisa ter medo. — Ela disse e pude ver todos da sala de espera rindo, exceto o único pai ali, que estava mexendo no celular —

Entrei na sala vendo um homem todo de branco sentado em uma cadeira encostada na parede, apontou para um sofá na sua frente e eu me sentei sem encarar ele.

—Daniel, sou o doutor Michael, eu serei como seu amigo aqui, então me chame como quiser.

—Filho da puta serve? — Perguntei, olhando para ele que somente riu com minha pergunta. —

—Esquece, me chame de Mike ou Michael mesmo, vamos começar com o por que está aqui. — Ele disse escrevendo num bloquinho —

—Eu não vou dizer nada, eu não sei nem por que estou aqui, eu só quero ir embora. — resmunguei e ele se mexeu desconfortável na cadeira. —

—Vou realmente ignorar e começar de novo. Finja que eu sou sua mãe ou algum amigo seu, ok? —Perguntou/pediu cruzando as pernas —

—Certo… Me traga um café! — Disse e ele suspirou —

Ele me fazia algumas perguntas e eu ficava quieto e as vezes respondia com alguma coisa que ele não gostava. Até que ele se levantou e se sentou no mesmo sofá que eu, quase tocando na minha perna.

—Daniel, eu quero que você me olhe e fale como está se sentindo no momento e como você se sentiu quando tudo isso começou. — Ele pousou a mão na minha coxa, e ficou acariciando. —

—Pode por favor tirar a mão da minha coxa? Eu estou ficando desconfortável. — pedi, tentando me arrastar para o canto do sofá. —

—Sinto muito. — ele disse tirando a mão —

—Veja só a hora, acabou a consulta, tenho que ir, lhe vejo outro dia. Ou não. — disse me levantando e indo até a porta, já caçando meu telefone no bolso da bermuda —

Sai do prédio quase correndo e bati numa senhora com um carrinho de bebe, pedi desculpas e logo disquei o número do Fred no meu celular.

—Hey Danny boy, Kyle na linha, diga seus problemas e eu vou resolver. — Ele disse assim que atendeu e eu revirei os olhos —

—Vem me buscar no psicólogo. — disse indo em direção a uma lanchonete. —

—Sorry Danny boy, estamos ocupados no momento, tente novamente mais tarde. — Disse e antes de eu conseguir dizer algo ele desligou —

Revirei os olhos e olhei para a atendente que sorriu gentilmente para mim, mas eu sai de lá. Agora ficarei com fome pra ter que pagar um diabo de um táxi.

—Esperando alguém ou está perdido? — Ouvi uma voz do meu lado —

—Qual é, você é muito chato. Não tinha mais gente pra atender não? — Perguntei irritado olhando pra cara do psicólogo do meu lado —

—Acabei de atender todos, só tinha a criança e uma garota. — Murmurou — Está com fome?

—Fome eu estou, mas tenho que pagar o caralho de um táxi porque meus amigos são um bando de filho da puta que não veio me buscar. — Reclamei —

—Acalme-se. Vem, eu te pago algo pra comer.

—Não obrigado. — Murmurei —

—Então você paga e eu te levo em casa.

—Proposta tentadora, mas não sei. — disse olhando para a rodovia, procurando algum táxi. —

—Você não vai achar nenhum táxi, não a essa hora. Vamos lá, eu te levo em casa e damos uma paradinha no Mc Donalds.

Decidi aceitar e fomos em direção ao carro dele, tinha as janelas claras e dava para ver o que acontecia lá dentro, entrei no banco do carona e logo saímos de perto do prédio onde ele trabalha. Meu celular começou a tocar e ele me encarou.

—Sua namorada? — Perguntou e eu gargalhei. —

—Tá achando que sou cara pra uma mulher só? Enfim, é meu melhor amigo. — Disse enquanto atendia —

—Você ainda está ai? To indo te buscar. — Ouvia a voz de Fred em meio ao barulho de carros passando e de pessoas falando —

—Não, já arrumei carona. Muito obrigado por não se preocupar. — Respondi irritado —

—Carona com quem?

