Capitulo 8 - Natasha Romanoff

Para uma garota tão magra daquele jeito, devo admitir que eu não esperava um chute tão forte vindo da mesma. Também não esperava que ela lutasse tão bem. A garota tinha uma mira excelente, e por pura sorte, ou não, me acertou em cheio. Nossa diferença de altura também deu a vantagem a ela. Assim que conseguiu pegar a bandeira, Scarlett voltou para me ajudar a levantar.

— Bom trabalho. — Parabenizo a garota, quando quando ela se aproxima e estende sua mão para que eu me levante.

— É, tive uma ótima professora — Scarlett responde com dificuldade. Não faço ideia do que ela quis dizer com aquilo, mas tive uma forte sensação de que eu deveria saber. Parecia que tudo o que ela dizia tinha algum significado por trás, como se dividíssemos várias piadas internas.

E então, após dizer isso, ela sorri para mim. De novo aquele sorriso extremamente familiar...que me lembrava o jeito como Clint sorri, mas logo descartei a ideia. Na verdade, nem sei por que isso me passou pela cabeça. Foi então que ela simplesmente desmaiou.

— Você é uma garota interessante, ruiva — Digo meio que sem querer. Droga, essa garota estava me deixando louca.

— Scarlett! – diz Logan correndo para a garota

— Calma, ela só está esgotada. — Eu disse, colocando a garota delicadamente no chão.

— Devo registrar que essa luta foi épica! — disse Tony com aquele jeito irritante dele — Como assim você perdeu de uma garotinha de 17 Anos? Eu perdi 50 dólares por sua causa!

— Eu deixei ela ganhar, idiota.

— Sério? Por que pra mim pareceu um nocaute — Tony insistiu e eu decidi não responder.

Falando sério, eu realmente a deixei ganhar. Se fossemos lutar sério, eu ganharia com as mãos amarradas, mas meu objetivo não era ganhar, era somente testar as habilidades dela. E eu consegui. Finalmente.

— Vamos leva-la lá pra cima – Pepper disse.

— Deixa comigo — Clint pega a garota nos braços.

Clint insistiu que deixássemos Scarlett ficar em nosso quarto, eu não faço a mínima ideia do porquê. Scarlett estava cansada, não morrendo. Mas mesmo assim, parte de mim concordou em ceder meu quarto e minha cama para a garota. Logan não saiu de perto dela nem por um minuto, e já fazem quatro horas desde que subimos.

[x]

Pepper e Clint haviam saído, deixando a mim e a Tony cuidando dos dois adolescentes. O que eu não sei se foi uma das melhores ideias.

Após algum tempo, fui ver como Scarlett estava. Quando entrei em meu quarto, Logan estava lá, adormecido na poltrona ao lado da cama de casal, com um caderno de desenhos em mãos. Observando os dois adormecido, comecei a me perguntar: “por que eu odeio tanto eles?”. Eu não tinha nada contra Logan, mas a ruiva me deixava inquieta. Ela me lembrava demais a mim mesma, e eu não suportava aquilo.

Isso me levou a outro pensamento: “e quem são eles de verdade?”. Tudo o que envolvia aqueles dois era muito estranho e misterioso. Nem a Shield havia descoberto alguma coisa a respeito deles ainda, o que era estranho.

— Remorso por ter batido nela até ela desmaiar? — Tony me pegou de surpresa.

— Eu não bati forte.

— Mas foi até bom, sabia?

— O que quer dizer com isso Stark? — Olhei pra ele com os olhos semicerrados.

— O que eu quero dizer é que, apagando ela, eu consegui a deixa perfeita para pedir a J.A.R.V.I.S que analisasse uma amostra de sangue dela, Fury deixou passar essa, e assim poderíamos descobrir um pouco mais sobre ela. E sobre ele também.

— Você é doente Stark.

— Hey, não sou eu que saio por ai socando adolescentes que se parecem comigo. — Ele responde naturalmente. — Agora se me dá licença. — Ele passa por mim e sai do quarto, indo em direção a seu laboratório.

Por um momento, observo Tony se afastando, mas então ele se vir pra mim e diz:

— Você vem ou não? Sei que também está doida pra saber o segredinho deles. — E então continua seguindo seu caminho.

Desta vez, eu não hesito e o sigo.

[x]

— Muito bem J.A.R.V.I.S, mostre-me os resultados — Strak diz assim que chegamos até o seu laboratório.

