Tempos Que Nunca Foram escrita por Bertinelli


Capítulo 3
Duas horas


Notas iniciais do capítulo

Desculpem, ficou muito curto, mas precisei cortar bem ali, tudo pelo bem do suspense.
Espero que gostem.

Música do Capítulo: http://www.youtube.com/watch?v=9sPGVT9jEMU



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Com as mãos em concha, Mary lavou o rosto por três vezes e fitou os próprios olhos no espelho.

— Que noite longa... — ela disse a si mesma.

Deixou a cabeça tombar para frente, encostando a testa na superfície fria que era seu reflexo e apertou as pálpebras. Tantos pensamentos...

Alienígena, Senhor do Tempo, Vórtex temporal, partículas do tempo, Doctor, Doctor, Doctor quem?!

Aquela voz entusiasmada demais não parava de falar, dentro de sua cabeça, sobre coisas inimagináveis, sobre sua vida de mais de novecentos anos, Universos, galáxias, que ele conhecera, tudo tão real, tão real e tão ilusório ao mesmo tempo. As veias de sua têmpora pulsavam exasperadas e uma dor irrefreável cobria o crânio. Fechar os olhos tinha sido uma péssima escolha. Flashes de memória recente esmagavam seus pensamentos, o Doctor sorrindo para ela e dizendo coisas que não faziam sentido enquanto simplesmente não conseguia aquietar-se, bagunçando suas coisas, explorando seu universo particular com seus olhos expressivos sob aquelas sobrancelhas que pareciam ter vida própria.

Mary deixou um riso nervoso escapar. Não podia negar que talvez tudo isso pudesse ser divertido, que aquela personalidade infantil, entusiástica e insana era apaixonante, quase um sonho, mas não agora. Agora queria ficar só, se fortalecer nas trevas que envolviam sua alma. “Não vou sair de perto de você até conseguir minhas respostas”, ele disse. Sua mente estava carregada demais para aceitar um lunático na sua vida. E eram três da manhã. Mary já se via dormindo na aula de física no dia seguinte. Determinada, ela voltou ao seu quarto.

— Escute — ela começou a dizer com o indicador apontado para o homem — não me importo com quem ou o que você seja, ou de onde e como você veio, essa foi a pior noite da minha vida, você escolheu o pior momento para... para se materializar aqui. Eu preciso dormir e vou dormir agora. Se for ficar aqui é bom que fique quieto. — ela sentou na cama e apoiou o rosto nas mãos — Estou tendo um dia tão difícil... eu só quero fugir um pouco dele...

Doctor a fitou, sóbrio. Não são muitas pessoas que conseguem calá-lo. Pobre e pequena criança. Não custou a dormir assim que seus cabelos castanhos se espalharam pelo travesseiro. Ele puxou para si uma cadeira e sentou pelo lado contrário, e debruçando os braços no encosto, mergulhou naquela atmosfera pacífica que envolvia a triste menina. “Aproveite sua paz, Rosemary”, ele pensou “Pois eu não tenho bons pressentimentos”.

Duas horas. Foi o tempo que a paz de Mary durou.

— Acorde! Rosemary, acorde! — Doctor cutucou o ombro da menina — Vamos, mexa-se! Nós temos que ir!

— O qu-...? — Mary esfregou os olhos e sentou-se, irritada — Oh, meu deus! O que é isso?! — exclamou ao erguer os olhos para a estranha criatura em seu quarto.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!

Próximo capítulo no marco 10 de comentários (ou seja + 6)

Opinem, critiquem ou simplesmente falem, por favor, é importante ;)

Até!

P.S.: Whovians, saiu a Season Finale. Todo mundo ligado hein