Rachel

Eu não sabia o que fazer.

Eu estava grávida. Grávida! Meu Deus! O que eu ia fazer agora?

Eu provavelmente teria que parar de trabalhar. Meu tio ia querer me matar quando descobrisse. Me matar e matar ele também. E meu pai. Não interessa que ele tenha sumido por quatorze anos. Também ia querer matar nós dois quando soubesse. E a Quinn? O que ela faria quando eu contasse? Isso se eu contasse. Será que ela me deixaria ou iria me apoiar diferente, é claro, do idiota que era o pai dessa criança?

Já fazia uma hora que eu e a Santana estávamos conversando sobre todas as possibilidades, e isso só estava me deixando mais nervosa.

- Chega Sant. – eu disse – Se continuarmos falando disso eu enlouqueço.

- Rachel você tem que entender que só o que você sabe é que esta grávida. Não sabe como as pessoas vão reagir.

- Esse é o problema.

- Pensa assim: você ta feliz?

- Sant, eu vou ser mãe. É complicado, mas na verdade eu estou feliz sim.

- É só o que importa agora. Amanha você conversa com a Q e resolve parte do seu problema.

- Ou crio mais um.

- Por favor, seja otimista.

- Eu estou tentando.

- Já ta tarde. Eu vou pro meu quarto. Descansa um pouco. Amanha a gente conversa.

- Tudo bem.

- Boa noite.

- Boa noite.

A Sant saiu e eu tentei dormir. Juro que tentei. Mas não passou de uma tentativa.

Fiquei a noite toda acordada.

A idéia de ser mãe era assustadora.

Eu só tinha dezenove anos. Como iria criar uma criança?

Eu passei a noite rodando na cama e andando pelo quarto.

Por volta de meio dia a Santana veio ver como eu estava – provavelmente tinha acabado de acordar – e eu pedi para ela dizer pro pessoal que eu não estava bem e queria ficar sozinha, então, só a Quinn veio no meu quarto, e, ainda assim, só para ver como eu estava e trazer o meu almoço.

Depois de comermos ela desceu, e eu só vi outra pessoa de novo por volta das oito da noite, quando resolvi descer para a sala.

Eu não podia ficar o dia todo deitada sem fazer nada, então, resolvi ver como todos estavam, e comer alguma coisa.

Para ser sincera por mim eu não comeria, mas eu estava esperando um filho, então faria isso pelo bebe.

E, novamente, eu quase voltei a chorar.

Meu Deus! Eu tinha que parar com isso. Toda a vez que eu pensava nessa criança me dava vontade de chorar!

Eu desci e encontrei todos no sofá, vendo alguma coisa que passava na TV.

Me sentei do lado da Quinn e todos me olharam.

- Você ta melhor? – ela perguntou.

- To sim. – eu disse com um meio sorriso forçado.

Quando todos voltaram a olhar para a TV a Santana fez um sinal para que eu a seguisse ate a cozinha, e eu o fiz.

- Você tem que contar para ela Rachel. – ela cochichou.

- Eu sei Sant. Mas eu to com medo da reação dela.

- Você não vai saber se não tentar.

- Eu sei.

- Não importa a reação dela Rach, eu vou estar com você.

- Obrigada Sant. – eu disse e a abracei.

- Vamos.

Nós voltamos para a sala, e eu voltei a me sentar do lado da Quinn, que passou a mão pela minha cintura, me puxando para perto.

- Q, vem comigo. – eu cochichei no ouvido dela e subi para o seu quarto.

Estava na hora de falar para ela.