Capuz Vermelho escrita por Greensleeves


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

(só quero avisar que nessa semana que vai entrar a fic vai estar de ferias ok... [é que eu vou estar em semana de prova] mas prometo continuar assim que puder ^-^)



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Logam acabou indo dormir mais cedo do que desejava. Depois de Haskel foi embora, ele não tinha mais o que fazer. Ainda nevava, e dessa vez mais forte, o que impossibilitava ele de sair.

Ele subiu para o quarto e decidiu tomar um banho para aquecer o corpo. Enquanto a água esquentava na banheira ele se apoiou na parede e tentou pensar em outra fantasia para a festa, mas a loja mais próxima era muito cara e suia avó já estava preparando a que ela pretendia. Então ele decidiu ir de chapeuzinho vermelho; e caso alguém perguntasse, ele inventaria uma desculpa na hora.

Mas mesmo tendo a fantasia ele estava sem par, e não que acontece-se como no ano passado de ficar sozinho. Se lembrou de Annita ter dito que estava sem par...

Perfeito!

Amanha ele juntaria toda sua coragem e chamaria a garota para ir ao baile com ele. E se ela dissesse não... Bem, ai ele iria sozinho mesmo.

Logam entrou na banheira e ficou bor um bom tempo. A água começou a deixar seus dedos enrugados, mas ele não ligou, ainda estava quente e ele iria aproveitar ao máximo.

Ele pegou o sabonete e passou por trás do pescoço e embaixo dos braços, mergulhou todo o corpo na banheira para tirar o resto e esfregou os pés com a bucha.

Quando a água já estava fria, ele se enxugou e vestiu seu pijama. O espelho do bainheiro havia embaçado, então ele o limpou com a manga da blusa e pegou o pente para pentear o cabelo; estava realmente comprido.

Cansado dos fios atrapalharem, ele pegou a tesoura no amarinho do banheiro e, aos poucos, foi cortando mexa por mexa. Tufos pretos iam caindo na pia e sendo levado pela água da torneira ralo abaixo, quando acabou, penteou o que sobrou e foi para o quarto.

A noite estava fria, mas bonita. A neve deixava uma fina camada branca pela cidade, parecia um grande bolo de natal.


XXX




"O que houve com o seu cabelo?" -Sua tia perguntou assustada.




Logam fez uma careta pois havia esquecido do seu novo corte. Ele sentou-se a mesa e olhou para a tia.


"Estava muito grande."

"Santo Deus!" -Ela disse.

"Ficou até que legal." -Ele disse arrumando.

"É... Mas da próxima vez eu te levo ao barbeiro, querido."

Logam riu.

"Hoje voltarei mais tarde, então me espere para jantar."

"Tudo bem. Vou para Annita." -Logam disse olhando para o leite na xícara.

"Mande um beijo para ela."

Logam olhou para ela e assentiu.

Assim que sua tia foi trabalhar, Logam pegou seu casaco, algumas moedas que estava em cima da mesa da sala e saiu. Ele correu o mais rápido que pode para o mercado sem ao menos prestar atenção na rua, o que o fez ouvir muitas buzinadas.

Ele entrou no mercado e, em passos largos, foi para a parte das verduras onde sempre havia uma bancadinha com flores e mudas de plantas.

"Uma rosa." -Logam disse olhando ansiosamente para a mulher.

Ela pegou uma das flores no buque e olhou para ele.

"Só uma?"

Logam não respondeu. Pegou a flor e despejou as moedas no balcão.

"Obrigado." -Ele disse correndo para fora.

A casa de Annita ficava a algumas ruas do mercado, se ele fosse rápido, chegaria a tempo.

Mas a tempo do que? Logam não sabia por que corria, apenas queria chegar na casa o mais rápido possível e chamar a garota.

Ele subiu os degraus de madeira e se inclinou para bater na porta, mas a mesma se abriu no mesmo momento.

"Logam!" -Disse Annita ao ver o amigo.

"Annita." -Ele disse num suspiro exausto.

"Não acha que esta meio cedo." -Ela riu e deu espaço para a prima passar.

"Vai sair?" -Ele perguntou olhando para Carolla que arrumava alguma coisa na bolsa.

"Vou, por que?"

"Posso falar com você?"

Annita olhou para Carolla.

"Vou indo na frente." -Carolla disse entendendo o olhar da prima.

Annita apoiou-se na porta e olhou para o amigo.

"Diga." -Ela sorriu.

Logam suspirou, ainda cansado pela correria, passou a mão no cabelo e respirou fundo.

"Annita..." -Ele suspirou- "Quer ia a festa e natal comigo?"

O sorriso de Annita desapareceu. Ela juntou as sobrancelhas e desviou o olhar.

"Sinto muito, Logam... Mas eu já fui convidada."

Aquelas palavras foram como um soco no seu peito; como havia doído.

"Mas... Ontem... Você disse que não." -Logam gaguejou involuntariamente.

"Eu sei." -Annita o olhou e seus olhos estavam levemente vermelhos- "Mas... Eu fui."

"E por que mentiu?" -Sua voz falhou.

Annita olhou tristemente para o amigo e negou com a cabeça.

"Eu... Eu até te comprei uma maldita flor." -Logam a mostrou e em seguida a jogou no chão.

Annita não disse nada.

"Quem te convidou?"

"Thomas."

Logam negou com a cabeça. Como ele tinha sido tão burro a ponto de não pensar nisso!

