Acordei suando frio, mas que porra de sonho foi esse? Levantei e notei que estava só de calça moletom, catei uma toalha no armário e sai do quarto, dando de cara com John.

—Dai cara, morreu ou foi dormir? — John brincou comigo e eu fiquei confuso —

—Quê? — perguntei —

—Você deitou na cama e praticamente morreu, acho que nunca vi alguém dormir por quase dois dias. — Disse ele bagunçando meu cabelo e logo se afastou —

Fui andando em direção ao banheiro e a porta estava trancada, sentei no chão esperando o demônio que fosse sair do cômodo. Quando por fim a porta se abriu me levantei dando de cara com Fred.

—Hey cara, tá melhor? — perguntou sorrindo —

—Eu me pergunto do que vocês estão falando e... Que milagre é esse não estar na casa do Gu? — perguntei, estranhando —

—Por que eu estaria na casa dele?

—Eu não sei... Bem, eu vou tomar banho. — disse entrando no banheiro —

Quando por fim sai do banheiro vi algumas garotas sorrindo e acenando umas para as outras, estou começando a achar que acordei numa casa de prostituição.

Quando entrei no meu quarto e pude me encarar nos espelho, notei grandes manchas no pescoço. “Mas eu vou matar esse moleque.”

—Obra de arte. — alguém disse atrás de mim e me virei assustado —

—Que porra, quem é você? — perguntei, me encostando no espelho quase —

—Você pode me chamar de Vivi. —Disse sorrindo e eu fiz careta a olhando —

—Bem... Vivi você está no meu quarto, e se não se importa, te quero fora — disse respirando fundo —.

—Certo calme garotão, eu já estou indo. — Disse sorrindo e logo se afastou —

Quando ela por fim fechou à porta eu abri o armário, vendo algumas de minhas camisetas, sujas e limpas, tudo misturado. Peguei uma camisa do capitão América e coloquei no corpo, a mesma coisa com a calça moletom. Me joguei na cama fechando os olhos e quando estava prestes a dormir, algo aconteceu.

Uma pessoa doida, retardada mental e completamente sem cérebro se jogou em cima de mim, me fazendo despertar da minha linda escuridão.

—Que porra você tá fazendo? — Perguntei pra quem quer que fosse, só queria dormir um pouco mais. —

—O que você está fazendo, acabou de acordar. — ouvi a voz sem graça do Kenny, claro. Só podia ser ele, quem mais tem cabelo liso e grande? —

—Me deixa dormir em paz miniatura de mãe. — pedi, rolando na cama, fazendo ele ir junto comigo —

—Não Daniel, levante dessa cama agora. Antes que eu ligue pra sua mãe dizendo que você invadiu o meu quarto. — disse, e podia jurar que ele estava com a mão na cintura e com o dedo levantado só pelo tom de voz —

—Quer mesmo falar desse assunto? Minha mãe tá morta. — murmurei, rolando novamente na cama —

—Bem Pretty Boy, não quero lhe desapontar, mas ela está lá em baixo nesse momento. — Kenny disse, agora ele rolando na cama e ficando com quase o corpo todo em cima de mim —

—Tá querendo me comer? Tem gente que ficaria com ciúmes sabe. — brinquei abrindo os olhos —

—John? Ele não liga, não realmente. — Sorriu. —

Levantei-me derrubando ele na cama e comecei a rir. “Bem, sua mãe quer te ver!” Ele disse sorrindo antes de se levantar e me puxar pelo braço para fora do quarto. Não sei quantas garotas ele empurrou no caminho, só sei que o ouvia dizer “Saiam do caminho vadias”. Enquanto passávamos pelo corredor. Quando chegamos à sala, só consegui ver um cabelo loiro casca de ovo pulando em cima de mim antes de cair no chão.

—Chega de pular em cima de mim, o que acha disso? Hã? — perguntei levantando —

—Mas você é tãaaaao fofinho, todo gordo e aconchegante. — disse e eu o empurrei de lado, rindo —.

Levantei e um pouco confuso eu abracei minha mãe, sussurrando um “voltou dos mortos?” que foi respondido por um olhar confuso. Abracei o John que quase me matou sufocado, e por fim o Fred, que me suspendeu no ar, como sempre. Quando ele por fim me soltou, voltei pro lado dos K’s.

—Me disseram que você praticamente morreu. Vim correndo. — Gu entrava na sala e pulou em cima de mim quando me viu em pé —

—Achei que quem era o doente aqui fosse o John. — Brinquei — Então, qual é o bagulho. Todas essas garotas, uma passadinha da minha mãe. Por acaso eu tinha uma tia que era irmã gêmea da falecida? — perguntei, olhando para todos —

—Hã... Não, nunca foi o John, depois de maquiarmos o John, você simplesmente caiu morto no sofá quando chegamos em casa, e dormiu por horas. Acho que teve um sonho bom, toda hora sorria. — Fred disse sorrindo —

—Maquiagem? Mas... Impossível, eu me lembro de tudo... Do John no hospital, da minha mãe morta, da relação do Fred... Comigo. — a última parte eu falei tão baixo que quase nem escutei, mas aparentemente Kyle escutou, já que gargalhou alto —

—Ótima piada Pretty girl... Ops... Pretty boy. — Kyle brincou, passando os braços pelo meu ombro. —

—Mas... Foi tão real. — murmurei, me afastando um pouco de Kyle e indo mais pro lado de Kenny —

Todos me olharam confusos por um tempo, antes de começarem a ignorar e voltar a conversar. Pedi licença e fui correndo para a cozinha, sentei em cima do balcão olhando para minhas mãos quando alguém se enfiou entre minhas pernas.

—Kyle, eu realmente não sei por que falei aquilo... Só... Vai embora. —Pedi sem nem olhar—

—Me confundindo com o Kyle? Já fui confundido com pessoas melhores. — Olhei para cima a tempo de ver Fred sorrindo —

—Desculpe. — Pedi, vendo-o colocar as mãos na minha perna e se apoiar —

Ficamos em silêncio por um tempo, até que ele sorriu meio malicioso.

—Sonhou comigo Danny? — Perguntou se aproximando —

—Claro que não... Não... —Menti, tirando as mãos dele da minha perna. —

—Relação comigo... Devo aceitar ou recusar seu pedido? — Perguntou —

—Do que está falando? — perguntei —

Aos poucos o rosto do Fred foi se transformando no do Kyle, e logo após o do John... Porém por último se transformou em uma pessoa de máscara preta, gargalhando. Em suas mãos uma faca. E foi ai que eu acordei.

—Que porra! — Gritei assustado olhando pro lado e vendo o Fred dormindo na minha cama —