Hoje como toda boa quarta-feira tivemos uma overdose de aulas de química, aulas das três frentes!!! Sim! Das seis aulas do dia 3 foram de química! E sabe da melhor? As Professoras malucas que provavelmente foram afetadas pelo contato com componentes tóxicos, ou drogas pesadas, o que vier primeiro, decidiram que eu deveria sentar na frente, participar da aula e copiar tudinho! E o pior é que para mim elas estavam falando Grego!!!

Todo bem, mas nem tudo foi um tormento! A última aula foi de informática, então eu levei meu pen-drive de 5GB e fiquei postando fic, sim foi tão divertido, eu conversava no msn, postava fic, conversava no orkut e ainda aprendia a usar html (coisa que eu já sou expert) então eu decidi que informática é a melhor aula do mundo! Depois é claro de Literatura e Redação.

Depois deu passar por este tormento diário, o qual eu já deveria estar acostumada uma hora dessas, voltei para casa

Cheguei lá taquei minha bolsa de qualquer jeito na cama, arranquei meu sapato, pulei no espaço que sobrou e tentei descansar, mas um monte de poeira voou me deixando com um ataque crônico de tosse e espirros, o que resultou na minha cara ficar parecendo a do Rudolph (a rena do nariz vermelho).               

                                                                                                
Levantei da minha cama e me dirigi para a cozinha. Ao passar pela porta do meu, agora vazio,  quarto vi que a janela havia sido arrancada, um grossa camada de poeira, pedras, tijolos e sei lá mais o que estava no chão. Foi assim que eu descobri a fonte da poeira na minha cama, afinal o quarto do Kaname fica na frente do meu e do jeito que minha mãe é, ela esqueceu de fechar a porta para não deixar a poeira ir no quarto, em resumo: estou apenas sentindo uma rinite alérgica chegando e meu nariz virar uma segunda cabeça.

Almocei demoradamente encarando o macarrão com queijo que minha mãe fizera com pressa antes de ir trabalhar, comi aquela pasta, minha mãe era boa em quase tudo, menos cozinhar, por isso que meu papis era o chef da casa. Não estava por completo ruim, mas sabe o chilli de antes de ontem estava melhor. 

Entrei no computador, abri a página do youtube e digitei Code Geass R2 Ep1, já mencionei que esse é o meu mais novo vício?

Comecei a assistir, não entendendo nada, pois ao contrário do que pensava, essa temporada não começou de onde a primeira tinha acabado, mas no final acabei entendendo tudo, claro que fiquei querendo matar um certo melhor amigo, bem péssimo amigo pro meu gosto, mas tudo bem...

Isso me fez lembrar que certas leitoras fizeram uma campanha(a qual eu discordo piamente) chamada: Ou a Yuuki-chan posta ou a jogaremos num tanque cheio de Tubarões!

O pior de tudo, é que eu tenho medo de tubarões, mas acho que devo começar a escrever esse novo cap.

Eu comecei bem, tudo ia nas mais mil maravilhas, o Itachi e o Sasuke estavam se matando, e eu ainda não sei quem vai ganhar, quem eu vou matar, mas acho que se eu estender um pouco essa luta terei o suficiente para um post, aí de noite eu escrevo mais no meu caderno mágico e amanhã dou o resultado da luta... Sim! Vou fazer isso! Hahá! Sou genial!!! Hahaha! Morram de inveja da minha esperteza!

Postei, salvei e fechei o arquivo dessa fic abrindo um documento para passar a limpo a fic que escrevi ontem, mas para a minha surpresa, um cara, muito estranho entrou na minha casa! E eu impulsiva como só além de dar um pulo de dois metros de susto virei e na maior cara de pau perguntei – Quem é você?

-O pedreiro – ele respondeu sem me encarar, foi aí que eu percebi a roupa cheia de cimento, terra, cal e mais mil e um ingredientes estranhos, então voltei a tela do computador como se nada tivesse acontecido e ele foi para o meu (destruído e desfigurado) quarto.

Abri o caderno e coloquei a mão no teclado e comecei a digitar, foi aí que o barulho nada baixo de marteladas encheu a casa, eu não me incomodei muito, afinal para passar a limpo não precisava pensar muito.

“Encarava seus profundos olhos vermelhos,CRASH!  neste momento ele não parecia o monstro que todos diziam, mas uma batida infernal não me deixava pensar direito,  parecia solitário, um onda de compaixão e uma vontade de me aproximar e dizer que eu odeio reformas me tomou e cada passo que eu dava em sua direção eu sentia que era ao mesmo tempo um erro e uma benção, meus instintos estavam confusos, assim como eu. Claro que se não estivessem martelando maus sentidos estariam melhores!”

Okay... Barulho atrapalha... Mas como eu vou passar isso a limpo? Acho que terei de esperar até o pedreiro ir embora... Mas o que ficarei fazendo enquanto isso? Dançando a macarena? Até que não é uma má idéia...

