– James, eu...

– Shiii! Você só precisa me dizer uma coisa. - Ele colocou os braços em volta da minha cintura, e encostei seu nariz no meu. - Você ainda me ama?

Eu podia sentir sua respiração, e as palavras sumiram de minha cabeça, eu não conseguia formar uma frase descente, não conseguia pensar em nada para dizer pra ele, queria gritar que eu ainda o amava.

Devagar, James se afastou ,soltando os braços da minha cintura, me olhando com uma expressão confusa, e eu sabia que se eu não dissesse nada ele iria entender que eu já não gostava mais dele.

– Acho que já entendi... - Ele se virou e começou a andar em direção a porta.

– James! Espera! - Andei até ele e o abracei por trás. - O único problema é que eu não consigo expressar, eu não consigo dizer... - Respirei fundo duas vezes- Se eu te dizer que não te amo, eu estaria mentindo não só pra você, mas para mim também. Nunca deixei, e acho que nunca vou deixar de te amar.

Soltei meus braços e ele ficou de frente pra mim, abriu a boca para falar mas, eu falei antes: - Eu ainda sinto vontade de abrir um grande sorriso toda vez que você sorri, fico imaginando se você está pensando em mim, qualquer música, ou qualquer pessoa, me faz lembrar você James, acho que eu o que eu sinto por você nunca vai sumir...

Antes que eu terminasse de falar ele me envolveu em seus braços, e me apertou forte contra o corpo dele, deixei as palavras morrerem e retribui o abraço.

– Você quer fugir daqui?

– Eu quero... Mas, eu não posso. Ainda preciso trabalhar.

– Por favor? - James olhou pra mim, por que ele fazia isso comigo?

– James... Você sabe que se você insistir eu vou pra qualquer lugar. Então, não faça isso, a Britney tá agendando shows pra mim e eu tenho que estar por aqui.

–Ah, desisto! Mas, antes...

Ele me beijou, de uma forma que ele nunca havia feito antes, era um beijo apaixonado, parecia que ele nunca mais iria me ver , que um de nós iria desaparecer.

"Oh yeah, oh yeah, oh yeah!"– Fomos interrompidos pelo meu celular. Por que ele não estava desligado?

– MELLODY! ONDE VOCÊ ESTÁ? JÁ PROCUREI VOCÊ POR TODA A GRAVADORA. - Afastei o celular do ouvido, a Britney estava gritando.

– Calma...

– Daqui eu escutei. - O James falou baixinho, e começou a rir.

– Calma? Calma nada! Estou te esperando na sala de reuniões. Pare o que você está fazendo, seja o que for, e venha. - Então, ela desligou, sem ao menos dar TCHAU.

Que absurdo.

–Acho que eu preciso ir. - Ele fez um biquinho. - Não faz isso - Fiquei na ponta dos pés e dei um selinho nele.

– Você sempre vence. Mas, antes eu preciso te fazer uma pergunta...

– Lá vem. -Falei baixinho.

– Não tá rolando nada entre você e o Logan, certo? - Fiquei encarando ele - Porque eu tenho notado que ultimamente ele anda falando demais sobre você, e quer ficar o tempo todo com você...

– Ciúmes, é? - Tentei disfarçar.

– Não, apenas medo de te perder. - Ele me abraçou novamente, e eu simplesmente amava o jeito que ele fazia isso, era como se ele quisesse me proteger de tudo e de todos, como se falasse : - Você é só minha.

– Agora, melhor você ir, antes que a Britney ligue de novo.

– É... Acho que dessa vez ela rompe as cordas vocais.

– E eu, tenho reunião com os produtores. - Nos despedimos e o James foi para a sua reunião enquanto eu fui procurar a Britney.

Mas, antes de encontrar-la me esbarrei no Logan, que estava no corredor ao lado de onde eu e James estávamos.

– Então, vocês se resolveram?

– Você escutou?

– Sim, e vi também. DESCULPA! Eu não queria, mas, não consegui me mover. -Droga.

– Logan, eu não...

– Mel, você sabe que não precisa falar nada. A culpa foi minha, eu não deveria gostar de você. Isso é errado. Você ama o James e ele também te ama. Não deveria ter te contado... Só que eu me peguei imaginando como seria ter você só pra mim. - Ele abaixou a cabeça, e , pela segunda vez me senti uma inútil.

– Não fica triste, eu não mereço que você...

Oh yeah, oh yeah, oh yeah, oh yeah!

- Deve ser a Britney, é melhor você ir encontrá-la. - Ele começou a andar, devia estar indo para a reunião dele.

Mas, que droga!

INFERNO!Eu não queria machucar o Logan.

