Capítulo 29 – Aiden Danvers

Eu achei que a viagem para Asgard seria mais tranquila.

A sensação de ser sugado por um portal mágico não era uma das melhores do mundo. Acredite.

Em um minuto estávamos na SHIELD, e em outro estávamos em uma pequena sala, redonda e totalmente dourada. Nada havia lá, apenas uma espada em uma pequena elevação no cetro da mesma. Fomos recebidos por um “guardião” que disse se chamar Heimdall. O cara era grande e vestia uma armadura dourada, que combinava com seus olhos meio alaranjados.

Não ficamos muito tempo naquela pequena sala, (O que eu agradeci, pois eu não gostei muito de Heindall). Ao sairmos, tivemos que atravessar uma longa ponte colorida (E tivemos que ouvir Scarlly e Peter reclamando do tamanho da ponte quase o trajeto inteiro) Para finalmente podermos chegar até a cidade.

Como eu poderia descrever Asgrad?

Era algo mais ou menos parecido com uma Nárnia misturada com Star Wars e o Hobbit. Era uma coisa fascinante e incrível, impossível de se descrever. A cidade em si era simplesmente magnífica.

Haviam pessoas (Ou deuses, eu não sei direito.) andando pelas ruas, visitando lojas e bares e tudo parecia estar na mais completa paz. O céu era diferente do da terra, ele era...surreal. Tudo parecia muito perfeito.

Só que nada era mais magnifico e majestoso do que palácio de Odin.

Connor sempre nos contou como era o palácio de seu avô, e sinceramente? Eu nunca dei muita bola. Mas depois de ver o palácio gigantesco na minha frente, eu vejo que Connor estava até sendo modesto em relação ao palácio de sua família.

E se por fora o lugar era gigantesco, por dentro então...

A arquitetura e a decoração do lugar eram simplesmente incopiáveis. As paredes e teto eram altos, como as de uma igreja antiga, e a decoração era carregada de vermelho e dourado. (Esses caras amavam o dourado, sério mesmo). Haviam imensas tapeçarias espalhadas pelas salas e corredores em que passávamos, e as janelas do lugar eram enormes, permitindo a vista de Asgard, quase que por completo.

Fomos conduzidos por Sif até a grande sala de Odin, onde estamos até agora, reunidos com Thor e alguns outros deuses, incluindo Odin. Havíamos contado a eles tudo o que sabíamos sobre os planos de Loki, e eles haviam nos contado o que sabiam até agora.

— Meu irmão é obcecado pelo poder. — Thor disse o óbvio. Ele ainda não acreditava que o irmão pudesse ser capaz de tentar destruir o futuro. — Mas um plano desses....

— Thor, parece que não conhece seu irmão. – Interferiu a mulher loira que vestia uma roupa de guerreira, com uma voz cortante. – Ele é totalmente capaz de fazer uma coisa dessas. – Ela desviou os olhos para um ponto qualquer no chão. – E se minha irmã o está ajudando...

— Parece que Loki está um passo a nossa frente. — Sif lamentou.

— E quando aquele desgraçado não está? — Fandral se manifestou.

— Podemos ataca-los. — A loira se dirigiu à Thor. — Eles não vão vencer esta guerra!

— Ainda não há guerra, Lorelei. — A voz autoritária de Odin me fez ter calafrios.

— Pai de todos. — Lorelei se dirigiu ao senhor com respeito. — Se Loki pretende fazer o que eles estão dizendo, se ele capturou os vingadores e anda recrutando além de gigantes de gelo, Elfos Negros...tudo o que ele quer é começar uma guerra.

— Lady Lorelei tem razão, pai de Todos. — Fandral apoia. — Loki está procurando uma guerra, e não podemos ficar parados diante disso, temos de agir antes que ele ataque Asgard.

Thor bateu na mesa, chamando a atenção de todos.

— Loki está com Jane. — Sua voz evidenciava sua raiva. — Ele está com meus amigos e quer ameaçar a paz do meu povo, ainda assim....

— Temos de pará-lo enquanto é tempo. — Fandral se aproxima do amigo. — Loki sempre foi traiçoeiro. Todos sabemos do que ele é capaz.

— Além do mais, não vamos matá-lo. — Ray deu de ombros. Thor sempre protegeu o irmão, mesmo ele sendo o que era. — Não podemos matá-lo.

