Logan

Atende. Atende. Atende.

– Alô? – Foi só escutar a voz dela para meu coração acelerar.

– Lore? Já está pronta?

– Sim. Cadê você? Saiba que está atrasado... Hm, 3 minutos.

– Xii, comecei mal então, primeiro encontro e eu já estou atrasado. – Sorri ao escutar a risada dela do outro lado da linha. – Mas, to do lado de fora da sua casa, se quiser já pode sair.

– Conte até 10. – Desligou.

Certo então... 1... 2... 3... 4... 5... 6... 7... 8...

Ela abriu o portão da casa dela, e já estava com um sorriso que a deixava parecendo, sei lá, um anjo. Até esqueci como se respirava.

– Bu! – Lorenie agitou os dedos. – Isso foi para você se assustar, ta? Só por ter me deixado esperar 3 minutos.

– U. A. U. – Acho que só uma palavra poderia descrever a Lore nesse momento: incrível. Estava ficando difícil piscar os olhos. – Isso é para você. – Entreguei uma orquídea para ela.

– Muito gentil de sua parte, obrigada. – Eu não havia reparado... Mas, ela franzia os olhos quando sorria. – Agora, posso saber aonde nós vamos? Porque só o garoto que me salvou recebe um sim para sair comigo em plena luz do dia.

– Me sinto privilegiado.

Abri a porta do carro fazendo sinal pra ela entrar, Lore apenas agradeceu com a cabeça e entrou. Eu estava nervoso? E qual era o motivo mesmo? Estava começando a parecer que eu nunca havia saído com nenhuma garota.

Logan Mitchel, não tente estragar as coisas.

– Você tem medo de altura? – Perguntei antes de dar partida.

– Não sei. Sabe que eu nunca pensei nisso. – Ela olhou para o nada, provavelmente pensando – Acho que não. Mas, você não vai me jogar do penhasco, vai?

– Quase isso.

~*~

– Eu ainda não acredito que deixei me levar por sua loucura. – Ela falou depois que tiramos os equipamentos.

– Você não gostou de pular de pára-quedas? – oh-oh. Péssima idéia.

– Tá de brincadeira? Acho que foi a melhor coisa que já fiz na vida. – Lorenie colocou a mão sobre o coração e respirou fundo, em seguida me deu um abraço inesperado e fiquei sem saber o que fazer. – Só fiquei com medo do pára-quedas não abrir e eu morrer. Pof. Tchau Lore.

– Eu não iria deixar isso acontecer. Eu salvaria você de novo.

– Você faria isso mesmo? – Ela olhou diretamente nos meus olhos – Por mim?

– Quantas vezes fossem necessárias. – Então, sem medo de me arrepender, segurei seu rosto e a beijei.

Kiki

Kendall... Kendall... Kendall...

Será que vai ser esse o meu destino? Ficar aprisionada a alguém que nunca, NUNCA, vai poder me corresponder?

Humpfhy.

Já chega Monique! Acabou. Não tem mais por que você ficar pensando nele. Ele nunca te amou, e a única chance que você tinha de fazer com que o Kendall te amasse desperdiçou por idiotice. Tá na hora de esquecer aquele sorriso com covinhas, aqueles olhos verdes, aquela voz ( e que voz) .

A única coisa que eu quero agora é que ele seja muito feliz e que a Luanna não cometa o mesmo que eu. Sério que pensei isso? Quando foi que amadureci mesmo?

Ok.

Eu estava em processo de “esquecimento” , uma missão para esquecer o senhor Knight. Mas, claro que eu não estava sozinha. Se quer saber onde foi que eu dormir na noite de reconciliação de Jallody, bom... Eu não dormi! Passei a noite em uma balada com um velho amigo nosso.

Carlos Garcia. E estava rezando para que ele esquecesse o nosso beijo. Porque eu não sabia o motivo de o ter beijado e depois ficar me escondendo dele.

