Seis horas da tarde. Nicolas precisava de um projeto de ciências. Valia nota. Ele não achava que seria tão difícil até completar dezesseis anos. Sempre fora bom em ciências, conseguia inventar coisas com muita facilidade. Mas o que estava acontecendo? Não tinha uma ideia se quer. Na garagem de sua casa, ele pensava, construía e desmontava. Com livros e ferramentas espalhadas pelo chão, ele vivia tropeçando. Estava perto de ter um colapso nervoso quando seus três melhores amigos chegaram: Jonathan, Suzana e Fernando.

   — Ainda com esse projeto, Nicolas? Terminei o meu ontem! – esnobou Suzana.

   — Pois é! Quero que fique perfeito. – respondeu ele – preciso tirar dez nesse trabalho, já que fui mal na última prova. Só que estou sem boas ideias.

   — Ora! Já te falei pra fazer um vulcão! É muito simples. – disse Fernando, com felicidade – É só...

   — Eu SEI como se faz um vulcão! Mas isso não é realmente brilhante, né? – gritou Nicolas, com raiva, deixando o amigo envergonhado.

   — Galera, deixa o Nick! O meu projeto também já está pronto, e aposto que vai ser o melhor da nossa classe! – comentou Jonathan, orgulhoso.

   — Relaxa, Nick! O trabalho é só pra quarta. E hoje ainda é sexta! Até lá você já tem uma ideia. Ah! E sábado é a festa da Mayara. – lembrou Suzana – Você prometeu que iria!

   Nicolas bufou. Não queria ir, mas ela estava certa, ele havia prometido:

   — O.K.! Só não vou ficar muito, tá?

   Após esse comentário, os quatro amigos se despediram e os três foram embora, deixando Nicolas com o seu projeto.

   Nove horas da noite. Nicolas adormeceu sobre seus livros na escrivaninha ainda na garagem. Sonhou com seu futuro projeto: uma máquina que mostrasse o futuro das pessoas. Dez horas e meia, Nick acordou sobressaltado e começou a trabalhar em seu projeto.

   Uma hora da manhã do dia seguinte. Nicolas tinha conseguido terminar. Ela era uma mistura das cores preta e prateada, tinha uma tela antiga de DVD para carro e um sensor modificado de XBOX. Ele ainda não sabia se funcionava e nem como tinha conseguido fazer isso. Ele precisava testa-la, mas para isso iria chamar seus amigos antes, para serem testemunhas.

   Três horas da tarde. Seus amigos chegaram. Fernando ficou impressionado com a máquina:

   — Cara, se funcionar mesmo, você pode ficar rico!

   — Fernando, essa é a questão: Funciona? Hein, Nick? – questionou Suzana

   — É por isso que chamei vocês aqui. Serão minhas testemunhas.

   — Puxa... Queria conquistar o mundo com uma máquina dessas... –invejou Jonathan.

   — Deixa de dizer besteira e vamos logo com isso! – apressou Suzana.

   Nicolas ficou parado diante do sensor de pesquisa da máquina. Começou a sentir seu corpo formigar. Sentiu tontura. De repente tudo ficou preto e desmaiou.