Dias se passaram depois que James ligou e eu me sentia cada vez mais determinada, mas também cada vez mais cansada. Marcus passou a me ligar todos os dias e quando esquecia Emm ou Rose ligavam, Jazz ligou uma vez também, mas para não chatear Alice ele evitava falar comigo.

Eu sentia que estava cada vez mais próxima de encontrar alguma pista que me levasse a Renesmee. Tinha ido em alguns dos lugares que James havia parado no dia do sequestro e tinha visto alguns suspeitos, havia conseguido localizar a van que foi usada porém ela estava parada em uma rua totalmente deserta, ainda com esperanças de que talvez James ainda a usasse eu coloquei um discreto rastreador. Se a van se mexesse eu saberia.

Também tinha feito avanços com os vídeos do galpão, já havia conseguido todos menos o da sala aonde Edward havia ficado trancado. Mas continuei insistindo e finalmente consegui pegar. Baixei o vídeo no meu computador e assim que deu o play meu coração apertou e meus olhos se encheram de lágrimas. Lá estava ele. Seus olhos apesar de apreensivos conseguiam ser os mais belos olhos que existiam, isso porque os da Nessie conseguiam ser exatamente iguais. Coloquei minhas mãos na tela vendo seu rosto perfeito e senti a saudade vir como um tsunami em meu coração. Chorei como não fazia há dias. Escutei sua voz aveludada e era como se ele estivesse ao meu lado. Quando ele começou a se despedir pensei em parar o vídeo, mas vi que ele estava procurando algo e então parei pensando na possibilidade de ele realmente ter encontrado uma saída, ele se abaixou perto da saída de ar, mas saiu de lá, acho que a saída estava trancada. Então ele voltou para a câmera e quando a bomba marcava dez segundos a câmera desligou. Então será que poderia ter uma remota possibilidade de ele estar vivo?

Tudo bem era loucura que em dez segundos ele tenha encontrado uma outra saída e se salvado, mas eu tinha que acreditar nisso, minha fé e esperança eram maior do que a vontade de desistir.

Acho que foram duas semanas até eu voltar a me animar, fato que ocorreu somente porque a van havia se mexido. Finalmente. Sabendo que o táxi iria demorar, peguei coisas básicas como arma, munição, meu celular caso precisasse de alguém, o rastreador e as chaves do carro. Sai apressadamente de casa e entrei no carro, senti o perfume dele nos bancos, mas respirei fundo tentando não me abalar.

Segui até a rua indicada, e quando estava quase chegando o carro mudou de lugar, fui indo atrás cada vez mais rápido, finalmente eu achei a van e segui-a deixando algum espaço entre nós, para que ele não desconfiasse. Depois de alguns metros a van finalmente parou, em frente a um bar ou algo do tipo. Estacionei do outro lado da rua, porém quem saiu da van não foi James e sim um cara qualquer. Olhei atentamente para ele e o reconheci, era primo do James e sempre estava envolvido em qualquer coisa que ele fazia.

Ele entrou no local despreocupado. O segui entrando também, tentando não chamar atenção. Era um bar normal, tinha tirando uma garçonete atrás do balcão, dois homens em mesas no fundo que estavam tão bêbados que acho que já haviam entrado em coma alcoólico. Caius, primo de James, pediu uma bebida e foi para a mesa de sinuca. E até então ninguém havia me visto, segui Caius até a mesa e o confrontei.

— Que tal uma partida? – perguntei fingindo animação.

— Acho que ... – ele começou a falar, mas me olhou atentamente e parou. – Uau, o que uma gata como você faz em um lugar como esse?

— Tentando novos ares. – respondi tentando meu sorriso mais encantador, sabendo que não sairia como o esperado já que eu devia estar com a aparência horrível, mesmo tendo ganhado um “elogio” ou seja lá o que tinha sido.

— É claro que sim. Então, você sabe jogar? –ele deu um sorriso malicioso ao final da pergunta. Ainda não sabia como ele não tinha me reconhecido.

— Na verdade, esperava que você me ensinasse. – respondi tentando entrar no seu jogo.

— Será um prazer. – ele disse contornando a mesa, e parando ao meu lado. Ele mostrou como eu deveria segurar o taco e em seguida se colocou atrás de mim para que pudesse “me ensinar melhor”. Consegui acertar uma jogada e ele disse em meu ouvido. – Muito bem, como você disse que era seu nome mesmo?

— Eu não disse. – respondi e em seguida acertei o taco em sua parte mais sensível, fazendo-o se contorcer de dor. A garçonete lixava as unhas alheia a qualquer coisa que acontecesse ao seu redor. – É uma pena que você não tenha me reconhecido.- Falei já em seguido torcendo sua mão o fazendo ficar de joelhos. – Vou refrescar sua memória. – o soquei fazendo-o cair. – Seu primo dessa vez te colocou em uma roubada.

