Capítulo 30 – Scarlett Romanoff

Sempre me disseram que o frio de Jotunheim era insuportável.

Mas sinceramente? Eu não achei grande coisa quando chegamos até a terra dos gigantes de gelo.

Para falar a verdade, eu não estava com nenhum pouco de frio.

Mas talvez eu fosse a única que não estava congelando naquele lugar. Eu estava até me sentindo muito bem lá, mas assim que olhei para Aiden e Danny, vi que ambos estavam tremendo e tentando desesperadamente se aquecer.

— Chegamos? — Aiden perguntou com a voz tremendo um pouco, devido ao frio.

Olhei ao redor do local aonde estávamos e não vi absolutamente nada mais do que camadas e camadas de gelo por toda a parte. O vento que batia em nosso rosto, trazia consigo uma fina camada de gelo, que mais parecia uma cortina azul.

Não vi nenhum monstro, gigante de gelo ou guarda, o que era estranho. As coisas estavam muito calmas.

— Acho que sim. — Eu respondi por fim, ao constatar que não havia como termos errado. Aquela era Jotunhein.

— Que estranho...— Danny comentou observando o mesmo que eu. — Está tudo tão...calmo.

— Isso é bom não é? — Aiden tentou, mas todos sabíamos que aquilo não era bom.

— Bom, o que fazemos agora? — Danny se virou para mim. — O que pretendia fazer, ruiva?

Olhei ao redor novamente, tentando pensar.

Para falar a verdade, eu ainda não tinha criado nenhum plano. Eu apenas pretendia sair por ai, procurando e esperar dar sorte de encontrar o que eu procurava, que no caso eram meus pais e meus amigos.

— Eu acho que...Podemos…Sabe? — Eu gesticulei com as mãos, enquanto tentava mostrar que eu sabia o que estava fazendo, o que era mentira.

— Você não faz ideia, não é e mesmo? — O olhar de Danny era de reprovação, mas denunciava que ele já esperava por algo assim.

— Q-que tal sairmos desse frio? — Aiden continuava tremendo.

— E ir para onde cara? — Eu disse sarcasticamente. — Olhe ao redor, não há nada aqui a não ser gelo! — Eu apontei para o nada. — Alguém aqui por acaso sabe construir um iglu?

— Por que você não está com frio? — Danny se aproximou de mim e tocou meu braço. — Você está gelada.

–—Eu to bem, relaxa. Nunca fui muito de sentir frio, e eu sempre fui gelada.

— É-é... Sério...Gente... — O coitado do Aiden estava congelando ali na nossa frente. — V-vamos sair daqui...

— Tá bom. — Danny tomou a frente. — Vamos ver se achamos algo por aqui.

— Claro, vamos fazer um Tour de graça pela terra dos gigantes de gelo e ver as maravilhas que ela oferece. — Eu digo enquanto sigo Danny e Aiden.

— Melhor do que ficarmos parados, esperando algo nos atacar. — Danny respondeu, sem se virar.

[x]

Como posso descrever Jotunheim?

Acho que eu começaria dizendo que é exatamente igual ao Polo Norte ou a Antártica, só que sem os pinguins e os ursos polares. Não há nada além de gelo e mais gelo. A terra também é mais escura que Asgard, o que dá a sensação de estar a noite o tempo todo.

Andamos por minutos, e talvez até horas, e o cenário não mudou uma única vez. Nenhum gigante de gelo faminto apareceu do nada para comer nossas cabeças, e nem fomos atacados por nenhuma outra criatura traiçoeira sobre a qual nos alertaram.

Então eu diria que nosso Tour estava ótimo. E para melhorar tudo, eu não estava com dor de cabeça, ou tendo “alucinações” com Loki na minha mente.

— Que tal cantarmos alguma coisa para alegrar o clima? — Eu quebrei o silêncio que pairava sobre nós há um tempo. — Fala uma música ai Aiden.

— Que tal essa? — Ele me olhou com raiva. — “Por que eu fui idiota o suficiente para aceitar vir com você até aqui?”

