POV’s Narradora

Já era exatamente três e meia da manhã e Amy ainda não tinha conseguido dormir. Depois que tinha recebido a notícia de que teria que fazer um cruzeiro junto com vários Cahill, principalmente Ian, a deixava frustrada. Justo quando ela tinha começado a esquecer dele, esquecer os momentos do episódio conhecido como Na Coréia, esquecer o seu beijo e de todas as noites que ela passou em claro, chorando em silêncio para não acordar Dan e Nellie com quem dividia o mesmo hotel no Cairo.

E ainda tinha Evan, como ele reagiria ao saber que sua namorada iria viajar por três meses dentro de um cruzeiro, e sem ele poder ir. Amy o conhecia bem, obviamente quando contar a Evan, ele fará mil perguntas como “Por que não posso ir?” ou “Qual o motivo desse cruzeiro?”. Ela teria que conversar pacientemente com ele. Tanto, que nem conseguiu dar a notícia por telefone, quando ligou para ele depois de perseguir seu irmão por toda mansão, parando somente quando ele caiu na fonte do jardim.

Ela levantou da cama, desistindo de tentar dormir, e saiu do quarto, indo para o belo jardim. Atravessando a trilha que tinha, rodeada de canteiros de diversos tipos de flores. Amy foi até a fonte, a lua brilhava no céu, e seu brilho refletia nas águas claras da fonte.

Amy ficou lá, sentada na beirada, fitando o nada. Nem percebeu que já estava começando a clarear, realmente perdeu a noção do tempo. Quando percebeu que já havia amanhecido. Levantou, estava dolorida, mas era o que podia se esperar. Ficar horas sentada na beirada de uma fonte, dura e gelada. Tentou esquecer a dor e foi em direção a casa.

Quando entrou, foi em direção á cozinha, as empregadas já estavam de pé, preparando o café da manhã. Deu um “Bom dia” desanimado a elas e subiu para o seu quarto. Se jogando na cama e conseguindo finalmente dormir.

POV’s Dan

Acordei com o meu maior inimigo (depois da Isabel, claro), também conhecido como despertador. Droga, ainda é terça-feira e já estou com saudades do fim de semana. Se bem que eu não me importaria se essa semana demorasse a acabar. Afinal, quem iria querer ficar preso a sua família por três meses em alto mar? Pelo menos eu não.

OK, já enrolei muito. Levantei da cama e coloquei o uniforme da escola. Desci para tomar café, Tio Fiske havia saído mais cedo para uma reunião de negócios, e Nellie estava ainda dormindo, a única pessoa que me acompanha no café da manhã não estava ali. Terminei o café e subi para o quarto da Amy.

Chegando lá o que eu encontro? A Isabel do lado do cadáver da minha irmã que estava com uma seringa no pescoço. Pois é eu vi Salve Jorge. Mas não tinha nada de interessante, só a Amy com a cabeça enterrada no travesseiro, dormindo profundamente. E como eu sou um ser super educado e atencioso (ironia logo de manhã cedo, putz) , eu fui até lá e acordei com todo cuidado e carinho... Só que não.

–AMY! A ISABEL SOCORRO!-eu gritei.

Ela acordou tão assustada que caiu da cama. Eu até ajudaria ela a levantar... Mas eu estava ocupado demais, morrendo de rir.

–DANIEL ARTHUR CAHILL EU VOU TE MATAR!-ela gritou levantando.

–Depois você faz isso, mas agora se troca se não a gente vai se atrasar- disse parando de rir

Ela olhou o relógio arregalou os olhos, foi correndo para o closet, que Nellie insistiu para que ela tivesse. Cinco minutos depois, ela saiu de lá vestida com o uniforme, pegou sua mochila no chão e correu para a cozinha.

POV’s Amy

Vai tonta, passa a noite em claro de novo. Agora eu estou correndo em direção a cozinha, ouvi a buzina do ônibus da escola. Só deu tempo de pegar uma maçã e ir correndo junto a Dan.

As aulas passavam tão rápido quanto a uma tartaruga andando em câmera lenta. Tentava evitar Evan ao máximo, mas seria mais fácil se a gente não fosse da mesma turma.

Quando o sinal do recreio tocou, corri para fora da sala, não queria esbarrar com Evan e ter que dar a notícia. Mas como o universo conspira contra mim, o Evan logo me alcançou.

–Ames- ele sempre me chamava assim, tão fofo- O que tá acontecendo, por que você está me evitando?

–Olha Evan, é que- eu não sabia o que falar, fiz muita força para não gaguejar- A minha família vai fazer um cruzeiro de três meses e nesse cruzeiro só pode ir membros da minha família.

