Depois de discutir alguns planos e ver qual era melhor, conversei mais um pouco com Caius para saber mais das intenções de James com Aro novamente. Caius apenas me respondeu que ele queria um favor, era tudo o que ele sabia.

Assim que liguei o carro me toquei que ainda não queria ir para casa, então fui em um lugar que eu não ia há muito tempo, e por mais que fosse doloroso, segui em frente.

Logo que cheguei no cemitério me senti mais triste, fui andando por diversas lápides, até que parei na que foi feita na homenagem. Me abaixei e passei meus dedos sobre o nome nela escrito: Edward Anthony Masen Cullen. As lágrimas já invadiam meus olhos, tentei expulsá-las, mas não consegui. Estar aqui era muito ruim, não pior do que ficar em casa, mas aqui a lembrança do dia em que eu tinha perdido as esperanças era muito forte, claro que foi aqui que eu a recuperei junto com a fé de que ele estava vivo, mas mesmo assim estar aqui era pra mim um erro.

— Desculpe não ter vindo antes. - falei sem saber pra quem. - É só que estar aqui, quer dizer que eu aceitei o fato de você ter ido pra sempre. E eu sei que isso não é verdade, como poderia? Um mundo sem você não poderia ser tão colorido e vivo como é agora. - olhei para o céu azul e sem nuvens enquanto mais uma lágrima descia discretamente pela minha bochecha. - Eu me sinto uma péssima mãe, e esposa, não consigo me concentrar em uma coisa só, toda vez que avanço com Nessie algum novo indicio sobre você aparece e vice-versa, no final acabo sendo inútil nos dois casos. Quero você aqui, sem você não tenho mais forças pra continuar, não consigo agir como eu deveria e isso tá acabando comigo. - solucei e pensei em quão idiota eu tava parecendo. - Eu só consigo pensar em Nessie nas mãos daquele canalha, com medo, chorando, e pedindo por nós, e nós não estamos lá. E ai eu penso se, quer dizer, quando eu encontrá-la o que eu devo dizer sobre você, falar que você se foi e virou uma bela estrela? Concordar com os outros e fazer nossa filha acreditar que o pai dela nunca mais vai voltar? Essa definitivamente não é uma boa ideia pra mim. - parei com o som de uns galhos se partindo nas árvores mais atrás de mim, e fiquei com a sensação de estar sendo vigiada, mas não fui embora, sem saber porque simplesmente continuei ali, chorando sentada em frente à lápide do meu marido, acreditando que nada disso era real e que eu o veria outra vez e ao mesmo tempo pensando, e se? E se realmente tudo isso fosse verdade, eu teria que acreditar e aceitar em alguma hora, mas ainda não era tempo. Senti que alguém se aproximava e olhei pra trás a tempo de ver Emm e Jazz se aproximarem devagar. - Oi. - eu disse com a voz rouca do choro.

— Oi. - os dois responderam e me olharam com olhos cheios de preocupação, cada um se sentou do meu lado e por uns dez minutos ficaram apenas me ouvindo chorar.

— Desculpa, eu não consigo parar. Eu só consigo pensar em como eu falhei com todos. Eu falhei protegendo vocês do James, era meu dever acabar com ele, e quando eu penso que naquela vez lá na mansão, eu poderia ter apertado o gatilho e nada disso estaria acontecendo, Nessie estaria em casa e Edward também. - solucei alto. - Eu falhei com meus pais, falhei com meus amigos, com meu marido, e agora to falhando com a minha filha. Que tipo de mãe deixa a filha ser sequestrada?

— Isso não foi sua culpa, nada disso.

— Emmett tem razão, nós todos somos bem grandinhos pra nós cuidar, inclusive o Edward, e mesmo assim só existe um culpado, James. Ele fez tudo isso, não você.

— É mas ...

— Mas nada. Você não é culpada por nada disso.

— O Jazz está certo. E desculpe por todos nós termos nos afastado um pouco Marcus nos disse que era melhor, pra você poder respirar e pensar, mas nós estamos aqui e amamos você, e daqui há uns dias Nessie estará nos nossos braços longe daquele canalha. Certo? - meus olhos marejaram novamente, e mesmo tendo gostado do que o Emm havia dito, não pude deixar de reparar que ele havia indiretamente declarado que Edward não seria encontrado.

— Tudo bem. - dei um leve sorriso para os dois. - Como vocês me encontraram?

— Tentamos pensar em um lugar que você iria e acabamos aqui. - Emm falou dando de ombros.

