Irmãs Do Feitiço escrita por Bianca Gillies


Capítulo 2
Capítulo 2 - ( Emma ) ♥


Notas iniciais do capítulo

:D



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Olá. Aqui é a – linda e maravilhosa – Emma. Não ligue para minha irmã querendo fazer mistério, ela gosta de deixar as pessoas confusas. Mas eu também tenho uma história legal pra contar, porque enquanto a preguiçosa aqui estava dormindo eu fui ao Shopping – sozinha.
Eu iria só olhar, já que havia gastado minha mesada inteira nos sapatos novos... Mas não foi um desperdício total! Bom, ou pular parte em que eu escolhi a roupa para ir porque isto demorou uma hora.
Depois desta uma hora, eu sai de casa – normalmente. Eu resolvi ir andando porque meu pai estava muito ocupado na biblioteca.
Eu andava pelas ruas de Los Angeles, acenando para as pessoas e tentando me equilibrar porque é difícil ser descolada e ainda estar com um salto enorme. Eu passei por alguns quarteirões até chegar num beco que dava para a rua do shopping – seria melhor ter pedido uma carona. Eu não queria passar por lá, mas precisava ir ao shopping, mesmo que eu não tivesse dinheiro, eu poderia calcular o quanto eu iria querer de mesada no próximo mês.
Eu estava começando a entrar no beco, que era enorme em todos os aspectos, quando Elizabeth me chamou. Ela era uma das minhas amigas do colégio, com cabelos loiros, olhos azuis, blá, blá. Os pais dela eram alemãs.
- Oi, Emma – Ela disse
- E ai, Beth.
- Onde está indo?
- Ao shopping. Quer ir comigo?
Eu vou admitir, só pedi para ela ir comigo porque não queria passar sozinha naquele beco fedorento, e talvez ela tivesse a mesada dela em mãos...
- Claro, eu preciso de uma bota nova para combinar com meu cinto.
- Vamos então.
Eu entrelacei nossos braços e segui para o beco. Ele tinha latas de lixo no canto, pichações nas paredes, coco... Esse era o meu pesadelo.
- Que nojo – Falou Elizabeth.
- Nem me fale, isso está pior do que...
- Acho que não existe nada pior que isso.
- Tem razão.
- Ah, droga.
- O que foi?
Ela apontou para frente, para onde o beco terminava. Lá, dois homens estavam sentados em caixotes de madeira podre – Eles aparentemente eram mendigos.
- Não é melhor voltarmos? – Ela falou – Podemos ir ao shopping amanhã.
- Certo, vamos sim.
Nós estávamos nos virando para voltar, eu já iria tirar os saltos para fazer uma corrida disfarçada, quando um dos mendigos nos chamou.
- Ei, Emma – Ele disse, com uma voz estranha.
- Ele sabe meu nome? – Sussurrei.
- Aparentemente, sim. – Respondeu Elizabeth, com o mesmo tom de voz que o meu.
Eu permaneci imóvel. O que aquele cara queria?
- Você não escutou? – Ele insistiu
Eu me virei lentamente. O cara agora estava a apenas dois metros de nós, eu poderia sentir seu cheiro – ou melhor, odor – de longe, ele fedia a comida estragada.
- O-o-o que foi? – Eu perguntei.
- O nome do seu pai é Bob, certo?
- S-sim.
Eu o observei mais. Ele vestia um macacão laranja e uma capa amarela berrante, mas o mais estranho era seu cabelo azul que batia nos ombros. Seus olhos eram brilhantes e laranjas. Eu pensei em algo como “De onde esse idiota conhece meu pai?”.
- Certo. Diga a ele que está perdendo tempo, vocês duas correm perigo extremo.
- Nós duas quem? Eu e Elizabeth?
Elizabeth olhou para mim, seus olhos azuis totalmente debochados.
- Você e Cayse, dã! – Ela murmurou
- Ah, ta. Por que estamos em perigo?
- Apenas diga isso a ele.
Ele voltou para seu lugar no final do beco, daí seu amigo mendigo estava caminhando em nossa direção.
- Olá – Ele disse.
- Olá – Respondi.
Ele deveria ser ainda mais estranho. Sua pele era levemente roxa, ele estava sem blusa e suas costas tinham uma tatuagem enorme de asas azuis, seus olhos eram pretos demais e suas unhas eram azuis também.
- Sabe, eu adoro feiticeiras para o almoço...
- O que?
- E-U A-D-O-R-O F-E-I-T-I-C-E-I-R-A-S P-A-R-A O A-L-M-O-Ç-O.
- E o que eu tenho com isso?
- Você é uma delas...
- Hã? O que quer dizer com isso?
Ele caminhou mais um pouco e parou a um metro de mim e Elizabeth. Eu pensei que ele fosse dizer mais alguma coisa estranha, mas ele apenas ficou mais roxo, suas unhas cresceram e se transformaram em garras e sua tatuagem de asas azuis ganhou vida. Ele voou alguns centímetros do chão e olhou para nós.
Eu andei alguns passos para trás, e cai por causa do salto, levando Elizabeth a fazer o mesmo. O cara roxo se aproximava mais e mais de nós, seus olhos estavam completamente brancos e seu cabelo também.
- Com medo? – Ele rosnou
Eu não respondi, já que havia um nó em minha garganta. Ah, droga! Eu estava chorando.
- É melhor responder minha pergunta, lindinha – Ele disse.
- Sim – Eu joguei as palavras para fora e engatinhei mais um pouco para trás, ainda no chão.
O monstro – acho que ele era um monstro – avançou para nós, ele se acima de mim e Elizabeth, ficando com seus dentes afiados a apenas alguns centímetros do meu rosto. Eu olhei para minha amiga, pensando que ela teria um plano já que eu não conseguia pensar, mas ela apenas estava de olhos fechados e com a cabeça repousada no chão. Que bela hora para dormir, pensei.
- Os mortais não podem me ver - Ele disse – Eles caem no sono.
Eu tentei pensar em algo, mas tudo que eu conseguia pensar era no meu sapato que devia estar muito sujo. Concentre-se, Emma, concentre-se. É isso! O sapato! Ele era pontudo!
Eu puxei Elizabeth comigo, arrastando-nos sorrateiramente para trás. Estávamos a uns bons vinte metros da rua, de ambos os lados.
- Não adianta fugir, lindinha – Sussurrou... Bem, eu decidi o chamarele de Roni.
- Não estou fugindo. – Falei, enquanto estava fugindo.
Eu me arrastei mais um pouco, Roni seguia-nos. Eu encostei-me a uma das paredes e deixei Elizabeth um pouco de lado.
- Vai abandonar sua amiguinha? – Ele riu.
- Talvez. – Respondi, desafiando-o
Eu comecei a me levantar. Juro que não sabia o que estava dizendo, mas falei:
- Contente-se com uma mortal.
Fiquei em pé, vendo um Roni surpreso me olhar. Tirei os sapatos como se fosse correr, ele me acompanhou. Eu corri, talvez por cinco metros, antes de ele me acompanhar, muito rápido. Quando ele estava perto eu joguei um dos sapatos nele, o salto acertou seu braço, mas ele continuou correndo. Depois de mais alguns metros, eu fiz uma coisa estranha, coloquei o salto dentro da minha blusa na parte de trás, com o salto virado para Roni, e continuei a correr.
Eu esperava que desse tudo certo, mas aparentemente não, porque ele me deu um grande abraço pelas costas e me derrubou. Era oficial, eu estava encurralada.


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