— Desculpa, essa eu não conheço... Mas podemos cantar uma do Muse, o que acham? Acho que Big Freezecai perfeitamente bem para ocasião. Eu começo e vocês me seguem.

— Que tal cantarmos Madness? — Aiden disse com os dentes cerrados de frio. — Pois isso aqui é uma loucura!

— Que tal calarem a boca? – Danny disse sem parar de andar

— Nossa, quanto mal humor.

— É por que por alguma razão, você não está congelando! — Aiden rosnou para mim.

— Ah, só por isso? — Eu falei sarcasticamente. — O friozinho tá te incomodando? – Ele me lançou outro olhar assassino, e eu decidi parar de irritá-lo. — Ok, então eu canto sozinha.

— Parem. — Danny colocou o braço na nossa frente, nos impedindo de passar.

— Que foi? — Eu segui a linha de visão dele e então vi o que ele estava querendo mostrar. Há alguns quilômetros na nossa frente, se erguia um enorme castelo de gelo.

— Eita... Achamos o castelo da feiticeira branca. — Eu resmunguei.

— Um castelo no meio do nada? — Aiden parecia ter esquecido o frio por uma fração de segundos.

— Aquele só pode ser... — Danny não tirava os olhos da construção

— O palácio de Loki. — Eu disse com toda a certeza do mundo.

— Será que é mesmo o palácio dele? — A voz de Aiden era carregada de dúvida. — Não sabia que ele tinha um palácio.

— Cara, é um castelo enorme de gelo no meio do nada. — Eu apontei para o castelo. — É chamativo, é a cara do Loki. Só faltou estar escrito “propriedade de Loki” em neon ali em cima.

— Scarlett tem razão. Deve ser o palácio de Loki.

— Isso quer dizer que os Vingadores, Logan e Megan estão lá.

— Estamos esperando o que então? — Eu comecei a andar, sendo impedida por ambos. — O que foi agora? — Me soltei deles e os olhei com cara de tédio.

— Você por acaso já pensou antes de agir alguma vez na sua vida? — Danny me repreende. — Não podemos simplesmente chegar lá e entrar pela porta da frente.

— Tem razão. — Eu pensei um pouco. — Vocês distraem todo mundo, eu entro pela janela.

— Scarlett, isso não é uma brincadeira! — Lá vem o Aiden com sua maturidade acima da média.

Eu suspirei, impaciente.

— Tá. — Fiquei séria. — Então vamos decidir. Qual é o plano?

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A medida que nos aproximávamos do castelo, ele ia ficando cada vez maior e mais sombrio.

O castelo era extremamente parecido com o da feiticeira branca, daquele filme antigo chamado “As crônicas de Nárnia”. Era uma construção enorme e branca, feita inteiramente de gelo.

Nós três paramos alguns metros antes do grande portão que dava acesso ao interior do palácio, para analisarmos a situação de perto.

Uma coisa que estava me incomodando muito, era o fato de estar tudo tão calmo. O lugar parecia abandonado, e não havíamos esbarrado em nenhum gigante de gelo ainda. Aquilo só podia ser uma armadilha.

Mas quando paramos para observar a situação, vimos que o lugar não estava abandonado. Dois gigantes de gelo, azuis e enormes, estavam parados em frente ao portão, com lanças em suas mãos. Aqueles só podiam ser os guardinhas do castelinho de Loki. Mas eram guardinhas bem assustadores e potencialmente assassinos.

— Droga. — Resmungou Aiden. — Eles estão todos lá dentro. Realmente, Loki deve estar lá também.

— Sério mesmo que você acha isso Aiden? O que te fez pensar deste jeito? Os gigantes de gelo na porta? — Meu tom saiu mais sarcástico do que eu planejava.

— O que vamos fazer? — Aiden me ignora, como sempre faz, e dirige seu olhar para Danny. — Vamos seguir a ideia?

— Temos que distrai-los. — Ele diz com receio. — Mas não sei se é uma boa ideia entrarmos lá. Estamos em menor número... A ideia parecia melhor antes de chegarmos aqui.

— Não podemos dar para trás! — Eu disse começando a me agitar. — Não agora. Já temos um plano e vamos segui-lo.

