PDV Rose

-Rose onde você estava? –Gina perguntou. Em duas horas iria ter almoço.

Eu não estava vendo-a muito, depois que ela apareceu com um caderninho preto vem se afastando muito.

-Estava com Nate. E você? –Perguntei, ela andou ao meu lado pelos corredores.

-Eu fui até a cabana do Hagrid. –Ela disse ficando vermelha.

Sorri entendendo.

-Ele está no campo de Quadribol Ginny. –Falei.

-Ah, hoje tinha quadribol? –Ela fez uma cara confusa.

-Então você estava mesmo procurando o Harry!- Acusei.

-Ah! Como pude cair nessa! –Ela se repreendeu.

Dei uma risadinha.

-Eu gosto dele. –Falei.

-Do Harry?! Achei que você gostasse do Nate. –Ela perguntou de repente, o rosto vermelho de ciúmes.

-Não! Não desse jeito, eu quis dizer que o aprovo, é um garoto legal para você gostar. –Expliquei.

-Ah! –Ela sorriu envergonhada. –Desculpe.

-Tudo bem. E eu não gosto do Nate. –Falei.

-Há, nessa eu não caio, você só falta arrancar a cabeça da Hermione quando ela se aproxima dele.

Fiz cara de ofendida.

-O que? Eu não faço isso.

-Sério você devia se ver quando isso acontece. –Ela riu.

-Ah Gina, cala a boca! –A empurrei pelo ombro rindo também.

Chegamos até a entrada do salão comunal.

-Beliscão. –Gina falou e a mulher gorda abriu o quadro.

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Mais tarde fui procurar Gina, mas a garota tinha sumido, andei por toda a escola e nada dela.

-Onde essa garota se meteu gente? –Falei para mim mesma no corredor do primeiro andar de frente para o jardim.

-Falando sozinha? –Nate perguntou vindo em minha direção.

-Ah Nate, você está bem? –Perguntei.

-Sim, ainda bem que hoje é a ultima noite desse tormento, agora só no mês que vem. –ele suspirou.

-Que bom. –Sorri radiante.

-Mas você estava procurando alguém? –Ele perguntou.

-Gina! Estava com ela até o almoço, mas aí ela simplesmente sumiu. Fui procurá-la mas nada dela.

-Posso te ajudar se quiser. –Ele disse sorrindo maroto.

-Como? –Perguntei.

-A lua cheia ainda está por aqui, meus sentidos ficam mais aguçados, tem algo dela por aí?

-Sério? –Arqueei a sobrancelha.

-Olha, eu estou dando uma de cão farejador aqui, vai logo antes que eu desista. –Ele disse.

Dei uma risadinha.

-Infelizmente não tenho nada da Gina aqui, mas ela me abraçou antes de sumir, devo estar com o cheiro dela. Se você conseguir diferenciar. –Expliquei.

-Eu conheço o seu cheiro. –Ele falou sorrindo de lado.

Fiquei instantaneamente vermelha, ele se aproximou de mim e cheirou meu pescoço levemente, quase sem encostar-se à minha pele, pegou minhas mãos e as cheirou subindo pelo braço.

Fiquei arrepiada.

Ele olhou para a esquerda e depois para a direita.

-Por aqui. –Ele disse indo para a esquerda.

Fiquei um pouco parada respirando fundo antes de segui-lo, esse era o efeito Nate sobre mim.

-Você não vem? –Ela perguntou olhando para trás sorrindo de lado.

-Estou indo.

Ele foi andando pelos corredores comigo em seu encalço, fazendo o máximo para que ninguém notasse que ele estava farejando o ar. Então ele parou.

-O cheiro está indo para o banheiro feminino. –Ele apontou para a porta na sua frente.

-Entra. –Falei.

-É o banheiro feminino. –Ele disse.

Revirei os olhos.

-Esse é o banheiro da murta que geme. –Falei, ouvi essa história com uma das garotas do segundo ano.

-Murta que geme? –Ele fez ara de confuso.

-É! Um fantasma que fica gemendo por aí, ninguém usa esse banheiro, se a Gina está aí dentro não é para fazer xixi. –Falei.

Passei a frente a abri a porta, o lugar estava silencioso, Nate entrou logo depois de mim, ele rodeou uma pia de mármore e me olhou confuso.

-O cheiro acaba aqui. –Ele disse.

-Como assim? –Olhei ao redor. –Gina? Você está aí escondida? Sou eu, Rose!

Mas nenhum barulho se foi ouvido. De repente uma das portas dos boxes foi aberta e de lá saiu uma garota branca meio translúcida, ela flutuava uns centímetros no chão.

-O que querem aqui? –Ela gritou ignorante.

-Nossa que mal humor. – Falei.

-Isso não é da sua conta! –Ela gritou.

