Nicolas sentou a Amanda em cima das pernas cruzadas dele. Ela urrou um pouco de dor.

– Torci meu tornozelo. – disse ela – Já é a segunda vez que o pai me faz cair da escada e torcer o tornozelo!

– Calma. – falei sentando no chão ao seu lado enquanto segurava Natalie. Jonas também sentou no chão, ao meu lado.

– Mãe cadê o Ferris? – perguntou ela.

– Na Argentina. – respondi – Ele está bem.

Ela começou a chorar. Não só de dor. Erick podia ser um monstro, mas de qualquer jeito ele era o pai dela. E ela o amava.

– Tudo o que eu queria a minha vida inteira, era o ouvir dizer que me amava tanto quanto a Natasha. – falou ela com a voz chorosa – Eu não o matei de propósito! Ele ia me acertar com a faca enquanto descíamos a escada bolando, pra eu me defender tive que segurar os pulsos dele e empurrar suas mãos, aí a faca cortou o pescoço dele.

Ela olhou para Nicolas.

– Desculpa. – pediu ela – Eu fiquei só duvidando de você enquanto você só tentava abrir meus olhos.

– Você não tem que se desculpar de nada. – falou ele – O Erick te enganou esse tempo todo. – fitou aqueles azuis que tanto gostava – Ei! Tem uma coisa que eu preciso te dizer! – Amanda o olhou curiosa e eu também – Teve uma coisa que a Natasha disse para mim antes de morrer. – lembrei que quando a Natasha morreu, ela havia falado uma última coisa para o Nicolas. Nem eu sabia o que era.

– O que? – perguntou ela.

– Cuide da Amanda. – respondeu ele. Ela sorriu.

Comecei a acariciar o rosto da Amanda. Ela estremeceu.

– Acho que essa frase não vai ser mais necessária Nicolas. – falou ela. Eu e Nicolas arregalamos nossos olhos.

– Que foi? – perguntei.

Ela pressionou a barriga com a mão. E a sua mão estava muito ensanguentada. Sua barriga tinha um corte feio, muito feio. Fiquei pasma vendo todo aquele sangue.

– Jonas? – perguntou ela olhando para o Jonas. Ele confirmou com a cabeça – Você faz a minha mãe feliz. – parecia que os olhos insistiam em se fechar – Quero que cuide dela para mim.

Arregalei meus olhos.

– O que pensa que está dizendo? – questionei.

– Mãe – começou ela – a senhora merece ser muito feliz. – ela piscou e mais uma lágrima caiu – Diga ao Ferris que eu amo aquele pivete. Eu te amo mãe.

Jonas puxou minha cabeça para apoia-la no seu ombro. Comecei a chorar.

Eu já perdi uma filha! Eu não vou aguentar perder outra!

– Amanda você não pode morrer! – falou Nicolas desesperado – Não pode me deixar aqui sozinho! O que vai ser de mim sem você? Me diz! – a respiração dele começou a ficar ofegante. Uma lágrima escorreu do olho dele.

Ela sorriu fracamente para ele. Pôs a mão na nuca dele e o puxou para um beijo. Separaram se porque ela estremeceu de novo. Ela cuspiu um pouco de sangue.

– Sempre senti algo forte por você. – falou ela com sangue escorrendo da boca. Seus teimavam em se fechar – Eu te amo Nicolas.

– Eu também te amo tanto. – falou ele choroso. E a abraçou mais forte. – Não me deixa! Por favor! – os olhos dela começaram a se fechar – Amanda não me deixa. – ele pôs o rosto dela perto do dele encostando a sua testa na dela.

E ficamos ali, chorando. Até a Natalie. A polícia chegou.