Danny suspirou.

— Ok. Então vamos.

Eu dei um sorriso enquanto pegava uma flecha explosiva e a arrumava em meu arco.

— Só repassando. — Eu digo, ainda prestando atenção no arco e fechas. — Distraímos eles e entramos no palácio, que nem ninjas?

— Ainda acho que isso é suicídio. — Adien resmungou

— É o que temos para hoje, Danvers. — Eu mirei a alguns metros de distância da onde os Gigantes estavam, e soltei a flecha. — É só torcermos para esses bichos feios serem burros também.

Assim que a flecha tocou o chão, uma enorme explosão se formou, Chamando a atenção dos dois gigantes. Como esperávamos, eles foram averiguar o que tinha acontecido, o que nos deu tempo para correr e adentrar ao castelo, sem sermos vistos.

Por dentro, o castelo era muito mais sombrio e deserto.

— Isso só pode ser uma emboscada. — Danny reparou que ninguém percebeu a nossa presença ali dentro.

— Será que Loki realmente está aqui? — Aiden indaga, analisando cada canto do interior do palácio.

Subitamente, eu sinto aquela dor de cabeça que eu senti quando Luthor estava por perto, e imediatamente eu soube que estávamos no lugar certo.

— É aqui mesmo. E Loki está aqui. — Eu os informo. — Temos que ter cuidado agora. Não podemos ficar parados aqui que nem idiotas. — Eu faço sinal para que eles comecem a se mexer. – Vamos andando.

[x]

O palácio era tão grande quanto o palácio de Odin, mas era infinitamente mais melancólico. A cor que predominava no lugar era o azul e o branco, que deixavam o ambiente com um aspecto triste e cansativo. As paredes e corredores eram repetitivas e mais pareciam labirintos. Estávamos andando há um tempo, e não havíamos achado absolutamente nada, nem um gigante de gelo, e nenhuma cela de prisioneiros.

— Alguém ai tem alguma ideia de onde eles podem estar? — Aiden sussurrou para nós.

— Sinceramente? — Levantei uma de minhas sobrancelhas, e Aiden entendeu que eu não fazia ideia do que estava fazendo.

— Temos que ir mais rápido. — Danny nos alertou, parando e olhando para nós. – Tivemos sorte até agora, já que ninguém nos viu ainda.

— Podemos nos dividir. — Eu disse. — Cada um vai para um lado e nos encontramos aqui em algumas horas.

— Nem pensar! — Aiden tremeu com o frio. — Não vai dar certo.

— Aiden tem razão. Temos de continuar juntos. — Danny se virou novamente e continuou a avançar para a escuridão que nos levaria a outro corredor igualmente gelado e confuso.

Enquanto caminhávamos pelo palácio, uma sensação desconfortável de estar sendo observada começou a tomar conta de mim, me deixando cada vez mais paranoica. A todo tomento eu olhava para trás, com a certeza de ter alguém nos seguindo ou nos observando.

Essa sensação me perseguiu por um bom tempo.

Ao cruzar um corredor, essa sensação ficou mais forte, e quando virei a cabeça para trás, eu juro que vi um vulto, parecido com Luthor. Eu parei imediatamente, olhando para todos os lados, até constatar que devia ser só a minha imaginação.

Foi ai que as coisas começaram a dar errado.

Foi apenas um segundo. Eu me virei de costas por apenas um segundo, e quando me virei novamente, uma parede de gelo estava se formando e me separando de Aiden e Danny.

— Aiden! Danny! — Eu deixei um grito escapar, e eles se viraram, vendo pela primeira vez a parede, e imediatamente suas feições tornaram-se preocupadas.

— Scarlett! — Aiden correu para a parede de gelo que se formava rápida e misteriosamente. — Scarlly! — Ele batia na parede, mas nada acontecia.

A parede se fechou por completo, e eu apenas podia ver as silhuetas de Aiden e Danny do outro lado da mesma.

— Scarlly, consegue nos ouvir? – A voz de Danny era alta, mas um pouco distante.