— E o seu celular tem GPS. - Jazz completou dando uma risada.

— E o seu celular tem GPS. - Emm concordou rindo. - Isso não tira nosso mérito não é mesmo?

— Claro que não. - falei rindo também.- Acho que eu quero ir embora agora.

— Então vamos. - Eles se levantaram e cada um estendeu a mão para me ajudar a levantar.

Fomos em silêncio até o carro e quando chagamos lá nos despedimos e cada um foi para um lado. Enquanto dirigia de volta para a minha casa, observei um carro preto há uns três carros atrás de mim, ele seguia o mesmo caminho que eu, mas parecia querer uma distancia segura para eu não perceber o que ele estava fazendo. Eu estava sendo seguida.

Desviei em duas ruas para testar e o carro fez o mesmo caminho. Voltei para a parte mais movimentada da cidade e estacionei na frente de umas lojas, observei e vi que o carro estacionou do outro lado da rua um pouco mais atrás. Sai do carro e fingi olhar as vitrines das lojas, continuei andando e pelo canto do olho vi uma sombra sair do carro e se esconder num beco próximo às lojas do outro lado. Andei mais um pouco e escutei passos um pouco atrás de mim, tentei fingir que estava observando mais uma vitrine e olhei para a figura que me seguia, não consegui identificar nada, estava todo de preto com capuz escondendo seu rosto, andei mais alguns metros e entrei no beco que havia ali, definitivamente não parecia uma boa ideia, mas segui com ela do mesmo jeito, fui até o fim do beco, que era sem saída, e esperei, no entanto apesar de escutar uns passos ninguém se aproximou de mim. Me virei e vi a figura de capuz correr. Tentei acompanhar, mas a pessoa era muito rápida e chegou em seu carro antes de eu me aproximar do meu, a pessoa ligou o carro e acelerou desaparecendo entre alguns carros me impossibilitando de segui-la.

Cheguei em casa uns minutos depois ainda pensando. Só poderia ser um capanga de James não autorizado a me machucar ou algo do tipo, e se fosse realmente isso, então James deveria estar fazendo mais um de seus joguinhos doentios. Tentei não pensar mais nisso, e depois de um banho e e um lanche me concentrei na missão, e até aquele momento não tinha me tocado o quanto eu sentia falta disso, a adrenalina de pensar em como tudo vai se realizar, e pensar no que poderia não der certo, bolar todos os planos possíveis, inclusive os mais perigosos, e no final a satisfação de ter completado uma missão com sucesso.

Depois de horas investigando várias coisas, como quem estaria no evento ou a planta do local, subi para o meu quarto e depois de três meses consegui finalmente dormir lá e tive uma noite sem pesadelos.

...

O despertador tocou as sete da manhã, e os raios de sol já aqueciam levemente meus braços expostos. Levantei devagar e me dirigi ao banheiro tomando um rápido banho em seguida. Coloquei uma saia preta, uma blusa rosa claro e um scarpin preto, deixei meu cabelos soltos, e passei uma leve maquiagem - coisa que não fazia há uns meses. Peguei minha bolsa e desci para a cozinha, tomei café, peguei todas as pesquisas que havia feito no dia anterior e fui para o trabalho.

Estacionei na frente da sede respirando fundo e me convencendo que eu estava bem, eu tinha vindo aqui ontem, mas oficialmente esse era meu primeiro dia de trabalho, então respirei fundo mais uma vez e sai do carro me dirigindo a entrada, tirei meus óculos assim que passei pela porta e assim como no dia anterior todos no saguão pararam para me olhar, dei bom dia para os poucos que falavam comigo e passei meu crachá para ter acesso ao elevador e quando ele estava prestes a fechar um cara entrou ofegando.

— Bom dia. - ele disse com a voz entrecortada.

— Bom dia.- respondi sem muita vontade. Ele apertou o botão para um andar depois de mim, me deu uma rápida olhada e voltou a falar, mas preferi ignorar. Assim que o elevador abriu no meu andar sai sem olhar para trás.

Fiquei mais um tempo conversando com Caius e o fiz ligar para James assegurando-o que ele estaria na festa de amanhã. E depois subi um andar para me juntar a minha equipe e fiquei surpresa ao ver que mais quatro pessoas estavam na sala, inclusive o cara do elevador.

— An? Bom dia? - falei com um tom interrogativo.

— Bom dia Bellinha, sabia que você vinha, mas chegou tarde. -Alice disse depois de me abraçar.

