I Hate Myself escrita por Lady SunDame, Lia Mayhew


Capítulo 5
Segredos




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Ouvi o sinal tocar.

Várias pessoas saíram da sala, apressadas.

Suspirei.

Fechei minha mochila e a coloquei nas costas.

Estava para sair da sala, quando escutei uma voz atrás de mim.

– Kells.

Virei-me instintivamente.

– Ah, Nílima.

Ela sorriu e disse:

– Eu já vou. Vamos juntas?

– Na verdade, eu quero andar um pouco, antes de ir para casa – Respondi.

– Para onde você vai?

Balancei levemente a cabeça.

– Eu não sei.

Nílima me observou.

– Quer que eu leve sua mochila?

– Não precisa.

***

Andei sem rumo.

Andei ali, virei aqui e assim, eu fui.

Quando dei por mim, eu estava em um local desconhecido.

Droga – pensei

Eu estava perdida?

Andei um pouco mais, tentando identificar onde estava.

Aquele lugar... Eu já havia estado ali antes, mas... Quando?

Eu estava prestes a entrar em desespero quando escutei uma voz às minhas costas.

– Kells?

Virei-me rapidamente.

Senti um enorme alívio tomar conta de mim.

– O que está fazendo aqui? – A figura perguntou, aproximando-se cada vez mais.

– Eu não sei... Eu estava andando e ai eu me perdi e... Estou aqui.

A figura riu.

– Como você conseguiu se perder?

Dei de ombros.

– Eu estava andando sem rumo.

A figura sorriu, e, pude perceber um pouco de malícia.

Parecia que estava se divertindo com a desgraça alheia.

– Que tal ir lá em casa? – perguntou

– Por que eu faria isso, Kishan? – perguntei.

Kishan deu de ombros.

– Minha casa é aqui do lado, não se lembra?

Ah é... Eu havia me lembrado. Eu já havia estado ali. Na festa de Durga.

– Depois de arrumar minhas malas, eu te levo para casa – Ele continuou dizendo.

– Malas?

Kishan pareceu surpreso.

– Eu não te contei? Eu vou fazer um intercâmbio na Índia.

Tentei pensar em alguma desculpa.

– Você não tem outra opção. Ou você vem comigo ou, você vai continuar perdida.

Droga.

– Ok... – Disse – Mas você vai me levar para minha casa depois, mesmo, né?

Kishan riu.

– O que mais eu faria com você?

Pensei ter sentido minhas bochechas queimarem.

– Eu não sei.

Ele riu um pouco e então, me guiou até sua casa.

***

Passamos pela portão principal e, fomos recebidos por uma mulher de meia-idade.

– Kishan, onde você foi... Ah, quem é essa mocinha?

– Essa é a Kelsey. Kells, essa é minha mãe – Kishan me apresentou.

A mulher sorriu e me estendeu uma mão.

– Prazer, sou Deschen.

– Prazer.

Deschen tinha uma aparência oriental. Usava um vestido de seda cor de creme e saltos altos da mesma cor. Seus longos cabelos negros estavam presos em uma trança solta lateral. Ela era realmente bonita – e estilosa.

– Ela estava andando por aqui e se perdeu – Kishan explicou – Então, a trouxe para cá. Vou levá-la para casa depois que arrumar minhas malas.

Deschen sorriu.

– Querido, vai arrumar suas malas enquanto eu converso com ela, sim?

Ele não disse nada e, fez o que a mãe pediu.

A mulher sorriu e fez um gesto para que eu sentasse no sofá e, assim eu fiz.

– Bebe chá? – perguntou.

Assenti e, a vi entrar em um cômodo que, presumi ser a cozinha e, voltando segundos depois, segurando uma bandeja com duas xícaras, um bule e alguns recipientes que não pude ver direito.

Deschen pousou a bandeja em uma mesa de centro e sentou-se ao meu lado.

Ela me entregou uma xícara de chá com algumas gotas de mel.

– E então... Quando você conheceu o Kishan? – Ela perguntou.

– Eu entrei no colégio no meio do ano. Faz menos de três meses.

Deschen me olhou, surpresa.

– Sério? E há quanto tempo vocês namoram?

Senti minhas bochechas queimarem.

– N-Nós não namoramos – gaguejei.

A mulher me olhou e então, riu.

– Não? Kishan tem falado tanto de você, ultimamente.

– Fala?

Deschen assentiu.

– Sim... E Ren? Você conversa com ele?

Senti um intenso calafrio percorrer o meu corpo.

Só agora eu havia lembrado que, ele também morava ali.

– Ãhn... Sim.

Eu definitivamente não poderia contar para ela que, eu havia socado seu filho e lhe proposto guerra. Não. Definitivamente, eu não podia.

A mulher deu um risinho que mais parecia um suspiro e então, disse:

– Meus filhos são bem unidos, mas, são completamente opostos, não acha?