Eu havia pego o carro e dirigido o mais longe possível de todos que conhecia, precisava pensar. Não! Eu não preciso pensar. Eu preciso enterrar essa história de uma vez por todas. Não tem volta.

Parei em uma praia quase deserta, onde alguns casais passeavam enquanto a lua brilhava.

– Posso saber o que você faz aqui sozinha?

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA - Me assustei por ouvir uma voz tão perto. - CARLOS! Você quer me matar de susto? - Coloquei minha mão no peito tentando acalmar minha respiração.

– Vou me sentar aqui... Me sentei. - Ele deu um sorriso fofo para mim - Então, o que você tá fazendo aqui, depois de passar uma noite fugindo de mim?

– Você, por acaso, me seguiu? Não me diga que a Mel ligou desesperada pra você pedindo... AhmeuDeus! Ela vai querer me matar... De novo. - Comecei a falar rapidamente.

– Não. Eu só queria me esconder um pouco. Mas, acabei encontrando você, de novo. – Ele repetiu minhas últimas palavras e acabei soltando um risinho nervoso.

Ficamos um tempo calados, nunca fui muito de conversar com o Carlos, e do nada ele aparece, eu o beijo – que fique claro que fui eu quem o puxou e selou nossos lábios – RESOLVE ME SEGUIR, senta do meu lado querendo companhia. Hum.

– Por que esse lance de amor é tão complicado? - E ainda começa a falar do nada... Estranho...

– Não sei, Carlos.

– Por que você não pode gostar de uma pessoa e ela te corresponder? Droga.

– Penso a mesma coisa, pode acreditar. - Suspirei. -E você sabe de quem eu to falando. Eu conheço a garota que tem o seu coração? - Falei/Cantarolei tentando quebrar um pouco o drama.

– Sei? Ah... O Kendall. Conhece sim, é a Alissa.

– O que? Carlos! Não você não pode. Ele quase te matou... Bom, não foi ela... Mas, a culpa foi e Carlos... Não! - Alguém explica o que eu falei?

– Você é engraçada, Kiki. -Sou?– Você é do tipo de garota que qualquer um iria querer ter como namorada.

– Não, não sou.

– É sim, Desireé. Você é bonita, divertida, parece uma modelo, legal...

– E altamente idiota. - Completei. - E isso não me ajudou em nada.

– Mas, quer saber? - Ele olhou bem sério pra mim - Uma pessoa deve gostar de você não só pelas suas qualidades, como também pelos seus defeitos...

– Porque ninguém é perfeito. - Falei olhando nos olhos dele. Encarei enquanto ele me olhava... Espera!

PARE AGORA! Desviei o olhar. O que eu estou fazendo?

– Isso mesmo. Você quer caminhar? - Assenti, apenas.

Carlos se levantou e me ofereceu a mão pra me ajudar a levantar, fiquei em pé, me apoiei nele para tirar minha sandália. Começamos a andar e ele não soltou minha mão. E sabe o que eu percebi?

EU ESTAVA NERVOSA! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA INFERNO!

Me recuso. Me recuso.

Ele começou a conversar sobre... Sobre TUDO! O assunto começou a surgir de uma forma tão estranha, era quase como se tivéssemos os mesmos pensamentos. Pra falar a verdade, eu nunca havia conversado muito com o Sr. Garcia, nada que passasse de "Ois" e "tudo bem". Fiquei realmente surpresa ao ver o quanto a gente se dava bem.

Então, de repente, Carlos travou os pés na areia e ficou de frente pra mim. Senti um calafrio percorrer meu corpo... Help.

– Vou te fazer uma proposta um tanto indecente...

Alguém me ajuda? Estava me concentrando para ao menos tentar respirar direito. Droga.

– Você... Quer... Nadar?

Acabei me engasgando.

– O q-q-que? Carlos você endoidou de vez? Já percebeu que horas são?

– Ah Kiki... Vamos aproveitar.

I.s.s.o.é.l.o.u.c.u.r.a.

Ele soltou minha mão, tirou o casaco e jogou na areia, depois fez o mesmo com a blusa.