— Devemos prendê-lo novamente. — Minha mãe olha para Thor, sem se intimidar com o olhar que ele a lança. — Ele é um criminoso Thor. Tem de ser preso novamente, e estamos aqui para ajudar com isso.

— Eu sei disso. — Thor responde um pouco secamente.

— Mas não sabemos onde ele está escondido. — Sif se coloca ao lado de Thor.

— Não sabem? — Scarlett estava surpresa. — Como não? Ele está em Jotunheim.

Todos olharam para Scarlly.

— Como sabe disso? – Lorelei se aproximou de Scarlett, para encará-la de igual para igual, e Scarlly não perde a postura.

— Tenho meus métodos. — Ela dá um leve sorriso. — Enfim, temos de ir para lá o quanto antes.

— Não. — Thor diz com seu tom autoritário, pegando a todos (Até mesmo Sif) desprevenidos.

— Pera ai...como não? — Eu fiz a pergunta meio sem pensar. — Não tínhamos concordado em parar Loki?

— Já cometi o erro de ir para Jotunheim despreparado. Precisamos de mais reforços.

— Thor. — Scarlly começa. — Loki está lá, com Jane e os outros! — Ela fala alto. — Vai deixá-los morrer?

— Já não temos bastante gente? — Eu digo, olhando para todos na sala.

— Aiden tem razão, acho que já temos reforços o suficiente. — O Capitão observa.

— Capitão, se Loki pretende atiçar os Elfos Negros e liderar gigantes de gelo...então vamos precisar de mais pessoas.

Por um momento, todos pensam nas palavras de Thor. Eu não queria admitir, mas ele estava certo. Talvez precisássemos de mais reforços.

— Só pode ser brincadeira. — Scarlett rosna para ele. — Meus pais estão lá! Meu melhor amigo também!

— Já chega! — A voz grave de Odin faz todos nos calarmos. — Thor e Sif, vocês tem dois dias para reunir o máximo de guerreiros que puderem. E então, podem marchar para Jotunheim.

— Dois dias! — Scarlett gritou. — Em dois dias todos já vão estar mortos e Asgrad será atacada! — Ela olha diretamente para Odin. — Não temos dois dias. — Seu tom era de desafio.

— Ousa chegar um minha casa e me desafiar deste jeito? – Scarlett viu que não poderia vencer Odin em uma discussão, então apenas bufou e retomou seu lugar ao lado de Peter e Rachel.

— Então...como ficamos? — Danny pergunta pela primeira vez.

— Em dois dias partimos para Jotunheim. — Thor dá a palavra final sobre o assunto.

— E onde vamos ficar? — Danny entendeu que a discussão sobre o ataque estava encerrada.

— Os guardas levarão vocês até os seus quartos. — Odin fez um sinal e os guardas obedeceram.

[x]

Após a reunião, nos mostraram nossos aposentos temporários, onde eu acabei ficando pelo resto do dia.

Eu precisava de um tempo sozinho para processar tudo o que estava acontecendo. Como eu fui acabar caindo nessa roubada? Nunca imaginei que um dia eu lutaria contra Loki...no passado.

Engraçado com as coisas são.

Mas ser filho de uma Vingadora dá nisso. Você acaba se envolvendo em situações estranhas e malucas. Mas era isso que deixava a vida mais interessante.

Já era tarde da noite, e eu não conseguia dormir. Resolvi então dar uma volta pelo palácio.

Sai do quarto e fui em direção ao grande jardim que havia no palácio. Lá talvez fosse um ótimo lugar para matar o tempo. Pena que eu não pude confirmar meu pensamento, pois quando eu estava a caminho do meu destino, vi um vulto passar por mim. A pessoa estava de capuz, o que dificultou o meu reconhecimento, mas quando ela passou por uma parte iluminada eu logo reconheci a silhueta de Scarlett. Ela estava com seu arco em mãos e flechas em suas costas. Decidi segui-la para ver até onde ela ia naquela hora da noite.

Ela saiu pelos portões do palácio, e se dirigiu para a cidade. Scarlett não havia percebido que eu estava seguindo-a. Ela cortou a cidade inteira, e começou a atravessar a ponte colorida.

Ela estava indo até Heimdall. Ela iria fazer besteira.

