Estávamos de novo na sede do FBI, Nessie estava sendo cuidada pelos médicos e por mais que eu não quisesse sair do lado dela, tinha que terminar um assunto inacabado. Eu e Edward descemos novamente, enquanto o resto do pessoal ficou com ela. Dessa vez eu e Edward entramos na sala. James estava com a cabeça baixa e a levantou quando escutou a porta abrir.

— Para os dois estarem aqui algo deve ter dado errado. - ele sorriu.

— Na verdade - joguei para ele um colar que a Tanya usava e que eu voltei para buscar - tudo deu muito certo. -sua expressão mudou na hora.

— Você está blefando. - e naquela hora foi a primeira vez que o vi com um lampejo de medo.

— Infelizmente, para você, não estamos. - Edward falou. - Confesso que até foi inteligente a esconder na nossa antiga casa, algo tão óbvio. - a expressão de James se aterrorizou mais.

— Acabou James, você não tem mais com o que barganhar, nossa filha está a salvo e Tanya está morta e logo você estará também. - falei. - Não posso mentir e dizer que matar a sua namorada não me deu um grande alívio porque deu sim. Você não pode imaginar o quanto foi bom puxar o gatilho. - sorri e o vi estremecer.

— Aqui. - Edward me entregou sua arma. - Você deve terminar isso. - ele piscou para mim.

Apontei a arma para James e atirei em sua barriga.

— Esse foi pelos meus pais. - subi mais um pouco atirei no ombro. - Esse foi por ter pego minha filha.

Me aproximei e puxei seus cabelos o forçando me olhar. O que eu via era puro terror, pela primeira vez desde que eu conheci James ele estava realmente com medo.

— É bom que você sabe que o seu fim chegou. - ele estremeceu novamente. - Adeus James. - com a arma apontada para sua cabeça puxei o gatilho.

Tudo parecia acontecer em câmera lenta, a cabeça de James pendeu para trás e lá ficou. Em segundos tudo tinha acabado. Demorei para baixar a arma. Edward colocou sua mão em cima da minha e lentamente a baixou, em seguida ele me abraçou.

— Acabou amor. -ele me disse me apertando em seus braços.

Senti meus joelhos cederem e as lágrimas banharam meu rosto. Edward e eu caímos de joelhos no chão nos abraçando e chorando. Aliviados por finalmente depois de tanto tempo tudo ter chego ao fim. Marcus entrou na sala e nos tirou de lá. Ele ficou para resolver o que fazer com o corpo de James.

Edward nos levou novamente a ala médica. Nessie estava sentada chorando e chamando por nós. E assim que chegamos praticamente pulou no nosso colo. Novamente nós três nos abraçamos e novamente chorei de alegria e alívio por finalmente ter minha menina em meus braços.

— Eu tava com medo mamãe. -ela falou baixinho em meu ouvido e meu coração apertou.

— Eu também estava meu amor.- fiz carinho em seus cabelos só deixando ela sair do meu colo para ela ir para o colo de Edward. As meninas me abraçaram sendo seguidas pelos garotos.

Ficamos por ali cerca de 20 minutos até que os médicos nos liberassem, nos examinaram novamente e quando constataram que todos estavam bem nos liberaram. Saímos da sede do FBI, combinando de nos encontrar na casa dos pais de Edward, que depois de um telefonema nos esperavam ansiosos.

Não soltei Nessie um minuto se quer até chegarmos, assim que Edward estacionou o carro vi que Esme e Carlisle nos esperavam na porta. Nessie saiu correndo para abraçá-los, elas a abraçaram e choravam junto com a pequena. Depois de várias lágrimas, nos acomodamos na sala, aonde ficamos conversando por um bom tempo.

Eu estava relaxada, apenas vendo minha família conversar e rir, como há tempos não acontecia.

...

Quatro meses depois

O cheiro do café estava me acordando aos poucos. Também pudera eram 05hrs da manhã quando levantei para começar a arrumar tudo o que eu tinha planejado. Já eram 06hrs30min e quase tudo estava pronto. Subi as escadas devagar por causa da bandeja que eu carregava. Empurrei a porta do quarto e coloquei a bandeja na ponta da cama e fiquei olhando para Edward, como ele fazia e suspeito que ainda faz comigo.

Me aproximei dele e beijei levemente seus lábios entreabertos. Ele se mexeu um pouco, mas continuou dormindo. O beijei novamente, mas dessa vez de forma menos sutil. Suas pálpebras, então, começaram a mexer e ele foi abrindo os olhos lentamente.

— Hmmm, bom dia. -ele falou meio sonolento. - Por que você está me acordando esse horário em um sábado?

— Hoje temos o almoço com o pessoal e seus pais esqueceu? - perguntei. - E eu queria preparar algo para você.

— Hmmm. -ele sentou. - Isso me parece interessante. O que você preparou? - ele perguntou curioso.

Eu ri para ele e peguei a bandeja e depositei em suas pernas.