-Calma. –Nate falou levantando a mão. –Nós só queríamos saber se você viu uma garota ruiva por aqui.

-Não vi. –Ela disse calmamente. –Ninguém vem aqui, quem quer dividir um banheiro com um fantasma feio e que ainda por cima geme? –Ela deu uma gemida desgostosa.

-Muito obrigado. –Falei, ela me olhou com uma cara feia.

Saí calmamente puxando Nate pelo braço.

-Tchau Murta. –Nate disse sorrindo.

-Volte sempre. –Ela falou.

Saímos para o corredor tomando cuidado para que ninguém nos visse, andamos por uns minutos.

-Você é um péssimo cão farejador! –falei.

Ele deu uma gargalhada gostosa.

-Ah, dá um tempo, foi a minha primeira vez. –Ele disse.

-Bem, você não leva jeito para a coisa.

Paramos perto do salão principal, Lyra, Hermione, Harry e Rony falavam com a professora Mcgonagall. Pegamos parte da conversa.

-E você, Potter, vai ajudar o Profº. Lockhart a responder as cartas dos fãs.

-Ah, não... Professora! Não posso ir também para a sala de troféus? - perguntou Harry desesperado.

-É claro que não. - respondeu ela, erguendo as sobrancelhas. – O Profº. Lockhart fez questão de que fosse você. Oito horas em ponto, os dois.

Logo depois se foi deixando um Harry mal-humorado e um Rony com medo.

-Tenho pena de você Harry. –Nate falou abraçando o amigo pelos ombros e deu uma risada.

-Há, muito engraçado. –Harry falou irritado.

-Tadinho. –Lyra disse fazendo cara de falsa piedade.

-Me sinto mal por deixar somente vocês dois levarem a culpa. –Falei.

-Tudo bem Rose. –Rony sorriu. –Somos cavalheiros.

Sorri. Fui até Rony e dei um beijo em sua bochecha, fiz o mesmo com Harry.

-Obrigado meninos. –falei.

-Ah, que isso. –Rony disse ficando vermelho.

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PDV Nate

Mais tarde estávamos todos no salão comunal, Lyra estava cochilando com a cabeça no meu colo, Hermione fazia algum dever e Rose estava sentada em uma poltrona do meu lado olhando para o buraco do retrato enquanto eu olhava para ela.

-Ela ainda não chegou? –Perguntei.

-Não. –Rose falou nervosa.

Foi somente ela me responder que o quadro sai do lugar dando passagem a uma Gina pálida e confusa. Rose se levantou e foi falar com a amiga, como tenho uma audição privilegiada consegui ouvi-las.

-Ginny, eu estava preocupada. –Rose disse.

-Eu estou bem. –Ela falou dando um sorriso pequeno.

-Onde você estava?

-Só dando umas voltas por aí.

-Como assim? Por que não me avisou nada, te procurei pela escola inteira.

-Rose! –Ela falou irritada. –Eu estou bem, pode me deixar passar?

Rose ficou um pouco chocada, Gina passou por ela direto para os dormitórios.

-O que foi isso? –ela perguntou olhando para mim.

Dei de ombros. Ela voltou a se sentar ao meu lado e tombou a cabeça para trás com uma expressão pensativa. Subi para o meu quarto um tempo depois, Harry e Rony não havia chegado ainda, Neville, Dino e Simas estavam se preparando para dormir. Olhei para a janela, lá fora a lua minguante iluminava o céu, um frio estranho parecia se apossar dos meus ossos.

-O que foi Nate? –Neville perguntou.

-Nada Neville. –Respondi sorrindo fracamente.

Mas não era nada! Havia alguma coisa acontecendo naquele castelo, como se o perigo estivesse a espreita novamente, esperando uma chance para atacar e não deixar nem rastro de nossa existência. Eu só senti algo remotamente parecido com isso no ano passado quando chegava perto do Quirell, no fim o cara trazia Você-sabe-quem debaixo do turbante. Algo iria acontecer esse ano e não era pouca coisa.

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No dia seguinte Harry nos contou uma coisa muito esquisita.

-Como assim você ouviu uma voz? –Lyra perguntou.

-Foi quando eu estava na detenção com o professor, uma voz meio estranha que ficava chamando para a morte, pedindo para que eu o deixasse matar. –Harry falou tremendo logo após.

-Mas Lockhart não ouviu? –perguntei.

-Ele disse que era por que eu estava com sono. Mas não foi só isso.

-Eu sabia. –falei.

-O que? –todos perguntaram ao mesmo tempo.

-Ontem à noite eu senti algo estranho. Alguma coisa vai acontecer. –Respondi firme.

-Nossa, que coisa horrível! –Hermione disse assustada.

-Vocês e esses malditos agouros. –Lyra disse balançando a cabeça negativamente.

-Eu só queria um ano normal, é pedir muito? –Rony choramingou.