"Logam..." -Annita tentou pegar a mão do amigo, mas o mesmo a pois no bolso do casaco- "Eu pensava que você iria me convidar."

Logam a olhou.

"Mas não! Você não disse nada! Esperou pelo ultimo momento para dizer." -Sua voz agora estava alterada.

"Mas você mentiu para mim!" -Logam gritou, mas depois se arrependeu por ter aumentado o tom com a garota.

"A culpa não é minha." -A voz de Annita estava melosa e seus olhos embaçados.

Logam não queria a ver chorar, não queria mais estar ali. Ele deu as costas e desceu os degraus da casa.

"Logam!" -Annita o chamou, mas ele não respondeu. Se sentia envergonhado, estupido por ter passado por tudo aqui.

Ele percebeu que a garota o seguia e começou a correr, sem direção, apenas queria sair de lá. Ele desviava das pessoas e ouvia a voz de Annita o chamando de longe.

Quando percebeu estava na floresta. Sua respiração estava ofegante e alta. Ele desacelerou os passos e voltou a andar. Se virou para ver se Annita o seguia, mas estava, finalmente, sozinho.

Ele andou pela trilha, mas não queria ir para a avó, apenas queria se afastar. Ele entro floresta a dentro e continuou a andar. Não ligaria se o guarda chama-se sua atenção, não ligaria se alguém o visse, queria apenas ficar sozinho.

A grama estava coberta pela neve e a floresta estava embaçada com a neblina. Aos poucos sua respiração foi acalmando e sua raiva dissolvendo.

Ele sentou em um tronco caído e olhou para o céu. Por que tudo tinha que ser tão difícil e doloroso?

Seu coração doía. Não por ter que ir sozinho, nem por ter recebido um não, mas pelo fato que Annita esperava pela sua pergunta e pelo fato dele ter sido tão idiota a ponto de não tê-la convidada antes.

Estava frio, sem a raiva fora do seu corpo lhe aquecendo ele podia sentir a neve na sua pele, ardia.

Ele se levantou e olhou pelos lado para tentar achar a trilha de novo, mas sem sucesso. A neblina estava cada vez mais densa e dificultando a visão. Ele estava perdido.

"Idiota." -Logam sussurrou para si mesmo e começou a andar. Talvez encontrasse o caminho de casa, e ficar parado não o ajudaria a sair dali.

Caminhou em silêncio, sua respiração era o unica coisa que ouvia, isso e seus sapatos pisando na neve. Mas então ele achou que ouviu outros passos... Passos pesados.

Logam olhou para trás, mas não viu nada... Ou pelo menos achou que não viu.

Havia outra coisa ali. Era possível ouvir sua respiração pesada e calma. Um frio subiu por suas costas e suas mãos começaram a suar. Por trás da neve que caía tinha alguma coisa. Alguma coisa grande e esguia. Alguma coisa que olhava para ele e esperava o momento certo para atacar.

Logam não sabia que corria e morria, ou ficava parado e morria. Ele tentou respirar mais devagar para não fazer muito barulho, mas, qualquer coisa que estivesse a metros seus, assim como ele, sabia que estava lá.

A respiração começou a ficar mais acelerada. Logam não tinha escolha a não ser correr, e correr muito.

Suas pernas começaram a se mexer, seus coração parecia que iria saltar do peito. O vento batia no seu rosto e ardia, como se fosse pó de vidro. Ele não queria olhar para trás, mas podia ouvir o barulho da coisa, suas pegadas na neve e a respiração ofegante.

Ele iria morrer, disso ele sabia. A fotografia do seu corpo esquartejado apareceria no jornal na manha seguinte. Sua tia choraria no seu enterro junto com Annita e sua avó e ele teria um lugar especial no pátio da escola.

Ele desviava de arvores e galhos, suas pernas começaram a doer de tanto correr, mas só de pensar que a coisa poderia estar mais perto o fazia correr mais rápido. Um grito saiu de sua boca involuntariamente e ele deu uma rápida olhada para trás, se arrependendo profundamente.

Não era um lobo, nem um animal. A criatura que o seguia não era real.

Sua pele era branca, como se não tivesse pelo, e se tivesse, eram bem finos. O corpo era magro e curvado, mas não deveria ter mais que dois metros, as mãos eram garras e a cabeça, assim como o resto do corpo, sem pelo e pequena. As orelhas pareciam de lobo, mas tinham pouco pelos.

Não era um lobo. Logam teria menos medo de um se fosse.

Então se lembrou de uma vez na biblioteca... O que o velho tinha dito...

"Estranho nunca se ter visto pegadas ou rastros desse lobo, mas corpos são encontrados com arranhões e mordidas no corpo." -O velho sussurrou meio pensativo- "É porque o lobo esta entre nós."

"Entre nós?" -Logam estreitou os olhos.

"Uma criatura meio lobo meio homem, que se transforma e é sedenta por sangue." -O velho disse tão baixo, como se fosse um segredo...


Aquilo não era um lobo... Nem uma pessoa...



Logam já havia lido sobre aqui, pessoas que se transformavam.


"Lobisomem!" -Logam respondeu a seus pensamentos.

De repetente ele sentiu uma grande pancada na cabeça e tudo ficou preto.









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Notas finais do capítulo

não teve muito dialogo... mas espero que tenham gostado.

~agradeçam a Harry Potter pela imagem he he