17 anos... Eu aqui pensando que eles ainda eram aqueles fofos bebêzinhos...

Procurava... Procurava... Mas ainda não conseguia achar. Onde será que estava Tsuna?

– Filhoooo! Tsunaaaa!! - ele gritava mas ninguém respondia. Onde será que estava aquele danadinho?

Layla estava tirando uma soneca no sofá, abraçada com Happy que também dormia... Ela era bem animada, mas diferente de Tsuna, depois de um tempo ela cansa de tanto brincar e acaba dormindo.

– Ei, coroa. - ele se virou, era Nathan juntamente de Nayla.

– O que é, pirralho? - respondeu no mesmo tom ameaçador.

– Tô saindo. Talvez eu não volte pra casa hoje. Avisa a mamãe.

– Tá... - respondeu indiferente. - e você, minha princesinha? - indagou ficando na frente dela. Nayla estava estranha. Desviando o olhar... Isso não era típico dela.

– Vou ir ver o Rayden. - respondeu ela normalmente, agora olhando para os olhos do pai.

– Está estranha. Eu te conheço. Aconteceu alguma coisa?

Agora Natsu estava sério.

– Sim. - ela respondeu fazendo biquinho. - eu soube da "conversa" que você teve com ele, tá? - ela cerrou o cenho olhando para o pai.

– "Conversa"? - Nathan perguntou tentando entender. - Ahh entendi. A "conversa". Ele teve essa conversa comigo também. Mas pra falar a verdade eu nem liguei muito pra isso.

– Mas deve ligar! Isso é algo muito importante. - disse Natsu.

– Demo, você sabe como é o Rayden, papai. - repreendeu a Dragon Slayer. - ele ficou morrendo de vergonha. Falar sobre isso com seu pai é uma coisa, falar sobre isso com seu sogro é algo totalmente diferente.

~

– Olha Rayden, você já está na idade de querer fazer... Certas coisas.

– Certas coisas? Do que está falando, Natsu?

– Você sabe...

– Não, não sei. - respondeu inocentemente. Natsu foi curto e grosso:

– Estou falando de sexo.

– ... - o loiro pareceu recapitular por uns segundos, até corou absurdamente. - EHHHHHHH? O-O-O-O-O QUE VOCÊ QUER FALAR SOBRE ISSO, NATSU?!

– Tch! Não se faça de inocente. Eu sei que você ficando olhando pra ela...

– Como posso vê-la sem olhar pra ela?

– Estou falando de outras coisas, como as curvas... O bumbum... Os seios...

– ... - loiro corava mais e mais a cada segundo.

– Então fique sabendo que vou estar de olho em você. - Natsu lhe lançou um olhar ameaçador. - vocês já fizeram?

– Eh...?

– Estou perguntando se já fizeram. O Nathan eu já sei que faz há meses... Mas quero saber da minha linda e doce Nayla.

Rayden pensou um pouco... Desviando o olhar e mexendo o pé no chão. Não queria dizer isso para o Natsu, mas mentir também seria bem pior.

– S-Sim!

O rosado ficou estranhamente conformado.

– Ah... Quem diria hein. - suspirou o mais velho, passando a mão entre seus cabelos sedosos. - e ela é boa?

– Muito... - o Heartfield coçou de leve a bochecha.

– É... Igual a mãe. Mas se acontecer alguma coisa com ela, não vou hesitar em te matar, certo? - sorriu.

~

– Hmm... Pelo menos eu tenho certeza de que ele entendeu meu recado.

– Hunf, certo, vamos esquecer isso. - ela suspirou, voltando a andar. - Vamos, Nathan.

– Vamos sim. Tchau coroa.

– Tchau meus filhos adolescentes... - suspirou um pouco descontente. Olhando de trás, as costas de Nathan estavam bem maiores, ele era só um pouco mais baixo que Natsu. Nayla já era um pouco mais baixinha... Batia nos ombros de Nathan, mesmo sendo gêmeos. No entando, os dois haviam crescido bastante.

Era nessas horas que a saudade daqueles dois bebês surgia...

– Papaaaaaiii!!!!! - Natsu olhou para a porta, e era apenas Luni, com seus plenos 7 anos. Ela estava com suas madeixas loiras soltas, porém bastante bagunçadas. As roupas sujas e com um pouco de lama. - chegueii!