Assenti.

Um é encantador enquanto o outro é um idiota convencido – pensei.

– Ren tem um temperamento forte e é, muitas vezes, irônico. Kishan é mais calmo e tem um comportamento bem diferente do comportamento do irmão.

Eu quem o diga... – pensei.

Ficamos conversando por um tempo, até que a porta da sala se abriu, revelando uma figura de olhos azuis cobalto.

Ele me olhou, em uma mistura de perplexidade e surpresa.

– O que ela está fazendo aqui? – Ele perguntou, dirigindo-se a mãe.

– Isso é jeito de falar? – Deschen perguntou, sem mudar o seu tom de voz – Qual é o problema dela estar aqui? Mas, respondendo a sua pergunta: Kishan a trouxe.

Medo.

Raiva.

Medo.

Eu não sabia o que fazer.

– Por que Kishan trouxe você? – Ele perguntou, dirigindo-se a mim, enquanto aproximava-se.

– E- Eu havia me perdido e ele me achou – Respondi, olhando fixamente para a mesa em minha frente.

Dhiren revirou os olhos.

– Por que está tratando ela assim? – Deschen perguntou, mudando um pouco o seu tom de voz – Ela é tão gentil.

Dhiren me olhou e olhou para a mãe e então, ficamos em um completo silêncio.

O clima estava tenso.

Escutamos algumas coisas no andar de cima e, no segundo seguinte, Kishan estava no pé da escada.

POV REN

Escutei algumas coisas no andar de cima e, no segundo seguinte, Kishan estava no pé da escada.

Eu não sei o que estava sentindo.

Era algo parecido com uma mistura de raiva, entusiasmo e perplexidade.

Ficamos em um completo silêncio, até que Kishan quebrou aquele estranho clima.

– Vamos Kells, vou te levar para sua casa.

Vi Kells e minha mãe se levantarem do sofá.

– Hey, o que você tem com a Kelsey? – Perguntei para Kishan, sem ao menos pensar.

Ele me olhou, e disse em tom de deboche:

– O que você tem a ver com isso?

Senti uma dose de raiva percorrer o meu corpo.

Kelsey e minha mãe me olhavam, em uma mistura de perplexidade e surpresa.

– Querido, você está com... Ciúmes? – Minha mãe perguntou.

Senti um calafrio percorrer o meu corpo.

Eu... Poderia mesmo estar com... Ciúmes?

Eu... Poderia?

Poderia eu... Ter me... Apaixonado?

Fiquei em um completo silêncio.

Pude perceber que todos me olhavam como se quisessem dizer ‘’Então é verdade?’’

Droga.

Fiquei sem reação.

– Não! – Exclamei, depois de um tempo.

Minha mãe deu um risinho e então, disse:

– Kishan, leve a Kelsey para casa. Eu... Tenho que conversar com o Ren.

Senti um calafrio percorrer cada canto do meu corpo.

Observei Kishan e Kelsey passarem pela porta e então, desaparecerem em meio às ruas.

Minha mãe fechou a porta e me olhou.

Bufei e subi as escadas, em direção ao meu quarto e, pude perceber que minha mãe me seguia.

Sentei-me na borda de minha cama e, esperei minha mãe que, sentou-se ao meu lado.

– Ren... Você gosta dela?

Assustei-me. Minha mãe era muito direta, às vezes.

– Q- Que tipo de pergunta é essa? – Bufei ainda tomado pelo susto de antes.

Ela deu de ombros.

– Sim ou não?

– Por que você quer saber? Isso vai mudar alguma coisa?

Ela franziu a testa.

– Isso é maneira de falar com sua mãe? E além do mais... Você pode se abrir comigo... Eu sou sua mãe!

Bufei.

– Sim ou não? – Ela tornou a dizer.

Respirei fundo e, disse.

Ela sorriu com minha resposta e, saiu do meu quarto. Deixando-me sozinho.

Droga.

Kelsey Pov

Acordei ás 07h30min e, fui ao banheiro, sonolenta.

Lavei meu rosto, escovei os dentes e, arrumei os meus embaraçados cabelos.

Joguei uma água em meu rosto e voltei para o meu quarto.

Sentei-me a beira de minha cama e, olhei para o nada.

É hoje que o Kishan vai para Índia... – pensei

Na noite anterior, eu havia dito para ele que, o encontraria no aeroporto, para que pudéssemos nos despedir. Eu estava decidida a fazer isso.

Vesti uma legging preta, uma blusa em um all star cinza.

***

Passei pela porta do aeroporto, um pouco apreensiva.

Eu estava matando aula.

Segurei meu celular e, liguei para o número de Kishan.

– Alô?

– Ãhn... É a Kelsey.

Escutei um risinho do outro lado da linha.