–O que?- ele arqueou uma sobrancelha- Um cruzeiro? No meio do semestre? E ainda mais, como assim não pode ir quem não for da sua família?

–É que meu tio teve essa ideia e a única regra desse cruzeiro é a “Proibida a entrada de pessoas que não pertencem a família Cahill”.

–E só uma família vai conseguir encher esse cruzeiro?- é, pelo visto ele não vai parar de fazer perguntas.

–A minha família é gigante, tanto que nem todos vão nesse cruzeiro. São todos parentes distantes- respondi.

–Tá, e você conhece esses parentes?

– A menoria, mas meu tio faz questão que eu e Dan vamos. Sabe a Sinead, a minha amiga que eu falo por webcam? Ela é uma prima distante também, e ela vai. Falando nisso tem alguns amigos como o Hamilton- ão que eu seja muito amiga dos participantes da busca, mas eu me dou bem com eles, apesar de não falar com nenhum- O Jonah- ele sabia que o Jonah Wizard é meu primo, e ele nem se importou, pois acha ele um “pop-star metido a besta”, bem, não posso deixar de concordar- E tem o ...-senti um nó na garganta

–O ...- ele me incentivou a continuar.

- Um amigo- falei tentando não pensar nele.

-Um amigo?- ele perguntou desconfiado.

–Evan, por favor, sem ciúmes né?- eu disse seca, esse assunto já estava me estressando.

–Me desculpa Amy, mas essa história tá muito mal contada e ainda tem esse  amigo seu- dizendo isso ele foi embora. Ele nunca tinha me chamado de Amy desde que começamos a namorar, mas eu também não estava com cabeça para ir atrás e pedir desculpa...

O sinal do final do intervalo tocou, e eu nem tive tempo de lanchar. Entrei na sala sem olhar para Evan. Dessa vez, as aulas passaram voando e logo tocou o sinal da saída. Sai o mais rápido que pude.

No ônibus, Evan não sentou ao meu lado, e nem desceu na frente da minha mansão para almoçar na mesma. E foi assim o resto da semana...

POV’s Narradora

Uma semana se passou, nada de diferente havia acontecido com os ex- participantes da busca pelas pistas, exceto com Amy, que estava sendo evitada por Evan, se bem que ela não estava fazendo o mínimo esforço para falar com ele. Mas tirando isso, tudo estava normal, Dan ia para a diretoria todo dia por causa de seus “golpes ninjas”, Natalie tinha despedido mais quatro empregadas, Ian tinha terminado com “a namoradinha da semana”, Alistair Oh liderava o clã calmamente, Sinead e seus irmãos trabalhavam noite e dia para experimentos sem nenhuma importância, só para diversão mesmo, Reagan e Madison se meteram em mais brigas na escola, Hamilton continuava sendo o valentão temido por todos e Jonah tinha gravado mais um sucesso e estava em perfeita relação com sua namorada Julieta.

Como já disse, a semana passou e nossos Cahill já estavam se preparando para o cruzeiro.

POV’s Amy

Mesmo sendo uma noite antes do dia que eu embarcaria no cruzeiro, eu consegui dormir tranquilamente, já tinha arrumado minhas malas. A única coisa que estava fora do lugar, foi que desde terça-feira (quando eu dei a notícia para Evan), não trocamos uma palavra se quer. Mas isso não me impediu de dormir bem.

Na manhã seguinte, eu acordei, fiz minhas higienes matinais e coloquei um moletom e uma calça jeans preta surrada, coloquei meu Al Star vermelho e fiz um coque alto e frouxo. Desci para tomar café e encontrei Nellie com a cara amassada e Tio Fiske que estava com um sorriso enorme no rosto, Dan ainda estava dormindo.

POV’s Dan

Acordei com o despertador, me segurando para não joga-lo pela janela. É, hoje é o dia que o meu pesadelo começa.

Com muito custo, levantei da cama, fiz minhas higienes e vesti uma roupa qualquer, minha mala já estava pronta então peguei uma roupa que eu não tinha guardado nela e desci para tomar café, encontrando uma Nellie de mau-humor, a Amy sem expressão, e Tio Fiske com um sorriso maior que o do Coringa.

POV’s Ian

Acordei com o despertador tocando. Hoje eu embarco naquele cruzeiro. Não que eu esteja ligando muito. Levantei da cama e fiz minhas higienes, peguei uma roupa e me vesti, indo direto tomar café da manhã.

–Bom dia- disse Natalie ao me ver, por incrível que pareça, ela acordou mais cedo que eu.