Ta bom... É uma péssima idéia! Já sei! Vou fazer algo que nunca imaginei fazer! Vou pegar meu caderninho procurar um lugar bom para escrever!

Bem vamos começar, dentro de casa está fora de questão, a biblioteca da escola? É longe, mas acho que dá pro gasto...

-Jubscreide!!! To indo na escola estudar! Se minha mãe chega fala que às cinco eu to de volta! – Berrei para a mulher que trabalha em casa (leia-se uma velhinha de 70 anos ninja, que consegue deixar a casa brilhando e ainda ouvir qualquer coisa errada na casa, por mais baixa que seja).  

-Certo! Toma cuidado! Qualquer coisa liga aqui que eu vou te ajudar! – ela berrou de volta. Num disse que a velhinha é ninja? Aposto que era capitã de um time AMBU super mega poderoso. 

Saí de casa muito animada, saltitando pela calçada. Quando fui atravessar a rua um carro apareceu do nada e quase me atropelou, mas tudo bem, continuei meu caminho feliz, quase ouvindo aquelas musiquinhas alegres de filmes da Disney como trilha sonora do meu momento boba alegre, quando eu vi a minha salvação!

Sim! À uma quadra e meia da minha casa havia uma praça! Sim! Uma praça que ocupava uma quadra, com um laguinho no centro, cerejeiras (que nesta época não estavam floridas), outras árvores bonitinhas, além de vários banquinhos! O lugar perfeito! E o melhor: eu nunca tinha percebido a existência de tal lugar!

Sim! Eu sabia que existia uma praça, mas não um santuário para ficwritters desesperadas! Então atravessei a rua, claro que antes de chegar na outra calçada fui quase atropelada por uma carroça e por uma bicicleta, mas quem está contando? 

Cheguei, relativamente, inteira na praça e fui andando até achar um banquinho super meigo em baixo de uma cerejeira, peguei meu caderno e comecei a escrever a continuação da minha fanfic. 

“Estiquei meu braço tocando seu rosto cm a ponta dos meus dedos, senti sua pele fria em contato com a minha, não pude evitar em pensar se seu coração estava tão gélido assim... Ele segurou minha mão e cheirou meu pulso. Dava para perceber a força que fazia para não me morder, seus olhos e presas pediam pelo meu sangue, mas eu sabia que ele não faria isso comigo.

-O que você deseja? – ele me perguntou com a voz aveludada soltando minha mão, que desceu lentamente parando ao lado do meu corpo como se uma corda estivesse o segurando. 

-Te conhecer melhor – respondi com a voz fraca.

-Me conhecer melhor? Por que uma dama como você gostaria de conhecer um monstro como eu? – ele questionou curioso.

-Simplesmente para provar a todos que você não é um monstro – afirmei convicta. 

Ele começou a rir, um riso sarcástico e cheio de amargura, senti um pouco de medo, mas também compaixão, só de imaginar tantos anos que ele ficou assim, sozinho, sendo taxado de monstro e odiado por todos me fazia ter uma mescla de compaixão com um vontade louca de ajudá-lo. ” 

-Ai...Ai... – Suspirei sorridente relendo o que acabara de escrever, ainda não tinha acreditado na profundidade do texto, principalmente eu que sou famosa pelas comédias non-sense... Olhei para cima, para ver se uma onda se inspiração vinha com o vento, foi então que senti um cheiro amadeirado levemente cítrico de perfume masculino, um dos bons, me virei para a fonte do perfume e me deparei com a visão mais magnífica do mundo, um garoto visivelmente mais alto e forte que eu, de cabelos prata e olhos lilases lia entretido minha fic, e como eu não perderia a chance, afinal aquele garoto era muito bonito, principalmente com aquela cara de concentração – gostou? – perguntei usando o meu sorriso amável derrete corações que eu treino diariamente no espelho.

-Sim está... Você escreve muito bem... È uma fanfic ou uma história original? – Ele me perguntou com sua voz grossa, ui! Agora derreti! 

-É uma fanfic. Nossa você sabe o que é fanfic? É tão raro encontrar pessoas que sabem... – comentei encantada. 

-É acho que por eu ser um ficwritter isso ajuda – ele respondeu sorrindo e apontou para o caderno que estava em seu colo, o qual eu não havia reparado da existência até aquele momento.

-Sério? Nossa! Eu finalmente conheci pessoalmente um ficwritter garoto! – comemorei, o que o fez rir, ó que bonitinho! – Sou Yuuki Kuran – me apresentei estendendo minha mão direita.

-Zero Kiryuu – ele falou apertando minha mão.

-Muito prazer! – comentei e quando soltamos as mãos completei – fics de que você escreve? 

-Animes... Livros... Filme... É mais fácil perguntar sobre o que eu não escrevo – ele respondeu rindo.

-Hm... Então sobre o que você não escreve? -  perguntei.

-Yaoi – ele falou na hora fazendo uma cara estranha que me fez gargalhar.

-Porque? É tão estranhamente estranho que chega a ser divertido ler! – eu contestei – Claro que até hoje nunca tive coragem de escrever uma fic yaoi, mesmo sendo fã de Junjou Romântica – continuei.

