Begin Again. escrita por taysheeran


Capítulo 4
A casa.


Notas iniciais do capítulo

Bem, minhas explicações. Se você leu minha "bio" vai saber o motivo do meu atraso. Esse capítulo só está sendo postado por já estar pronto, antes de tudo acontecer; e o quinto também.
Eu não sei quando eu vou conseguir escrever de novo. Eu ainda preciso de tempo para processar tudo o que aconteceu e encontrar um momento para desabafar e chorar tudo o que eu preciso. Por enquanto, vocês vão ter que se contentar com esse e mais outro, e entender o meu lado.
Mas o enredo já está preparado, e acredito que quando eu estiver um pouco melhor eu vou conseguir escrever, e, quem sabe, postar.
Não sei quanto esse meu luto vai ficar. Semanas, meses, anos. Mas a minha saudade vai ser eterna, e acho que depois que eu concluir essa fic não vou ter coragem de começar mais nada, e nem continuar.
Enfim, aproveitem! comentem, me digam se gostaram, é bem importante pra mim!



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Escrevi um bilhete para a minha vó e, logo em seguida, eu e Percy saímos pela porta da frente. Estava ventando um pouco, e as nuvens cobriam o céu; eram nove horas da manhã e não se via um carro sequer na rua, afinal, era sábado.

Nós andamos até o final da rua e, em seguida entramos em uma trilha, que dava para um parque. Nele havia vários tipos de árvores e a grama encontrava-se perfeitamente cortada. Não havia ninguém lá, além de alguns passarinhos em seus ninhos.

Seguimos a trilha de pedras e começamos a descer. Por incrível que pareça, não era escorregadio e era totalmente fácil de andar. Andamos por uns vinte minutos, até chegarmos perto de um lago.

-Já chegamos? - eu perguntei, olhando para o lago.

-Ainda não - ele disse, sorrindo. - Mas falta pouco.

Contornamos o rio e em seguida começamos a andar em outra trilha. Agora havia poucas árvores e, a maioria eram pinheiros. Andamos menos de cinco minutos e chegamos a uma casinha.

Sabe aquelas casas de madeira, de crianças? Que é só um quadrado enorme, abarrotado de brinquedos dentro? Imagine isso.

Agora imagine uma dessas, só que três vezes maior e mais ampla. O telhado era feito com telhas, não com madeira, e a porta funcionava perfeitamente bem. Ela tinha duas janelas, que se encontravam nas laterais. Lá havia um sofá e um estoque incrível de batatas ships. Era aconchegante.

Essa casinha de madeira ficava de frente para um pequeno lago. Esse espaço, no meio daquelas árvores, fazia um círculo quase perfeito.

-Isso é... - eu comecei, maravilhada.

-Eu sei - ele disse, com orgulho.

-Aposto que esse é o seu esconderijo secreto - eu falei, com um sorriso bobo no rosto.

-Mais ou menos...

-Não vou contar pra ninguém, eu juro - e eu disse isso com um tom de seriedade e brincadeira.

-Eu sei - ele disse. - E foi por isso que eu te trouxe aqui.

-Como assim? - eu perguntei um pouco confusa.

-Achei que você iria precisar de um esconderijo - ele disse, um pouco sem jeito. - Por você entrar em uma escola nova e tudo mais...

E então eu senti uma coisa muito engraçada. Sabe, nunca ninguém havia se importado tanto assim comigo, ou tentado se por no meu lugar. Eu não conseguia expressar o quanto eu estava contente e agradecida por ele ter pensado desse jeito.

Minha única reação foi abraçá-lo o mais forte que eu consegui. Ele pareceu feliz, porque me abraçou de volta também.

-Obrigada - eu sussurrei.

-Não precisa agradecer - ele respondeu.

Tudo bem. Eu posso até estar um pouco sentimental, agora, mas eu tinha que confessar - ou afirmar alguma coisa. Eu conhecia Percy há menos de 24 horas e ele já fizera algo tão incrível para mim. Isso não acontece todos os dias, e eu vou levar isso para sempre.

Depois de alguns momentos, nós nos separamos e nos sentamos no sofá. Ele pegou um saquinho de batatas ships e nós começamos a beber, junto com a coca que tinha em uma caixa de isopor.

-Vamos conversar sobre o quê? - eu perguntei, querendo saber sobre mais coisas da vida dele. Qualquer coisa.

-Me conte algo sobre você - ele começou.

-Tá. Hummm... Tenho medo de aranhas!

-Aranhas? Mas por quê? - ele perguntou.

-Elas são tão estranhas... São horríveis - eu falei, sentindo um arrepio. - Mas, e você? Conte-me alguma coisa.

-Eu durmo com um cobertor do Batman - e então ele corou.

Não pude evitar: eu comecei a rir.

-Sério?

-Sim - ele disse, rindo também.

E assim o assunto se prosseguiu. Eu descobri que ele tem uma escova de dente elétrica, um ursinho que se chama Blackjack, a pior nota que ele já tirou foi 6,5 e ele é, ás vezes, sensível demais.

Voltamos para casa quando já se passava mais de meio dia, e nós teríamos que voltar para almoçar.

Logo que eu cheguei em casa pude ouvir a panela de pressão chiar, e a minha mãe e a minha vó conversando sobre um novo produto de limpeza.

Fui em direção á cozinha, e fui recebida com umas mil perguntas delas, que estavam curiosas para saber onde eu estive e com quem. Mas elas não mostravam o menor sinal de preocupação, porque elas sabiam que eu tinha um pouco de juízo.

-Fui passear com o Percy - eu respondi, pegando um biscoito que estava em cima da mesa.

-Hum - disse minha mãe, sorrindo.

-Para, mãe! - eu disse, sorrindo também. Como minha mãe poderia tirar tantas conclusões precipitadas?

-Eu não disse nada - e então ela começou a dar risada. - Foi você quem pensou!

-Sei - então eu fui para o quarto. Prendi meu cabelo e liguei meu celular, com um pouco de receio.

Sem mensagens.

Perfeito.

Sorri ao perceber que, até os dias ruins tem suas horas boas e que, Percy com certeza era o meu anjo protetor.

Ele chegou vinte minutos depois de nós almoçarmos, e então nós fomos assistir um pouco de televisão. Mas, agora que nós sabíamos coisas um do outro, era mais fácil conversar.

Infelizmente ele não pode ficar tanto quanto eu... Nós queríamos. A mãe dele veio chamá-lo, dizendo que uma tia dele havia chegado e que ela queria vê-lo.

Depois foi a vez da minha mãe de partir. Eu não queria que ela fosse, mas ela havia me prometido que iria voltar daqui duas semanas para ver como eu estava e matar as saudades.

Logo estava eu e minha vó, no meu quarto, arrumando minhas roupas e colocando tudo no seu devido lugar. As roupas, os livros, os porta retratos. As lembranças boas, as ruins. Tudo estava sendo analisado e guardado, e, aos poucos, eu ia percebendo as coisas.

Eu iria fazer tudo diferente, dessa vez.

Isso é uma promessa. E cumpri-la não era uma opção, mas sim uma necessidade, pois eu já havia passado por coisas demais em só um ano. Quem sabe agora, em um lugar diferente, com pessoas diferentes, eu conseguiria ser alguém - e viver melhor?


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