— Eu já estava aqui, tava conversando com o Caius novamente. - disse enquanto cumprimentava meus amigos. - E então?

— Ahh, Bella - Rose começou - esses são os agentes da CIA que nos ajudarão. Esses são Jessica Stanley -ela apontou para uma mulher da minha idade de cabelos cor de caramelo que me olhava de forma esnobe - Sam Uley - era o homem sentado ao lado da primeira que me olhava com um sorriso discreto - Victoria Tanner - uma ruiva que me olhava da mesma forma que sua amiga- e Riley Biers. - o cara do elevador- Pessoal essa é Isabella Cullen, ela quem está liderando essa missão.

— Prazer Isabella, aposto que será ótimo trabalhar com você. - Jessica disse com um ar irônico e eu apenas assenti.

— Cullen? Já conheci um agente do FBI com esse sobrenome, se eu não me engano o primeiro nome era Edward- um leve arrepio me percorreu - é seu irmão? - Victoria perguntou.

— Ele é meu irmão. - Alice falou apenas me dando um rápido olhar, e gostei da forma como ela não se referiu à ele no passado.

— E meu marido. - respondi secamente e vi Riley olhar para a minha mão a procura da aliança e encontrando-a em seguida. -Então vamos ao plano.

Passamos os minutos seguintes apenas passando as informações sobre James e Aro, em seguida mostramos as plantas do local apontando aonde a segurança deveria ser reforçada, e repassando que eles deviam proteger as pessoas lá presentes, o trabalho deles, claro que ajudaríamos, mas nos focaríamos em ficar de olho em Aro e também em James. No final da nossa reunião Marcus entrou bem a tempo de Jessica perguntar.

— Há alguns meses uma agente esteve envolvida em um acidente com esse James não?

— Que acidente?- perguntei já sabendo.

— Pelo que nos passaram, essa agente teve a filha sequestrada e o marido que também era agente foi morto, eu pensei que talvez se a gente pudesse conversar com essa a agente, nós poderíamos ter mais informações para essa missão.

— Não vai ser necessário. - Marcus tentou amenizar, para que eles não fizessem mais perguntas, o que foi inútil.

— Por que? - Sam perguntou.

— Por que essa agente sou eu. - respondi tentando não deixar minha voz falhar. - E acredite nem todas as informações que eu tenho de James fariam a gente saber o que ele vai fazer a seguir, ou onde ele está escondendo minha filha. Ou meu marido.

— Mas ele está morto não? - Riley perguntou me olhando.

— Não temos certeza. - falei lhe lançando um olhar frio.

— Na verdade.. -Marcus começou.

— Não temos certeza. - me mantive firme. - E essa não é uma reunião pra falar de Edward ou de Renesmee. E por mais que fosse acho que ela está encerrada. - falei indo embora em seguida. Assim que estava quase fechando o elevador Riley entrou novamente.

— Desculpe pelo o que eu disse lá. - ele falou me olhando com certo medo.

— Não tem problema, todos falam comigo daquele jeito há três meses.

— Não quero me meter, mas você acha que ele está vivo?

— Sim, eu sei que sim. Se James está com ele ai não sei.

— Não querendo me meter novamente, mas você não acha que seria melhor seguir em frente e... - o elevador abriu novamente e eu sai com Riley em meu encalço.

— Agora você está se metendo. Aquele pessoal lá - me virei para ele e apontei para o andar de onde tínhamos vindo - todos eles, são a minha família, eu os conheço há mais de sete anos, são as pessoas em quem eu mais confio. Eles em três meses não conseguiram fazer eu mudar de ideia, não vai ser você que eu nem conheço, que vai me convencer em cinco minutos. - virei as costas novamente e ele voltou a falar.

— An, eu tava pensando talvez você queira uma carona amanhã para a festa.

— Eu tenho um carro. - revirei os olhos e respondi sem me virar.

— Talvez queira um acompanhante. -parei.

— Eu tenho um marido. - ele me olhou de forma estranha e continuei. -E se você falar mais alguma coisa os seus amigos que vão ter que procurar um acompanhante pra colocar no seu lugar. - me virei novamente deixando Riley para trás.

