Quinn

Eu olhei para o relógio. Já eram nove horas. Se eu demorasse muito a Rach ia acabar acordando e eu não ia conseguir fazer o que tinha que fazer, então, levantei e respirei fundo.

Seria praticamente impossível tirar aquela madeira sem que ela percebesse. Ainda mais porque ficava em baixo da cama.

Eu respirei fundo mais uma vez e resolvi tentar a sorte.

Me abaixei do lado da cama e – milagrosamente – tirei a madeira do lugar, peguei o meu celular e o da Rachel sem que ela acordasse.

Desci ate a sala e liguei os dois celulares.

Procurei o numero que precisava no celular da Rach e usei o meu para ligar.

Depois de dois toques alguém atendeu.

- Alo? – disse a voz do outro lado da linha.

- Senhor Berry?

- Sou eu mesmo. Quem fala?

- Quinn. Namorada da Rachel. – acredito que era o melhor jeito de me identificar.

- Aconteceu alguma coisa? – ele perguntou preocupado.

- Não. Quero dizer, aconteceu, mas...

- Estão todos bem? – ele me interrompeu.

- Estamos sim.

- Então o que houve?

- Não tem como explicar pelo telefone. Quero dizer, é muita coisa e, bom – eu respirei fundo – eu precisava que o senhor viesse aqui. Eu e Rachel precisamos contar uma coisa.

- Tudo bem. Mas eu só vou poder ir ai hoje depois das duas da tarde.

- Perfeito. – eu disse – Estaremos esperando.

- Ótimo. Porque a Rachel não ligou?

- Ela esta um pouco ocupada agora – menti – e me pediu para telefonar.

- Sei. – ele respondeu meio desconfiado – Até mais tarde então.

- Até.

Eu desliguei o telefone e respirei fundo. Agora eu ia ter que encarar a Rach.

Depois de desligar e guardar os dois celulares novamente em baixo da cama, eu deitei do lado da Rachel, respirando fundo.

- Bom dia. – eu cochichei no ouvido dela – Ta na hora de acordar Rach.

- Só mais cinco minutos. – ela resmungou.

- Nada disso preguiçosa. – eu disse rindo – Eu preciso falar com você.

- Pode falar que eu to ouvindo. – ela resmungou, mas era obvio que ela não estava me ouvindo.

- Rachel, por favor, levanta. – ela sentou e olhou para o relógio.

- Pelo amor de Deus Lucy! Ainda são nove e quarenta! Eu fui dormir mais de duas horas da manhã!

- O seu tio vai vir aqui. – eu disse de uma vez. Ela ia ficar brava de todo jeito, então, porque não fazer do jeito mais fácil?

- Acho que eu não ouvi direito. – ela disse – Você disse que meu tio vai vir aqui?

- Isso.

- E como você sabe?

- Porque fui eu quem chamei ele.

- Tudo bem. – ela disse rindo – E como você fez isso?

- Uma madeira solta em baixo da cama não é o melhor esconderijo do mundo Rach.

- Você tem problema Fabray? – ela gritou – Você tem noção da burrada que fez?

- Desculpa Rach, mas...

- Não Lucy! – ela me interrompeu – Ele vai querer me matar! Você não conhece o meu tio.

- Eu me entendo com o seu tio Rach, mas a gente precisa resolver essa história! Não dá pra gente resolver tudo sozinhas. Não ia ter como.

- Não vai precisar fazer nada se eu estiver sete palmos abaixo do chão!

- Foi à única coisa em que eu consegui pensar Rachel. Você vai precisar do acompanhamento medico e tudo mais. – eu respirei fundo – Desculpa. Eu devia ter falado com você.

- Não Quinn. Você ta certa. – ela disse mais calma – Se você pedisse eu ia gritar com você e... – ela respirou fundo e me olhou nos olhos – Que horas ele vem?

- Depois das duas. – ela deitou e virou de costas para mim.

- Acho melhor eu começar a rezar. – ela disse e eu a virei para mim, a fazendo sentar.

- Eu não vou deixar nada te acontecer Rach. Ele não vai relar um dedo em você.

Ela me abraçou e nós ficamos assim por alguns minutos.