O Cajado Da Primavera escrita por Natacha


Capítulo 7
Um presente inesperado


Notas iniciais do capítulo

Heey pessoal aqui está mais um capítulo, e a imagem de capa esta relacionada com uma surpresinha na história *-* Espero que gostem =D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/364335/chapter/7

Era final de semana, eu acordei tarde e me espreguicei, fui quase me arrastando para o banheiro e tomei um banho com água gelada e não quente como a maioria das pessoas usa para relaxar, principalmente durante o inverno. Trancei meu longo cabelo branco, vesti um moletom roxo e um short jeans, calcei minhas sandálias de dedo e desci para a cozinha. Meu pai trabalhava dia de sábado então eu estava sozinha em casa, fritei bacon e ovos para o café e me servi. Quando estava quase terminando meu café da manhã escutei um ruído, ignorei, podia ser qualquer coisa, mas então escutei novamente e então percebi que era como se algo estivesse… Arranhando a porta da minha casa. Me levantei cautelosamente, e fui até a porta, percebi claramente que era dali que vinha o ruído, olhei pelo olho vivo da porta e não vi ninguém… Mas o ruído continuava em baixo, abri a porta então esperando ser um cachorro, só que me deparo com algo totalmente inesperado: Um filhote de lobo da neve branco.

Pessoas normais encontram cachorros em suas portas, ou até mesmo crianças! Mas no meu caso apareceu um filhote de um lobo da neve, ele virou a cabecinha como se quisesse entrar, mas quisesse a minha permissão, como eu sabia disso? Não sei! Intuição eu acho, eu senti que podia deixa-lo entrar então eu abri mais a porta e ele entrou e se acomodou no carpete da sala. Ok, pessoas normais também não deixariam um lobo entrar em sua própria casa, mas falemos a verdade, eu estava longe de ser alguém com uma vida normal. Eu me sentei bastante hesitante no sofá, e fiquei olhando para o lobo… Ele tinha algo amarrado ao pescoço, uma coleira, então obviamente tinha um dono. Fui me aproximando de forma hesitante e ele levantou a cabeça e me olhou com aqueles profundos olhos azuis, tão azuis como o gelo, como os meus. Ele não me mordeu nem rosnou, pelo contrário lambeu minha mão em aprovação, em volta do seu pescoço eu procurava o pingente da coleira, até que toquei em algo gelado… era o pingente, em formato de um floco de neve. Não era de aço, nem de prata, nem de ouro ou de qualquer material que normalmente se usava em pingentes, era de algo que eu pude reconhecer só pelo toque. Era de gelo. Ao tocar o pequeno floco uma voz em minha cabeça ecoou, e eu reconheci essa voz que havia ouvido só uma veze que agora dizia: “Um presente… Para minha menina.”. Me afastei do lobo imediatamente e ainda sentada no chão. Minha mãe havia me dado um lobo das neves como presente! Depois de nunca ter aparecido pra mim ele resolve me mandar um lobo! Acho que Quione precisa saber mais sobre como presentear uma adolescente!

–-- Não, não! --- Disse pra mim mesma, ou para lobo á minha frente.

Me levantei e abri a porta da sala.

–-- Vamos! Para fora. --- Falei para o lobo.

Ele me olhou com uma expressão confusa como se perguntasse o que raios estava acontecendo. É, e agora eu estava supondo que lobos tinham expressões, e eu conseguia entende-las, eu estava enlouquecendo só pode. Mas o lobo se levantou e saiu, ficando na varanda. Eu fechei a porta e me sentei no sofá novamente, e então uma culpa começou a martelar minha consciência… Ele parecia tão ingênuo, e havia sido destinado a mim, e eu o mandei para fora de casa, para a neve, abri a porta novamente e ele estava lá na varanda sentado olhando pra mim.

–-- Vá, volte para o lugar de onde veio! --- Falei pra ele.

Ele emitiu o que eu achei ser um “choro”.

–-- Ora, não me chantageie dessa forma. --- Sério? Eu estava discutindo com um lobo?

Fui para a frente da casa e tentei mais uma vez, gesticulando minhas mãos para a rua.

–-- Não seja persistente… Volte para sua rainha do gelo! Aposto que ela sabe muito melhor do que eu sobre como cuidar de lobos.

Mas ele era teimoso, ele deitou e olhou pra mim, praticamente me desafiando. Eu estava ficando frustrada por estar perdendo uma discussão com um animal, e então Will aparece do lado de fora da casa dele, com seu cabelo bagunçado como se tivesse acabado de acordar e uma camiseta e calças folgadas, estilo pijama, como ele conseguia ficar bonito até ao acordar? Não sei quem ficou com mais vergonha, eu ou ele. Will estava pegando o jornal.