Segui para a sala que costumava ter minhas coisas e uma mesa pra eu poder trabalhar. Cheguei na sala e apenas três agentes estavam em suas mesas, e todos pararam o que estavam fazendo para me observar, apenas os cumprimentei e me dirigi à minha mesa, e tudo estava como da última vez, as duas coisas que eu reparei primeiro foram os dois porta-retratos que estavam um em cada ponta da mesa. Olhei para os dois e as lágrimas já ameaçavam cair novamente, em uma foto Nessie estava em um parque com a roupa toda suja e dando gargalhadas, sorri inevitavelmente lembrando do som do seu riso. A outra foto era minha e do Edward em nosso casamento. Desviei os olhos das fotos e agora estava mais decidida que antes. Eu ia encontrar Nessie primeiro, ia dedicar cada segundo do meu dia para procurá-la, e quando finalmente ela estivesse em meus braços iria procurar Edward.

Liguei meu computador, e pesquisei ainda mais sobre a missão de amanhã, pesquisei sobre Aro e o que ele estava fazendo nesses anos, procurei alguma conexão com James e não encontrei nada a mais do que eu já sabia. Fiquei o dia inteiro estudando cada detalhe da festa de amanhã e só parei para almoçar, quando o sol já estava baixando e só eu estava na sala, todos os meus quatro amigos vieram falar comigo.

— Onde você tava? Te procuramos o dia inteiro. - Rose falou.

— Só não procuraram no lugar mais provável. - falei dando uma risadinha.

— Bella... - Alice começou.- A gente queria conversar com você.

— Tudo bem. - disse parando o que eu estava fazendo e olhando para eles.

— Bella, a gente queria falar sobre o Edward... - Emmett começou.

— Vocês querem me convencer a desistir? Porque sinceramente vocês que deveriam desistir de me convencer disso. - falei um pouco mais ríspida.

— Não Bella, olha é difícil para gente isso, desde que você começou com a ideia que ele estava vivo minha mãe passou a acreditar nisso também, ela simplesmente não consegue seguir em frente, e no início eu fiquei com raiva de você, porque era algo que a gente tinha que superar, e você não só não estava conseguindo como também tava arrastando meus pais pra isso também, dando para eles falsas esperanças, por mais que meu pai não admita ele também acredita nisso. Ele era meu irmão e isso também é doloroso pra mim - ela disse já soluçando. - toda a minha vida eu passei com ele, nós sempre estávamos juntos e... e... - ela parou enquanto chorava, Jazz a abraçou e tentou acalmá-la.

— Desculpa por isso Alice, mas eu não posso simplesmente acreditar nisso só porque todos dizem que eu devo. Eu sei que a explosão foi enorme e tudo mais, mas e se ele conseguiu sair? Eu consegui pegar os vídeos do galpão e a câmera foi desligada uns segundos antes de tudo explodir, e se ele conseguiu sair nesse tempo? Eu perdi minha filha e meu marido no mesmo dia, eu não posso desistir de tudo sem ao menos tentar alguma coisa. - enxuguei minhas lágrimas sem ter mais o que falar.

— Bella a gente veio aqui por isso. - Jazz começou. - A gente acha que é loucura a sua ideia, mas queremos ajudar.

— Nós vamos encontrar a Nessie, Bella e depois iremos te ajudar a procurar o Edward. - Emmett falou e eu não poderia deixar de ficar surpresa.

— O que? - perguntei ainda sem saber se eu havia escutado certo.

— Nós iremos te ajudar Bella, a gente realmente quer que você esteja certa, é só difícil acreditar, mas a gente vai se esforçar. - Rose falou me dando um sorriso encorajador.

— Tudo bem. - respondi sorrindo de volta. - Vocês querem ir jantar lá em casa? - eles se olharam surpresos.- Faz tempo que ninguém vai lá, então provavelmente tá tudo bagunçado e acho que eu não tem comida, mas eu realmente quero que vocês jantem lá.

— Ahn, acho que não tem problema. - Emm respondeu meio incerto.

— Vamos passar em um supermercado no caminho e comprar alguma coisa pra gente cozinhar. - Alice disse já dando um sorrisinho.

— Então vamos. - desliguei meu computador peguei minhas coisas e juntos nós descemos.

Passamos no supermercado compramos várias coisas e chegamos na minha casa.

— Então, não reparem na bagunça. - falei antes de abrir a porta.

Eles entraram e apesar de as cortinas estarem fechadas e papéis jogados em cima da mesa, a casa estava arrumada. A noite foi divertida, nós comemos, conversamos, relembramos fatos embaraçosos e me distrai de todo o resto.

...

Dormi novamente tranquila, e novamente me dirigi ao trabalho e quando cheguei lá os quatro agentes da CIA já estavam na sala de reuniões.