– Seja bem vinda. - ele ri um pouco vendo o estado da menina. E olha pro lado, e como sempre, ela estava com o filho do Gajeel. - oi carinha! Nem tinha te visto aí. - Gale também estava no mesmo estado que Luni. Por que em sã consciência tinha deixado-os brincar na lama mesmo? Ah sim, porque é extremamente divertido... - nossa, vocês estão imundos. O diabos estavam fazendo?

– Caçando minhocas! - respondeu o Redfox mostrando-lhe um pote mais ou menos com a metade cheia de minhocas.

– Sugee, eu nunca consegui pegar tantas minhocas assim em apenas algumas horas! Vocês são incríveis. - ambos sorriram, adoravam ser elogiados. Normalmente, qualquer pai brigaria por eles terem se sujado tanto e estarem fazendo nojeira lá fora. Mas Natsu não era assim. Era um pai um pouco mais... Divertido. - mas as mães de vocês vão chegar das compras a qualquer momento, acho melhor vocês tomarem banho.

– Banho? Huh... Não quero. - Gale normalmente era calmo, mas quando se tratava de fazer coisas que ele não gosta, se transformava num verdadeiro Gajeel da vida.

Uma veia pulsou na testa de Natsu, era impossível não enxergar a personalidade ridícula (ao ver de Natsu) de Gajeel.

– Ehh? Não quer? Tá bom. - Luni cruzou os braços e fez um biquinho. - então não vou mais gostar de você. Eu não gosto de meninos sujos.

– D-Demo... *snif* - por incrível que pareça, aquela personalidade bruta de Gajeel desapareceu do garoto. Rapidamente seus grandes orbes vermelhos foram se enchendo de lágrimas, que desciam desesperadamente em seu rosto, suas bochechas também estavam avermelhadas. - por que você não quer gostar mais de mim, Luni? - ele perguntou com a voz trêmula.

O rosado apenas observava... Era incrível como os filhos de Gajeel tinham tanta facilidade em se apaixonar por suas filhas.

– E-Eu tomo banho se você quiser!

Natsu sorriu... Ela era igualzinha a mãe. Sabia muito bem manipular os homens.

– Então vão logo tomar banho. Xô xô! - Luni puxou Gale para irem tomar banho juntos.

O ciúmes de pai já se foram há anos... Estava acostumado com o filho de Gajeel sempre com sua menininha do meio.

Mas... Alguma coisa lhe dizia que estava esquecendo algo.

Ele olhou no sofá, e lá estava Layla. Dormindo... Já estava na hora de acorda-la, senão poderia ocorrer de ela ficar sem sono à noite.

– Filha... - Natsu a cutucou bem leve, fora o suficiente para fazê-la acordar. - já está bom de dormir.

– Hmm... - ela se sentou, deixando Happy ainda dormindo de lado. Coçou seus olhinhos, enquanto parecia pensar em algo. - Papa..?

– Hai?

– Cadê o meu imão? (Irmão)

Irmão...

Ela não estava se referindo a Nathan, porque o Nathan ela chama de Onii-chan.

Então só podia ser...

– TSUNA! - Natsu se lembrou de que estava procurando seu filho. - caramba, como eu fui esquecer do meu próprio filho? - ele se virou, procurando Tsuna por todo o cômodo. - Filhoo! Cadê você?!

Layla olhava o pai procurar...

Se levantou enquanto Natsu não olhava, andou em passos leves em direção a cozinha.

Porém, no meio do caminho acabou tropeçando, e bateu sua testa no chão.

– ... - ela se sentou no chão, e ficou em silêncio por 3 segundos. - Buaaaaaaaaaaaa!!! Iteee!!!! Tá doendooooooooo!!!!!!!! - ela começou a chorar desesperadamente. Natsu, assustado foi acudir a menina, achando que ela tinha de alguma maneira quebrado uma perna ou um braço, sabe-se lá como.

– Nee-chan!!! - gritou outra voz de criança, aparecendo magicamente. Era Tsuna, ele corria em paços apressados com um livro quase maior que ele nas mãos. Mas onde ele estava? Natsu tinha certeza de ter procurando na mansão inteira... - o que foi? O que aconteceu?