Decidi me aproximar mais, e quase me arrependi amargamente disso, pois quando eu estava prestes a tocar em seu ombro, Scarlett se virou extremamente rápido, sacando seu arco e apontando uma flecha, em direção ao meu rosto.

— Aiden? — Seu olhar era de pura surpresa.

— Aonde pensa que vai? — Eu a questiono, e ela abaixa o arco.

— Só estou dando uma volta. — Ela responde totalmente tranquila. — tomando um ar fresco, sabe?

— Aqui? Na ponte do arco-íris? Tão longe do palácio?

— Eu precisava de uma caminhada longa.

— E por que precisaria disso em uma caminhada? — Eu aponto para seu arco e suas flechas, e ela solta um suspiro. — Sério, aonde você vai?

— Vou salvar Logan e meus pais. — Scarlett se vira e continua a andar, e eu a impeço.

— Não vai não. — Eu seguro seu baço, e ela o puxa com força.

— Vai me impedir Danvers? — Ela me olha ameaçadoramente. — Não podemos esperar tanto para resgatá-los. Loki está louco, pode fazer alguma coisa a qualquer minuto.

— E você vai sozinha para lá? – Eu olho em seus olhos azuis. — Ótimo plano. Talvez eles te coloquem na mesma cela que Logan.

— Aiden, eu não vou mudar de ideia. — Scarlly era cabeça dura.

— Então eu vou com você. — Se Scarlett era louca por querer ir para Jotunheim sozinha, eu era mais ainda, por ir com ela, totalmente desarmado.

— Não, eu vou sozinha.

— Eu não estou pedindo sua permissão. — Decidi avançar para a sala onde poderíamos ir para Jotunheim. Scarlly ficou parada no mesmo lugar, provavelmente tentando processar a minha atitude. – Você vem ou não?

Chegamos ao fim da ponte e parado em frente à entrada da sala dourada, se encontrava Heimdall, com seu olhar firme e sua espadas em mãos.

— Pode deixar, que eu cuido disso. — Scarlett disse com um sorriso confiante. — Hey, amigão! Precisamos de um favor...

— Suas roupas não são quentes o suficiente. — Heimdall diz para Scarlett sem nem olhar para ela.

— O que? — Scarlly franze as sobrancelhas, com uma expressão de desentendimento. — O que isso quer dizer?

— Não dê ouvidos a ele Scarlly. — Eu digo, também não entendendo o que Heimdall quis dizer. — Heimdall, precisamos ir para...

— Jotunheim. — Ele finalmente olha para nós. — Sabem que isso é suicídio, não?

Eu gostaria que ele não tivesse dito aquilo. Já Scarlett pareceu não se abalar com as palavras do homem.

— Não se preocupe, eles estão comigo. — Uma voz ressoa atrás de nós, e logo depois, Danny está em nossa frente.

— Como sabia que estaríamos aqui? — Scarlly indaga.

— Eu sabia que você faria algo assim, pelo modo como se comportou hoje. — Ele olha para Scarlett antes de se virar para mim. — Só não sabia que você se juntaria a loucura da ruiva.

— Ela é minha amiga. — É tudo o que eu digo, e Danny assente com a cabeça. — Alguém mais sabe?

— Não, apenas eu. – Ele suspira antes de continuar. — Não há nenhuma chance de fazer vocês dois voltarem, não é?

— Não. — Scarlly diz sinceramente.

— Então receio que terei de acompanha-los. — Ele se vira para Heimdall. — Bom, temos de ir até Jotunheim, e sim, estamos cientes de todos os perigos.

Heimdall fica imóvel por um momento, até levantar sua espada e se virar para dentro da sala.

— Minha mãe vai me matar. — Eu digo enquanto entramos na sala e nos preparamos. — Sério, ela vai acabar comigo.

— Relaxa, vamos voltar como heróis. — Scarlly diz confiante. — Ai ela não vai poder ficar brava com você.

— Se voltarmos. — Danny diz da maneira mais simples possível.

— Boa sorte. — Heimdall diz secamente. — Tenham cuidado ao enfrentar as terras gélidas de Jotunheim. — O portal se abre. — A partir de agora, estão sozinhos.

Foi a última coisa que ouvi antes de ser sugado para o portal que provavelmente nos levaria para nossa própria morte.