Capuz Vermelho escrita por Greensleeves


Capítulo 31
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Não sei como vão as ferias de vocês, as a minha esta tédio puro....



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  "Thomas?"

  "Sim mãe?" -Thomas disse aparecendo no corredor.

  "Onde esta sua prima?" -Sua mãe perguntou arrumando o colar de perolas importadas que havia ganho no natal.

  "Não sei." -Thomas disse olhando em volta.

  "Querido, passará o dia todo em casa? Por que não saiu um pouco?"

  "Não estou com ânimo para sair." 

  "Eu e o seu pai vamos visitar o senhor Storny." -Ela se olhou no espelho e começou a arrumar os sedosos cabelos loiros presos em um penteado elaborado.

  "Tudo bem." -Thomas disse admirando a vaidade da mãe.

  "Fiquei quietinho aqui, e caso saía, leve o casaco meu amor." -Ela arrumou a gola do vestido e desceu a longa escada branca até a entrada.

 Thomas suspirou e voltou para o quarto. O que adiantava todas as quelas coisas se ele se sentia vazio por dentro. Ele sempre teve tudo, tudo que desejava e pedia, mas mesmo assim ele se sentia sozinho e incompleto. Todos os livros, todos os jogos, todas as coisas que eram divertidas e que podiam entreter uma pessoa estavam a seu alcance no quarto.

 Thomas sentou-se na cama e olhou em volta. 

  "Senhor, gostaria de beber alguma coisa?" -O mordomo perguntou entrando no quarto.

 Thomas o olhou e negou com a cabeça.

  "Algo para comer?"

  "Não." -Thomas disse.

  "Algo que eu possa fazer pelo senhor?" -O mordomo olhou em volta.

  "Esta tudo feito, Anton. Tudo comprado, tudo arrumado e montado, lido, escrito." -Thomas disse se levantando e indo até a janela.

  "Por que não chama um de seus amigos para vir aqui?" 

  "Amigos?" -Thomas cuspiu a palavra- "Não tenho amigos."

  "Como não senhor. O senhor tem muitos amigos." -Anton sorriu.

 Thomas o olhou e cruzou os braços.

  "Amigos não são aqueles que te dão e tem coisas, Anton. Os únicos amigos de verdade que eu tive nunca tiveram nada. E agora se foram."

 Anton o olhou tristemente.

  "Se eu puder fazer algo pelo senhor."

  "Saia!" -Thomas gritou.

 Anton assentiu e saiu pela porta.

  "Idiota!" -Thomas ajoelhou na cama e começou a dar socos no travesseiro- "Idiota!" -Ele gritava.

 Lágrimas quentes começaram a escorrer pelo seu rosto lentamente. Lágrimas nunca vistas antes, lágrimas de tristeza. Thomas, nunca na vida, ficara triste por não ter algo, agora a coisa que ele mais desejava não podia ter, nunca mais.

  "Por que? Por que?" -Ele descontava toda sua raiva nos travesseiros importados e de luxo.

 Ele cobriu o rosto no travesseiro, que ficou úmidos com a água misteriosa que escorria por seus olhos.

  "Annita, por que?" -Ele sussurrou com a voz fraca.

 A garota tinha ido para sempre, e mesmo tendo-se passado alguns dias de sua morte, ele a sentia como se tivesse ocorrido segundos atrás. 

  "Me desculpe Annita." -Ele levantou o rosto e olhou pela janela- "Por que você me deixou." 

 Ele passou a mão no rosto molhado e respirou fundo.

"Você e Logam são meus irmãos mais velhos." -A menina sorriu.

  "E você é minha irmã mais nova." -Ele a abraçou de lado- "Minha pequena irmã mais nova."

 Annita riu e Thomas sentiu aquela risada alegre entrando por seus ouvidos e o fazendo sentir o garoto mais sortudo do mundo por ter-la ao seu lado.

"Isso é para você. Feliz aniversário." -Ele lhe entregou uma pequena caixa embrulhada com um papel decorado.

  "Thomas, não precisava. Logam, diz para ele que não precisava." -Annita disse pegando a caixa e pondo no colo.

  "Obrigado Thomas, eu não dei nada para ela." -Logam disse sorrindo.

  "É só uma lembrança." -Thomas disse sentando-se na grama ao seu lado.

 Annita abriu a caixa e tirou um lindo colar de ouro com com pingente em forma de coração.

  "Thomas, é lindo." -Ela disse o olhando.

  "Que bom que gostou."

  "Muito obrigada." -Ela agarrou seu pescoço e o puxou para perto, abraçando-o. 

 Thomas abraçou a cintura da menor e sorriu. Ele sentia a respiração acelerada da garota no seu pescoço e o cheiro adocicado do seus cabelos ruivos voando com o vento.

  "Adorei, obrigada." -Ela se afastou.

  "Eu te ajudo a por." -Ele disse pegando o colar e tirando o cabelo dela das costas.

  "Como ficou?" -Ela perguntou o arrumando no pescoço.

  "Lindo." -Logam disse sorrindo.

  "Obrigada." 

  

  "Cheguei atrasado?" -Thomas perguntou entrando entre os dois.

  "Não." -Annita disse sorrindo.

  "Que horas você irá cantar?" -Ele perguntou olhando para a garota.

  "Não me lembre disso." -Ela disse desviando o olhar.

  "Tudo dará certo." -Ele pois a mão em cima da dela e sorriu.

 Annita sorriu e virou-se para o prefeito. 

  "E como convidados especiais, quero chamar ao palco, os alunos da Escola de Perraut."

 Logam se dirigiram até o palco e Thomas aplaudiu como o resto das pessoas no local. 

  "Ah, estou tão nervosa por ele." -Annita disse.

  "Vai ficar tudo bem. Ele toca muito bem." -Thomas disse a olhando.

 Ela respirou fundo e a musica começou.

  "Não esta usando o colar que eu te dei?" -Thomas perguntou.

 Ela olhou para o peito e para ele depois.

  "Ah, devo ter esquecido em casa. Sinto muito." -Ela disse- "Mas você esta aqui, não estou sozinha." -Ela sorriu e voltou a sua atenção para o palco.

  "Lindo. Palmas para a banda da Escola de Perraut."

Todos aplaudiram novamente, dessa vez mais calorosos.

  "E agora, gostaria de chamar a senhorita Annita van Zweg, para cantar o hino nacional."

 Annita olhou para Thomas e se levantou.

  "Boa sorte." -Ele segurou sua mão e ela o olhou.

  "Obrigada." -Ela se inclinou e o beijou na canto esquerdo do lábio, sem chegar a ser um beijo, mas uma ótima demostração de amor.


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