Rachel

Já fazia duas semanas que nós estávamos naquela casa, e até que estava sendo divertido – até a Quinn concordava com isso – mas eu andava me sentindo mal ultimamente, vivia enjoada e cansada por nada.

Eu olhei para o relógio do meu lado. Ainda eram onze horas, mas eu só não havia dormido ainda graças a uma terrível dor de cabeça e aquele enjôo que eu sentira o dia todo.

Eu respirei fundo, me levantei e fui até a cozinha pegar um copo de água.

- Hei Rachel! – a Britt disse quando eu ia passando na sala, já voltando para o quarto – Eu já ia te chamar. Quer jogar também?

- O que vocês vão jogar? – eu perguntei só por curiosidade. Com certeza não iria jogar.

- Bom, – a Santana disse – temos aqui copos e algumas bebidas. Com certeza não é banco imobiliário.

- Muito engraçado Santana, mas não to a fim de jogar.

- Por quê? Você tem medo do que podemos descobrir sobre você em uma partida de eu nunca? – o Sam provocou.

- Não. – eu respondi – Só que não to mesmo a fim de jogar, e nem to me sentindo bem.

- Então o seu medo é beber algum tipo de bebida alcoólica? – o Sam continuo me enchendo o saco – Aposto que nunca experimentou alguma coisa do gênero.

Eu respirei fundo e contei ate dez mentalmente.

- Não enche Sam. – eu disse.

- Sabia. – ele disse rindo.

Eu fui ate a mesa, enchi um dos copinhos e virei num único gole.

- Ta bom assim para você? – eu perguntei encarando o Sam e os outros riram.

- Engole essa Sam. – a Quinn disse rindo – Nem você vira um copinho de vodca assim.

- Eu vou subir – eu disse saindo – Realmente não estou bem.

Assim que cheguei no quarto me joguei na cama de qualquer jeito e fiquei deitada ate que a Quinn entrou.

- O que você tem? – ela perguntou.

- Só to um pouquinho enjoada. – respondi – Nada de mais.

- Quer que eu fique aqui com você?

- Não precisa. – eu disse – Vou dormir um pouco e ver se melhoro, depois desço.

- Tudo bem. – ela disse saindo do quarto – Qualquer coisa me chama.

- Pode deixar.

Eu me arrumei na cama, me cobri e fechei os olhos, esperando dormir, mas devo ter ficado apenas uns cinco minutos assim, antes de levantar e ir correndo para o banheiro. Eu definitivamente não deveria ter bebido aquele copo de vodca daquele jeito. O Sam ia me pagar por isso depois.

Depois de jogar para fora tudo o que eu tinha no estomago, escovei os dentes e desci atrás de um remédio.

Os outros estavam tão concentrados em alguma coisa que a Santana dizia que nem me viram passar, e eu me perguntei o que ela estaria falando.

Cheguei na cozinha e abri o armário onde estavam os remédios.

Tinha ali remédios para tudo. E eu não estou exagerando. Tinha mesmo remédio para todo tipo de doença.

Depois de mexer em todos por alguns segundos, eu simplesmente paralisei.

Eu não sei por que meu pai teria colocado aquilo ali, mas alguma coisa me dizia que eu poderia... Quer dizer, o enjôo, o desanimo. Tudo se encaixava.

Eu peguei aquela caixinha e subi correndo para o meu quarto.

Santana

Já passava da uma da manha quando eu deixei o pessoal conversando e bebendo e fui para o meu quarto.

Eu não tinha bebido quase nada. Nem mesmo brincando de eu nunca, e isso me fez pensar em como minha vida era chata.

Eu respirei fundo e olhei para a Britt.

Depois que eu contei a história sobre eu a Rachel sermos irmãs, nós resolvemos brincar de verdade ou conseqüência.

A Britt escolheu conseqüência, a Quinn a desafiou a me beijar, e antes que eu pudesse falar alguma coisa, ela o fez.

Eu e ela ficamos com cara de bestas até começarmos a brincar de eu nunca, quando a Britt começou a ficar alegrinha de mais.

Agora eles já estavam todos bêbados, e definitivamente não dava para agüentar o Sam e as garotas daquele jeito. Eu sinceramente não sei como a Demi consegue.

Respirei fundo e continuei subindo.

Quando passei pelo quarto da Rach, resolvi ver como ela estava, então entrei sem bater. Não queria acordá-la caso ela estivesse dormindo.

Mas, diferente do que eu imaginei, ela não estava dormindo, estava deitada sim, mas chorando.

Eu me sentei na cama ao lado dela.

- O que aconteceu Rach?

Em vez de me responder, ela olhou para alguma coisa em cima da cômoda e eu segui o olhar dela.

Não identifiquei de primeira o que era, mas também não precisei de muito tempo para descobrir.

Era um exame de gravidez.

- Rachel, você ta...? – eu não precisei terminar a frase. Ela me abraçou, ainda chorando.

- To Sant. – ela dizia entre os soluços – Eu to grávida.