A Riddle escrita por petit_desir


Capítulo 12
HOLOCAUST;




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your eyes are almost dead, can't get out of bed and you can't sleep.
everybody goes as far as they can they don't just care.
you're a wasted face, you're a sad-eyed lie.

 

    Eu estava sentando em banco, olhando as nuvens, enquanto esperava o meu trem chegar. Como esperado, eu fumava. Alguns trens passavam direto, alguns chegavam, mas não eram o meu. Eu apenas esperava, querendo que o tempo passasse rápido. A estação era movimentada, como normalmente seria em um grande pólo. Minha cabeça estourava um pouco e dava graças à Deus por que ainda não tinha entrado em ação à lei do fumo. Eu lia bem no alto a placa que tinha escrito Gare d’Austerlitz, mas, queria evitar. Via-as zoniadas diante de mim, pela dor de cabeça que sentia. Ressaca, conhecem? Enfim.

    Os óculos escuros não impediam a claridade de me irritar os olhos, tampouco, faziam com que a dor de cabeça passasse. O cigarro acabava rápido, e isso me irritava. Por mais que o tempo demorasse a passar, parecia que meus cigarros iam embora um atrás do outro. Suspirava cansado, tentando não dormir. Se perdesse meu trem, teria problemas. Até conseguir ter dinheiro para outra passagem, teria que ficar na rua a tarde inteira fazendo apresentações chatas. Foram os tempos onde entreter humanos me agradava.

    Meu trem havia finalmente chego, mas, ainda demoraria uns 20 minutos para sair daqui. Iria para Holanda e ficaria em Amsterdã algum tempo, depois de lá, iria para Munique ou Berlim. Circularia todos os grandes pólos do mundo. Já havia completado o círculo na América Latina e Central. Passei algum tempo no Canadá também, mas, ainda me faltava a Europa – apenas metade, agora -, África, Ásia e Oceania. Enfim, todas essas porras de lugares. Deixei as minhas coisas no meu quarto, no 3º vagão. Era um dos primeiros e eu não se era bom ou ruim, por que eu ficaria longe do Vagão Restaurante ou bom, por que não balançaria muito.

    Enfim, quando desovei minha bagagem no meu quarto, havia decido ir para fora, fumar meus últimos cigarros. Tinha tempo para isso. Quem sabe, até comprasse um café. Finalmente quando coloquei meus pés para fora, me dei conta de algo estranho. Skinheads. Fazia tempo que não os via, e para falar a verdade, as duas últimas vezes que realmente os vi foi em LA e em Londres. Estes estavam em um grupo de 06 homens grandes e fortes. Todos tinham a suástica tatuada em seus pescoços, alguns em suas cabeças e em seus braços. Meus olhos foram discretos, mas, eu prestava atenção o suficiente neles, por que, um tinha uma arma do lado esquerdo da calça e todos, sem exceção, estavam drogados. Dava para em seus olhos inchados e vermelhos, alguns tremiam as mãos. Usaram cocaína, antes de estarem lá. Alguns homem de cor mais escura, judeus e mesmo negros, se afastaram quando os viram passar. Skinheads sempre foram sinônimos de problema.

    Eu continuei encostado no trem, onde fumava meu cigarro. Eu não teria nenhum problema, para falar bem a verdade. Loiro, eles não saberiam que eu era mutante. Estava “à salvo”. Mas, foi então, que vi se aproximarem de um menino normal, como qualquer um deles. Tinha cabelos castanhos, mas, era muito branco e tinha olhos azuis, mesmo que escuros. Ele era caucasiano, como todos nós. Berros começaram e todos em volta ficaram tensos, inclusive eu.

    Finalmente, ouvi do que falavam. Foi difícil filtrar. Acusavam o menino de ser um mutante, um doente. Ele havia matado vários homens e isso era imperdoável. Ele havia incendiado um hospital inteiro. Pensei um pouco, antes de qualquer coisa. O que um mutante faria em um hospital? Só se fosse um... Não. Será que eles mexiam com a “Cura”, nesse lugar? Matavam mutantes... Tiravam seus poderes? Olhei bem para o menino e um dos Skinheads finalmente apontou uma arma para ele. Era diferente, tinha em na fronte, agulhas. Que porra. Eu sempre havia achado que isso havia sido tirado de circulação. Lembrava de ter lido sobre isso, sobre aquele tal de Sanguessuga verde e deformado. Decidi me aproximar, o mais rápido que pude. Se esse cara fez o que eles tinham dito, era bem provável que ele matasse todos nós aqui. Não sei como, mas, sei que eu não estava querendo pagar pra ver. Corri o mais rápido que pude, até que me aproximei deles.

    Toquei um deles, cutucando seu ombro. O mesmo se virou, dando-me um soco. Era esse que eu queria pegar. Era ele que tinha arma no bolso, que nesse momento, estava em suas mãos. Fui ao chão, mas, ergui minha mão, fazendo com que um “novo” Alex surgisse ao seu lado, depois, um outro e mais um outro. Todos os 06 caras ficaram confusos. Fui fazendo ilusão atrás de ilusão, até que me coloquei de pé e soquei o dono da arma. Consegui tirar dele e fui até o menino. Os Skinheads ainda tentavam entender o que estava acontecendo e socavam o ar, achando que socavam-me. Provavelmente, acharam que eu me multiplicava. Puxei o menino, segurando-lhe pela mão e sai correndo, junto dele que pegava suas coisas apressadas.

    - Vem logo, caralho. – Falei grosso, mas, precisávamos ir para o trem. Logo as ilusões sumiriam ou eles perceberiam que na verdade não existia nada lá. Dei uma boa olhada para o menino, enquanto eu quebrava o que tinha dentro daquela arma e jogava nos trilhos como também fiz com a arma. Entrei finalmente no trem e suspirei. – Cuidado e boa sorte.

    Sai de perto dele. Não me importava que caralho ele fizesse da vida dele, ou mesmo, quem ele era. No momento, eu sabia apenas que ele estava a salvo. Depois de algum tempo, fiquei pensando no que era aquele “Hospital” que eles falavam. Se era um hospital humano e o tal mutante havia matado inocentes ou se era um centro para experiências mutantes. Havia uma incerteza em tudo aquilo. Minha viagem até Amsterdã foi passada em claro, por que eu estava era curioso. Será que eu havia me precitado ao ajuda-lo? Ou será que eu tinha feito certo? Quando existe no mundo todos esses conflitos, eu fico imaginando o que devemos fazer de verdade. Deixar ir e acontecer ou ficar e ajudar?

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