4-Transformadas

Pov Sophia

Eu não conseguia enxergar nada, nem ouvir nada além dos meus gritos, e nem sentir nada além dessa dor insuportável por todo o meu corpo.

Era como se eu estivesse pegando fogo por dentro, eu não sabia há quanto tempo eu estava sentindo aquela dor. Era insuportável, não existe nada comparado. Eu só queria que aquilo parasse. Eu estava sentindo aquilo desde que o vampiro chamado Demetri chegou perto de mim e falou “Isso vai doer... Muito.” e me mordeu. Primeiro começou no local da mordida e depois foi se espalhando por todo meu corpo. Eu não desejo isso nem para meu pior inimigo. Até que foi diminuindo e parou.

Abri meus olhos. Sobre mim eu vi um teto de pedra, minha visão era ampliada, parecia que estava olhando por um binóculo, não, acho que nem um binóculo teria uma visão tão perfeita.

Foi aí que minhas lembranças invadiram minha mente.

Agora sei o que aconteceu comigo, lembrei-me de tudo. As lembranças eram um pouco embaçadas, mas agora sei o que aconteceu.

Eu me tornei vampira, contra minha própria vontade.

-Sophia!

Essa voz, eu a conhecia.

-Selene?

-Sim!

Quando decidi que iria abrir a porta, estava lá. Eu era incrivelmente veloz.

-Que bom que acordou, vamos caçar? Eu não estou mais aguentando!

-É... Vamos.

Tudo era tão absurdamente novo e estranho para mim.

Fui aprender a caçar, fiquei com remorso depois que matei um homem.

Tenho que me acostumar com isso, já que agora virou rotina.

A Selene parecia tão feliz, acho que ela se adaptou melhor a esse mundo do que eu.

Voltamos ao “palácio”. Chegando lá fomos à sala do trono falamos com o Aro ele nos apresentou e na saída...

-Legal mais uma que implorou para ser transformada, e a outra toda feliz- Ouvi uma voz feminina falando.

Sério, ela estava dizendo que eu implorei para ser transformada. Ela estava de brincadeira comigo! Olhei para a cara dela e fiquei a encarando.

-O que foi? Não gostou?- Falou Renata

Ela não devia ter falado isso em voz alta, nesse momento!

Eu não estou nada bem meus pensamentos estão muito confusos... Argh!

-Não!

Ouvi Selene gritar! Logo depois eu vi a garota que me provocou gritando!

-Não! Para! Some!- Ela estava com uma cara apavorada eu não entendi o motivo. Acho que vê-la gritando me acalmou. Eu esbocei um sorrisinho e me acalmei. Assim que me acalmei ela parou de gritar. Eu não estava entendendo nada.

Olhei em volta e todos me olhavam boquiabertos.

-O que foi? –perguntei mal-humorada

-Esplêndido!- Aro disse batendo palmas, e com seu sorriso de psicopata- O seu dom é esplendido!

-Dom?

-Sim muitos de nós temos dons, eu pensei que o de vocês fosse o do escudo, mais pelo visto você tem outro dom. Selene minha cara, você deve possuir outro dom também. Vocês vão poder praticar e aprimorar os dons de vocês. Felix, você será o encarregado de treiná-las. Quando vocês quiserem treinar queridas, vão ao jardim sempre na parte da tarde treinar com o Felix.

Depois desse teatrinho fui encaminhada para meu quarto, Selene foi junto comigo.

-E então o que está achando dessa nova vida?

-Péssima

-Credo Sophia, sabia que ser vampira tem suas vantagens?

-Sei sim e gostei delas, mas o problema não é ser vampira...

-Então qual é o problema?- Perguntou Selene com um sorriso

-O problema são os Volturis, esse lugar, eu me arrependo de ter vindo pra cá. Desculpe-me.

-Não peça desculpas, essa foi uma das melhores coisas da minha vida! Ou melhor, da minha existência.

-Pois eu não estou disposta a participar dessa trupe de palhaços, sim isso aqui pra mim é um circo.

-Depois conversamos sobre isso, mas eu tenho uma dúvida...

-Fale. Você sabe, agora é a única coisa do universo que importa para mim.

-Porque será que Alec não quis me transformar?

-Alec? Ah, o fofinho de cabelo preto? Porque não pergunta a ele?

-É você tem razão, vou perguntar a ele, quando tomar coragem. Você realmente o acha fofinho? Pra mim ele é um gato!

-Tanto tempo sozinha, e você se apaixona por um vampiro!

-Como sabe que estou apaixonada? Nem eu tenho certeza disso...

-Eu te conheço amiga.

-É eu sei. Seu do é incrível.

-Também achei, aquela sem sal, sem açúcar e sem tempero me pegou num péssimo momento.

Selene riu eu ri junto.

-Espero que você se adapte a Volterra, eu estou amando este lugar, e é aqui que vamos viver pela eternidade. Você vai aprender a amar esse lugar amiga.

-Assim espero- falei tentando convencer mais a mim mesma, do que a ela.

-Amiga vou para o meu quarto.

-Tudo bem eu vou para a biblioteca, é o único lugar desse “castelo” em que eu me encaixo.

-Então... Juízo amiga.

-Juízo pra você também.

E assim eu segui para a biblioteca.