— Bom dia. - disse recebendo bom dia meio desanimado de todos. - Vamos esperar minha equipe chegar para eu passar a vocês as últimas informações.

— Isabella - Victoria me chamou e veio ao meu encontro. - Eu sinto muito pelo Edward, eu sei que você acredita que ele esteja vivo e eu espero que você esteja certa, nós estudamos juntos no ensino médio. Nós quatro - ela apontou para os amigos- fomos embora só de noite ontem porque tivemos várias reuniões, e acabei escutando quando seus amigos disseram que iriam te ajudar a procurá-lo, eu só queria dizer que se você precisar eu posso ajudar, ele era melhor amigo do meu namorado do colégio, e nos tornamos bons amigos, aliás foi ele quem fez com que eu e meu namorado nos aproximássemos.

— Ahnn - tava surpresa demais pra falar. - obrigada, se eu precisar de alguma coisa eu já sei pra quem ligar. - sorri para ela que sorriu de volta para mim e vi que de repente ela não era tão ruim.

Depois de uns dez minutos todos estavam presentes na sala, e eu comecei.

— Ontem vocês pediram que eu contasse sobre James, então de forma resumida eu vou contar. Eu iniciei no FBI bem cedo, até mesmo para a seção de jovens, então nos primeiros anos meu treinamento era mais teórico, James era um jovem cientista do FBI e como passava algum tempo no laboratório estudando acabamos nos aproximando, e quando meu treinamento físico estava pra começar nós começamos a namorar, depois de um tempo acabei vendo que James não era quem eu pensava quando ele acabou me ... machucando. - era constrangedor falar disso então não sabia como falar.

— Ele abusou de você? - Jéssica perguntou.

— Sim, tinha medo de contar para meus pais, mas depois de um tempo eles repararam nas marcas em meus braços e eu acabei contando, meus pais conseguiram uma ordem de restrição e James não podia se aproximar de mim, ele não ligou para isso, então um dia ele entrou no meu quarto querendo me levar, meus pais não deixaram é claro, e ele matou os dois, ele foi pego, mas fugiu da cadeia e cinco anos depois de muito treinamento e missões Marcus me ofereceu uma missão que ele achava que James que estava por trás, aceitei na mesma hora e então conheci a galera aqui - apontei pro pessoal dando um sorrisinho - James e Aro criaram um soro com DNA modificado, DNA humano com uma espécie de vírus, quando injetado e ele cai na corrente sanguínea o vírus vai destruindo as células do corpo, o vírus vai por último no cérebro destruindo os neurônios, matando a pessoa sem matá-la. A pessoa continuava viva, mas só porque seu coração ta batendo, e ela vira uma espécie de zumbi. Nós conseguimos pegar o James e ele acabou caindo de uma altura enorme no mar, e depois o corpo acabou sumindo. Nunca mais tivemos notícia dele até uns meses atrás.

Um silêncio se instalou na sala.

— Então era isso. Vocês podem falar alguma coisa agora. Como eu havia dito não ajuda em nada, mas pelo menos vocês já sabem com quem estamos lidando.

— Obrigada por contar. - Sam falou e os outros concordaram.

— Sem problemas, eu vou falar com o Caius para ele ligar e combinar com o James de encontrar com ele lá, e volto em alguns minutos caso queiram discutir alguma coisa do plano.

Assim que eu estava saindo me lembrei de algo e voltei.

— Alice - chamei para a porta e ela foi ao meu encontro - eu me esqueci de ver o vestido pra essa noite... - ela me interrompeu.

— Relaxa cunhadinha, já cuidei de tudo, o vestido e os sapatos serão entregues as duas horas na sua casa, a festa começa às sete portanto...

— Já sei, vou começar me arrumar agora. - brinquei piscando pra ela e sai.

O manhã passou voando, e a uma hora fui para casa para almoçar, receber meu vestido e me arrumar. Pontualmente as duas horas a campainha tocou, uma mulher elegante me entregou o vestido e uma caixa com os sapatos me deu uma ficha para eu assinar e foi embora. Abri capa que envolvia o vestido e dei um sorrisinho diante da escolha de Alice, o vestido era lindo, mas o significado da cor que ela havia escolhido era o que tinha me feito amar o vestido. O vestido era azul claro, a cor preferida do Edward em mim.

...

