Cinco horas da tarde. Nicolas não sabia o onde estava nem o que tinha acontecido. Apenas quando recuperou seus sentidos é que percebeu que estava deitado na calçada. Levantou e se deparou com duas placas: A primeira era um mapa do local, daquelas que diziam Você está aqui. E a segunda era intitulada “Hierarquia” com uma daquelas pirâmides sociais. No topo estava o Imperador Maximus, depois a classe MR (Muito Rica) seguida pela MM (Mais ou Menos), depois a PT (Pobre Trabalhador) com outro Você esta aqui e a última, bem fininha, a MdE (Mendigo da Esquina).

Ele não entendeu. Não se identificou na primeira plaquinha, então resolveu perguntar para alguém. Saiu andando pela rua e não via ninguém. As casas eram estranhas, redondas. Queria saber o que estava acontecendo. Até que encontrou uma mulher, de aparentemente trinta anos. Ela o fitava perplexa. Caminhou até ele, e murmurou, com medo:

— Nicolas?

— Como você sabe meu nome? – Nick sentia que já a conhecia.

— Eu sabia! E o Fernando não acreditava em mim! Sou eu, Suzana! E bem-vindo ao ano de 2027!

— Como assim? 2027? Eu estava em 2013! E como você pode ser a Suzana? Ela tem dezesseis anos! – questionava Nicolas – Você é maluca?

— Apenas venha comigo, O.K?

Ele não teve escolha, ela segurou firme em seu pulso e saiu puxando-o pela rua. Ele foi, mas protestando.

Logo ele percebeu que ali era uma pequena cidade e que a mulher não devia ser dali, porque ela sempre parava para verificar as placas de “Você está aqui”.

Saíram da cidade e foram parar em uma pequena vila. Enquanto isso ele resmungava:

— O que está acontecendo? Você pode me explicar? Eu estava testando meu projeto de ciências e do nada eu acabo neste lugar estranho com uma maluca!

Cinco horas e trinta minutos. Ela o soltou e caminhou até uma pequena praça. Ali tudo era normal, ela se dirigiu a um banquinho de praça e o mandou sentar. Com medo, Nicolas se sentou. Poucos minutos depois um homem chegou. Nicolas o reconheceu imediatamente.

— Fernando! O que está acontecendo? – pergunta Nick

— Eu não acredito! Como você fez isso, Suzana? Não, nem diga, você tinha razão! – falou Fernando, feliz. Nicolas estava começando a ficar muito irritado.

— Alguém me explica o que está acontecendo aqui? – gritou ele.

— Bom... Nick, você se lembra daquela máquina que mostra o futuro das pessoas?

— Sim.

— Ela não mostra o futuro das pessoas. Sem querer você inventou uma máquina do tempo. Bem-vindo a 2027!

Nicolas estava sem reação. Não acreditava no que acabara de ouvir. 2027?

— Como assim?

— Quando você ficou na frente do sensor, você desapareceu! Ficamos tentando por meses consertar a máquina. Anos depois, chegamos à conclusão de que era uma máquina do tempo. – explicou Suzana – e como você pode perceber, tudo mudou desde aquele tempo. A tecnologia evoluiu. Mas a democracia andou pra trás. Agora, temos um Imperador.

— Com a autoridade máxima dele, a tecnologia e a ciências estão sendo usadas para transformar humanos em máquinas. As pessoas são puros objetos de comércio da classe MR. A classe MM ainda tem consciência, mas a PT, como já diz o nome, são pobres trabalhadores. Eles não têm noção de nada. – lamentou Fernando.

— Por que eles não têm noção?

— Logo quando nascem, vão para uma incubadora que permite o Imperador, meio que, controlar os pensamentos deles.

— Mas isso é desumano! Temos que fazer alguma coisa!

— É por isso que te trouxemos aqui