— Sim. — Eu gritei de volta. — Acha que consegue quebrar isso?

— Acho que sim. — Ele respondeu. — Mas pode levar um tempo.

Eu pensei por um segundo.

— Gente? — Chamo os dois. — Eu vou tentar achar outro caminho. — Eu grito, já sabendo o que eles vão responder.

— Não! — Berra Aiden. — Scarlly, não sai daí!

— Relaxa cara, já sou grandinha. Sei me cuidar. — Eu retruco, e sinto que Aiden deu um soco na parede. – Nos encontramos logo.

— Scarlett! Espera! — Aiden continuava gritando. — Volta aqui! — Acho que ele percebeu que seus esforços eram em vão, pois a última coisa que eu o ouvi dizer antes de tomar meu caminho solitário foi: — Ai, que garota teimosa!

[x]

Andar por um castelo super sinistro, com perigos espreitando cada passo que eu dava era uma coisa horrível.

Eu estava apavorada.

Tentei distrair minha mente com coisas inúteis, mas a técnica não estava dando certo. Enquanto eu andava, eu apertava meu arco, cada vez mais forte. Eu sabia que eu podia ser atacada por Loki, Luthor ou um gigante de gelo a qualquer segundo, e que eu estava totalmente sozinha. Para melhorar a situação, eu tinha quase certeza de que eu estava perdida.

Acho que eu passei umas cinco vezes pelo mesmo corredor, ou então, eram corredores diferentes, mas extremamente iguais. Digamos que eu já estava confusa demais para realmente perceber aonde eu estava.

Mas depois de alguns minutos, eu finalmente achei um caminho pelo qual eu tinha certeza que não havia passado ainda. O corredor era um pouquinho mais claro e mais amplo do que os que eu estava passando até agora.

Explorei esse novo local com cuidado, até que acabei ficando cara a cara com uma porta enorme, com gravuras esculpidas e totalmente feita de gelo. Se não fosse macabra, seria bonita.

Toquei a porta e imediatamente senti que ela começou a se abrir.

Olhei para os lados esperando por algum ataque, que não chegou. Então espiei para dentro da “masmorra” (Se é que o lugar poderia ser chamado assim) e imediatamente o meu coração parou de bater.

Logan estava lá dentro.

Entrei correndo na sala ampla coberta de gelo, sem me importar se aquilo era uma ilusão ou armadilha de Luthor ou Loki, e me aproximei de Logan, analisando a situação.

Logan estava encostado na parede com duas algemas enormes em seus pulsos, e estava desacordado. Sua cabeça caia para o lado e ele não parecia ter percebido a minha presença.

— Logan! — Chamei-o. Ele parecia bem, mas estava com uma cara péssima.

— S-Scarllett...? — Sua voz estava fraca, e seu corpo estava mole.

— Sou eu, vim te salvar. — Eu digo enquanto tento tirar as algemas dele.

Assim que consigo tirar a primeira algema, Logan estende sua mão e toca meu rosto.

Sua mão está gelada.

— Scarlett... — Ele me chama e por um segundo, eu paro de tentar liberta-lo e olho para ele, colocando minha mão por cima da sua.

É então que eu percebo o que está acontecendo.

Não tenho tempo de reagir.

Logan fecha o punho e me dá um soco tão forte, que faz com que eu bata minhas costas na parede do outro lado da sala.

Eu solto um gemido de dor quando sinto minhas costelas estalarem. Tento me recompor rápido, mas estou atordoada demais pra isso. Logan quebra as correntes como se elas fossem de plástico, (Não preciso pensar muito para saber que ele está usando o extremis) e vem em minha direção. Seus olhos estão de uma cor azul anormal.

O Logan que estava em minha frente agora não era mais o garoto que eu conhecia e amava.

O Logan que eu via em minha frente estava sendo controlado por Loki.

Minha visão ainda está turva e minhas costas doem, mas Logan vem em minha direção novamente, e se eu não tivesse desviado para o lado por algumas frações de segundo, ele provavelmente teria me acertado de novo.

Consegui me afastar dele o suficiente para poder pensar no meu próximo passo. Eu tinha que fazer alguma coisa para “acordar” Logan. Tira-lo daquele transe.

