Alguns anos depois...

Flashback on

Eu usava um vestido comprido, cor nude bem clarinho. Ombro único, modelo sereia com detalhes de strass no ombro e na barra da saia. Meu cabelo formava um coque baixo com algumas flores da mesma cor do vestido. Não queria usar véu.

Abri a janela do carro e fiquei a observar tudo o que passava. O dia na Argentina estava agradável. Nem muito quente, nem muito frio.

Quem dirigia o carro era o “amigo” do Santiago. Bernardo, o açougueiro.

– Estamos quase chegando. – falou ele simpático como sempre olhando pelo espelho do retrovisor. Sorri para ele.

Ele parou em frente à igreja.

Olhei para a pessoa que estava do meu lado. Uma adolescente de dezoito anos usando um vestido tomara que caia branco estilo princesa. O cabelo preso num coque simples, fixo a um véu. Com certeza, a noiva mais bonita que eu já vi. Ela sorriu para mim nervosa.

– Pronta querida? – perguntei.

– Sim. – respondeu Amanda.

A porta do carro foi aberta por um senhor usando um terno pink.

– Vamos gatinhas. – disse Santiago. Ele usava um óculos com hastes largas com estampa de onça. Ele olhou para Bernardo que já havia saído do carro – Querido, obrigado por trazê-las no seu carro MARAVILHOSO! – disse ele ajeitando a gravata do Bernardo.

– Isso vai demorar muito? – perguntou Ferris – Eu estou com fome.

Ri com esse comentário. Ferris estava ao lado de Guilhermina e Natalie. Ele usava um terninho e Guilhermina um vestido branco com bordados verdes. Natalie, que já estava com dois aninhos, usava um vestido branco com flores cor de rosas artificiais. Ela usava uma tiara de flores rosa na cabeça.

– Feliz! – chamou Natalie.

– Eu já disse milhões de vezes: é Ferris, não feliz! – corrigiu Ferris pondo as mãos nos cabelos. E fechando os olhos.

Bernardo entrou na igreja.

Fiquei do lado direito do Santiago e a Amanda ficou do lado direito. Nós duas nos seguramos nele. Nós duas segurando buquês. O dela vermelho e o meu amarelo claro.

– Não se esqueçam de sorrir para as câmeras. – lembrou Santiago. Ri com isso.

As portas da igreja foram abertas e soltaram a marcha nupcial.

Natalie andava na frente, levando uma cesta de flores. Ferris andava na minha frente, carregando alianças e Guilhermina andava na frente da Amanda fazendo o mesmo que Ferris. A igreja estava linda. Decorada com flores e um tapete vermelho que ia até o altar. E no altar...

Jonas estava lá. Lindo como sempre. Usando um terno e de barba feita. Nicolas estava ao lado do pai, esperando pela Amanda. Ele também estava de paletó e gravata. Nicolas estava diferente. Estava mais másculo. Menos menino e mais homem. Cabelo para o lado, deixando elegante e mais bonito.

Olhei de relance para as pessoas que nos assistiam. Meus pais estavam sentados nas cadeiras, sorrindo falsamente para mim.

Por que não é o meu pai que está me levando até o altar? Porque quando ele descobriu que eu ia me casar com Jonas ele disse que de jeito nenhum ia me levar até o altar. Ele até chamou o Jonas de ordinário infeliz! Então, Santiago se ofereceu para levar eu e a Amanda.

Continuamos caminhando. Chegamos até o padre.

Jonas olhou para mim com aquele sorriso encantador de sempre. Nós dois ficamos frente a frente. Eu estava tão feliz! E ele, como sempre, com aquilo sorriso encantador no rosto, que sempre me deixava meio boba.

E demos início à cerimônia.