— Bella? – ele perguntou assustado, havíamos nos visto apenas duas vezes quando eu namorava com James, mas sabia que depois de alguns estímulos ele seria capaz de se lembrar de mim.

— Para você Isabella, agora vamos temos muito que conversar. – o puxei pela gola da camisa o levando para o meu carro.

O joguei no banco traseiro, trancando as portas, quando eu entrei as travei novamente e o algemei enquanto ele ainda reclamava do primeiro golpe. Pensei em qual lugar o poderia leva-lo para poder interroga-lo e só pensei em um. A sede do FBI.

Sem perder tempo, dirigi em alta velocidade até lá e quando cheguei tirei Caius do banco traseiro e o reboquei até a entrada. Assim que entrei a recepcionista Gianna pediu minha identificação, tirei meu óculos e ela ficou muda. Perguntei se Marcus estava e ela apenas assentiu com os olhos arregalados e cheios de pena.

Assim que fui passando por cada corredor as pessoas me olhavam da mesma forma. Pelo menos eu não havia perdido o jeito de fazer meu trabalho. Entrei no elevador e apertei o botão para subir para o terceiro andar, aonde haviam as salas para interrogatórios, assim que as portas se abriram e passei pela primeira porta, vi que minha ex-equipe estava lá e todos chocados saíram rapidamente dos seus lugares e foram atrás de mim. Entrei em uma das salas me certificando que Caius não sairia de lá. Sai da sala e meus amigos me olhavam com certo medo.

— Oi. – respondi rapidamente enquanto todos faziam o mesmo.

— Quem é ele? – Alice perguntou.

— Caius, primo do James, consegui rastrear a van que James usou e bom, demorou, mas finalmente alguém voltou a usá-la então dei de cara com o querido primo do meu ex. Agora vou chamar o Marcus para poder interroga-lo.

— Bella... – Alice me chamou após eu ter dado as costas. O pessoal foi para mais longe para nos dar privacidade. – É bom ter você de volta. – ela sorriu pra mim e continuou. – Nesses meses parecia que vocês três tinham desaparecido da nossa vida. Me desculpe por tudo que eu disse, eu só...

— Tudo bem, eu entendo. – disse dando um discreto sorriso.

Ela se sentiu encorajada e me abraçou. Os três vieram rapidamente ao nosso encontro e nos abraçaram, chorei mais um pouco sentindo o que eu havia perdido também nesses três meses. Depois de uns minutos enxugando as lágrimas fui chamar o Marcus que também ficou surpreso com a minha volta.

Nós voltamos para a sala onde Caius estava e enquanto eu ia interroga-lo meus amigos e Marcus estavam do lado oposto do vidro acompanhando tudo.

— Muito bem Caius, isso pode ser do jeito fácil ou do difícil. Me conta tudo o que você sabe sobre o James e o sequestro da minha filha.

— O que? – ele me olhou ainda chocado e o soquei ainda mais forte que da primeira vez. – Você não pode fazer isso, eu tenho meus direitos, eu posso processar você.

— É mesmo? Pro seu azar, eu to pouco ligando para processo ou algo do tipo. Seu primo me tirou minha filha e meu marido, eu sou uma agente totalmente sem escrúpulos agora e se eu tiver que fazer mais que do que te bater para conseguir o que eu quero eu vou fazer, então eu sugiro que você abra o bico e me diga, porque talvez eu ainda não tenha lhe dito, que quando eu digo que eu posso fazer do jeito difícil, bem – dei uma risada sem humor.- Bem, você não vai querer saber como é meu jeito difícil. Então vamos lá, eu vou mudar minha pergunta. Aonde ela está?

— Eu não sei. – o soquei ainda mais forte. – Eu juro que não sei. James ele me pediu ajuda apenas para algumas coisas, tudo que eu sei foi que ele pegou sua filha, mas ele não confia em mim a ponto de me dizer aonde ele a colocou.

— Tudo bem, então porque você não me diz o que você sabe?

— Eu não sei de mais nada. – eu tirei minha arma e a coloquei em cima da mesa, e em seguida minha faca que eu tinha trago. E vi seus olhos arregalarem um pouco.

— Vamos novamente. O que você sabe Caius? – perguntei apontando a faca para ele.

— Eu não sei de nada. – eu chutei sua cadeira fazendo-o virar para mim, e cortei seu cinto.

— Da próxima vez, eu vou acertar algo que lhe faça mais falta.

— Eu juro que não sei de mais nada.

— Jura? – perguntei já quase encostando minha faca nele.

