Agora É Guerra! escrita por LDMRPB


Capítulo 16
Aquele do convite.


Notas iniciais do capítulo

Mas gente, segunda recomendação seguida *-* Estou sem palavras para tamanha bondade de vocês, muito obrigada JustAShadow, adorei a sua recomendação.

Um obrigada também para Erick sanchez, Julia, Arqueira Yuuki, ladyfeiticeira, matt, MaruChan, BielNeko, Lin e Esgaildw.



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Foi necessária apenas uma batida na porta da casa do David para que eu fosse atendido, mas não pelo loiro e sim pela sua mãe.

– Daniel, que bom que veio. Eu não vejo o David assim desde... Sinceramente? Eu nunca o vi assim. Ele está no quarto pode subir. – Fiz como instruído pela mulher e subi os degraus em direção ao já tão conhecido quarto do David. A porta estava fechada, mas não trancada. Assim que entrei deparei-me com o David na janela, de costas pra porta encarando a paisagem.

– Dani, fecha a porta, por favor. – Foi o que fiz, entrei e passei a chave, em seguida segui em sua direção. O abracei, ele continuava de costas, de maneira que não pude vê seu rosto. Ao entrar em contato comigo o David desmoronou. Soluçando sem parar ele me apertou, causando certo desconforto pela força não medida. Eu estava morrendo de curiosidade para sabe o que o deixara assim, mas apenas o abracei, esperando que chorasse até as lágrimas se esgotarem.

Quando ele finalmente terminara de chorar, eu não sei exatamente quantas horas depois, pode ter sido um minuto ou por um dia inteiro, minha camisa estava molhada, e o David já estava sem ar. Sua mãe trouxera um copo de água, que foi consumida pelo loiro sem muita vontade. Sentamos em sua cama, sua cabeça descansava em meu colo. Demorou alguns minutos até ele finalmente começar a falar. Ele falou muito, totalmente confuso, mas eu o entendia. Ele estava assim pela única coisa capaz de destruir um homem por completo, um coração partido.

– Eu o perdi, perdi para sempre. E a culpa é minha, completa e inegavelmente minha! – Repetia pela milésima vez, as suas lágrimas já voltando a tomar força.

Ficamos por um bom tempo assim. Entre abraços, lágrimas e arrependimento, até o cansaço domar-lo. Levantei da cama quando ele estava quase dormindo.

– Não me deixa. – Pediu com a voz sonolenta.

– Eu não vou. Vou no banheiro e já volto, eu volto. – Enfatizei. Ele pareceu satisfeito com a resposta e largou a minha mão voltando a sua posição inicial.

Ele não precisava pedir, obviamente ficaria com ele nesse momento. Porém precisa avisar aos meus pais que ficaria aqui, enquanto estava com o David recebi inúmeras mensagens deles e não respondera. Resolvi ligar avisando, liguei para Rodrigo que costumava ser mais compreensivo. Me desculpei por ignorar-los, mas ele entendeu, depois que brevemente expliquei a situação.

– Tudo bem Dan, pode ficar ai, eu aviso pra o seu pai. Tem pessoas que acabam com a sua chance no amor. Não percebem que a vida é curta demais para deixar uma pessoa especial passar? – Falou mais pra si mesmo que pra mim referindo-se a situação do David. – Enfim, até mais Dan, toma conta dele, ele vai precisar. – E desligou.

Fui ao banheiro levando algumas roupas do David para me trocar, ainda estava com o uniforme. Olhei no grande espelho sobre a pia. Eu aparentava como me sentia, exausto. Meus olhos estavam fundos, meu cabelo desgrenhado, totalmente destruído. Facilmente podia-se confundir o David comigo, quem visse, acharia que eu que havia deixado meu amor partir. Mordi o lábio involuntariamente. Será que eu cometera o mesmo erro que meu amigo? Inevitavelmente as palavras do meu pai rodaram minha mente. Estaria eu deixando uma pessoa especial passar?

Eu tenho que parar de negar o inegável, eu estou apaixonado pelo Sean, e o havia deixado com aquelas palavras depois de tudo que ele me dissera, talvez já fosse tarde demais... Mas não deixaria o sofrimento do meu amigo ser um espelho do meu futuro.

Segurei meu telefone em minhas mãos, encarando a tela por um tempo. Eu tinha o seu número, mas ele jamais me atenderia. Respirei fundo e pressionei a tecla, esperando que mesmo com a raiva que imagino que ele esteja ele me, ele atendesse. Devo admitir que fiquei surpreso, pois no primeiro toque já pude ouvir sua voz.

– Alo? - Falou ao atender. Minha cabeça esvaziou, o que diabos eu pensava que estava fazendo, por que eu o liguei?

– É o Daniel. – Disse baixo, quase um sussurro, sentando na tampa fechada da privada, já que sentia minhas pernas fracas.

– Eu sei, tenho identificador de chamada. O que quer? – Ele não parecia furioso, soava indiferente. Talvez eu tenha me enganado sobre o quanto afeto ele.