— Logan, sou eu! — Ele obviamente sabia quem eu era, mas não estava me reconhecendo. — Sou eu, a Scarlett!

Percebi que ele não iria se lembrar de mim, então eu tinha de fazer outra coisa.

Avancei contra ele e tentei derruba-lo no chão, só que ele foi mais rápido e desviou do ataque, e contra atacou com uma cotovelada em minhas costas, o que deixou a minha visão escura e me fez cair novamente no chão com uma pontada de dor pior ainda.

Eu não podia acreditar que eu estava perdendo para o Logan.

Desde pequenos, eu sempre lutei melhor do que ele. Eu aprendi muito cedo a lutar com a minha mãe, e Logan sempre ficava de fora, assistindo. Logan nunca fez muito o estilo atleta/ lutador, mas ele sempre observava. Ele analisava cada passo e movimento da luta, e por isso, ele aprendeu todas as técnicas necessárias para se defender e acabar com qualquer cara com duas vezes seu tamanho e com o triplo do seu peso. Ele também sempre foi ótimo em estratégias.

Agora, ele está aplicando anos e anos de observação e técnicas em mim. O problema é que, além disso, ele ainda tem a vantagem com o Extremis que corre em seu sangue, que o cura rápido e o deixa mais forte.

Eu tinha que ser sincera comigo mesma. Eu não iria vencê-lo num combate corpo - a – corpo.

Não agora.

Eu precisava tomar uma atitude, antes que eu perdesse o controle da situação. (Se é que eu tive o controle da situação por algum momento). Então eu me levantei e corri para um canto da sala. Saquei meu arco e uma flecha. Mirei em Logan logo em seguida.

Atirei uma flecha, que pegou de raspão em seu braço, mas isso nem o afetou. Em pouco tempo, a ferida começou a cicatrizar.

Ele avançou contra mim novamente, e alguns segundos antes de ele socar e destruir o lugar onde eu me encontrava, eu consegui passar por debaixo de suas pernas, e o peguei por trás. Tentei segura-lo, mas como eu havia dito, ele estava mais forte do que eu.

Logan se virou e tentou me dar um soco, mas eu consegui segurar sua mão antes de ele me atacar. Ficamos alguns momentos medindo forças, e eu estava ficando irritada. De repete, a mão dele que eu segurava, começou a ficar com uma fina camada de gelo. Depois ela literalmente começou a congelar.

Levei um segundo para perceber que eu estava congelando a mão dele.

Como eu sabia disso? Bom, eu já havia visto o Bobby Drake fazer esse negócio de soltar gelo pelas mãos muitas e muitas vezes. Agora, quem estava soltando gelo pelas mãos era eu.

Soltei Logan e olhei para minhas mãos. Eu era uma mutante agora? Eu soltava gelo pelas mãos? Era só o que me faltava.

Infelizmente, não tive muito tempo para chegar a uma conclusão, pois Logan logo se recompôs veio novamente para cima de mim.

Eu corri para o outro lado da sala, agarrei meu arco e saquei uma flecha. Mirei em Logan e aquilo o fez parar. Ele me olhava com um olhar inexpressivo, com aqueles olhos frios. Eu não sabia mais o que fazer.

Era a única saída.

Vamos Scarlett, eu pensei comigo mesma, atire. Ele não é mais o Logan, eu tenho que fazer algo antes que ele me mate. Eu tenho que pará-lo.

Continuei mirando nele, e de repente, minha visão ficou embaçada. Eu estava chorando? Eu sou uma Romanoff Barton, eu NUNCA choro.

Logan continuou a avançar sobre mim, e eu continuei mirando nele, com as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Eu não podia ganhar dele em questão de força, não quando ele iria usar o máximo que o Extremis permitisse.

Logan começou a se aproximar.

Eu tinha que tomar uma decisão.

Se ele ganharia em força, no que eu ganharia, além do arco e flechas?

Ou eu arranjava um plano melhor, ou eu iria ter que soltar a fecha que eu mirava para o coração dele.