—Você prefere parar na lanchonete ou ir no drive thru? — Mike perguntou —

—Pra mim tanto faz, escolhe você. — Respondi ainda com o celular no ouvido — Fred, não da pra falar agora. Quando eu chegar em casa nos falamos.

—Daniel! — Chamou, mas eu desliguei sem responder. —

Michael somente me olhou rapidamente e voltou a olhar para a frente. Quase uma hora depois estávamos parados na frente da minha casa comendo o lanche do mc donalds.

—Você quer entrar? — Perguntei, apontando para a casa e ele riu —

—Claro. Se tiver refrigerante. — Disse enquanto saia do carro e eu fiz o mesmo —

—Não, tem cerveja e suco. Mas eu posso ir comprar se quiser.

—Não é necessário Daniel. — Respondeu sorrindo assim que trancou o carro —

Bati à porta de casa e ela foi aberta por um Fred irritado com um boné que reconheci como sendo meu. Uma mão dele estava na cintura enquanto a outra estava segurando a porta.

—Quem você pensa que é pra desligar o telefone na minha cara, garoto abusado, pode entrando. E quem é você? — Perguntou olhando para o homem de branco ao meu lado —

—Michael, prazer! — Se apresentou esticando a mão e ao ver que Fred não apertaria, recolheu timidamente.

Entrei empurrando Fred e Michael veio atrás pedindo desculpas, fazendo Fred se irritar ainda mais. Fui recebido por um Kenny todo sujo de farinha com uma colher de pau na mão enquanto apontava para o rosto de Kyle que ria.

—Dannyzita. — Gritou Kyle — Sua mulher estava tendo um ataque achando que você nunca voltaria pra casa, por que a demora? — Perguntou e olhou para Michael, e logo fez uma cara maliciosa. — Hmmmmmm… Não perde tempo ein. — provocou e Kenny deu uma colherada na cabeça dele —

—Olá, sou o Kennedy, praticamente a mãe de todos aqui. Ou o pai. Pai é melhor eu acho. Pai solteiro então. — disse se enrolando —

Descendo as escadas correndo e quase caindo John apareceu.

—Kennyyyyyy! Viu meu pacotinho de maconha? — John perguntou e Michael mexeu na mão, completamente desconfortável. —

—Em cima do armário, John. Acho que foi uma má ideia te trazer aqui dentro. — Disse me virando para Michael que rapidamente mexeu a cabeça negando. —

—Não, é só que… —Ele olhou rapidamente para Fred que o encarava quase que matando ele com os olhos —

—Fred, posso falar com você um segundo? — Perguntei e sem esperar respostas sai arrastando ele até a sala de leitura do Kenny —

Ele me encarou emburrado e toda hora que eu tentava falar com ele, ele simplesmente virava a cara.

—Qual o seu problema? Para de encarar o Mike, ele não está confortável com isso. — Reclamei e ele fez bico —

—E eu não estou confortável com ele aqui, quer saber. Eu vou dormir. — Disse saindo da sala e indo em direção as escadas. —

Voltei para a cozinha mas antes de entrar pude ouvir o Kyle dizer para o Mike que Fred estava com ciúmes pois eu estava com outro cara que não era ele (Fred).

—Pessoal, eu to subindo. Sinto muito Michael, mas tenho que resolver umas coisas. Até a próxima sessão e obrigado pela carona. — Disse e ele comprimiu os lábios —

Subi as escadas indo em direção ao meu quarto e encontrei Fred de braços cruzados sentado na cama.

—Demorou. — Resmungou fazendo bico e eu fechei a porta e logo ia em sua direção. —

Ele deitou na cama e eu deitei em cima dele, encarando seus olhos que logo foram fechados e seus lábios empurrados levemente pra frente, entreabertos.

—Você tem que começar a segurar seus ciúmes. — Sussurrei antes de tocar meus lábios aos seus —


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Notas finais do capítulo

*: Hot Chelle Rae. Feliz ano novo people :)



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