Tempos Que Nunca Foram escrita por Bertinelli


Capítulo 5
Fugindo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Muito tempo, não?

Mas eu tinha avisado que ia demorar...
Enfim, novidades:
Vou começar a postar músicas aqui na nota do capítulo, para vocês ouvirem enquanto leem, se quiserem. Pra dar uma emoçãozinha a mais, que acham? Vou estudar músicas para os capítulos anteriores e vou editar também...

Aqui vai a música desse capítulo:
http://www.youtube.com/watch?v=OvJIkMyeUeo



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Mary estudava aquele homem deitado no chão. Seu sorriso fazia uma pequena brasa acender no peito. E então ela sorriu também e sentiu os olhos umedecerem, grata por aquela alegria repentina e boba, um estúpido motivo para sorrir comparado ao tamanho das trevas que a cercavam.

Ao notar finas lágrimas mistas de alegria e tristeza escorregarem sem querer no rosto fino de menina de Rosemary, Doctor entendeu a mágica que aquela pequena vitória trazia e seu sorriso entusiasmado se transformou num sorriso brando de consentimento, leve e sem mostrar os dentes, apenas externando sua paz através dos rasgos que os lábios harmoniosamente desenhavam seu rosto. Mary rastejou até ele e encostou sua cabeça em seu peito.

— Doctor... mais coisas como aquela vão aparecer no meu quarto, não é?

— Bem, talvez não exatamente como aquilo. — ele sentiu a menina estremecer sobre seu corpo — Não se preocupe, Rosemary, juntos vamos impedir que isso aconteça, ok?

Mary se sentou, abraçada aos joelhos, ainda sentia suas mãos formigarem com a energia do painel da TARDIS, e começou a se perguntar se sua mãe estaria a salvo daquela loucura.

— Sabe de uma coisa? — Doctor disse enquanto se sentava — Você disse que queria fugir um pouco desse dia... Bem, adivinhe onde estamos agora? Máquina do tempo! Qualquer lugar no espaço e tempo, aonde você quer ir, Rosemary?

Ela o fitou surpresa com essa constatação óbvia que os acontecimentos recentes não a permitiram enxergar.

— Vamos, Rosemary, você merece isso... — ele levantou, empolgado e estendeu a mão a ela.


Era eletrizante vê-lo mover-se esguio e empolgado pelo painel da nave apertando botões sequenciados, dando voltas completas ao redor do console só para puxar uma alavanca que estava no mesmo lugar de onde partira, tudo improvisado, apenas executando suas ideias à medida que pensava. Mary podia ficar ali o observando para sempre, ele com aquele olhar infantil brilhando em inocência e entusiasmo ao som estridente da nave que “pousava”.

— Ok, Rosemary! — ele pulou, se postando frente à porta da TARDIS com um sorriso largo e uma das mãos segurando a maçaneta com força suficiente para criar um suspense — Allons-y!

E puxou a porta para si mirando o lado de fora vestindo um semissorriso infantil, a boca parcialmente aberta e a ponta da língua tocando os dentes como uma criança explorando seu lugar secreto favorito.

O lugar parecia um parque florestal, mas as árvores tinham as folhas rosáceas e eram polvilhadas com uma fruta redonda e roxa, do tamanho de uma laranja, que exalava um perfume doce, feito bala. O céu era alaranjado e nele dava ver para incontáveis estrelas.

Ele agarrou a mão de Rosemary e eles correram pelo parque até suas pernas não suportarem mais. Há muito tempo ela não gargalhava tanto. Sentaram na beira de um riacho cujas águas eram impulsionadas por uma forte cascata prateada que caía de uma montanha jovem. Ela via as sombras das criaturas que nadavam pela correnteza, respirava aquele ar perfumado de lavanda e ao contemplar o céu, — agora num tom forte de marrom — ouvindo as histórias que o Doctor contava, podia sentir o quão pequeno eram seus problemas.

— Doctor... — ela disse, interrompendo-o — Nunca mais solte minha mão.

Doctor contemplou a cascata em silêncio e então Mary pode sentir os séculos que ele viveu refletir no seu olhar cansado. Doctor sabia que algo muito, muito errado estava acontecendo e sua experiência de Senhor do Tempo lhe desafiava se seria capaz de salvar essa menina novamente. E do céu, o Universo gritava, com uma voz impossível de ser ouvida, segredos terríveis e pedidos de ajuda.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Comentem por favor!
Obrigada por lerem!
Até!