Fui até a sala de reuniões do segundo andar, para ver , finalmente, o que a Britney queria. Tanto escândalo para assinar alguns papéis, e me mandar fazer as malas porque eu iria viajar no dia seguinte.

Depois que eu resolvi tudo, voltei para a sala onde eu e a James estávamos, já estava emburacando quando eu a escutei alguns soluços e a voz do James, parei e comecei a escutar.

– O que foi, Rachel? Calma! Me diga o que aconteceu... - Ele estava tentando consolá-la? E por que ela estava chorando?

– Acabou James, minha carreira... Acabou tudo.

– Por quê? Sua voz é bonita, e você me disse que já havia assinado com a gravadora.

– Não é isso... É que... É que...- Ela voltou a chorar, dessa vez, um pouco mais alto.

– Calma calma. O que foi?

– James, eu estou grávida, e esse filho é seu.

O que? Não... Não... Não. A Rachel não podia! Como se o James me disse que nunca havia acontecido nada além de um beijo;

– Mas, Rachel nós nunca...- Ele começou a falar e sua voz saia trêmula.

– O que? Você tá querendo dizer que eu estou mentindo? Você já se esqueceu que no aniversário da Mellody nós fomos para o meu apartamento - Ela voltou a chorar - Por favor...

Não precisei ouvir mais nada, lágrimas caiam do meu rosto, era como se tivesse enfiado uma adaga no meio do meu coração, saí correndo até o elevador. Mas, antes que chegasse ao térreo, as luzes se apagaram e o elevador parou.

– Não, não! Abre! - Comecei a apertar todos os botões. As lágrimas desciam pela minha face molhando a minha blusa. Me sentei no chão gelado, coloquei a cabeça entre os joelhos e fiquei me balançando.

Pensava que a minha claustrofobia havia diminuído, ou até sumido, depois daquele noite com o James.

" –Ah...Alguma menina nessa história?

–Você! - Ele olhou pra mim e meu coração acelerou. Ele alisou o meu cabelo molhado e deu uma risada.

–O que foi?

–Nada. É que... Quando eu estou com você não quero sair de perto.

– Não sei o que eu faria se você não estivesse comigo aqui.

–E eu não queria estar em outro lugar. -E ele me beijou. Naquele momento era só eu e o James, parecia que não existia vida do lado de fora,só o barulho da chuva."

– Mellody, Mellody! Acorda... - Abri meus olhos devagar, eu ainda estava na gravadora, não no elevador... Mas, sim deitada em um sofá, e o James me sacudia sem parar com uma expressão de preocupação.

– Eu to bem... O que foi que aconteceu? - Falei enquanto minha visão se acostumava com a luz.

- Houve um problema na energia, a gravadora foi evacuada... - Ele começou a falar alisando o meu cabelo, próximo demais - só que, você ficou presa no elevador, pensaram que não havia ninguém mais aqui, e você não usou o telefone de emergência, que é para esses casos - MEUDEUS! Como eu sou burra, o telefone de emergência. Me levantei, procurei minha bolsa e caminhei para a saída.

– Você já vai? - Ele apertou a minha mão.

– Sim. - Eu já podia sentir as lágrimas se formando nos meus olhos e um aperto no peito, eu queria ser forte, eu queria levantar minha cabeça e voltar para o meu apartamento fingindo que nada disso havia acontecido - Você quer que eu fique fazendo o que aqui?

– Ei, por que você está falando desse jeito comigo?

– Por quê? Porque você não passa de um mentiroso.

– O-o-q-que?

– Por favor James, você ta querendo me enganar dessa vez? Eu já sei. - Uma lágrima teimosa escorreu pelo meu rosto e ele levantou a mão para secar-la, só que antes que encostasse em mim, dei um passo pra trás.

– Mel...

– Não vem com essa... O que você quer dessa vez? Rir de mim enquanto escolhe o nome do seu filho?

–Você escutou. - Ele abaixou a cabeça.

– Escutei. - Olhei para o teto por um segundo, e voltei a olhar para ele. - Você me disse que a única coisa que havia acontecido com a Rachel, tinha sido um beijo... - Eu não consegui mais segurar e as lágrimas desciam descontroladamente.

Me atrevi a olhar para o James, e vi que havia algumas lágrimas descendo pelo seu rosto. Resisti ao impulso de ir confortá-lo, de dizer que tudo iria ficar bem, que iríamos dar um jeito de ficarmos juntos. Voltei a andar, queria apenas ir embora...

Ou sumir da face da Terra. Não havia ninguém mais nos corredores, e do lado de fora chovia.

– TAXI!!! - Gritei quando o primeiro carro passou, mas ele me ignorou, e ainda fez questão de passar pela (enorme) poça d'água me molhando inteira.

Maravilha. Comecei a caminhar mesmo, quem sabe, a chuva levava toda a minha tristeza embora.