– Aqui... Tá doendo... - ela falou um pouco mais calma depois que o irmão chegou.

– É só colocar um culativo (curativo)... - o loirinho tirou um band aid do bolso, abriu, e o colocou na testa da irmã. Depois, deu um selinho no local. - ponto! (pronto) Dodói não dói!

K-K-K-K...

KAWAII!!!

– Vocês são muito fofos!! - disse Natsu pegando ambos no colo, sorrindo feito bobos. - mas onde é que cê tava filho, eu te procurando em todos os cantos.

Tsuna não disse nada.

Então sorriu.

– Segedu!! (Segredo) - Tsuna riu balançando os bracinhos freneticamente. - Ah, Papa! Olha o que eu achei! - Natsu se sentou no sofá com os dois pequenos no colo. Sem querer, ele sentou no rabo de Happy que ainda dormia no sofá.

– Aiii, Natsu! Toma cuidado com o meu rabinho! - Natsu riu.

– Foi mal, foi mal. Mas você sabe que aqui não é lugar de dormir, não tem direito de reclamar. - deu língua, ato repetido pelo gato, que voou até o outro andar, provavelmente iria pro seu próprio quarto. - vamos ver o que você achou, meu caçula... - ele pegou o objeto da mão do pequeno, o analisou, era um algum de fotos. Ainda da época que Nathan e Nayla eram pequenininhos. - um album perdido? Incrível, achei que Lucy os guardava como ouro...

Ele abriu, as primeiras fotos era dele mesmo com os dois rosadinhos ainda bebês, pareciam ter uns 7 meses. Eles estavam sentados na caderinha de comer, com o rosto todo melado de sopa. Ele também estava na foto, fazendo um aviãozinho com a colher para Nathan, que estava de boca aberta.

– Quem é? - Layla perguntou, apontando para os bebês.

– São seu irmãos, quando eram apenas dois pontinhos cor de rosa e fofos.

– ÊÊh? Mas eles são glaaaandes (grandes). Não pode ser eles. - Tsuna retrucou.

– Sim, filho. - Natsu se pronunciou. - Mas veja bem, quando cultivamos uma planta, ela começa sendo apenas um sementinha, então com o tempo ela vai crescendo e crescendo, e acaba ficando grande e saudável. O mesmo é com os humanos.

– Então eu vou ficar gandi (grande) que nem o Onii-chan?

– Sim, óbvio.

Eles voltaram sua atenção para o albúm. Em cada página tinha uma foto diferente. A próxima foto era de Lucy com a barriga de gestante. Natsu deduziu que era de uns 7 meses.

– Ahhhhhhh! A mama comeu uma melanchia!!! (Melancia) Não pode! Faz mal! - Layla falou.

– Pois é né. Eu avisei pra ela, mas ele estava com tanta fome que engoliu tudinho!! - Natsu já não se aguentava de tanto rir.

– Wahh! Mama gulosa!!

Natsu passou para a outra página. Agora era uma foto de Nathan, Nayla, Rayden, Mayumi e Metal na frente, sentados no chão na guilda, pareciam ter uns 3 anos. Atrás deles estavam o resto das crianças, Jun, Roger, Satoru...

Rayden estava do lado de Nayla. Como sempre ficara... Apesar de tudo, tinha bastante confiança nesse loiro.

Afinal, era filho daquele homem...

~

Nayla e Nathan já estavam quase chegando na casa da família Strauss. Sim, Rayden e Rain ainda moravam lá. Era um lugar bem aconchegante de se morar, quem não gostaria?

O clima estava bom, não fazia calor, muito menos frio, estava perfeito. Era ótimo o tempo assim.

Logo que chegaram, tocaram a campainha. Um jovem loiro atendeu, era Rain. Estavam em seus plenos 14 anos, já havia crescido bastante, estava da mesma altura que Nayla.

– Yo, Nayla-chan, Nathan-san! - disse normalmente. - entrem, abriu mais a porta para eles entrarem.

– O Rayden está? - Nayla foi a primeira a perguntar.

– Hai, ele tá lá no quarto dele.

– E Mayu? - Indagou Nathan olhando em volta.

