Tempos Que Nunca Foram escrita por Bertinelli


Capítulo 4
Maior por Dentro


Notas iniciais do capítulo

Sim, demorei para postar, pelo que peço desculpas...
Minhas últimas semanas foram muito difíceis no trabalho e simplesmente não deu para postar mais cedo (desabafo!).
Queria que esse capítulo fosse pelo menos o dobro do anterior... Consegui. Eu ia escrever mais, mas tinha prometido postar na última semana e já que não consegui não podia estender mais ainda o prazo, porém também queria que fosse um bom capítulo em respeito aos que acompanham a história e sempre deixam comentários legais. Por isso também não quis postar antes um capítulo qualquer, você não merecem isso! Obrigada a todos pelo apoio... e, enfim, ALLONS-Y!

Música do Capítulo: http://www.youtube.com/watch?v=nN47Wg-IED4



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Mary se encolheu e agarrou o travesseiro, colando suas costas na parede fria enquanto aquele tipo, que facilmente se confundiria com um Hexapoda terrestre, — exceto pela massa de pelos que cobria o dorso de seu corpo e por ter quase o mesmo comprimento que um skate médio — movia suas longas antenas em sua direção.

— Rosemary, fique-longe-dessas-antenas! — o Doctor disse com as sobrancelhas arqueadas quase sumindo pela linha da testa numa visível expressão de pânico que se contradizia a sua firme voz imperativa.

— Eu não quero ficar perto... de jeito nenhum! — a voz trêmula de Mary se fez ouvir.

A “coisa” moveu vagarosamente as patas, acercando-se de Mary, que soltou um gemido. O inseto agitou uma das antenas e, lenta, ela se aproximou do nariz da menina.

— Doctor... — disse Mary, ofegante, o rosto esgueirando-se para trás, limitado pela parede — o que acontece se isso encostar em mim?

Mary sentiu uma vibração roçar-lhe a pele e apertou os olhos.

— DOCTOR!

O barulho do aparelho prateado e depois um estampido, e outro, e Mary sentiu o abraço do Doctor arrastá-la para longe.

Lentamente, Mary abriu os olhos.

— Onde estamos? — ela mirava o todo a sua volta, incrédula.

Era uma sala circular, ou parecia ser. Para cima, o infinito. Nas paredes, tons alaranjados e formas hexagonais de onde pendiam cabos de cobre. Filamentos, que lembravam corais, saíam do chão, todos arranjados para circundar o núcleo — um grande pilar brilhante, cercado por botões e alavancas incontáveis. Havia muito a ser detalhado pelos olhos, mas para quase nada existia uma palavra, um nome, um adjetivo, capaz de descrever aquilo.

— A cabine. A salvo. — ele disse apressado, sem olhar para ela, ocupado demais mexendo em seus botões, não como um especialista faria, mas aparentemente atrapalhado, enrolando-se em fios, tentando segurar uma alavanca distante com uma das mãos enquanto um dos pés pressionava um botão quase inalcançável.

— Impossível. — ela disse com firmeza, porém seus pensamentos davam um nó. O que poderia ser impossível numa noite como aquela? — Como poderia...? Quer dizer, a cabine está dentro do meu quarto! Como pode ser tão grande por dentro?

Doctor virou a cabeça e a encarou com uma das sobrancelhas erguida.

— Você prestou a atenção em alguma coisa que eu falei? Eu sou um Senhor do Tempo, essa é a TARDIS.

— Você quer dizer que... que... isso aqui é mesmo uma máquina do tempo?

— Beeem, — ele encheu a boca de ar, engolindo as explicações que os olhos castanhos pareciam ler no ar — se é assim que você consegue entender... Mas minha TARDIS é bem mais que uma máquina do tempo. Se não se importar de guardar as perguntas para depois e... Pode me dar uma mão aqui? Eu só tenho duas, de que me servem duas mãos?

— Ah, ok... — ela se levantou e aproximou-se timidamente — O que eu preciso fazer?

— Temos que inverter a polarização do fragmento do vórtex e usar a TARDIS como um catalisador de massas gama e BUM, nós mandamos o Bladoxis de volta para onde veio.

Um silêncio de incompreensão se fez.

— Eu só preciso que você aperte bem aquele botão, então nós mandamos a barata gigante embora.

Mary se assustou. De tanto olhar ao seu redor e tentar compreender tudo aquilo, sequer reparou que o inseto estava lá, aos pés do Doctor, movendo seu primeiro par de patas aleatoriamente.

— Ainda está vivo?!

— Ele não tem culpa, só estava assustado. Seja lá o que me fez parar no seu quarto, também trouxe o Bladoxis e temo que isso continue acontecendo. Agora, vá, aperte o botão.

E foi isso que ela fez. Com as duas mãos, empurrou o grande botão roxo que o Doctor tentava alcançar com a sola do All Star anteriormente.

Mary sentiu os dedos ficarem dormentes conforme uma onda de choque corria do painel a ela.

— Rosemary, não solte esse botão! — Doctor gritou enquanto forçava a alavanca para baixo — Não importa o que aconteça, não solte esse botão!

Porém, nem que Mary desejasse seria possível largar o botão. Era como se sua mão estivesse colada ao painel. Ela sentia a onda de choque percorrer o corpo todo, fazendo seus dentes rangerem. Uma luz forte envolveu o inseto-alienígena, que se debatia descontroladamente. Sua cor e forma se tornavam difusas até que — num minuto torturante — desapareceu por completo.

Mary e o Doctor caíram no chão, ofegantes e aliviados.

— Bom trabalho, Rosemary! — ele disse com aquele sorriso empolgante que era só dele.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso!

Espero que tenham gostado... foi duro escrever sobre Doctor Who na mesma semana que Matt Smith anunciou sua saída... Mas a vida segue...

Se possível comentem... comentários me dão o gás que preciso para continuar escrevendo ;)

Obrigada por ler! Próximo capítulo, dentro do período de 1 mês (sim, é muito, mas eu realmente estou atolada com o trabalho... T-T).
Até!