-Você assiste? Como consegue? Quando eu e meu irmão fomos na casa da nossa prima ela inventou de fazer uma seção animes yaoi! Foi assustador! Depois disso nunca mais fui o mesmo... Tenho pesadelos até hoje... – ele falou.

-Nossa! E quando foi que ela fez isso? – perguntei curiosa.

 -Ontem – ele respondeu dando de ombros.

Não deu para segurar, comecei a gargalhar, ele com certeza estava a cada minuto se encaixando na categoria ‘Homem perfeito’.

-E aí que estilo de fic você mais escreve? – perguntei.

-Bem... Eu gosto de ler comédias non-sense e mistérios, mas nãop escrevo nenhum desses estilos, gosto mais é de escrever death fics e suspense – ele contou – e você?

-Hihi, eu sou famosa pelas minhas fanfics de comédia non-sense, mas ultimamente estou ganhando espaço nas fic de suspense e drama, claro que eu amo ler uma boa death fic, mas geralmente depende do meu estado de espírito, leio todo tipo de fanfics – respondi.

-Famosa pelas comédias non-sense? Você posta aonde? – ele indagou interessado.

-Nos sites famosos... Também tem as comunidades, mas são tantas que nem dá para contar – respondi – mas se você já leu alguma fic da Yuuki-chan 666 pode ter certeza que é uma fic minha.

-Ah! Você então é a Yuuki-chan 666... Adoro suas death fics, se bem... Que aquela comédia crossover de DN com Naruto ficou bem interessante – ele falou animado – Ah! Eu sou o Zero K.

-Então você é o maluco que vive fazendo aquelas campanhas doidas pra eu postar mais rápido!? Mas você também tem fics ótimas aquela de Code Geas me fez chorar e fiquei com pesadelos por uma semana depois que li aquela de Death Note... – exclamei anima, então um dos meus maiores fãns e ficwrittes favoritos era este Deus? Cara, acho que posso morrer feliz, sonhos se realizam!

-Nossa! Isso quer dizer que ficou boa, ou você teve pesadelos por ser tão ruim? – ele questionou curioso.

-Hahaha elas estavam ótimas! Eu tive pesadelos porque ela deu muito medo mesmo! Fico arrepiada só de lembrar daquela final, muito bem escrita, é difícil encontrar fanfics de terror que não se baseiem apenas em sangue – respondi, será que com tantos elogios ele vai perceber que estou dando em cima dele?

-Obrigado – ele agradeceu com um sorriso lindo... Cadê o balde? Acho que to babando – nunca te vi por aqui de onde você é? – perguntou. 

-Acredite se quiser, mas eu moro a um pouco mais de uma quadra daqui e nunca tinha visto esta praça! Estou aqui porque a minha mãe inventou de fazer uma maldita reforma e as marteladas estão me deixando maluca! – respondi. 

-Então você também é do bairro? Eu morro naquele prédio ali – ele apontou para um alto e grande prédio à frente da praça – venho aqui todas as tardes depois da aula escrever, esta praça é um lugar ótimo para se inspirar.

-É mesmo! Mal sentei no banco e escrevi uma parte super boa da minha fic! Acho que começarei a vim aqui mais vezes – concordei. A questão é eu decidir se virei aqui escrever ou apreciar a paisagem... Se é que você me entende. 

-Vai ser legal, você tem msn? – ele me perguntou sorrindo.

Ui! Já pediu o msn? Que garoto apressado! Porque já num pede meu telefone e me chama para sair? – Tenho! Quer?

-Claro! – ele disse passando uma página em branco do caderno dele para eu colocar o meu msn, depois de escrever aquela coisa humilhante que meu irmão fez de sacanagem passei o caderno para ele.

-Msn engraçado... yuuki_baka_jerk@hot... – ele comentou rindo.

-É eu sei... Agradeça ao meu irmão mais velho por isso... Maldito dia em que eu pedi para ele fazer um msn para mim... Mas também eu era muito nova para entender como se fazia um msn – me defendi. 

-Sei como é ter um irmão do mal... Lá em casa é pior, somos gêmeos... A briga pelo computador é brutal... – ele comentou com uma cara de medo.

-Nem tão brutal quanto eu e meu irmão... Pelo menos vocês dois são mais ou menos fortes iguais, agora tenta briga contra  alguém que tem quase o dobro da sua altura e quase o triplo da sua força!  É traumatizante... – falei com uma voz chorosa que o fez rir.

Olhei no relógio e vi que era cinco horas – Droga! Tenho que ir! – exclamei.

-Por quê? – ele me perguntou.

-Disse para a Jubscreide que ia voltar às cinco e se eu não chegar lá em casa agora, aquela velhinha ninja vai aparecer aqui e me arrastar até em casa, o que seria meio humilhante – expliquei me levantando – te vejo amanhã? 

-Claro! Até amanhã então – ele se despediu e eu voltei para casa.