– Na cozinha, acho que ela tá fazendo chocolate ou sei lá...

– Chocolate?! - os olhos da rosada brilharam, e sem nem pedir licença, foi até a cozinha. - cadê o chocolate?!?!

Mayumi riu um pouco, e desligou o fogo do fogão, despejando o líquido marrom no sorvete, que Nayla julgou ser de creme.

– Oi pra você também Nayla. - ela sorriu. - onde está o meu amor?

– Tô aqui. - respondeu o mesmo, aparecendo na porta da cozinha. Mayumi colocou uma de suas mechas loiras atrás da orelhas, e foi abraçar o namorado. - o que você tá fazendo?

– Eu gosto de fazer chocolate pra misturar no sorvete. Quer um pouco também, Nayla?

– Haii! Mas é claro!!! - Mayumi pegou mais um pouco de sorvete do pote, e colocou na taça, depois despejando o resto de chocolate que sobrara.

– Arigatô! Bem, eu vou ver o Rayden, e deixá-los a sós.

Então Nayla saiu.

– Mayu... - Natsu chamou-lhe atenção.

– Sim? - a loira perguntou, prestando atenção na louça que lavava.

– Desde quando você gosta tanto de doce?

A loira sorriu.

– Eu sempre gostei de doces.

– Não, eu te conheço desde que nasci. Sei muito bem que você nunca foi fã de doces. - ela ficou uns segundos em silêncio, até que finalmente ele entendeu. - Ahh já sei.

– Sabe o que? - ela perguntou instantaneamente.

– Você anda saindo demais com o Jun e a Nayla, e eles te fizeram pegar gosto por doces. Eu já deveria imaginar haha.

– É... - ela se virou para a louça de novo. - nee, Nathan. Nós precisamos conversar.

O rosado suou frio na hora.

Pelo o que Loke-san lhe contara, sempre que uma mulher dizia "precisamos conversar" nunca era um bom sinal.

*

Nayla abriu a porta do quarto de Rayden. Ele não estava lá, como ouviu o barulho de chuveiro ligado, deduziu que ele estaria tomando banho. Sim, ele tinha banheiro no quarto. Na verdade, o único que não tinha banheiro no quarto era Rain.

Ela se deitou na cama dele, cheirando o travesseiro.

– Tem o cheiro dele... - murmurou abraçando o travesseiro.

Logo a porta do banheiro foi aberta. Rayden saiu, não estava só de toalha, vestia uma bermuda vermelha e estava sem camisa, mostrando seu peitoral definido.

– Nayla? - ele perguntou enquanto secava seus cabelos com a toalha. - estava no banho, nem ouvi você chegando. - o mago se dentou ao lado dela, abandonando a toalha no chão mesmo.

– Eu vim porque você não deu sinal de vida ontem o dia todo. Tudo bem que eu estava cuidando dos gêmeos enquanto o papai e mamãe ainda não voltavam da missão, mas você pode ir lá a quando quiser. - Nayla se aconchegou mais nele, apoiando a cabeça em seu peito, enquanto o abraçava. Ele era consideravelmente maior que ela.

– Desculpe se te preocupei. É que ontem o Rain saiu com o Bryan e a Jully. E como a Mayumi tava passando mal eu tive que ficar o dia todo aqui com ela. Não podia deixar ela aqui sozinha desse jeito.

– Eu entendo. Parabéns, você é um irmão mais velho muito responsável. - a rosada beijou e bochecha do outro, que corou meio sem jeito. Na real todos sabiam que Mayumi, Rain e Rayden não eram irmão, mas eles se consideravam por tantos anos de convivência. E, diferente do que muitos pensam, Rayden é o mais velho, e não Mayumi.

Nayla suspirou, e se sentou na cama de cabeça baixa.

Seu coração batia cada vez mais forte... Estava nervosa.

– Rayden, precisamos conversar.

Rayden trombou a cabeça pro lado.

– Ehh? Conversar sobre o que?

Enquanto Nayla e Rayden conversavam no andar de cima, Mayu e Nathan conversaram no andar de baixo.

E coincidentemente, as duas meninas acabaram por falar a mesma coisa, ao mesmo tempo:

– Nathan, eu estou grávida.

– Rayden, eu estou grávida.