Um mês. Um mês vegetando.

Eu não queria nem ver a luz do sol. Ficava no meu quarto o dia todo, lendo na internet sobre o que o Big time rush estava fazendo.

Eu já sabia onde eles estavam... Próximo a minha cidade, é... Aqui no Brasil.

Pelo que eu entendi eles estavam gravando um comercial. Fechei com força meu notebook, não sei, e não quis saber. Porque eu tenho certeza que iria atrás deles. Mas, já havia tomado minha decisão.

– Mellody, quer fazer o favor de sair do quarto? – Minha mãe bateu da porta.

– NÃOOOOO! – Gritei em resposta.

– POR QUÊ? – Ela gritou mais alto.

– POR QUE NÃO. Estou sem função no momento.

– Abra essa porta Mellody Doumont, abra agora.

Eu posso com minha mãe? Aff. Abri a porta e dei um sorriso forçado.

– Satisfeita? Pra você que não sabe, eu tenho 18 anos, quase 19.

– E pra você que não sabe, continuo sendo sua mãe. Agora, você vai se arrumar e sair de casa. Você escolheu largar a carreira de cantora que tanto sonhou, mas, isso não quer dizer que tenha que ficar em casa. Pode procurar alguma coisa pra fazer, Dona Mellody. Sua vida não vai se resumir a esse quarto.

Tá. Com essa, vou me recolher a minha insignificância.

Me arrumei reclamando, coloquei uma de manga caída branca, um short preto e uma rasteirinha. Passei pela sala e minha mãe me olhou da cabeça aos pés.

– Sua amiga estilista não ia gostar dessa roupa. Muito simples para uma cantora. – Como ela sabe da Kiki?

Enfim, ex-cantora.

– To saindo. – Cantarolei.

– Vai me dizer pra onde? – Nem olhei pra trás. Abri a porta e já estava do lado de fora quando ouvir ela gritar – CUIDADO COM OS PAPARAZZIS.

Toda cheia de piadinha, né? Ela sabe que só quem tem a informação da minha casa no Brasil é a Britt. E é confidencial.

Depois que cheguei aqui, a primeira coisa que eu fiz foi trocar de número. Doía muito ficar longe deles, principalmente do James.

Eu não agüentava nem pensar nisso, meus olhos já enchiam de lágrimas.

A cidade onde eu morava era uma coisa maravilhosa. SO QUE NÃO. A única coisa interessante era um shopping, que a essas horas deviam estar lotados, as vezes aparecia um parque de diversão. Mas, para mim a pracinha, duas ruas depois da minha casa, já estava de bom tamanho.

Caminhei até o meu balancinho (é meu) e me sentei lá. Coloquei os fones, e dei play aleatório, indo tocar Worldwide.

Ah... Tá de sacanagem.

Fechei os olhos e mordi o lábio inferior enquanto a música tocava. Eu não iria conseguir ficar mais tempo longe deles. Só havia um vazio no meu peito, precisava deles na minha vida, acabei me precipitando, fugindo de L.A..

Mas, quem sabe não era tarde demais. Faltava apenas três segundos para eu pegar um táxi e ir direto ao hotel onde eles estavam hospedados, quando alguém tampou meu olhos.

Fiquei paralisada, droga. Por que eu vim para um lugar onde não tem ninguém? Senti alguém puxar meu fones e uma respiração perto do meu ouvido.

– Por favor, não me mate. – Supliquei.

– Eu estou querendo fazer isso. – Então a escutei a voz que fazia meu coração parar e acelerar, um nó se formou na minha garganta e então soltei o ar que eu estava segurando.

– James...

Ele tirou delicadamente as mãos dos meus olhos, me levantei e sem conseguir olhar nos seus, o abracei. Em resposta, ele me apertou meu corpo contra o seu.

– Você fugiu de mim? Por que?

– Eu precisava James, era o certo a se fazer.

– Certo Mel? – Ele me afastou, e segurou meu rosto me fazendo olhar pra ele.

– Eu não podia mais ficar. Não depois de desafiar a gravadora, a premiação, o presidente, a ONU, a...

– SHII! – Ele colocou o dedo sobre minha boca.

– E além de tudo só trouxe tristeza pra vocês. - Quis nem saber daquele dedo e continuei falando assim mesmo.

– Tristeza? Acho que você está ficando mais louca do que já era. – Ele riu. TA RINDO DE MIM. – Você fez o Carlos, Kendall e o Logan se apaixonarem. Eles estão felizes. E Mel, toda vez que você sorri é como... Sei lá. É como não existisse mais nada, só nós dois.

– James... – Fiquei de costas pra ele, fitando o nada. Ele segurou meu braço.

– Pare de fugir de mim.

– Você iria acreditar se eu dissesse que se você tivesse chegado aqui 1 minuto depois, eu já estaria dentro de um táxi, indo procurar você.

– Acredito, só se... Você me disser que me ama, e que NUNCA mais vai me deixar.

Apesar de tudo, James veio me procurar e me encontrou.

– Eu te amo, James. E nunca mais vou ficar longe de você. – Ele me puxou para um abraço e em seguida selou nossos lábios.

– Tem muita gente na gravadora procurando você, aquela premiação foi a mais vista, Mel. Recorde de audiência. Você se precipitou em fazer aquilo, mas, foi muito bem visto depois daquele nosso beijo. A Britt não entrou em contato porque queria que você soubesse por mim. Hm... Estão todos na sua casa, com sua mãe.

Mãe sua traidora, ela sabe das coisas e não me conta. É assim mesmo.

–Todos os seus fãs acham que você está se preparando...

– Me preparando para quê?

– Carreira internacional. Turnê pela América do Sul e Europa. Junto com o Big time rush.

Assim que essas palavras saíram da boca dele, fiquei a ponto de desmaiar se não fosse James me segurando acho que sei lá... Eu tinha morrido. #EXAGERADA

– E só mais uma coisa...

– Tem mais? – Dei um sorriso em reposta ao sorriso (perfeito) dele.

– Nós passamos por muita coisa juntos, Mel. Apesar de você ser um pouco mais nova e às vezes agir como uma criança– James revirou os olhos, arrancando-me uma pequena gargalhada mas, para minha surpresa, ajoelhou-se segurando minha mão -, não consigo mais viver sem te ter em minha vida. Meu amor por você supera tudo...

James tirou uma caixinha do bolso e deu um mínimo sorriso com seus (lindos) olhos castanho-esverdeados brilhando.

– Mellody Doumont, quer casar comigo?