Quinn

– É isso ai gente. – a Rach disse depois de entrarmos na casa – Chegamos.

– Eu queria saber quanto tempo à gente vai ficar aqui. – eu disse.

– Quinn, já reparou que só você esta reclamando?

– A Demi ta certa Quinn. – o Sam falou.

– Vem. Vamos separar os quartos. – a Rach disse.

– Eu escolho o meu primeiro. – a Santana falou e foi em direção a escada.

– Nem pensar. – a Rach disse correndo ate ela.

– E porque não?

– Bom, porque eu já tenho o meu quarto de quando eu era pequena e tem quartos aqui que eu acho melhor vocês não entrarem.

– Tipo? – e daí que eu era curiosa?

– Um quarto que era da minha mãe. Ninguém nunca pisa naquele quarto. – um silencio desagradável ficou entre nós por alguns segundos – Vem. Eu vou mostrar os quartos.

Nós seguimos a Rach e ela nos apontou os quartos que poderíamos escolher.

Depois que todos arrumaram suas coisas descemos para a sala. Só a Rachel não estava lá, então, eu subi para chamá-la e a encontrei no quarto dela, olhando uma foto.

– Você está bem? – eu perguntei.

– Eu não tive a chance de conhecer ela. – ela disse secando as lagrimas – E ele nem ao menos se importou comigo. – eu me sentei na cama do lado dela e olhei para a foto – Ele preferiu o trabalho.

– São os seus pais? – eu perguntei.

– São. No dia do casamento deles.

– Eles faziam um belo casal.

– Eu sei. – ela disse e me olhou por um segundo – Ela morreu por minha causa Quinn.

– O que?

– Minha mãe. Ela morreu por culpa minha.

– Rach...

– Não Q é verdade. – ela me interrompeu – Fui eu que nasci por ultimo. A segunda filha. Minha mãe sobreviveu enquanto a Santana nascia, mas não quando eu nasci.

– Quem te disse isso?

– Me deu muito trabalho descobrir, mas eu consegui. Como não importa.

– Rach, para de se culpar. A culpa é o pior sentimento que existe. Não vale a pena sentir raiva de você mesmo.

– Mas Quinn...

– Rach a culpa vai nos matando por dentro. – eu a interrompi – Um dia de cada vez. E quando percebemos, não queremos mais viver. Porque a vida não vai ter mais sentido. A culpa acaba com você. Acho que é o único sentimento que consegue ser pior do que a raiva, já que a culpa nada mais é do que uma raiva que você sente de você mesma.

– Não encarar a realidade é pior.

– Rachel, há quanto tempo você vive com essa culpa?

– Faz uns dois anos que eu descobri.

– E quem te contou, tinha como provar?

– Não Quinn, mas...

– Sem mas Rach.

– Eu sinto como se a culpa fosse à única coisa que me ligasse a ela Quinn. A única coisa que me impede de esquecê-la.

– Não Rach. O que te impede de esquecer sua mãe é o fato de você amá-la. Não importa se vocês não chegaram a se conhecer.

Ela me abraçou e nós deitamos.

Eu a envolvi pela cintura enquanto ela chorava com a cabeça no meu peito, molhando minha camisa com as lagrimas.

Quando ela se acalmou eu a abracei com mais força.

– Vem Rachel. Vamos descer. O pessoal esta esperando a gente.

Ela levantou e respirou fundo.

– Tudo bem. Eu só vou lavar o rosto e já desço.

Ela foi pro banheiro e eu desci para a sala.

Rachel

A Quinn tinha razão. Eu estava me culpando à toa. Por nada.

A morte da minha mãe não era culpa minha. Eu não tinha nada a ver com isso, e tinha que me acostumar com a idéia.

Eu respirei fundo, lavei meu rosto, sai do banheiro e guardei a foto dos meus pais na gaveta da cômoda.

– Ta na hora de esquecer. – eu cochichei para mim mesma e fui para a sala.