The Dark escrita por Kahlinna
Notas iniciais do capítulo
Esse capítulo ficou giganteeeeesco.
#InspiraçãoAGenteSeVêPorAqui
Valerie atravessou o pátio do refeitório quase correndo. Fez uma curva á esquerda, exatamente como Leo e Bethany. Havia um corredor enorme cheio de portas (deveriam ser salas de aula), mas não havia ninguém lá. Estava completamente vazio.
Ela andou mais uns passos, analisando o corredor. Devia ter o quê? Uns trinta metros. Não parecia humanamente possível que alguém tivesse atravessado aquilo em menos de três segundos.
Valerie optou por sacudir a cabeça e supor que Bethany estava correndo muito, o que parecia completamente possível.
Bom, mas aquele não era o caminho para o dormitório. Bethany não tinha dito que ia fazer as lições?
Todas aquelas portas fechadas e sem identificação eram muito esquisitas. Mas havia uma, a penúltima porta, que estava entreaberta.
Ainda sem saber o porquê, Valerie caminhou até a porta. Esta era diferente e tinha uma pequena janela de vidro no meio. Como não viu ninguém pela janelinha, ela entrou.
Era uma sala bem escura. Ela não sabia bem o que estava esperando, mas não parecia ter nada de muito anormal naquela sala. Alguns livros estranhos e empoeirados, cadeiras velhas e quebradas e teias de aranha.
Ela pegou um dos livros que tinha uma capa preta e começou a folheá-lo.
Depois de concluir que não havia nada de especialmente interessante para fazer ali, resolveu ir embora. Quando se virou, porém, ela teve que abafar um grito.
O garoto que estava sentado no chão olhou para ela e ergueu uma das sobrancelhas. Ela não o havia notado antes.
Era o Luke Bizarro.
- Não grite. – ele voltou os olhos para o livro em suas mãos. – Vai acordar os morcegos.
Valerie olhou horrorizada para as dezenas de figuras pretas penduradas pelo teto. Ela soltou outro gritinho involuntário.
- Eles não vão fazer nada. Se você não gritar.
- Ah, desculpe! – mas ele pareceu não ouvir.
Ela caminhou até a porta e saiu. Depois, lembrou-se de quando Bethany falou que ninguém na verdade sabia o nome do garoto. Resolveu arriscar.
- Hm, é Luke, não é? – ela perguntou, entrando novamente na sala.
Mas ele simplesmente havia sumido. Apenas o livro fechado estava no chão.
- Ei! – Valerie exclamou.
Ela olhou por todos os cantos, mas ele simplesmente não estava lá.
A única coisa que passou pela cabeça da garota era que ele tinha saído pela janela. Nada tão impossível, afinal, era o Luke Bizarro.
***
- Valerie, adivinha! – Bethany estava literalmente pulando.
- O que te deixou tão animadinha?
- Aula de campo. Hoje.
- O que?
- É meio que uma excursão. Para conhecer um museu e algumas coisas chatas assim. E vamos dormir fora!
- Se as coisas são chatas, porque você...?
- Valerie, vamos poder ficar perto dos meninos das outras séries!
Valerie parou de prestar atenção quando ela começou a fazer uma lista de possíveis vítimas para os poderes de sedução da Bethany.
Uma aula de campo não seria nada mal, afinal.
Eles saíram ás duas da tarde e chegaram lá pelas seis horas.
Visitaram alguns museus e assistiram a algumas palestras. Era chato. Realmente chato.
Quando voltaram ao hotel onde passariam a noite (era uma espécie de pousada para escolas), Valerie descobriu que Bethany era popular. Realmente popular.
Ela apresentou Valerie a muitas pessoas, e todos pareciam muito legais. Especialmente um garoto chamado Matheus, que lhe ofereceu um pedaço de pizza, e uma garota chamada Helena com quem Valerie teve uma longa conversa sobre filmes.
Helena não era exatamente órfã. Seus pais haviam saído em uma viagem um dia, e não voltaram nunca mais.
- Eles gostavam de aventuras. Acho que herdei isso deles, mas eu não me lembro de muito deles, porque eu tinha só seis anos, sabe? – ela dizia.
Helena era do tipo que falava demais. Mas ela era legal.
Eram onze horas quando todos tinham ido dormir, e Valerie decidiu que não conseguiria dormir de jeito nenhum. Lembrou-se de um livro que Bethany havia lhe emprestado e voltou ao quarto para pegá-lo.
Ela dividia o quarto com Helena, que já estava dormindo. Valerie tateou todos os cantos do quarto cegamente, mas não encontrou o livro. Ela se virou para o interruptor de luz, prestes a acendê-lo. Parou no instante que ouviu Helena se movendo na cama.
Não seria justo acender a luz e acordá-la. Valerie desistiu do livro e deixou o quarto escuro.
Ela ficou rodando por aí por horas e horas até suas pernas começarem a doer.
Quando se cansou, voltou para o quarto e deitou-se na sua cama. Estava um silêncio inquietante, mas mesmo assim ela conseguiu pegar no sono.
***
Quando Valerie acordou no dia seguinte, ela soltou um grito que expressava completo horror.
Levantou-se de sua cama com um pulo quando viu Helena.
Ela estava branca como papel, seu rosto estava cheio de arranhões e seus olhos vidrados e sem vida. Em seu pescoço se viam marcas roxas de alguém que tivesse sido asfixiado, e suas unhas estavam sujas de sangue como se ela tivesse tentado desesperadamente arranhar alguém.
Na cabeceira de sua cama, Valerie leu em letras grandes e vermelhas:
“Obrigado por não ter acendido a luz.”
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
muahahahaha.
Finalmente alguém morreu né
x_x