– Você só vai ficar me olhando como se eu fosse um E.T.?

– Acho que sim. - Ri. - Brincadeira.

Tirei meu vestido, ficando apenas de calcinha e sutiã, joguei minhas sandálias na areia e sorri pra ele. Eu não tenho juízo. Help². Carlos sorriu e tirou a bermuda.

– Quem chegar por último... É a baleia de procurando Nemo. - Corri na frente e assim que água ficou no meu joelho, mergulhei.

Senti alguma coisa puxando o meu pé e todo o meu oxigênio acabar. Ele ROUBOU! Voltei pra superfície com a água no ombro, enquanto via o Carlos emergindo também.

– E aí baleia do procurando Nemo? - Ele falou em meio às risadas.

– Hahaha você roubou.

– Você não disse as regras. - Joguei água nele. - EI! - Mais água - Kiki! -TOMA ESSA CARLOS, VAI ROUBAR DE NOVO?– MONIQUE!

Ele segurou meus braços.

–Quer me matar afogado é?- Sorriu. Eu nunca havia percebido como era bonito o sorriso dele.

– Não. - Falei com dificuldade.

Comecei a encarar a sua boca, e mordi o lábio inferior. Sim, eu estava morrendo de vontade de beijar-lo. NOVAMENTE.

Percebi que ele também estava olhando intensamente para mim... Isso não vai dar certo...

– Nós vamos congelar quando sairmos daqui. Apenas dizendo. -Tentei fugir, mas, ali ainda prendia meus braços e seu aperto ficou mais forte.

– Não ligo. - Carlos ignorou o que eu falei e me puxou para mais perto. - Se eu não fizer isso vou me arrepender.

E sem me deixar dizer mais nada, ele me beijou. Suas mãos soltaram meus braços e percorreram minhas costas. Carlos me beijava de uma forma tão carinhosa, parecia que só existia apenas nós dois no mundo inteiro.

– Desculpa. - Ele sussurrou quando deixou meus lábios.

– Não, não peça desculpas. - Encostei nossas testas e fechei os olhos, estar com o Carlos era totalmente diferente, o beijo dele era diferente de tudo que eu já havia provado na vida.

– Eu não devia ter te beijado, Kiki. Você gosta do Kendall e...

– Shiii.. Carlos, eu te beijei ontem. Então, empatamos. Eu quero deixar o Kend pra trás.

– Quer mesmo? Porque eu também quero deixar o fracasso do meu último relacionamento pra trás e seguir em frente... Mas, eu quero seguir com a sua ajuda.

– Minha ajuda? - Me afastei e sorri. Ele sorriu e mais uma vez me beijou.

Se era certo o que eu estava fazendo? Nem um pouco.

Se eu ligava se era certo ou errado? Nem um pouco.

Tudo o que eu queria naquele momento era o Carlos.

– Vamos ficar resfriados se continuarmos assim. - Ele falou de olhos fechados.

– Acho melhor sairmos daqui.

Voltamos para a areia, Carlos vestiu a calça e me ofereceu o seu casaco, que ficou parecendo um blusão.

– Você ficou muito fofinha.

– Não fala essas coisas. Vou ficar com vergonha.

– Kiki... Acabei de te ver só de roupas intimas, você vai ficar com vergonha por que eu disse que a loirinha ficou fofinha?

– Carlos! - Franzi os olhos. - Eu ainda não acredito que fiz isso.

– Você se arrependeu? - Ele perguntou e percebi uma nota de tristeza em sua voz. Dei um passo e abracei sua cintura.

– Não.

Ficamos um tempo sem falar nada, apenas fiquei abraçando-o e ele alisando meu cabelo molhado.

– Quer ir pra casa?

– Não podemos ir para outro canto... Eu acho. - Sorri.- Se você quiser. Vem? - Sim ou não? Sim ou não?

Já que eu to na chuva, vou me molhar.

Dei minha mão para ele, o entreguei meu destino e deixei que Carlos me levasse para qualquer lugar.