–-- Não me diga que você está falando sozinha. --- Brincou ele, até que notou algo branco o observando. --- Oh… Um… Lobo. --- Disse surpreso e depois me olhou confuso. --- Você tem um lobo de estimação?!

–-- Não! Quer dizer… Sim! Ah!! Não sei. --- Disse confusa e frustrada.

O meu pequeno presente invasor se levantou e foi até Will, que foi ficando tenso, com um pouco de medo da miniatura de lobo á sua frente. Mas o animal balançou o rabo quando se aproximou e se mostrou bastante á vontade com Will que retribui lhe fazendo carinho.

–-- Ele se parece com você sabia? --- Falou Will rindo e se abaixando para brincar com o filhote. --- Então, como ele foi parar na sua casa? --- Will voltou sua atenção pra mim.

–-- Arranhando a porta. --- Respondi encarando um pouco furiosa o lobo, ele havia deixado marcas na porta! --- E depois entrando quando eu a abro.

O lobo emitiu um grunhido, como se eu tivesse esquecido algo, ah, talvez seja da parte que eu praticamente o deixei entrar, como se o tivesse convidado.

–-- Acho que ele discorda de alguma coisa. --- Falou Will.

–-- Acho que ele devia voltar para quem o mandou! --- Disse novamente encarando o lobo. Não é como se eu o odiasse, ou não gostasse dele, era só que criar um lobo estava totalmente fora de questão pra mim.

–-- Oh, então quer dizer que ele foi mandando pra você. --- Will falou analisando a situação. --- Foi a…

–-- Quione. --- O interrompi antes que ele terminasse de falar. --- Sim, foi ela. Parece que ela quis me presentear com algo bem… Diferente.

Will se levantou e se alongou.

–-- Deveria ficar com ele. --- Ele disse finalmente.

Olhei novamente para o pequeno lobo, ele parecia que queria ficar… Eu sentia que eu também devia dar uma chance a ele.

–-- Um dia. --- Falei para o lobo, me agachando. --- Você irá ficar comigo por um dia, e então eu decidirei o que fazer.

Will riu do que eu havia acabado de fazer, me comunicar com um lobo, mas o lobo pareceu ter entendido e foi até mim com as orelhas abaixadas e o rabo balançando. Uma brisa gelada soprou e Will estremeceu.

–-- Uou! --- Disse ele praticamente se abraçando por causa do frio --- eu queria poder não sentir frio como você! Vou entrar pra tomar um café bem quente.

Eu ri e quando ele estava quase entrando eu disse:

–-- A propósito. Você está enganado, eu sinto frio. Ele só não me incomoda.

–-- Grande diferença. --- Disse ele rindo e entrando em sua casa.

Eu também entrei em casa, seguida por um pequeno lobo branco dos olhos azuis.

Estava assistindo televisão com a cabeça pendurada para baixo no sofá, claramente entediada. O meu lobo estava dormindo no carpete á minha frente, então meu pai chegou para almoçar, ele olhou assustado para o lobo que havia acordado e o observava tranquilamente, tentando decidir se ele era uma ameaça ou inofensivo.

–-- Porque tem um lobo no carpete? --- Perguntou ele ainda parado sem ter dado um passo.

–-- Eu me fiz a mesma pergunta quando ele arranhou a porta hoje de manhã. --- Respondi me sentando corretamente no sofá. --- Ele foi mandando pra cá, um presente. --- Continuei um pouco hesitante.

Meu pai se aproximou devagar, até chegar ao sofá e se sentar ao meu lado.

–-- E esse adorável presente foi de quem? --- Perguntou ele.

Respirei fundo e respondi.

–-- Quione.

Meu pai ficou um pouco tenso, e então eu apressei logo em continuar.

–-- Mas não sei se vou ficar com ele! Só por um dia, e o mando de volta.

Meu pai se esticou no sofá, colocando uma das mãos sobre o queixo, como ele fazia quando estava envolvido por vários pensamentos. Ele suspirou e falou.

–-- Susan, não tem problema em ficar com ele. Se você quiser ele pode ficar aqui tranquilo, não parece que vai nos atacar. E, além disso… Foi sua mãe quem lhe deu.

–-- Quione me deu. --- O corrigi baixinho. --- Eu vou passar o dia com ele hoje, e até amanhã eu decido o que fazer. Pode ser assim?

–-- Claro. --- Concordou ele me envolvendo com um dos seus braços. --- Agora que tal pedir comida chinesa para o almoço?

Pedimos o almoço e enquanto almoçava foi que pensei: “Espera, o que um lobo come?!”. É, acho que cuidar de um lobo não iria ser tão fácil assim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu amei escrever esse capítulo! Eu começava a rir sozinha kkkkkk' Espero que tenham gostado, vou escrever o próximo capitulo o mais rápido possível =D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Cajado Da Primavera" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.