O Cajado Da Primavera escrita por Natacha


Capítulo 6
Despina


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pessoal! Eu sei que demorei muito para postar esse capítulo, mas tive alguns problemas com a escola e outros pessoais que praticamente tomavam meu tempo e bloqueavam minha criatividade, mas eu finalmente entrei de férias =D Sim, só agora no meio do mês que eu entrei de férias mesmo. Aqui está um capítulo novinho em folha e logo logo terá outro ^-^



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--- Despina? --- Perguntei confusa. --- Nunca ouvi falar.

--- Ela não é conhecida. --- Explicou ele. --- Mas nós filhos de Perséfone já ouvimos falar dela, basicamente, porque ela odeia nossa mãe, e nossa avó Deméter, e em parte, Poseidon.

       Sentei em um banco, com minhas mãos dentro dos bolsos do meu cardigã azul marinho.

--- Porque ela os odeia? --- Perguntei querendo que ele prosseguisse. Ele se sentou ao meu lado e continuou

--- Você provavelmente já conhece a história de Perséfone e Hades, que ele a sequestrou e Deméter ficou louca procurando por ela. Mas, durante esse tempo Deméter deu a luz a Despina e Árion, filhos da deusa da agricultura com o deus dos mares, Poseidon. Só que por ela estar tão preocupada com Perséfone abandona Despina e nem se que lhe da um nome, então Anitos, um titã á criou e escolheu seu nome.  Por causa disso ela congela a primavera e as flores, e os lagos congelados é o seu desgosto por Poseidon.

--- Uh… Então, você suspeita que seja ela?

--- É mais provável…

      Em parte, senti certo alívio por não ser minha mãe…

--- E o que você vai fazer? --- Perguntei.

--- Não sei. --- Respondeu ele depois de um longo suspiro, ele jogou sua cabeça para trás no banco e olhou para o céu, parei para analisar o garoto ao meu lado, seu cabelo castanho e levemente cacheado, seus traços delicados, e até mesmo sua roupa, um casaco preto, uma camiseta verde escuro e coturnos pretos. Convenhamos, Will era muito bonito! A verdade é que os filhos de Perséfone só perdem para os de Afrodite em beleza… E então eu olho para os seus olhos que ainda encaram o céu, tão verdes… Tão vivos, mas havia algo lá no fundo… Talvez um pouco obscuro. Foi um erro ter encarado ele, porque sem me dar conta, ele havia voltado sua atenção pra mim e me encarava com um sorriso malicioso, eu devo ter ficado vermelha.

--- Algum problema? --- Perguntou ele ainda com o sorriso no rosto.

--- N-não! --- Respondi rapidamente, tentando não gaguejar, o que não deu certo.

--- Me pareceu que você estava quase flertando comigo! --- Disse ele rindo, com aquele sorriso que derrete qualquer… Gelo! Isso Susan, use esse termo, Gelo! Não coração!

         A essa altura, eu já devia estar vermelha como um pimentão. Levantei rapidamente tentando sair dessa situação embaraçosa.

--- Acho que já vou indo sabe… Meu pai quer que eu o ajude em algumas… coisas!

--- Mas eu cheguei junto com seu pai, ele não te pediu nada… --- Disse ele se levantando e cruzando os braços, com sua expressão travessa dizendo claramente que não acredita em mim.

---- Er… Mas quem sabe agora ele não esteja precisando de mim? --- Eu digo em mais uma tentativa inútil de uma desculpa esfarrapada.

Will da um passo a frente, e com sua mão faz surgir magicamente um Lírio de detrás da minha cabeça, eu me surpreendo e passo minha mão pelo meu gorro, buscando algum indício de como aquilo foi magicamente tirado de lá, então eu me dou conta de que há um filho de Perséfone á minha frente, flores são o que não falta.

--- Pronto. --- Diz ele me entregando o Lírio. --- Agora pode partir.

Eu pego a flor e me despeço um pouco sem jeito, e volto quase correndo pra casa, tendo consciência de que Will está andando logo atrás de mim. Tem algo errado comigo.       

            Chegando em casa meu pai estava na sala sentado em sua poltrona e lendo um livro. Quando passei para subir para o meu quarto ele pigarreou.

--- Então… Você parece que fez amizade com o vizinho. Arranjou um amigo. --- Disse ele fechando o livro. Foi impressão minha ou ele deu ênfase na última palavra?

--- É… --- Respondi sem saber o que falar. --- Na verdade, ele veio aqui porque eu não estava passando muito bem quando saí da escola. --- Ah, eu não estava mentindo totalmente em relação a isso.

--- Oh, então ele é do tipo atencioso. --- Disse ele brincando.

--- Pai…

--- Eu só estou brincando Susan. --- Disse ele se levantando e colocando as mãos nos meus ombros. --- Vá lá pra cima descansar então, eu acho que sei qual é essa doença que você tem… Nessa idade só pode ser uma coisa.

--- PAI!

            Ele caiu na gargalhada.

--- Ok, ok. Parei agora! É tão bom te ver dessa forma, sabe nas últimas semanas você tem mudado um pouco…

--- O senhor também, o que vejo aqui? Fios brancos?! --- Falei mexendo em seus cabelos.

            Ele riu e voltou a sua poltrona. Eu subi para o meu quarto e tirei minha flor de lembranças do meu armário, coloquei sobre a minha escrivaninha e deitei na minha cama, comecei a pensar sobre tantas coisas, parece que de repente minha vida começou a mudar. Passei um tempo ali pensando sobre os últimos acontecimentos e então peguei a flor novamente, abri a janela e a coloquei ali. Do outro lado havia outra janela aberta, e um garoto com lindos olhos verdes sorria pra mim. 


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