— Tudo bem eu falo. – ele disse conforme minha faca fazia mais pressão e quase o cortando. – Há uns tempos atrás acho que uns sete, oito meses, James reapareceu depois de anos sem falar comigo, ele estava louco e a única coisa que me falava era que queria vingança. Ele disse que você quase o havia matado há uns anos você e seu namorado, que agora já era marido, disse que você tinha que pagar e pediu ajuda para um plano que ele estava bolando desde que ele havia saído com vida daquele dia. Ele me disse que queria fazer você sofrer, você e seu marido, ele me contou que iria sequestrar a sua filha, mas me disse que precisaria de mim para outras coisas. Ele me liga de vez em quando marcando cada vez em algum lugar diferente para me pedir algo, dessa ultima vez ele me ligou para eu o ajuda-lo em uma festa que terá em dois dias, será uma festa presidencial, e James estará lá, ele me pediu para ir com ele para ser o seu segurança.

— Pra que ele vai estar lá? Por acaso ele pensa em se eleger para presidente e precisa de uma dica?

— Na festa estarão empresários, donos de grandes coisas. James quer falar com um cientista que lhe deve um favor. Ele trabalha para o governo agora, mas no passado trabalhou com James em algumas trapaças ai, não sei direito o que aconteceu.

— Por acaso esse cientista se chama Aro Smith? – perguntei já sabendo da resposta.

— Sim, como você sabe? – ele perguntou assustado.

— Digamos que eu já tive uma experiência bem desagradável com essa pequena parceria dos dois. Então é só isso que você sabe?

— Sim eu juro.

— Tudo bem Caius, você está liberado, mas se eu souber que você sabe de mais alguma coisa, eu juro que eu te coloco aqui de novo e te forço a dizer até o que você não sabe, estamos entendidos?

— Claro, posso ir embora agora?

— Embora? Não, não quando eu digo que você está liberado é pra sair dessa sala, pra ficar em uma cela. Vamos? –antes de escutar qualquer comentário, o puxei e levei até as celas que mantínhamos no prédio.

Voltei para onde estava antes e Marcus convocou uma reunião com alguns agentes incluindo meus amigos e eu. Marcus contou sobre o que eu havia descoberto e disse que já havia contatado a equipe da CIA que estaria fazendo a segurança do evento para eles nos ajudarem. Ele também me explicou que Aro havia feito um acordo com o governo para não ir para a cadeia.

— Então é isso, agora vou separar a equipe que estará a frente dessa missão. Bella você estará liderando a equipe. – apenas assenti sabendo que essa missão não caberia a mais ninguém. – Alice, Jasper, Rosalie, Emmett e Tanya vocês estarão com a Bella...

— Ei, Marcus espera um pouco, eu não acho que a Tanya tenha muita serventia nessa missão, nós cinco somos mais que capazes de concluir a missão...

— Bella é preciso 6 pessoas pra fechar a equipe...

— Sim, mas não vamos substituir Edward como se ele fosse algo descartável – vi a Alice se encolher um pouco quando eu disse o nome do seu irmão - eu estou liderando essa missão e garanto que nós cinco somos mais que capazes, eu quero a minha antiga equipe nessa missão e ela não inclui substituições. Acho que os quatro concordam comigo certo? – eu me virei para eles que apenas assentiram.

— Desculpa Bella, eu sei que esse é um momento difícil para você, para vocês, mas quanto mais ajuda melhor. – Tanya disse me olhando com o que eu poderia dizer que era pena. – Querida, eu nem posso dizer o quanto eu sinto por você que já perdeu tudo o que tinha duas vezes...

— E essa é a nossa diferença Tanya, eu algum dia já tive tudo, e você está errada eu não perdi tudo, minha família ainda está aqui, desfalcada eu concordo, mas ainda está aqui. – eu disse apontando para as quatro figuras que me olhavam de forma orgulhosa. – E a propósito pra você é Isabella ou Agente Cullen, querida. Então você pode continuar aonde você está porque a sua ajuda é muito bem dispensável.

— A Bella tem razão, nós ainda somos uma equipe e conseguimos lidar com uma missão mesmo estando somente em cinco. – Alice disse se colocando ao meu lado.

— E pode ter certeza Bellinha que nós conseguiremos chegar ao fim disso tudo. – Emm disse me abraçando de forma protetora.

— Isso ai, nós traremos a pequena Nessie de volta, e acabaremos com o James e com quem mais estiver junto nisso. – Jazz disse piscando de forma acolhedora pra mim.

— Até porque nós somos mais que uma equipe não é mesmo, nós somos uma família. – Rose disse dando um daqueles sorrisos magníficos dela.

— Lindo discurso gente, mas mesmo assim...

— Chega Tanya, essa missão é minha e eu decido quem vai participar dela, e eu digo que você vai continuar aqui. Entendeu?

— Claro. – ela respondeu me fuzilando com os olhos.

— Então não tenho mais o que dizer, a reunião está encerrada Bella você e sua equipe estão encarregadas da missão.

— Ok. – todos deixaram a sala de reuniões e Tanya passou por mim me olhando mais uma vez de forma ameaçadora.

...