— Uau, café na cama? O que eu fiz para merecer isso? - ele riu. - O que é isso? - ele perguntou notando pela primeira vez uma caixinha que eu tinha colocado no meio da bandeja.

— Acho que você vai ter que abrir para saber não é? - falei sorrindo e ficando de frente para ele.

— Ok. -ele sorriu também e abriu a caixa lentamente, fazendo suspense, ri com isso. Quando ele viu o que estava na caixa o sorriso saiu do seu rosto e ele me olhou. - É sério? - eu apenas assenti enquanto via seus olhos encherem de lágrimas, assim como os meus. - Você está mesmo ...? -ele estava chocado e eu não sabia ainda interpretar se ele estava feliz ou não, assenti novamente. Ele então puxou o par de sapatinhos de bebê de dentro da caixa e sorriu para mim. - Eu não acredito. - ele riu e tirou a bandeja da suas pernas me puxando até ele. - Vamos ter outro bebê? -ele perguntou sorrindo ainda mais.

— Vamos. - sorri junto com ele. Ele me beijou e em seguida colocou a mão em minha barriga. - Você está feliz? - eu perguntei.

— Que pergunta é essa? É lógico que sim, eu não posso acreditar que teremos outro bebê. Eu te amo. -ele me falou me olhando nos olhos e me beijando em seguida. - Há quanto tempo você sabe?

— Eu descobri ontem, mas estava desconfiada há alguns dias. Então fui ao médico e ele confirmou. Estou de 13 semanas. E não é a única surpresa.

— Não me digam que são gêmeos. - ri junto com ele.

— Não, mas não seria por falta de genética. - ri novamente e me virei de frente para ele. - Na consulta deu para ver o sexo do bebê.

— Você vai me contar certo? -ele perguntou agitado. E eu ri novamente.

— Não sei, to pensando... - parei de falar quando ele começou a fazer cócegas em mim. - Tá bem, eu vou falar. - esperei um pouco até eu parar de rir. - Nós teremos um lindo menino. - sorri novamente para ele.

Ele sorriu e me abraçou.

— Você não faz ideia do quanto me faz feliz não é? - ele perguntou e voltou a me beijar.

— Temos que contar para Nessie. -falei entre beijos. Ele parou de me beijar e me olhou.

— Quando? - perguntou ansioso.

— Podemos contar quando ela acordar.

— Então vamos acordá-la. - ri com o entusiasmo dele.

— Deixe ela dormir, ainda é cedo. Mas assim que ela acordar nós contaremos. E também poderemos informar mais tarde ao resto da família. - sorri ainda mais com o sorriso ansioso que apareceu em seu rosto.

— Parece ótimo para mim. - ele me beijou. - Então agora vou provar esse café maravilhoso que você preparou.

Ficamos mais uns trinta minutos na cama, comendo e rindo. Logo após Edward foi tomar banho enquanto eu ajeitava o quarto, assim que terminei levei a bandeja para a cozinha, lavei a louça e arrumei a cozinha. Quando terminei constatei que uma hora havia passado. Subi as escadas para chamar Edward e irmos acordar Nessie e lhe contar a novidade, mas assim que cheguei no topo dos degraus me deparei com Edward parado no batente da porta dela, olhando para a nossa pequena dormir. Cheguei silenciosamente atrás dele e o abracei. Ele se assustou comigo, mas não saiu de onde ele estava. Ficamos mais um tempo somente a olhando.

— Você quer acordá-la?- perguntei.

— Finalmente. - ele disse rindo em seguida.

Entramos no quarto e nos aproximamos dela, Edward a acordou, o que demorou alguns minutos. Quando ela finalmente estava acordada e sentada comecei a falar.

— Meu amor, nós temos uma surpresa para você. - falei me sentando no lado da cama.

— Jula? - ela perguntou com os olhinhos brilhando. - O que é?

— Um presente na verdade. Lembra o que você sempre pediu para a mamãe e para o papai? - perguntei para ela.

— Uma boneca? - ela perguntou.

— Não, aquele outro pedido que você sempre fez.

— Ah! Um imãozinho? - ela perguntou com o rosto iluminado, assenti para ela.

— Daqui alguns meses você terá um irmãozinho. - ela começou a pular na cama, gritando de felicidade.

— Tem um neném na sua baliga?- ela perguntou caindo de joelhos na cama.

— Tem. - ela riu e colocou suas mãozinhas em minha barriga.

— Oi. - ela disse timidamente e depois deu um beijo na minha barriga e em seguida fechou os bracinhos ao redor do meu pescoço. - Obigada mamãe é o melhor presente do mundo intelo. . - ela me soltou e se jogou em Edward. Sorri com a cena.

Depois de nos agradecer mais umas quinze vezes a convenci de ir para o banho. Depois de alguns minutos ela já estava pronta e ficava pulando de um lado para o outro. Nos arrumamos também e fomos para a casa da Rose e do Emm para o almoço.