Às seis e meia exatamente terminei de fechar o zíper do meu vestido e me olhei no espelho ele era modelo sereia, tomara que caia e tinha caído perfeitamente em meu corpo, minha maquiagem estava leve e meu cabelo estava preso em um coque. Peguei uma bolsa de mão e coloquei meu distintivo e uma arma, e outra num coldre que tinha colocado na coxa, aonde o vestido abria. Peguei a chave do carro e enquanto entrava nele liguei para a Alice para avisar que já estava indo. Encontrei com eles na frente do salão que iria acontecer a festa, por fora já estava tudo decorado de maneira muito luxuosa, não que precisasse porque o local era lindo. Desci e avaliei as garotas que como sempre estavam lindas, Alice esta com um vestido nude, seu cabelo estava solto, e a maquiagem estava ao estilo Alice, Rose estava com um vestido sereia também, mas o dela era vermelho, seu cabelo estava preso em um coque e a maquiagem leve, mas também ao estilo Rose.

— Uau que gatas. - falei sorrindo para elas.

— Nós sabemos. - Rose falou rindo. - Você também está linda.

— Obrigada. - falei piscando para ela.

Nos dirigimos a entrada e passamos pelo detector de metais mostrando os distintivos e a permissão para carregar as armas. Entramos no salão e no mesmo instante vi Aro, me dirigi à ele com pressa.

— Boa noite Aro. - falei chamando sua atenção.

— Boa noite. - ele me olhou tentando me reconhecer.

— Caso não se lembre eu sou Isabella. Sete anos atrás, James, zumbis, lembrou agora? - ele arregalou os olhos olhando para os lados para ver se alguém havia escutado.

— Eu não estou mais trabalhando com nada disso, trabalho para o governo agora.

— Eu recebi de fontes bem seguras, que James viria aqui hoje, especialmente para falar com você, o que você sabe sobre isso?

— Eu juro que não sei de nada, nunca mais vi o James, até achava que ele estava morto. - olhei para meus amigos que estavam atrás de mim.

— Vamos ficar de olho nele nessa noite para garantir que James não entre aqui. Marcus- chamei pelo nosso comunicador- os agentes já estão do lado de fora atentos ao James?

— Sim Bella, todos atentos, fiquem de olho ai dentro.

— Tudo bem. Eu vou olhar por ai vê se encontro alguém que possa ter alguma relação com James, fiquem de olho no Aro. - falei para meus amigos que assentiram enquanto eu já saia.

Andei entre várias pessoas e um pequeno tumulto surgiu na entrada quando o presidente chegou. Continuei caminhando ficando surpresa quando alguém puxou meu braço. Era Riley.

— Você está linda. - ele disse me olhando dos pés à cabeça.

— Obrigada. - respondi puxando meu braço e voltando a andar.

— Você quer dançar? - revirei os olhos.

— Não posso estou trabalhando.- ele me puxou novamente, mas dessa vez me segurando mais forte.

— Só um pouquinho.

— O que você pensa que tá fazendo? - falei aplicando toda a minha força para me livrar dele, quando uma sombra no segundo andar me chamou atenção, olhei para cima e vi uma figura de preto olhando para baixo. Era o cara que tava me seguindo, me livrei de Riley já comunicando todos. - Gente, eu vi uma pessoa de capuz no segundo andar, to subindo. - Fui até as escadas e tentei subir sem chamar atenção, todos estavam concentrados embaixo então assim que alcancei o último degrau tirei a arma da minha bolsa a deixando lá, o cara me escutou e saiu correndo e sai em disparada atrás dela.

A figura de capuz entrou em uma sala e acabou ficando sem saída.

— Para agora. -falei apontando a arma para o cara.

Ele se virou sem mostrar seu rosto, que estava escondido sob o capuz, ele levantou as mãos, e rapidamente me atacou batendo em minha mão me fazendo soltar a arma, acertei o joelho em sua barriga e o soquei.

— Bella! - Alice me chamou de longe e pude escutar vários passos vindo até mim, aproveitando meu momento de distração, o cara me deu uma rasteira e se virou para sair pela janela, mas eu já tinha pego a arma na minha penar e atirei do lado da cabeça dele o fazendo parar.

— Tira esse capuz e vira pra mim, ou eu juro que o próximo tiro vai ser na sua cabeça.

O cara tirou o capuz e se virou e um choque passou por mim com um misto de sentimentos. Ouvi todos arfarem de surpresa, mas não conseguia prestar atenção em mais nada. Meus olhos já estavam embaçados pelas lágrimas.

— Oi amor. - ele disse com lágrimas no olhos também.

Eu não podia acreditar que ele estava de frente pra mim. Ele. Edward.