Rachel

No meio da confusão que se formou por eu estar grávida, a Santana lembrou de uma coisa que me preocupou bastante: acompanhamento médico.

Já eram duas da manha e eu estava deitada no peito da Quinn, enquanto ela acariciava minha barriga, ambas pensando no assunto.

– Nós vamos ter que contar pro seu tio. – ela disse.

– Como é?

– É o único jeito Rachel. Você tem que fazer o...

– Quinn, não. – eu disse, a interrompendo, enquanto me sentava – Não podemos falar para o tio Will.

– Ele vai ter que saber um dia.

– Eu sei disso. Mas não pode ser agora. Ele vai querer me matar.

– Não importa quando ele descobrir, ainda assim vai querer. E eu não vou deixar.

– E no que isso ia adiantar?

– Ele vai saber o que fazer.

– Você fala como se conhecesse o meu tio.

– É a única solução que eu encontrei.

Eu respirei fundo e me encolhi, abraçando minhas pernas e a Quinn sentou e me abraçou.

– Eu não sei o que fazer Quinn. – confessei exausta – Eu to com medo do que pode acontecer.

– Rachel, a gente tem que pensar no nosso filho. – sorri com o nosso, mas o sorriso não durou nem um segundo.

– Eu sei Quinn. Eu to fazendo isso. Puxa vida! Que tipo de mãe eu vou ser se não consigo nem mesmo tomar uma decisão tão simples?

– Não fala isso Rach. Eu sei que você vai ser uma ótima mãe.

Eu respirei fundo.

Sinceramente queria acreditar naquilo, mas era difícil.

Eu e a Quinn ficamos conversando por mais alguns minutos até que eu dormi.

Quinn

Eu olhei para a Rachel dormindo do meu lado e respirei fundo.

Eu podia fingir enquanto conversamos, mas não conseguia agüentar mais.

Eu ia ser mãe! Eu sempre quis isso. Um bebezinho para eu cuidar. Ver os primeiros passinhos. As primeiras palavras. Uma criança que me chamaria de mamãe...

Mas eu não sabia se estava pronta ainda.

E a Rachel?

Ela ficou desesperada com a idéia.

Não que ela não tenha gostado. Aparentemente ela gostou. Mas o tio e o pai dela não iam gostar.

Ela tinha razão. Eles iam querer matá-la. E ao pai da criança também. Se bem que esse eu também queria.

E também tinham os meus pais que não ficariam nada contentes com a idéia, principalmente porque, obviamente, o filho não é realmente meu.

E tinha o pequeno detalhe de que estávamos praticamente trancadas dentro dessa casa. Isso não ajudava muito.

Quando me dei conta eu estava chorando.

Respirei fundo e desci para pegar um copo com água.

Quando cheguei na cozinha a Santana estava encostada na pia, com alguma coisa nas mãos.

– Não conseguiu dormir? – ela perguntou.

– Não. – eu respondi, parando de chorar.

– O que aconteceu?

– Eu to preocupada Santana. Eu não sei o que fazer. – admiti.

– Eu não sei o dizer.

– Acho que vou ligar para o seu tio amanha. Pedir para ele vir aqui. Quem sabe ele não pode ajudar.

– Ele vai querer matar ela. Claro que a Rachel te mata antes, mas mesmo assim... – ela disse e foi em direção as escadas. – A gente se fala amanhã. E se você conseguir a façanha de ligar para alguém me avisa. Já to ficando louca sem o meu celular.

– Faz tempo que eu descobri onde ela escondeu. – eu respondi rindo.

– E só conta agora? – ela disse subindo a escada – Que tipo de amiga é você heim?

Eu ri, bebi um pouco de água, e subi para o quarto da Rachel.