– Liguei para me desculpar, imagino que devo ter lhe chateado, não queria deixar-lo com raiva de mim. –

– Está enganado, não tem necessidade de se desculpar por isso, não estou com raiva de você. –

– Ah, bom então. Então tá, tchau. – Ouvi um barulho estralho no telefone, como se o Sean tivesse sobrado com força.

– Você é estúpido por acaso? Eu não estou com raiva de você, estou magoado. –

– Magoado? – Indaguei.

– É, magoado. Eu abrir meu coração pra você e você ignorou totalmente e correu atras dele... - Foi quando percebi, sua tom de voz não era de indiferença, era tristeza. - Logo DELE! E ainda diz uma coisa daquelas antes de partir. Então não, não precisa se desculpar, eu já entendi, só me deixa em paz por favor, porque se você ficar me ligando só vai piorar as coisas. – Percebi que ele pretendia desligar então falei rapidamente:

– Espera! – Pedi desesperadamente.

– O que você quer, Daniel? –

– Você! – Respondi rápido demais, antes mesmo de perceber o que acabara de dizer. O Sean parecia tão surpreso quanto eu, o que deixou a ligação muda por alguns segundos. – Você me pediu pra pensar e eu pensei. Eu percebi que gosto de você... – Comecei quando percebi que ele não diria nada. – Talvez não tanto quanto você de mim, mas eu não posso mais negar que eu me eu estou gostando de você. Quando eu te disse aquilo antes de sair, doeu em mim, mas eu apenas não queria admitir esse efeito que você tem sobre mim. E droga, nem acredito que to falando essas coisas por telefone... – Ouvi a risada do Sean ao outro lado da linha.

– Eu não acredito que você ta dizendo isso. – Sua voz parecia genuinamente feliz.

– É, nem eu. – Foi inevitável não sorrir. – Eu pensei muito e decidir parar de pensar, só vou me entregar ao que to sentindo. – Assumi.

– Eu queria muito está com você ai agora Daniel, eu preciso te beijar. – Sentir meu rosto enrubescer. – Sabe, isso que você ta sentindo por mim, você pode não admitir, mas é bem mais que apenas gostar. –

– Vamos com calma Sean, acredite esse passo já foi muito difícil pra mim. –

– Tudo bem, eu entendo. Só vou te avisando que eu vou fazer você se apaixonar por mim. Vou ser o motivo de você ir dormir sorrindo e acordar assim. –

– Que tal um passo de cada vez? A gente poderia sair amanha. – Sugeri.

– Você está me chamando pra um encontro, Daniel? –

– Estou sim Sean, você deveria aceitar. –

– Eu adorarei sair com você, príncipe. – Enrubesci novamente. Tinha a sensação que estivera vermelho durante toda aquela conversa.

– Ótimo, depois do castigo então. Eu tenho que ir agora Sean, te vejo amanha? –

– Tudo bem, até amanhã. –

– Até! –

– Espera! – Pediu.

– Sim? –

– Eu te amo. – Declarou.

– Não sei o que dizer... – Falei sem graça.

– Não precisa dizer nada, só queria te deixar com aquele sorriso bobo que eu adoro no rosto. –

– Idiota! Tchau. – Despedir-me com um sorriso nós lábios.

– Tchau! – E foi preciso muita coragem para pressionar aquele botão de desligar.

Eu queria falar com ele até cair no sono ouvindo aquela voz que tinha um efeito entorpecente em mim, mas não podia. O David precisava de mim hoje, amanhã terei todo o dia para ouvir-lo, beijar-lo... Levantei da privada, eu precisava de um banho. Me despi e peguei uma toalha para convidados que já sabia onde ficava. Tomei um rápido banho e me vesti com as roupas do David. Coloquei meu uniforme dobrado dobre uma cadeira para não amassar, afinal precisaria dele amanhã já que não trouxe outro comigo.

No quarto, David continuava dormindo, com uma expressão mais mansa, mas nem um pouco tranquila. Até dormindo podia-se notar que sofria, não o via mais como um espelho, apenas a imagem de um amigo triste. Aconcheguei-me ao seu lado, passando o braço em si, em um meio abraço. Toquei meus lábios com a mão disponível, lembrando dos beijos que já trocara com o gigante, não acreditando ainda na conversa que tivermos. E foi inevitável, mas com o Sean no pensamento e um sorriso nos lábios, eu cai no sono.


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Notas finais do capítulo

Gente esse cap foi pequeno pq se juntasse com a parte do encontro seria grande demais.
Ninguém acertou quem vai ser o personagem, ainda tem uma chance ein? Ele aparece no prox cap...
Pra quem queria mais detalhes sobre o sofrimento do David, eu não quis entrar muito em detalhes para não dar spoiler da outra fic, já que "agora é guerra" ultrapassou a cronologia de "o garoto dos oculos escuros".
O grande beijo, vejo vocês em breve :*