— É pra já senhor — Diz a voz eletrônica.

— Bom, vamos ver qual é o joguinho desses dois. — Tony fala, olhando para a tela de computador à sua frente.

Stark olhou a tela por alguns minutos e então sua expressão mudou drasticamente. Ele ficou pálido e de repente bem agitado e nervoso.

— O que foi? Descobriu o que Stark?

— Isso é impossível — ele diz mais pra si mesmo do que para mim — Isso é simplesmente ilógico!

— Tony, o que você descobriu? — pela reação dele, eu não sabia o que esperar.

— Por que a “mamãe” não vem dar uma olhada? — Espera, ele acabou de me chamar de que? Ele era um Imbecil.

Me aproximei e observei os resultados. E depois de alguns minutos, percebi o óbvio.

— Há-há, adorei a pegadinha Stark. Muito genial. — Eu digp com mau- humor — Mas ai vai uma dica: da próxima vez, coloque nos resultados que ela é minha irmã, não minha filha. Isso não cola.

Para minha surpresa, Stark não se mexeu. Ele continuou encarando a tela como se não acreditasse no que estava vendo.

— Eu não forjei isso. Eu não estou brincando, não desta vez. — O Tom dele me preocupou.

Ele então parou e me olhou como se tivesse acabado de descobrir a coisa mais secreta do universo.

— Espera ai...Então...Foi isso o que aconteceu em Budapeste?

— O que? — Eu não estava entendo o ponto dele.

— Foi isso o que aconteceu em Budapeste? Scarlettaconteceu em Budapeste? — Ele repete a pergunta

— Não seu imbecil! — Agora eu havia entendido a pergunta. — Não foi… “ela” que aconteceu em Budapeste! — Aquela conversa estava me deixando um pouco desconfortável.

— Eu não sei…você e Clint...Você sabe... — Às vezes eu me perguntava como Pepper aguentava ele, 24 horas por dia, 7 dias por semana.

— Stark, você é um gênio da matemática e não consegue fazer uma simples conta? A garota tem 17 anos, e eu 28. Isso nos dá 11 anos de diferença. A não ser que ela tenha nascido quando eu tinha 11 anos, não vejo lógica nisso. E outra, só conheci Clint com 17 anos. E só pra esclarecer: Budapeste, foi a 7 anos atrás.

— A única explicação possível, seria se eles tivessem vindo do futuro então. O que digamos, explicaria muitas coisas

Sim, explicaria muitas coisas, como o porquê de Scarlett ser tão parecida comigo, ou de eu me lembrar do sorriso e dos olhos de Clint quando olho pra ela. Ou até mesmo por que ela fala russo. Mas aquilo era tudo muito... Fantasioso.

Fantasioso demais até para nós.

— Você se ouve falando? isso não tem lógica Stark!

— Então tá! Como você explica dois adolescentes que invadiram a Shield sem nenhum problema, parecem nos conhecer e tem o nosso DNA? – ele para um pouco, e então continua. – E eu nem preciso citar a semelhança gritante entre você e a garota, é sério. Assusta.

— Ok Tony, vamos analisar a situação por um segundo — Eu digo batendo uma mão contra a outra. – Vamos supor, por um breve momento que esta história é verdadeira. Eles são do futuro. Clint e Pepper? Seriam ótimos pais, mas...

— Mas nós seriamos horríveis. — Tony completou meu raciocínio. Aquela era a verdade.

— Sim, nem eu nem você temos talento pra isso.

— É claro, você menos do que eu, afinal, bateu nela não é?

Eu até tinha me esqueci daquilo. Se aquela história era verdadeira, significava que eu havia batido na minha própria filha? Bom, isso só prova minha teoria de que eu seria uma péssima mãe.

Aquele raciocínio de Tony era absurdo e ilógico, aqueles dois? Nossos filhos? Não era possível. Mas depois de lutar contra um deus nórdico e um bando de alienígenas, eu aprendi a não duvidar de nada. Se os resultados dos exames estiverem certos, aqueles dois nós devem muitas explicações. E eu…desculpas a alguém.

— Precisamos de uma segunda opinião. — Ele diz me trazendo de volta a realidade.

— Uma segunda opinião? De quem? Da S.h.i.e.l.d?

— Não, estava me referindo a outra pessoa. — E então ele pegou o celular.

— Alo, Bruce? Precisamos que você venha pra cá agora. — Disse Tony. — Estamos com um pequeno probleminha.