– Eu já cheguei no aeroporto... Onde você está?

– Onde você está?

– Estou perto da porta principal...

– Eu já vou.

Desligamos nossos celulares e, eu esperei.

Alguns minutos depois, Kishan apareceu, sorrindo.

– Oi – Ele disse.

– Oi.

Ele sorriu mais uma vez e disse:

– Venha, Ren está me esperando.

Senti um calafrio percorrer o meu corpo.

– D-Dhiren? Ele está aqui? – Perguntei, acompanhando-o.

– Sim... Ele queria vir se despedir de mim, mas parece que meu vôo vai atrasar um pouco, então, ele está me fazendo companhia.

– Ah... - Soltei sem pensar.

Ele me levou até uma área de lanchonetes e, paramos em frente a uma mesa.

Dhiren estava sentado lá.

Ele ficou sem reação quando me viu. Provavelmente, lembrando-se do que acontecera ontem.

– O que ela está fazendo aqui? – perguntou.

Kishan ignorou e fez um gesto, indicando para que eu me sentasse em uma das cadeiras que cercava a mesa e, assim eu fiz.

– Quer comer alguma coisa? – Kishan perguntou para mim.

Neguei com a cabeça.

Nós três começamos a conversar. Dizíamos poucas palavras.

Alguns minutos se passaram e, escutei uma voz vinda de várias caixas de som: ‘’ Passageiros do vôo 24 da linha ‘’Tigres Voadores’’, apresentem-se no portão de embarque número 6’’.

Kishan olhou para mim e para Dhiren.

– Eu tenho que ir.

Nós nos despedimos e ele se distanciou.

Eu e Dhiren nos entreolhamos.

– Eu acho que... É melhor eu ir embora – disse já me retirando.

Ele continuou sentando, encarando o nada.

Ele era estranho, às vezes.

DHIREN POV.

Sentei-me em frente à televisão.

Assisti durante alguns minutos um documentário sobre tubarões.

Alguns segundos depois, uma figura feminina apareceu ao meu lado, sentando-se logo em seguida.

– Por que você está tão avoado hoje? – Ela perguntou.

– Não é nada – Resmunguei.

Minha mãe deu um risinho.

– É sobre o Kishan? Ou melhor... Sobre a Kelsey?

Bufei.

– Por que seria sobre a Kelsey?

Minha mãe deu de ombros.

–Vai saber...

Ficamos em silêncio por um tempo.

– Ela sabe que você gosta dela?

– N-Não! Por que saberia?

Minha mãe sorriu, levemente e então, levantou-se e começou a andar em frente à televisão.

– Quando você gosta de algo, você deseja fazer algo por ele. Deseja sacrificar coisas por ele.

– Hãn?

Ela deu um risinho.

– São passagens do conto de Hemingway

– Hãn?

– Quando você gostar ou amar alguém verdadeiramente, você vai entender o que eu disse. Mas até lá, Ren, você deve cuidar do que ou de quem você atualmente gosta. Você deve se lembrar: paciência é uma virtude. Para ser amado, você primeiro, tem que oferecer o seu amor.

KELSEY POV

Eu, Nílima e Yesubai estávamos no horário de almoço.

– Por que você faltou ontem? – As duas perguntaram em coro.

Dei de ombros.

– Eu me atrasei.

As duas se entreolharam e, então, ficaram quietas.

Ficamos assim por um tempo, até que Dhiren aproximou-se de nossa mesa e, me puxou pelo braço, levando-me a um canto isolado do refeitório.

– O que foi? – Perguntei, tentando soar a mais seca possível.

– Domingo, 13h00min na área aberta do jardim, na Praça da Torre do Relógio. Não falte – Ele disse, e depois, correu para outra direção, me deixando sozinha e perplexa.

O que fora aquilo?


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Notas finais do capítulo

*--------*E ai?? Gostaram????Cara... Eu estou totalmente entusiasmada :3 E olha que essa fic ainda nem chegou na metade ♥ E agora: Um recadito da Sun!!!Sun - Raawr?? Raawr?? RAAAAAAAAAAAAAWR ♥ Raaaawr! raaaawr raaaaaaawr (>*3*)>*Tradução: E ai pessoal?? Tudo bem?? Eu queria agradecer a vocês pelos reviews que vocês mandaram no capítulo anterior. Eu fiquei MUUUUUUUUUUUUUUUUUITO FELIZ ♥ Eu e a minha dona adoramos vocês! Vocês são muito importantes para nós, então, não deixe de mandar reviews dizendo o que você gostou e o que você não gostou do capítulo para que a fic fique cada vez melhor (>*3*)>* ....Pessoal, muuuuuito obrigado!!! *-----------* Beijinhos açucarados com sabor de Donuts LSDPs: Sabiam que essa fic está quase completando 3 meses de idade??



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