–Bom dia- respondi sem ânimo.

–Que mau-humor é esse? Sabe, não é porque a Amy, a única garota que não cai aos seus pés facilmente que nem as outras vai estar no cruzeiro, você tem que ficar de mau-humor, sabe, vai ter outras Lucians lá, e outras agentes de outros clãs que ficam derretidas só com o seu sorriso- ela falou cínica.

–Quem disse que ela não cai aos meus pés facilmente, é só eu estralar os dedos e ela faz tudo o que eu disser- respondi indiferente.

–Há! Isso eu duvido, eu aposto que ela não é tonta o suficiente para cair na sua lábia de novo, afinal, se fosse assim, ela não teria ganhado a busca junto com o Daniel- OK, é impressão minha ou ela está me desafiando?

–Isso é um desafio?- perguntei sentindo um sorriso malicioso surgindo em meus lábios.

–Entenda como quiser- ela disse retribuindo o sorriso- Mas eu aposto que você não é capaz, ela já se apaixonou por você Ian, acorda.

–O fato dela já ter se apaixonado torna tudo mais simples.

–Então tá, isso é uma aposta. Se ela voltar a se apaixonar por você nesse cruzeiro, eu serei sua escrava por um mês, mas se não, você vai ser meu escravo.

–Fechado.

POV’s Natalie

Pela primeira vez na vida, eu quero perder uma aposta. Desde o final da busca pelas pistas, parece rotina, Ian tem uma namorada diferente a cada semana, e nunca repete uma. Chegou a hora de acabar com isso, e eu sei que a Amy pode mudar isso, o Ian não admite, foi ensinado a parecer sem coração, mas ele sente algo por ela, disso eu tenho certeza.

POV’s Hamilton

Acordei cedo, hoje era o dia em que a gente embarcava naquele cruzeiro maluco, fiz minhas higienes e coloquei meu moletom roxo, sim, eu nunca me separo dele. Passei gel no meu cabelo e desci para tomar café da manhã, ninguém falou nada, todos estavam praticamente dormindo acordados, até o Arnold estava roncando, mas também, nós fomos ontem ver o jogo de futebol americano e nós fomos dormir digamos... Duas horas da manhã acabou o jogo, e ficamos mais duas horas e meia comemorando a nossa vitória, é fomos dormir quatro e meia da madrugada.

POV’s Sinead

Acordei com dor de cabeça e nas costas, pelo jeito eu fui dormir bem tarde ontem, tinha ficado até umas três da manhã trabalhando em uma experiência. Só agora percebi que alguém me chamava. Abri os olhos e dei de cara com o Alistair.

–Bom dia- ele respondeu simpático como sempre, ao seu lado estavam Ted e Ned com caras de sono.

–Ai, que dor de cabeça- reclamei.

–Não é para menos, você dormiu sentada nesse banquinho apoiada nessa mesa cheia de cadernos rabiscados com projetos. Por acaso esqueceu que hoje é o cruzeiro?- perguntou Alistair. Putz, eu esqueci completamente.

–Esqueci completamente-falei colocando as mãos na boca.

–Por isso, maninha, nós arrumamos as suas malas. O que você seria sem nós não é?- disse Ted com um ar brincalhão.

–Valeu maninhos- disse abraçando eles. A minha relação com meus irmãos é realmente muito boa, e graças a Katherine, eles estão curados.

– OK, agora vamos- disse Ned, e junto com Alistair, saímos da base.

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POV’s Jonah

Acordei um caco. Mano, ontem eu fui perseguido por fãs (eu já estou acostumado, mas...) e eu fiquei até de madrugada na rua sendo perseguido. E nesse caso, obviamente eu estou de mau-humor.

Depois de levantar e fazer tudo e me trocar, eu desci e fui para a sala de jantar da minha mansão pra tomar café.

–Bom dia- falou meu pai sem tirar os olhos do jornal.

–Bom dia- respondi bocejando e sem ânimo nenhum.

–Que mau-humor hein- disse ele, nem respondi.

Já estava acabando o café da manhã quando minha flor entra pela porta. Julieta estava linda como sempre e já estava com suas malas para partimos para o cruzeiro.

–Bom dia meu pop-star favorito-disse ela me dando um selinho.

–Bom dia- falei alegre.

–Pra ela você está de bom-humor né?- brincou meu pai.

–Bom dia tio- disse Julieta sentando do meu lado na mesa.

–Bom dia- disse meu pai.

Terminamos e fomos para a limousine. Hoje seria um longo dia, ainda bem que minha Julie está comigo.