— Nessie - falei com ela no carro - você não pode contar nada a ninguém.

— Poque não? - ela perguntou sacudindo as perninhas atrás de mim.

— Por que iremos falar quando for a hora, até lá você não pode comentar com ninguém, ok? - perguntei olhando rapidamente para ela.

— Ta bom, eu não vo contar pa ninguém. - ela disse fazendo o gesto de uma chave na sua boca.

Continuamos nossa pequena viagem de 20 minutos até a casa da Rose e do Emm, escutamos músicas e a Nessie ficou contando histórias que ela aprendeu na escolinha. Quando chegamos ajudei Nessie a sair do carro e ela correu para a porta ficando na ponta dos pés para tocar a campainha. Chagamos até ela e uns segundos depois Rose abriu a porta. Ela nos abraçou e levou Nessie para brincar com o John enquanto íamos para a porta ao lado da cozinha que nos levava a área da piscina. Alice e Jasper já estavam lá, Emmett estava fazendo hambúrguer perto da piscina e acenou para a gente quando entramos. Acenamos de volta e fomos cumprimenta-los, depois de uns cinco minutos Esme e Carlisle apareceram, falaram com a gente e foram ver Nessie e John. Depois de mais dez minutos o almoço ficou pronto e nos reunimos todos ao redor da longa mesa ao lado da piscina. Comemos e rimos com as piadas que o Emm contaram. Eu já estava me preparando para dar a notícia quando Rose se levantou.

— Pessoal. - todos pararam de falar e olharam para ela. Ela pegou a mão de Emm. - Nós temos novidades. - ela sorriu para nós e olhou para o Emm, ele a olhava com plena admiração. - Nós vamos ter um bebê. - olhei para Edward chocada, todos nós fomos parabeniza-los. Eu ainda estava rindo com a coincidência.

— Foi bom você ter tocado nesse assunto Rose. - Alice falou. - Por que nós também teremos um bebê. - ela começou a pular de felicidade. E todos estavam extasiados pela surpresa, eu e Edward nos olhamos rindo. - Na verdade são dois bebês. - Ela completou e todos ficaram em silêncio. - São gêmeos. - ela falou colocando a mão na barriga. Era previsível visto que ela e Jazz eram gêmeos de Edward e Rosalie.

Todos terminaram de parabeniza-los comentando a gigante coincidência, até que Rose falou para mim.

— Só falta você Bella. - ela riu e eu olhei para Edward rindo também.

— Não me diga. - Alice falou em tom de surpresa apontando para mim. Eu só conseguia rir mais ainda.

— Bom, esperávamos dar a notícia hoje, mas fomos ultrapassados por vocês duas. Então oficialmente, sim estou grávida também. -falei rindo ainda mais depois de ver as caras de todo mundo.

— É sério isso? - Rose perguntou ainda com a mão na boca de surpresa.

— Sim, em menos de seis meses teremos mais um lindo menino entre nós. - apertei a mão de Edward sorrindo para ele em seguida.

— Espera. - Alice falou. - De quantas semanas vocês estão?

— Treze. - respondemos juntas rindo novamente pela coincidência. Alice ria ainda mais.

— Eu não acredito, nossos bebês nascerão todos juntos. - Alice falou ainda rindo. - Eu também estou de treze semanas. - novamente todos se exaltaram pelas coincidências em sequência.

Continuamos conversando todos ansiosos pelos bebês que chegariam em alguns meses. Deixei minhas mãos descansarem sobre minha barriga, que ainda não tinha começado a aparecer. Olhando para todos tão distraídos e felizes nem dava para dizer que há apenas alguns meses essa situação seria impossível. Toda a angústia e tristeza finalmente tinha ficado para trás. Meu passado não poderia me assustar mais, tudo estava finalizado. Contra todos os meus anseios Nessie tinha feito parte disso, mesmo que ela fosse muito pequena, era algo que a marcaria para sempre, nem que fosse para assombrá-la em seus sonhos. Minha função agora era garantir que ela nunca passasse por nada assim novamente e garantir que os futuros membros da nossa família nunca passassem por nada parecido com o inferno com em que vivemos por tanto tempo.

Finalmente, depois de tanto tempo eu podia ver a realização de todos os meus sonhos e objetivos, não havia mais ninguém que quisesse nos machucar, minha família estava a salvo. Eu os protegia da mesma forma que eles protegiam a mim. Sete anos atrás eu conheci cinco pessoas que mudaram minha vida de um jeito maravilhoso, eles me deixaram fazer parte da sua família, me amaram e me deram um lugar no meio de tudo. Eles me ajudaram em todos os momentos em que eu realmente precisava deles.

Respirei fundo, aliviada, por finalmente podermos curtir cada momento, cada segundo, como se fosse o último, afinal todos já tinham passado perto demais do fim. Mas, esses problemas ficaram para trás, junto com as lembranças que preferimos esquecer e com a esperança de dias melhores, que finalmente haviam chego.